Novas alternativas para o Porto de Santos
POR DUARTE NOGUEIRA
Alavancada pelo maior porto da América Latina, a Baixada Santista, um dos nossos grandes polos de atividade econômica, atravessa um momento crucial para seu desenvolvimento, o que, por seu potencial agregador, reflete também nas perspectivas de várias regiões importante do País. Nos últimos anos, a capacidade das forças produtivas passou a exigir um novo patamar da infraestrutura da qual dependem para atender às expectativas de seus mercados. Essa demanda foi prontamente verificada pelo governo do Estado de São Paulo, que vem destinando esforços no sentido de atendê-la.
A organização do tráfego de acesso ao Porto de Santos é uma das medidas de um amplo processo de ideias e investimentos capitaneado pelo Estado. Os investimentos chegarão a meio bilhão de reais junto a outros projetos, do governo federal e da Prefeitura, que beneficiarão uma das mais importantes regiões do País. As obras garantem novas alternativas e maior funcionalidade quanto ao tráfego para entrar e sair do porto. Tais esforços, no entanto, não são suficientes. Toda a logística portuária exige uma sinergia não só com sua infraestrutura rodoviária, mas, sobretudo, com a ferroviária.
Uma malha ferroviária acessível e eficiente seria capaz de atender com maior fluidez, maior capacidade de carga e maior economicidade as demandas de produtos industriais e de matérias-primas que chegam ou saem do porto, importados e exportados. Essa deve ser uma das nossas preocupações no sentido de dialogar com o governo federal, que tem o comando no âmbito das ferrovias.
O tema ganha importância ainda maior à medida que se torna fundamental definir também o gênero de atividade portuária. Qual o melhor negócio para o Porto de Santos? Seria razoável discutir novas possibilidades, como o transporte de produtos industriais e de maior valor agregado, explorando assim novas potencialidades e melhores oportunidades?
O governo do Estado tem feito sua parte, discutindo as mais diversas oportunidades. Estamos em tratativas com o governo federal para viabilizar o Ferroanel, que também traria grandes benefícios e ampliaria ainda mais o potencial de crescimento da Baixada. As obras de terraplanagem do Rodoanel Norte já contemplam a futura presença do Ferroanel Norte. Estamos elaborando o projeto básico de engenharia e viabilizando o licenciamento prévio ambiental.
Desse modo, passaríamos a ter uma ligação entre as estações de Perus e Manoel Feio, ambas na Grande São Paulo, viabilizando a interligação de cargas que vêm tanto de Minas Gerais e do Rio de Janeiro como do Norte do País, sem a necessidade de colapsar as linhas da CPTM, para poder passar com essas composições ferroviárias antes de descer, via Cremalheira, até o Porto de Santos.
Quando concluído o projeto, teremos fornecido ao governo federal os elementos para a decisão a respeito do Ferroanel, seja por meio de recursos diretos ou das concessões que estão sendo discutidas neste momento de crise econômica. Com os esforços de várias frentes, devemos sempre colocar o bem público acima de questões partidárias e ideológicas.
O significado dessas iniciativas passa também pela consolidação de nossos objetivos direcionados ao interesse da sociedade. São ações desse gênero que fazem do Estado um parceiro decisivo para que as forças produtivas gerem o desejado desenvolvimento.
Duarte Nogueira é secretário
de Logística e Transportes do Estado de São Paulo.
http://www.comerciodojahu.com.br/post/1334957/novas-alternativas-para-o-porto-de-santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário