Tempo de liberação de cargas em aduana triplica |
A operação-padrão dos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil já começa a afetar as liberações de mercadorias nas aduanas dos portos, aeroportos, portos secos das fronteiras. Há informações de que empresas, que mesmo com regime especial aduaneiro, têm demorado até três semanas para conseguir a liberação de mercadorias no porto de Paranaguá. O prazo destas empresas, geralmente não passava de uma semana em função da classificação feita pelo sistema federal de fiscalização.
O gerente técnico aduaneiro da Mundial Import & Export Solutions, Carlos César Pilarski, afirma que a situação já estava complicada antes mesmo da operação porque o volume de movimentação dobrou, mas o número de pessoal permaneceu o mesmo. “Soma-se a isso tudo, a implantação da operação Maré Vermelha, que implementou regras mais rígidas para a liberação de determinadas mercadorias, em função do tipo de produto e origem”, disse. Sem citar o nome de nenhuma empresa, Pilarski acrescentou que vários grupos estão sendo obrigados a repensar os seus estoques e linhas de produção para adequarem a demanda interna com a nova realidade. “Os prejuízos são computados como o tempo de armazenamento, demora para a liberação do contêiner e, enfim, a demora para que o produto chegue à prateleira e consequentemente ao consumidor”, diz. A situação no Porto Seco de Curitiba só não é pior por falta de gente, segundo Marcelo Calheiros Soriano, delegado da Delegacia de Curitiba do Sindicato Nacional Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco). “Para você ter uma ideia, no Afonso Pena (Aeroporto Internacional) trabalham seis pessoas, quando seriam necessários, no mínimo, mais um auditor e dois analistas”, calcula. Ele ressalta que só no terminal de cargas de Joinvile (SC) há quatro auditores. Fronteira — Ontem pela manhã, o Porto Seco de Foz do Iguaçu estava com a sua capacidade estourada em mais 200%. O Porto Seco que, tem capacidade de 750 cargas, estava com 950 caminhões no pátio e aproximadamente 1000 caminhões aguardando nas proximidades uma vaga para entrar na Estação Aduaneira. Para evitar maiores problemas, os Auditores-Fiscais de Foz do Iguaçu decidiram, em um esforço conjunto, desembaraçar até o fim da tarde de ontem, todos os despachos apresentados no Porto Seco até o fim da semana anterior. Os Auditores-Fiscais lembram que o Sindifisco Nacional vem tentando abrir uma frente de negociação com o governo há mais de um ano, sem, contudo, obter, até o momento, a menor sensibilização do governo para os pleitos da categoria. Paralisação — Ontem houve uma assembléia da categoria em Guarulhos (SP), que contou com mais de 300 auditores. Segundo Soriano, que esteve presente, a categoria deverá manter a operação-padrão como forma de tentar pressionar o governo federal a negociar. Caso não ocorram avanços, a categoria deve votar pela paralisação por tempo indeterminado a partir de agosto. Fonte: Bem Paraná/Ana Ehlert |
Auditores da Receita ameaçam parar 100% das atividades
Auditores
fiscais da Receita Federal estudam paralisar totalmente os trabalhos caso o
governo não aceite negociar as reivindicações da
categoria.
Segundo o
Sindifisco nacional, sindicato da categoria, a medida será tomada caso não haja
qualquer aceno do Ministério do Planejamento até 31 de
julho.
Atualmente, os auditores realizam
operações-padrão em todas as cargas dos canais amarelo e vermelho de exportação
e importação --produtos que necessariamente passam por checagem de documentação,
mas nem sempre pela conferência física da carga.
A
categoria reivindica reajuste de 30,18%. O governo ainda não fez nenhuma
contraproposta. Segundo o sindicato, a greve tem a adesão de 80% da categoria e
o governo pode deixar de arrecadar R$ 150 milhões por dia com as
operações-padrão. A Receita não confirma o número.
DECISÃO EM
PLENÁRIA
Se nenhuma
contraproposta satisfatória for apresentada até a data estipulada, diz a
categoria, haverá assembléia em 1º de agosto para votar indicativo de suspensão
total das atividades.
O
cronograma foi fechado em plenária realizada nesta terça e quarta-feira, em
Guarulhos (SP). Os grevistas querem ser convocados pelo governo federal para
conversar, antes de passarem à "segunda fase" do
movimento.
"Se isto
acontecer, estaremos preparados para sustentar uma luta que já vem apresentando
os primeiros resultados", disse Pedro Delarue, presidente do Sindifisco
nacional, em nota enviada pela assessoria de
imprensa.
O
sindicato diz que aproximadamente 400 auditores fiscais compareceram à
plenária.
Nesta quinta-feira (28), há convocação
de manifestação em frente ao Ministério do Planejamento, a partir das
14h.
Folha de São Paulo
Transportadoras iguaçuenses perdem R$ 300 mil por dia com operação-padrão
Transportadoras iguaçuenses perdem diariamente cerca de R$ 300 mil em decorrência da operação-padrão dos auditores-fiscais da Receita Federal. O cálculo é da Associação das Transportadoras Internacionais de Foz do Iguaçu, que une 32 empresas. Iniciada em 18 de junho, a mobilização dos servidores se concentra, além da delegacia local, principalmente no porto-seco, onde as cargas são liberadas apenas após uma minuciosa inspeção. O resultado é a demora no processo,o que acaba resultando em perdas para o setor. Para tentar minimizar o problema, a ATIFI solicitou que para as cargas a operação fosse suspensa temporariamente, o que aconteceu na terça e quarta-feira. . (Nelson Figueira)
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