Greve contra a guerra paralisa portos nos EUA
Os impactos da paralização podem gerar um custo diário de quase US$ 2 bilhões para a economia americana
A deterioração súbita nos últimos dias na relação entre sindicatos e empregadores portuários está sugerindo um desligamento iminente de todos os portos da costa oeste dos EUA. A situação está gerando medo entre os funcionários levando-os até a pedir uma intervenção do presidente Barack Obama.
Mais de 100 representantes de transportadores, transitários e outras organizações escreveram ao presidente Obama expressando preocupação sobre as interrupções em curso nos portos e pedindo ajuda do governo para garantir que não haja um desligamento.
Na carta, as organizações solicitam ao governo federal tomar medidas imediatas, incluindo o incentivo a Longshore e ILWU (Warehouse Union International) e a PMA (Pacific Maritime Association) para começar a trabalhar com um mediador federal.
Em 2002, a PMA bloqueou trabalhadores da ILWU após seus contratos terminarem, resultando em uma parada de 10 dias que só terminou quando o ex-presidente George W. Bush, promulgou a Lei Taft-Hartley, que reabriu os portos. No entanto, as organizações dizem que milhares de milhões de dólares em danos ainda foram gerados para as empresas e para a economia dos Estados Unidos, fato que eles afirmam que o país não poderá pagar com o atual estado de fragilidade da economia.
“Embora as partes da negociação tenham afirmado no início deste ano que iriam continuar as operações ao longo das negociações, vimos níveis de crise de congestionamento nos portos desde setembro”, disse um representante em comunicado. Ambas as partes emitiram recentemente comunicados de imprensa acusando-se mutuamente de renegar esse compromisso.
A carta dizia que a ameaça de uma paralisação portuária da costa oeste foi “criar altos níveis de incerteza em um clima econômico frágil, o que forçou muitas empresas a realizar mais uma vez os planos de contingência que vêm a um custo significativo para os empregos e nossa competitividade económica”
Os signatários disseram que o bloqueio da costa oeste, há 12 anos custou à economia dos EUA US$ 1 bilhão por dia e tomou metade de um ano para os portos a fim de acabar com o atraso e se recuperar da paralisação de 10 dias.
Segundo eles, a paralização agora poderia ser ainda mais cara. Um novo estudo divulgado em junho desse ano pela Associação Nacional dos Fabricantes e da Federação Nacional de Varejo prevê impactos a um custo muito maior em 2014, chegando a quase US$ 2 bilhões em custos diários para a economia com uma interrupção de cinco dias.
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