Greve de auditores fiscais gera prejuízo diário de US$ 233 milhões no Amazonas
Movimento reivindica a aprovação do Projeto de Lei que pretende reajustar o salário em 5,5% pelos próximos 4 anos
MANAUS - A greve deflagrada pelos auditores fiscais da Receita Federal, há quatro dias, impacta a produção industrial amazonense. Os empresários alertam para o risco de paralisação das linhas de produção das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) caso a interrupção nas liberações perdure por mais duas semanas. Atualmente, há fabricantes paradas por falta de insumos importados, produtos que passam obrigatoriamente, pela fiscalização da Receita Federal. O prejuízo diário estimado para o PIM é de US$ 233 milhões. O movimento grevista é nacional e reivindica a aprovação do PL (Projeto de Lei) assinado pela categoria e pelo governo federal, há quatro meses, com o compromisso de reajustar o salário da categoria em 5,5% pelos próximos 4 anos.
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, informou que no primeiro dia do movimento apenas 14 contêineres abastecidos com cargas foram liberados e 386 ficaram pendentes nde aprovação. A média diária de contêineres liberados é 400. A retenção dos produtos gera perdas diárias ao PIM estimadas em US$233 milhões.
Segundo Périco, o pleito levantado pelos auditores é compreensível. Porém, o empresário informa que um movimento grevista prejudica as atividades industriais, põe em risco os empregos no âmbito estadual tanto no segmento da indústria como no comércio. Ele declarou que o Cieam precisa assegurar o direito dos associados, ação que será garantida por meios judiciais que ainda serão definidos.
O documento será protocolado ainda nesta semana. O Cieam busca um entendimento com o Sindifisco Nacional AM (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal no Amazonas). “O atraso nas liberações dos insumos destinados às atividades industriais atrapalha as linhas produtivas, reduzindo as condições de produção. Logo, os trabalhadores enfrentam um período de ócio, em um momento em que o emprego está afetado em nossa região, o que coloca os empregos em risco. O comércio também passa pela mesma situação porque os produtos também esperam por liberação, o que coloca em risco o equilíbrio financeiro do comerciante”, disse Périco.
De acordo com o presidente do Sindifisco Nacional-AM, José Jefferson Almeida, somente 30% das cargas são liberadas diariamente e medicamentos e alimentos perecíveis recebem atenção especial, com liberação imediata. Ele explica que em março o governo federal assinou um acordo que assegurava o reajuste salarial de 5,5% pelos próximos 4 anos à categoria, com vigor a partir de 2016. Porém, até o momento o PL (Projeto de Lei) não foi aprovado. Na última sexta-feira (15) em decorrência da greve nacional, o projeto tramitou do MPOG (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão) para a Casa Civil. Porém, ainda necessita da avaliação do Congresso Nacional. “O acordo foi assinado há quatro meses e estava preso no MPOG. A nossa mobilização resultou no envio do PL à Casa Civil e agora estamos aguardando as próximas tramitações. Somos cobrados, mas não somos reconhecidos pelos nossos trabalhos.
O acordo foi descumprido e só nos restou fazermos uma mobilização. Assim que o projeto for aprovado voltaremos à normalidade dos trabalhos”, disse. “Não seguraremos cargas de medicamentos, produtos essenciais ou cargas que precisam ser liberadas com celeridade. Também asseguramos o cumprimento de qualquer mandado de segurança recebido”, completou
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