LEGISLAÇÃO

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Tempos difíceis. O que fazer?


Tempos difíceis. O que fazer?


PAULO WERNECK é fiscal aduaneiro, escritor, professor


Enquanto a nossa mídia insiste em bombardear informações tonitruantes e parciais tentando vender a ideia de que a suposta corrupção de uns (e não a de outros) é a causa de todos os males, o mundo inteiro se vê às voltas com a ganância de uns poucos e as dificuldades e misérias de muitos.


Essas dificuldades e misérias, que afetam gravemente suas vítimas, todavia não se circunscrevem a elas, e dilapidam todo o ambiente de negócios, reduzindo mercados, aumentando barreiras comerciais, o que põe à prova as empresas, que enfrentam queda de receitas, não necessariamente acompanhadas de queda de despesas, eventualmente tendo de cortar na própria carne para manter as portas abertas, navegando num mar de dificuldades, com ondas cada vez maiores.


Nesse momento, cada um tem de definir estratégias para enfrentar essas dificuldades crescentes, sem sinal de solução à vista, dado o esfacelamento da nossa economia e das instituições nacionais e o ambiente difícil e hostil no resto do mundo.


O que fazer?


Infelizmente não posso apresentar nenhuma solução, tão somente um apanhado de reflexões, que espero possam ser úteis.


A primeira é que podemos constatar que muitas empresas sobreviveram a duas guerras e a inúmeros planos econômicos. É possível fazê-lo. O que elas têm em comum? Tanto quanto posso observar, um respeito ao negócio em si, aos seus clientes, aos seus funcionários.


Um consumidor, principalmente nos tempos mais difíceis, é fiel àqueles que proporcionam um retorno garantido e sem sustos às suas necessidades, sem espalhafato e com segurança. Arriscam-se menos a produtos e serviços da moda e se refugiam naqueles que proporcionam a mesma qualidade de sempre.


Um outro ponto é que, na impossibilidade de grandes saltos, por falta do capital necessário, pode-se aproveitar para arrumar melhor a casa, melhorando sistemas e processos, de modo a poder aproveitar com mais vigor a próxima janela de expansão da economia.


Enfim, prudência e trabalho, observando as possibilidades de manutenção e consolidação do espaço já alcançado, preparando os músculos para as possibilidades que virão. Nada piora para sempre e dias melhores virão.


Espero que no ano que se iniciará em poucos dias possamos continuar resistindo às crises, com solidariedade – aos nossos funcionários, clientes, até competidores – e esperança no que há de vir, não sabemos quanto tempo demorará, mas virá, como sempre veio e sempre virá.


Um Natal de Paz e um 2017 menos absurdo é o que desejo aos meus leitores.


(PAULO WERNECK é fiscal aduaneiro, escritor, professor)


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