LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Novo porto em Barcarena terá capacidade de movimentar até 6 milhões de toneladas de grãos



Novo porto em Barcarena terá capacidade de movimentar até 6 milhões de toneladas de grãos


Um novo terminal portuário, no município de Barcarena, a 20 km de Belém, acaba de entrar em operação. O Terminal de Ponta da Montanha é de propriedade da empresa Archer Daniels Midland Company (ADM), uma gigante do agronegócio mundial, que promete movimentar cerca de 1,5 milhão de toneladas nesta primeira fase da operação, podendo atingir 6 milhões de toneladas de grãos até 2014. O investimento previsto é de mais de US$ 200 milhões no negócio.

O empreendimento teve solenidade oficial de abertura nesta segunda-feira, 15, e contou com a presença do ministro chefe da Secretaria Nacional dos Portos, César Borges; dos secretários de Estado de Gestão, Adnan Demachki; e de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à produção, Davi Leal. Também estiveram no evento, o presidente da ADM América do Sul, Valmor Schaffer, e o presidente global de oleaginosas da ADM, Matt Jansen.

O empreendimento é uma adição à rede logística da ADM no Brasil e traz a proposta de melhorar a exportação da crescente produção nas regiões Centro-oeste e Norte do país. A empresa recebeu a aprovação oficial para iniciar suas operações no terminal em julho deste ano. Com isso, a companhia, que utilizava somente o Porto de Santos (SP) para suas exportações, amplia a logística de transportes de grãos para o exterior.

Adquirido em 2012 pela empresa, o terminal é todo planejado a partir da multimodalidade do transporte, que reunirá no futuro três vias de acesso: hidrovia, rodovia e ferrovia. O espaço foi adequado para operar granéis de origem vegetal, em especial a movimentação e o escoamento de grãos como a soja e o milho, da região Centro-Oeste e de estados como Maranhão, Piauí e Tocantins. Além disso, outra questão estratégica foi a escolha de operacionalizar a estrutura em Barcarena. De acordo com a empresa, o lugar diminui o tempo da operação de escoamento, com redução de até 34% no custo de frete para as exportações.

Para o ministro César Borges, a instalação do empreendimento representa uma vantagem competitiva para o Brasil diante do mercado internacional. “A importância deste terminal é diretamente ligada ao projeto Calha Norte, o vetor logístico de exportação de grãos pelo Rio Amazonas e seus afluentes, como o Tapajós, rio Madeira e o próprio Tocantins. Essa é uma vocação muito natural do Brasil hoje. Aqui tem uma condição privilegiada, está próximo ao Equador e isso permite que se acesse facilmente o mercado europeu, a costa leste americana, e com a ampliação do Canal do Panamá, se poderá acessar a Ásia. Então, é uma vantagem competitiva para o Brasil”, afirma.

Para com o secretário de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Davi Leal, esta é mais uma oportunidade de geração de emprego e renda para a região. “Esperamos que o crescimento da empresa seja muito grande aqui. Há uma estimativa de quadruplicar a produção deles, dentro de dois anos e, com isso, gerar mais emprego, renda e ainda tornar nosso agronegócio mais competitivo. Portanto, além do ambiente de negócios totalmente favorável, também temos que aproveitar a nossa excelente logística competitiva”, fala.

O secretário de Gestão, Adnan Demacki, também destacou o processo de operacionalização do porto como uma excelente oportunidade para a região. “Com o funcionamento do porto e a construção da extensão da ferrovia Norte-Sul, que vai vir até o porto de Barcarena, a ADM terá os três modais, ou seja, o Pará não só se tornará um corredor de exportação de grãos mas, se destacará para ser um produtor. Tem todas as condições de se tornar o estado mais competitivo, em preços de commodities e de transporte. A gente não tem a menor dúvida que o agronegócio do Pará vai crescer de forma ambientalmente correta, sustentável”, diz.

A previsão da ADM é de transportar 80% do volume de grãos por hidrovia e 20% por rodovia até a construção do trecho ferroviário que ligará Açailândia (MA) à Barcarena (PA), previsto para ser construído até 2020.

De acordo com o presidente da ADM América do Sul, Valmor Schaffer, a parceria com o estado do Pará tem tudo para dar certo. “O Pará tem esta característica da amplitude logística bem interessante. Ele proporciona um custo de escoamento de produtos bastante competitivo para a soja do Centro Oeste e do Norte e ainda tem a parte da multimodalidade: fluvial, terrestre e, no futuro, a gente tem certeza, do ferroviário. A vantagem logística de operarmos no Pará é inquestionável. E ainda encontramos aqui uma liderança muito disposta a apoiar os investimentos que viessem para cá. Isso foi fundamental”, conta.

Segundo o presidente global da áera de oleaginosas da ADM, Matt Jansen, esta área está pronta para crescer. "A produção no Brasil está crescendo, nesta região, mais rápido do que no outros lugares, e tem muito mais potencial. A ADM quer investir em um pólo bem localizado para exportar, comprar e vender essa soja, esses grãos”, afirma.

Atualmente, a ADM conta com 31 mil colaboradores em todo o mundo na conversão de sementes de oleaginosas, milho, trigo e cacau em produtos para alimentação, nutrição animal, aplicações industriais e energia. São 270 fábricas de processamento, 470 silos e redes de transporte de commodities das mais importantes do mundo. A companhia está no Brasil desde 1997 e conta com um quadro de 4.700 funcionários que trabalham no processamento de soja e comercialização de óleos. A empresa opera ainda a maior planta de biodiesel do país, o processamento de cacau, uma unidade de processamento de cana de açúcar para produção de etanol e mais de 40 silos.

Fonte:Agência Pará de Notícias/Secretaria de Estado de Comunicação\Ana Paula Bezerra

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