LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

EXPORTAÇÕES - CALÇADOS



MELHORA O RITMO DAS EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS




As exportações brasileiras de calçados alçaram uma recuperação significativa no último mês de 2013. Em dezembro os calçadistas embarcaram 12,8 milhões de pares por um valor de US$ 108,4 milhões, incrementos de 11,3% em volume e 10,3% em dólares no comparativo com o último mês de 2012 (11,5 milhões e US$ 98,2 milhões). Já no acumulado, o resultado do último mês de 2013 fez com que os exportadores empatassem com as exportações de 2012. Ao longo do ano passado foram exportados 122,9 milhões de pares que geraram US$ 1,095 bilhão, registros 8,5% superiores em volume e 0,2% em dólares com relação ao ano anterior (113,27 milhões e US$ 1,092 bilhão).

O dólar num patamar mais realista também fez com que o ímpeto das importações diminuísse. Em dezembro de 2013 entraram no País dois milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 28,4 milhões, quedas de 2,7% em volume e 18,4% em dólares no comparativo com dezembro de 2012 (2,14 milhões de pares e US$ 34,85 milhões). Mesmo com a queda em dezembro, no acumulado do ano passado as importações cresceram 12,5% em dólares e 9,8% em volume com relação a 2012. Em 2013 os brasileiros compraram 39 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 572,37 milhões. Ano passado a compra havia sido de 35,6 milhões de pares por US$ 508,56 milhões.

Com isso, a balança comercial brasileira de calçados fechou mais um ano de queda, como vem ocorrendo desde 2010, quando o saldo ficou positivo em US$ 1,2 bilhão. Em 2013 o saldo ficou em US$ 522,9 milhões, 10,5% menos do que em 2012 e o pior da história brasileira.

Para o presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, o resultado é preocupante. “A indústria brasileira está seriamente ameaçada. Como se não bastassem as quedas consecutivas nas exportações, com alguma melhoria sazonal, desde 2008, estamos assistindo a uma verdadeira avalanche de importações de produtos subfaturados no Brasil”, lamenta. Segundo ele, no ritmo em que se encontra, existe a possibilidade real de fechar com saldo zero ou até negativo ainda nos próximos anos. “É necessário que o governo brasileiro, além de desonerar o setor produtivo de forma contínua, como já vinha fazendo com o Plano Brasil Maior, acione os mecanismos de defesa comercial para que não continuemos refém de importações predatórias e fraudulentas”, aponta. O executivo alerta que, desde 2010, quando adotado o direito antidumping contra a China – que taxou o calçado daquele país em US$ 13,85 por par – o Brasil viu crescer a entrada dos mesmos produtos, mas desta vez com o carimbo de outros países através da triangulação e circunvenção das importações. “Isto já foi comprovado, mas infelizmente não existe o controle adequado para a fiscalização destes processos de elisão fiscal tão danosos para o calçado brasileiro”, afirma o dirigente.

Destinos

Entre os principais destinos das exportações brasileiras de calçados ao longo do ano, destaque para Estados Unidos, que importou 10,7 milhões de pares pelos quais foram pagos US$ 189,48 milhões, uma queda de 4,1% com relação a 2012 (US$ 197,5 milhões). O segundo destino foi a Argentina, que apesar dos entraves comerciais impostos ao longo do ano, foi responsável pela compra de 8,9 milhões de pares por US$ 118,8 milhões, uma queda de 12,6% com relação a 2012 (US$ 135,98 milhões). Em terceiro lugar aparece a França, que importou 7,9 milhões de pares que geraram US$ 69,7 milhões para os exportadores brasileiros, uma queda de 7,5% com relação ao ano anterior (US$ 75,36 milhões).

Exportadores

O principal exportador de 2013 foi o Rio Grande do Sul, que respondeu por mais de 35% do total exportado em dólares ao longo do ano. Os gaúchos exportaram 16,48 milhões de pares pelos quais receberam US$ 387 milhões, um incremento de 0,4% com relação a 2012 (US$ 385,4 milhões). O Ceará aparece em seguida, com a exportação de 51,8 milhões de pares (42% do total exportado em volume) que geraram US$ 315 milhões, queda de 1,5% frente a 2012 (US$ 319,7 milhões). O terceiro maior exportador foi São Paulo, com um incremento de 18,3% – em faturamento – com relação a 2012. Os paulistas exportaram 10 milhões de pares pelos quais receberam US$ 144,4 milhões contra US$ 122 milhões no ano anterior.

Destaque para Camboja nas importações

Mesmo sem um parque fabril e calçados consolidado, os Cambojanos surpreenderam os calçadistas brasileiros que assistiram a um aumento vertiginoso das importações daquele País. Ao longo de 2013 os cambojanos assumiram a quarta colocação no ranking dos importadores, ultrapassando países tradicionais como a Itália, por exemplo. No ano passado os cambojanos exportaram 1,6 milhão de pares de calçados pelos quais receberam US$ 20,7 milhões, um incremento de 638% com relação a 2012 (US$ 2,8 milhões). “Existe um indício claro de práticas ilegais de triangulação e circunvenção nessas importações. O Governo Federal já foi alertado”, diz Klein. Já as principais origens do ano foram Vietnã (US$ 299 milhões e aumento de 6%) e Indonésia (US$ 114,5 milhões e incremento de 14,3%).

Já em partes de calçados – cabedais, solados e demais componentes – a importação diminuiu ao longo do ano de 2013. No ano passado elas chegaram a US$ 84 milhões, 20% menos do que em 2012 (US$ 105,16 milhões). Os principais vendedores de partes de calçados para o Brasil foram China, Vietnã e Indonésia.

Fonte:Abicalçados

http://www.exportnews.com.br/2014/01/melhora-o-ritmo-das-exportacoes-de-calcados/

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