LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Além da greve na Suframa, PIM teme falta de transporte e serviço aduaneiro


Além da greve na Suframa, PIM teme falta de transporte e serviço aduaneiro


Servidores da Receita Federal anunciam paralisação para quinta-feira e motoristas de ônibus, na sexta-feira.


Da Redação / portal@d24am.com

Sindicato dos Transportes Especiais anuncia que 380 motoristas que levam os trabalhadores vão parar.Foto: Eraldo Lopes

Manaus - Em meio à crise na produção e no emprego, afetada pela greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o Polo Industrial de Manaus (PIM) enfrentará mais dois entraves. Foi anunciada outra greve de motoristas dos ônibus especiais, que transportam cerca de 140 mil trabalhadores diariamente, além da paralisação dos analistas tributários da Receita Federal, que atuam na liberação de componentes e mercadorias para a indústria.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, o setor já enfrenta dificuldades, como queda de produção, retração nos índices de faturamento, além da paralisação e incertezas envolvendo a Suframa.

"Isso tudo é muito preocupante para todos nós. A greve é um direito sagrado de qualquer trabalhador, mas vivemos um momento difícil. Qualquer categoria que fizer uma greve, neste momento, reflete na economia como um todo. A gente fica preocupado, pois isso tende a agravar mais a situação da indústria”, disse Azevedo.

O representante da Fieam ressaltou, ainda, que aproximadamente 15 empresas já deram férias e outras devem fazer o mesmo em junho. “Várias empresas anteciparam férias coletivas para ver se conseguem desovar seus estoques, e evitar que haja redução no quadro de colaboradores. Esperamos apenas que sejam greves ordeiras, sem baderna.

Este não é o momento de reivindicações de aumento de salário. Neste momento, as empresas de um modo geral estão com dificuldades para manter suas atividades, e o funcionário é o bem mais importante”, completou o vice-presidente.

De acordo com os últimos indicadores industriais da Suframa, no primeiro trimestre do ano, a queda no faturamento das empresas foi de 6,36% em real, ao somar R$ R$ 19,83 bilhões e 22,6%, em dólar, ao totalizar US$ 6,94 bilhões, resultado da baixa das vendas, que reduziu a produção e os empregos. Em março deste ano em relação a igual mês de 2014, foram perdidas 12,1 mil vagas no PIM.


Liberação de insumos e produtos são afetados

Além da greve da Suframa, as empresas do PIM também terão outra dificuldade na liberação de componentes com a paralisação anunciada para esta quarta-feira, dos analistas tributários que, entre outras atribuições, operam no trânsito aduaneiro do comércio exterior.

Segundo estimativas do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), com as atividades paralisadas na Suframa, o prejuízo diário das empresas gira em torno de R$ 300 milhões.

De acordo com o delegado sindical no Amazonas do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita), Moises Boaventura Hoyos, 30% das mercadorias que chegam nos terminais portuários e no aeroporto são encaminhadas por esses servidores à Estação Aduaneira Interior (Eadi) Aurora um ‘porto seco’ alfandegado. Na ausência do serviço dos analistas, nesta quarta-feira, a atribuição será concentrada pelos auditores fiscais.

As atividades também serão afetadas na verificação física de mercadorias, bagagens e o controle, fiscalização, vigilância e repressão aduaneira. Segundo a entidade, outros serviços também serão prejudicados, como a análise de processos de cobrança, restituição e compensação, a atividade de orientação aos contribuintes, a inscrição de contribuinte nos cadastros fiscais, inclusive de empresas, além da regularização de débitos e pendências e a emissão de certidões negativas e de regularidade.

Em mobilização nacional, a categoria cobra o reconhecimento em lei das atribuições da função, exigindo que a administração da Receita Federal promova o Mapeamento de Processos de Trabalho, que visa definir a área de atuação desses servidores.

No Amazonas são cerca de cem analistas e 7,9 mil em todo o País, que devem participar de assembleias e atos durante o dia de paralisação, antes da conclusão do mapeamento da Receita, cujo prazo encerra-se em 30 de junho, informou o Sindireceita.


Ônibus especiais: transporte de 140 mil operários será prejudicado

Em assembleia geral, que reuniu 380 motoristas, o Sindicato dos Transportes Especiais decidiu paralisar o serviço de transporte de 140 mil operários das empresas do Distrito Industrial, a partir das 4h de sexta-feira, o que afetará o turno da manhã da indústria.

O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Willian Enock, logo após a asembleia. De acordo com o sindicalista, devem parar em torno de 250 ônibus e, aproximadamente, 4 mil motoristas.

O sindicato reivindica 15% de reajuste anual e recusa a proposta das empresas, de conceder 6%, agora, mais 2%, em janeiro de 2016. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), utilizado nas negociações salariais, acumula alta de 8,34% em 12 meses, até abril. Outra reivindicação da categoria é lanche e café da manhã. As empresas estão dispostas a pagar R$ 210 de cesta básica e mais

R$ 60 de cesta natalina.

Segundo o presidente do sindicato, a categoria vai começar a mobilização em várias rotatórias simultaneamente, na da Suframa, do São José, do Armando Mendes e da Gillete, além da Avenida Torquato Tapajós.

http://new.d24am.com/noticias/economia/alem-greve-suframa-teme-falta-transporte-servico-aduaneiro/134577

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