Crédito para exportação soma R$ 36,8 bilhões
As exportações brasileiras bateram recorde no primeiro semestre de 2011, com valor de US$ 118,306 bilhões, parte da meta prevista para este ano, de US$ 245 bilhões. Ao mesmo tempo, a linha de crédito de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC) mantém forte expansão. Além do aumento do volume das vendas externas, especialistas apontam o crescimento do segmento como consequência de elevadas taxas de juros, aumento da inadimplência e do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que beneficia os clientes de menor risco - no caso, as grandes empresas exportadoras.
De acordo com dados do Banco Central, o saldo total na modalidade ACC somou R$ 36,836 bilhões em maio de 2011, acréscimo de 8,2% ante abril, de R$ 34,044 bilhões. Na comparação com janeiro, de R$ 31,280, o crescimento chegou a 25,5%. No acumulado de 12 meses, a expansão foi de 23,7%. Para o BC, as operações de ACC possuem significativa participação nas carteiras para pessoas jurídicas com recursos externos, que elevaram 5,7% em maio e impulsionaram o acréscimo de 1,4% do saldo total para empresas, de R$ 586,7 bilhões.
O ACC se caracteriza como a principal linha o exportador e funciona como uma antecipação de recursos em moeda nacional (em reais), por conta de uma exportação a ser realizada no futuro. Para Celso Grisi, presidente do Instituto de Pesquisa Fractal, a queda das importações e o aumento das exportações impulsionam esse segmento. Há ainda os benefícios do mercado financeiro e a isenção do IOF. "Muitas empresas trocam as linhas de capital de giro por ACC e ACE [Adiantamento sobre Contrato de Câmbio], que é isento de IOF. De dois meses pra cá, pela isenção do IOF, ficou mais barato.
O especialista também ressaltou as operações conjuntas com a compra de dólar futuro pelas companhias, o que aumenta os rendimentos. "As empresas compram dólar futuro e casam com as linhas de crédito no exterior. Na prática, se aproveita do dólar futuro com cotação mais baixa do que à vista e pisa nas operações de arbitragem", pontuou Grisi.
Para o professor de Economia do curso de Administração da ESPM, José Eduardo Amato Balian, a elevação do ACC tem relação direta com o aumento do volume das exportações, em torno de 10%, por conta do alto preço das commodities. Em paralelo, há o maior critério das instituições financeiras na concessão de financiamentos. "Essa modalidade é a que tem mais segurança para os bancos, com menos risco por se tratar de grandes empresas com contratos de venda já fechados, e para o exportador, já que é mais barata."
Ao comparar as taxas de juros, as operações de ACC apresentam quedas nas taxas de aplicação desde julho de 2010, de 16,3% ao ano, maior já registrada nos últimos 12 meses, segundo o Banco Central. Em maio deste ano, a taxa anual ficou em 12,5%, redução de 2,4 pontos percentuais no ano e de 2,7 p.p. na comparação com maio do último ano.
O Banco do Brasil é o principal agente financiador em operações de ACC e ACE, com saldo no primeiro trimestre de 2011 de R$ 3,6 bilhões, crescimento de 9,09% ante o mesmo período de 2010, de R$ 3,3 bilhões.
Diário do Comércio e Indústria
Estado quer ter 600 exportadores em 2015
Atualmente, o Ceará possui 271 empresas que atuam no comércio exterior, mas precisa ampliar a participação.
Com 271 empresas exportadoras, mas ainda na 14ª posição no ranking das exportações brasileiras, o Ceará quer agora intensificar as ações estratégicas e disseminar mais fortemente a cultura exportadora, como forma de aumentar a participação dos setores produtivos e comerciais nas vendas externas.
Com a economia do País estável, um mercado interno pujante e o câmbio em baixa, muitas empresas estariam sendo desestimuladas a exportar, acomodando-se às vendas domésticas, enquanto assistem a invasão de produtos importados, sobretudo da China, em vários segmentos da economia do Estado.
Diante dessa realidade, a Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE) traçou o Plano Estratégico 2011/2015, cuja meta é estimular os segmentos exportadores, bem como as micros e pequenas empresas a adotarem uma postura mais agressiva, um olhar para além do horizonte brasileiro e chegar ao fim de 2015 com 600 empresas exportadoras no Estado.
"A meta é ousada, mas temos que partir para esse desafio já", alerta a gestora do Projeto de Internacionalização das MPEs (Micros e Pequenas Empresas) do Sebrae, no Ceará, economista Marta Campelo.
Estratégias
Conforme disse, as estratégias para incremento da participação das empresas cearenses no mercado externo passam pelo aumento no número de palestras, seminários e cursos para o empresariado, pela capacitação das empresas com potencial de exportação, criação de câmaras setoriais, promoção de missões, feiras e rodadas de negócios e até pela diversificação da pauta de produtos exportados pelo Estado e pela diversificação dos países de destino. "Precisamos estimular a cultura exportadora nas empresas cearenses, sejam micros, pequenas ou grandes", defende Marta Campelo.
Segundo ela, ao se prepararem para o mercado externo, as empresas estarão automaticamente se capacitando e fortalecendo para o doméstico, ao passo em que abrem novos mercados e conquistam novos clientes, novos consumidores.
"Apesar do aquecimento do mercado interno, podemos destinar parte da produção, das vendas para o exterior", argumenta a gestora do Sebrae, lembrando que esta é postura adotada por empresas de fora e que, rapidamente, vêm ganhando espaço no mercado brasileiro.
"Precisamos pensar no futuro, abrir novos caminhos", adverte Campelo, destacando a importância do setor produtivo buscar se aprimorar mais quanto aos aspectos qualitativos da produção, embalagens, logística e modernização tecnológica do parque fabril.
A CCE é composta por representantes do Banco do Nordeste, Aprece, Banco do Brasil, Correios, Fiec, Faec e Governo do Estado, por meio da Adece, da STDS e do Nutec/ Peiex, Instituto Agropólos e o Sebrae-CE.
Portos e Navios
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