terça-feira, 30 de agosto de 2016
Auditores da Receita Federal do Amazonas preparam paralisação
Auditores da Receita Federal do Amazonas preparam paralisação
Movimento preocupa a indústria, quando as empresas operam com leve retomada
MANAUS - Os auditores fiscais da Receita Federal no Amazonas anunciam a retomada, a partir da próxima segunda-feira (29) da mobilização nacional denominada como Operação Padrão. O movimento reivindica a aprovação do Projeto de Lei assinado pela categoria e pelo governo federal, no início deste ano, com o compromisso de reajustar o salário da categoria em 5,5% pelos próximos 4 anos. O projeto aguarda votação na Câmara Federal.
Para os representantes da indústria, o movimento pode prejudicar a produção fabril principalmente neste período em que as empresas operam com uma leve retomada produtiva. O representante do Comando de Mobilização Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Frederico Augusto, explica que o movimento intitulado como Operação Padrão já ocorre em diversas capitais do país. Porém, Manaus ainda não voltou a integrar a mobilização, o que está previsto para acontecer a partir de segunda-feira (29).
Segundo Augusto, os auditores fiscais ainda aguardam a aprovação do PL por parte da Câmara dos Deputados para posteriormente seguir ao Senado. "Vamos aderir ao movimento que já acontece em várias capitais do país. Teremos operações durante a próxima semana e o cronograma ainda será definido. A ideia é intensificar as fiscalizações e gerar maior volume de trabalho", disse. Segundo Augusto, no último acordo, o governo federal prometeu resolver a pendência documental e aprovar o reajuste salarial até o mês de agosto, o que ainda não ocorreu. A categoria decidiu retomar o movimento após o anúncio recente feito pelo governo de que os reajustes salariais que ainda estavam pendentes de aprovação seriam suspensos.
"Houve um descumprimento no acordado anteriormente porque o PL não foi votado na Câmara. Logo após, o governo sinalizou que suspenderá os reajustes salariais das categorias que ainda não foram aprovados. Porém, o governo interino aprovou mais de 80% de reajuste para o funcionalismo do executivo federal enquanto poucos cargos ficaram em processo de aprovação. Isso é injusto. Por isso decidimos retomar o movimento", explicou. "Entendemos que o país está em crise, mas o governo está aprovando propostas de outros setores. Não entendemos", completa.
Saiba Mais
Mobilização de auditores da Receita afeta movimento de cargas do Porto de Manaus
Greve de auditores fiscais gera prejuízo diário de US$ 233 milhões no Amazonas
PIM espera crescimento de até 3%
Zona Franca de Manaus espera quatro entrepostos comerciais em 2017
Na avaliação do presidente do Conselho da Eletros Associação dos Fabricantes de Eletroeletrônicos,
Armando Ennes, a mobilização pode prejudicar a operação do Polo Industrial de Manaus (PIM) pondo em risco o atraso no fornecimento de insumos importados utilizados no processo de fabricação. Ele destaca que produtos como o ar-condicionado que neste período tem aumento na demanda podem ter sua produção afetada. As indústrias, segundo o empresário, não devem sentir falta dos produtos em poucos dias mas caso a situação perdure por semanas há maiores riscos de faltar insumos.
"As fábricas dependem de importação e nenhuma empresa trabalha com estoque que consiga segurar uma greve, dependendo da extensão que se tenha. O segmento de ar-condicionados está tendo aumento produtivo e essa greve será negativa porque prejudicará a liberação das cargas. Os auditores estão certos em lutar pelos seus direitos, mas a indústria não pode pagar a conta desse ato", destacou.
Histórico
O movimento grevista é nacional, teve início no dia 14 de julho, e reivindica a aprovação do PL assinado pela categoria e pelo governo federal, há quatro meses, com o compromisso de reajustar o salário da categoria em 5,5% pelos próximos 4 anos. Em Manaus o prejuízo diário da paralisação para o PIM foi estimado em US$233 milhões.
Uma comitiva do Sindifisco Nacional não conseguiu chegar a um acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), para destravar o projeto no Congresso. Segundo o
Sindifisco, o ministro alegou "dificuldades técnicas e jurídicas" para tratar do caso. Por nota, o presidente do sindicato, Cláudio Damasceno, disse que a Medida Provisória 739/16 que dá bônus especial por desempenho para os médicos peritos do INSS em benefícios por incapacidade, "escancara o desprestígio da Receita Federal".
http://portalamazonia.com/noticias-detalhe/economia/auditores-da-receita-federal-do-amazonas-preparam-paralisacao/?cHash=a8deab48fb0b81d6b9b2a57db7394d23
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário