LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Argentina



'La Nación': Brasil e barreiras tarifárias afetam comércio exterior argentino

Exportações argentinas caíram 18% em janeiro e as importações, 19%

“No início do ano, a balança comercial da Argentina voltou a mostrar claros sinais de deterioração. Tanto as exportações como as importações caíram fortemente: 18 e 19%, respectivamente. As vendas ao exterior totalizaram US$ 4,294 bilhões – o número mais baixo desde janeiro de 2010 -, enquanto que as compras somaram US$ 4,221 bilhões”. É o que diz uma matéria do jornal argentino La Nación, publicada nesta quarta-feira (25/02).
“Os especialistas não esperam uma melhora, pelo menos não para o primeiro trimestre do ano, e menos com o panorama atual de recessão, perda de competitividade, menor atividade e barreiras às importações. Segundo destacam os analistas, a queda das importações se explica principalmente pela ínfima entrada de divisas e o ‘aperta e afrouxa’ do Banco Central (BCRA), relutante em conceder dólares aos importadores”, escreve a jornalista Paloma Bigio.
Segundo os dados publicados ontem no informe de Intercambio Comercial Argentino (ICA), elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), o saldo comercial de janeiro 2015 fechou com um superávit de US$ 73 milhões, resultado que foi maior que o de janeiro de 2014, quando o saldo comercial foi de US$ 35 milhões. No entanto, naquele momento a queda nas exportações havia sido de 8% e de 4% nas importações.
Durante o mês de janeiro foi estabelecido um limite muito estreito às importações industriais. Houve poucos dias em que se liberaram as declarações juradas antecipadas de importação (DJAI), mas isso não foi suficiente para que se prolongasse até o mês seguinte a fluidez comercial. A combinação da queda dos valores exportados, o esquema administrativo do BCRA, a Secretaria de Comercio e também a AFIP juntaram forças para conseguir um saldo positivo, que chegou a 4,221 bilhões de dólares.
"O crescimento do superávit comercial se deu por uma repressão muito forte às importações, que incidiram muito durante o mês de janeiro", disse o economista Mauricio Claverí de Abeceb.com, que explicou que se deixaram entrar importações "com conta-gotas" pela forte pressão por parte do BCRA. "A esse panorama se somou a queda da atividade e a recessão que vem como herança do ano passado", acrescentou.
"Este é só um mês a mais, um mau resultado em uma cadeia de quedas sucessivas", disse Marcelo Elizondo, economista da consultoria DNI, que também apontou as barreiras às importações. Elizondo explicou que "as tradicionais DJAI estão travadas", mas que "o segundo limite mais grave foi que o Banco Central não esteve nem está concedendo dólares aos importadores ainda que já tenham tido suas declarações juradas aprovadas".
Quanto aos setores, Claverí explicou que o industrial é o mais comprometido tanto para a importação quanto para a exportação. E acrescentou que "a queda ininterrupta das exportações já tem mais de dois anos, sobretudo pela agravada perda de competitividade". Porém, o comércio do Brasil passou (e passa) por um mau momento e não consegue reagir "Sua demanda diminuiu e é nosso principal mercado das exportações", disse Claverí.
Por outro lado, Elizondo atribuiu a queda das exportações ao fato de que os produtos manufaturados na Argentina são vendidos a países latino-americanos que estão em um momento de apreciação do dólar em relação a suas moedas locais, e não acham competitivos os preços argentinos. "Excluindo a indústria automotiva, o problema mais claro está em que os custos de produção na Argentina medidos em dólares são muito altos e se torna muito difícil competir com outros mercados", acrescentou.
"As exportações apenas conseguiram alcançar os US$ 4,294 bilhões em janeiro, o valor mais baixo desde  2010. No que se refere a destinos, as maiores quedas corresponderam aos valores dos envios de bens ao Mercosul (-25%), Chile (-35%) e a União Europeia (-19%)", conclui a matéria do La Nación.
http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2015/02/25/la-nacion-brasil-e-barreiras-tarifarias-afetam-comercio-exterior-argentino/

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