LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ceará planeja mais exportação aos árabes

Ceará planeja mais exportação aos árabes

Em 2013, vendas do estado para os países da região somaram US$ 24,4 milhões. Seminário realizado nesta terça-feira com embaixadores árabes e empresários locais mostrou novas oportunidades de negócios.


Fortaleza – O seminário Oportunidades de Negócios entre o Ceará e os Países Árabes, ocorrido nesta terça-feira (11) em Fortaleza, reuniu embaixadores do Oriente Médio e Norte da África com empresários cearenses e ressaltou o potencial para aumento do comércio entre o estado e a região. 
Giovanni Santos/Sistema FIEC
Studard (d) e Ibrahim Alzeben em evento na Fiec
“No ano de 2013, nossas exportações para os países árabes somaram US$ 24,4 milhões. Exportamos alimentos, como frutas, castanha de caju e produtos da pesca, vendemos calçados e couros, produtos têxteis e acessórios de automóveis, mas o valor dessas negociações representa apenas 0,19% do volume total exportado pelo Brasil ao pujante mercado árabe”, destacou Beto Studard, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), entidade que sediou o evento.

O executivo ressaltou o potencial para aumentar estas exportações. “O Ceará pode mais. Temos um PIB de R$ 105,7 bilhões, o terceiro maior do Nordeste. Desse volume, 21,4% são da participação de nossa crescente indústria que, nos últimos cinco anos, cresceu a uma taxa de 4,5% (anualmente)”, disse.

De acordo com Studard, entre os demais produtos que o estado poderia vender aos países árabes estão automóveis para passeios off road, como os veículos da empresa Troller, original do Ceará; equipamentos para o setor têxtil, como máquinas de costura de uso doméstico e também de uso industrial; implementos agrícolas; cera de carnaúba, produto típico do Ceará que é usado na indústria cosmética e de ceras automotiva; ferro e aço.

Danielle Mello, coordenadora do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo da Secretaria de Turismo do Ceará, apresentou dados do setor mostrando a infraestrutura cearense, com dois portos e 12 aeroportos, entre outros empreeendimentos, e apontou o papel ativo da pasta no desenvolvimento da infraestrutura do estado.

“Somos, provavelmente, a única Secretaria de Turismo do Brasil que constrói. Contamos com a assessoria (de outras áreas) do governo para as rodovias que construímos no litoral”, afirmou. Ela também destacou o interesse do estado em atrair mais turistas estrangeiros. “Somos um destino (turístico) consolidado no âmbito nacional. Nosso desafio é consolidá-lo no âmbito internacional”, explicou. Em 2013, a participação do setor turístico no PIB estadual foi de 10,9%.

Fernando Castelo Branco, presidente do Conselho Temático de Economia, Finanças e Tributação da Fiec, falou sobre as potencialidades da indústria cearense. Segundo o executivo, o estado oferece importantes oportunidades de investimentos nas áreas de aviação, navegação por cabotagem, ramais ferroviários ligados à rodovia Transnordestina, e também no setor de aeroportos de cargas.

Michel Alaby, diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, apresentou dados econômicos dos países árabes e falou sobre itens produzidos no Ceará e que podem ser de interesse de importação para os países daquela região. “A castanha de caju, por exemplo, muitas vezes, vocês vendem para um país da Europa que revende para um país árabe. Vocês têm que vender direto”, incentivou.

Ele também estimulou um contato mais próximo entre os empresários do Ceará e do mundo árabe. “Devemos trabalhar para realizar uma missão da Fiec aos países árabes para ter mais contato”, destacou.

Sabri Bachtobji, embaixador da Tunísia no Brasil, estimulou as empresas locais a expandirem suas atividades no exterior. “Eu vejo a importância de as empresas do Ceará se internacionalizarem. Estamos aqui para mostrar aos interessados as facilidades oferecidas pelos nossos países”, disse.

Encontros

Após o seminário, os embaixadores tiverem reuniões privadas com empresários cearenses interessados em estabelecer negócios com os países árabes.

Willian Costa, gerente de Exportação da Imarf, empresa de rochas ornamentais, conta que já exporta para Estados Unidos, Canadá e China, e tem interesse em vender seus produtos aos países do Oriente Médio. “É um produto de luxo”, diz sobre suas pedras. A Imarf trabalha com mármores, granitos, ônix e amazonitas. “São usadas em projetos como shoppings, aeroportos, hotéis e casas de luxo, além de prédios governamentais”, explica. Ele afirmou que as conversas com os embaixadores foram positivas.

Eduardo Fernandes, diretor da Consultour Viagens e Turismo, quer estabelecer parcerias para levar turistas cearenses para os países árabes. “Os cearenses vão muito para os Estados Unidos e a Europa. Eles querem conhecer outros países”, contou.
Aurea Santos- ANBA
Whitehurst (dir) conversa com embaixador do Kuwait
Kelly Whitehurst, representante da Yamor da Ethel, fabricante de produtos artesanais de renda e algodão, como roupas infantis e produtos de cama, mesa e banho, também quer levar seus produtos aos países árabes. Ela ressalta que sua empresa está aberta a fazer mudanças nos produtos de acordo com a necessidade de cada cliente.

“A gente se adapta à cultura local. Podemos desenvolver uma coleção para o seu país. Nosso mercado é de luxo. Trabalhamos com insumos de alta qualidade e um design refinado”, destacou.

Parcerias

Abd Elghani Elkarim, embaixador do Sudão, afirma que as visitas permitiram ao grupo estar ciente das oportunidades de comércio e investimento. “O Estado do Ceará está determinado a ter fortes relações com o mundo árabe”, apontou.  Segundo ele, as reuniões com empresários foram muito dinâmicas e produtivas. “É um importante passo dado no momento certo”, avaliou sobre os compromissos no estado.
Giovanni Santos/Sistema FIEC
Evento reuniu embaixadores e empresários
Para Michel Alaby, os encontros empresariais estão entre os aspectos mais positivos da viagem. “É algo que estamos adotando nos últimos encontros e pretendemos melhorar ainda mais. Vamos avaliar a implementação de algumas sugestões que recebemos, como encontros em universidades, com jornalistas e visita a algum ponto cultural”, disse.

Para Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina e decano do Conselho dos Embaixadores Árabes no Brasil, “a visita foi muito bem sucedida”. “Conseguimos ver de perto as oportunidades de investimento e as atividades econômicas desse estado. Tivemos 60 encontros com 29 empresas, cobrindo várias áreas como mineração, turismo, energia e fertilizantes”, contou.

Ele também destacou o papel da Câmara Árabe na viagem dos embaixadores ao Ceará. “A participação da Câmara Árabe foi decisiva no sucesso da visita”, afirmou. Para Alzeben, o apoio recebido das autoridades governamentais do Ceará vai ser muito importante para que a visita renda frutos. “Sentimos, por parte das autoridades, um apoio decisivo, que é fundamental para qualquer negócio futuro”, completou.

Além dos diplomatas da Tunísia e Sudão, citados acima, também estiverem presentes ao evento os embaixadores do Egito, Líbano, Marrocos, Kuwait, Jordânia, Líbia, Mauritânia e os encarregados de negócio da Arábia Saudita e do Bahrein.
http://www.anba.com.br/noticia/21865843/oportunidades-de-negocios/ceara-planeja-mais-exportacao-aos-arabes/

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