LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 5 de junho de 2014

COMÉRCIO ENTRE BRASIL E VENEZUELA DESPERTA INTERESSE DO MERCADO DE SEGUROS


COMÉRCIO ENTRE BRASIL E VENEZUELA DESPERTA INTERESSE DO MERCADO DE SEGUROS

Aparecido Mendes Rocha

O complicado contexto da política da Venezuela e a turbulência de sua economia chamam atenção para o que parece um contrassenso: o bom desempenho do comércio internacional do país. Nem mesmo a hostilidade do chavismo afasta os negócios internacionais do país. O relatório Doing Business, do Banco Mundial, que classifica os países onde é mais rentável fazer negócios, indicou a Venezuela em 2014 na posição 181, entre as 189 economias que entram na lista. No entanto, tudo indica que essa recomendação não será capaz de diminuir o comércio exterior venezuelano.

As relações comerciais entre Brasil e Venezuela se intensificaram nos últimos anos e tornou o vizinho um dos nossos principais parceiros comerciais. Nos últimos cinco anos, o comércio bilateral entre os dois países aumentou 43,9%, passando de US$ 4,19 bilhões em 2009 para US$ 6,03 bilhões em 2013.

Em 2013, o Brasil exportou US$ 4,850 bilhões para a Venezuela e se tornou o terceiro maior fornecedor de produtos comprados pelo país, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A Venezuela foi o sétimo principal destino das exportações brasileiras, cujos produtos foram compostos, em sua maior parte, por produtos manufaturados, que representaram 53,5% do total, com destaque para aviões e máquinas. Os produtos básicos representaram 40,1% (carnes e animais vivos) e os semimanufaturados (açúcares de cana) 6,4%.

No mesmo ano, as empresas brasileiras importaram US$ 1,180 da Venezuela, o que colocou o Brasil como o terceiro maior comprador de mercadorias venezuelanas, superado somente pelos Estados Unidos e China. As importações tiveram os produtos manufaturados com 89,2%, representados principalmente pela compra de combustíveis (naftas para petroquímica e coque de petróleo não calcinado) e por produtos básicos (petróleo em bruto) com 10,8%. No ano, o saldo da balança comercial registrou um superávit favorável ao Brasil de US$ 3,67 bilhões, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento (MDIC).

O dinamismo dos negócios entre Brasil e Venezuela desperta o interesse do mercado de seguros, que oferece às empresas exportadoras e importadoras o seguro de transporte internacional de exportação e importação.

O seguro de transporte internacional garante as perdas e danos às mercadorias exportadas e importadas durante toda a viagem, seguindo os termos de Incoterms negociado. A maior parte das transações entre Brasil e Venezuela consiste em exportações, e, comercialmente, os exportadores brasileiros têm optado por vender suas mercadorias já com seguro, nas bases das condições CIF/CIP. A exportação com seguro exige atenção para a contratação de um seguro amplo e adequado às necessidades dos clientes, o que também deve ser observado na importação.

Outro seguro destinado aos negócios com a Venezuela é o seguro de crédito à exportação, que cobre os riscos comerciais e políticos a que estão sujeitas as transações comerciais vinculadas às exportações. Este seguro garante ao exportador a indenização por perdas líquidas definitivas, em consequência do não recebimento de crédito concedido a cliente no exterior. Porém, atualmente as seguradoras de crédito estão muito criteriosas para aprovar um limite de crédito para as empresas venezuelanas, devido aos riscos políticos existentes. Desta forma, as empresas brasileiras que pretendem exportar para a Venezuela devem solicitar a seus clientes uma carta de crédito, confirmada localmente, garantindo, assim, a sua venda.

Aparecido Mendes Rocha é corretor de seguros especializado em seguros internacionais

http://www.segs.com.br/so-seguros/160942-comercio-entre-brasil-e-venezuela-desperta-interesse-do-mercado-de-seguros.html

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