LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 6 de junho de 2011

PORTOS E LOGÍSTICA - 06/06/2011

ANTAQ RECEBERÁ A PARTIR DE AGOSTO O RG DO CONTÊINER
Os portos e terminais de uso privativo (TUPs) deverão enviar a identificação do contêiner para o Sistema de Desempenho Portuário (SDP) da ANTAQ. "Trata-se do RG do contêiner", disse o gerente de Estudos e Desempenho Portuário da Agência, Bruno Pinheiro, que se reuniu, na quinta-feira (2), em Brasília, com os gestores do SDP dos portos nacionais. Eles são os responsáveis por enviar os dados de cada porto para a ANTAQ.

O SDP armazena diversas informações sobre o desempenho dos portos do Brasil e pode ser acessado pelo site da ANTAQ (http://www.antaq.gov.br). Com o sistema, a sociedade tem acesso à movimentação de carga, à prancha média, à taxa de ocupação de cada porto, entre outros dados.
Os gestores poderão enviar a identificação do contêiner para a Agência a partir de agosto. Em janeiro de 2012, o envio dessa informação será obrigatório. "Com esse dado, saberemos toda a viagem que o contêiner fez. Isso facilitará os estudos de cabotagem e será possível identificar que portos são hub ports, entre outros benefícios", afirmou Pinheiro, referindo-se àqueles portos que recebem embarcações e distribuem as cargas para diversos portos.
Outra alteração é que o SDP também terá dados sobre operações de transbordo. "Essa informação nos permitirá saber, por exemplo, se determinado contêiner ficará em Santos ou fará uma escala e seguirá para outro porto", apontou o gerente, lembrando que a partir de agosto os gestores não precisarão mais informar o peso líquido da carga dentro do contêiner. "Esse cálculo ficará sob a responsabilidade da ANTAQ."
O gerente ressaltou que 33 portos públicos enviam seus dados para a ANTAQ através do SDP. A exceção fica por conta do Porto de Estrela (RS), já que tem uma pequena movimentação de carga. Em relação aos terminais, há 129 TUPs autorizados pela Agência e 109 estão em operação. Todos os que estão em funcionamento enviam seus dados.
Agência Nacional de Transportes Aquaviários

 

Brasil se destaca na Nor-Shipping, maior feira naval do mundo

Espera-se que pelo menos dois terços das empresas brasileiras façam negócios com a Noruega.

Entre os dias 24 a 27 de maio, em Oslo, na Noruega, ocorreu o principal fórum para a indústria marítima global, a Nor-Shipping. Uma coisa é certa: o Brasil ganhou reconhecimento do mercado naval pelo seu avanço tecnológico e sua presença econômica no mundo. A delegação formada por 21 empresas brasileiras do setor naval e consultores da ABDI e do Sebrae Nacional construiu importantes relações e parcerias com os expositores europeus.
“A participação brasileira no maior fórum mundial do setor de indústria naval mostra a importância do apoio do Projeto de Apoio à Inserção Internacional de Pequenas e Médias Empresas (PAIIPME) às empresas brasileiras, permitindo aos empresários conhecer o estado-da-arte em tecnologia e inovação do setor”, destaca o diretor da ABDI, Clayton Campanhola.
Para o especialista em projetos internacionais da ABDI, Carlos Costa, o mais importante foi perceber que o gap tecnológico entre Brasil e Noruega é muito pequeno. “De 2010 para cá, avaliamos que não houve significativo salto em inovação por parte dos fabricantes estrangeiros no setor naval. E o mais importante é que o nosso processo de catch-up (equiparação) está em ascensão, ou seja, estamos produzindo inovação também no setor naval”, destaca o especialista.
Na rodada de negócios promovida pelo Sebrae, várias empresas brasileiras conseguiram vislumbrar oportunidades de negócios com as empresas norueguesas. “Podemos dizer que dois terços das empresas brasileiras conseguiram ver oportunidades de negócios durante a rodada”, afirma Carlos Costa.

Durante a Nor-Shipping foi promovido o Brazil Day, no dia 25 de maio, em que as empresas brasileiras se apresentaram para potenciais compradores, fornecedores e parceiros do mercado internacional. No mesmo dia, o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, foi palestrante na conferência intitulada “Agenda Offshore”. Segundo Carlos Costa, após a palestra de Gabrielli foi dado o tom que o Brasil precisava na Nor-Shipping: “O presidente da Petrobrás demonstrou as perspectivas de negócios envolvendo a exploração do Pré-sal, e que essa pode ser uma grande oportunidade para a Noruega construir laços de cooperação conosco”.
Na agenda que a delegação brasileira teve na Embaixada do Brasil, em Oslo, o destaque ficou por conta das reais possibilidades de negócios entre Brasil e Noruega tanto no campo governamental quanto no privado. “Pretende-se criar uma parceria industrial com a Noruega, tal como aquela que foi implementada com a Suécia e que culminou com a criação do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro – CISB”, explica Carlos. Os possíveis setores nos quais se pretende avançar no diálogo entre Noruega e o Brasil são petróleo e gás, energia renovável e construção naval.
[Para saber mais sobre o que foi discutido na fórum naval Nor Shipping, link da revista do evento: http://www.km.kongsberg.com/ks/web/nokbg0397.nsf/AllWeb/8DCDB0E4892D6740C12578940042A83B/$file/Fullpicture-Magazine-2011-1.pdf?OpenElement].

Perfil-O PAIIPME é fruto de um acordo de cooperação entre Brasil e União Europeia para a inserção competitiva das PME brasileiras no mercado europeu. Com um orçamento de 44 milhões de euros (metade proveniente de fundos não-reembolsáveis da União Europeia e metade proveniente de fundos brasileiros de origem pública e privada), é o maior projeto de cooperação técnica cofinanciado pela União Europeia em execução na América Latina. Suas ações acontecem por meio de parcerias com entidades nacionais, setoriais e locais, públicas e privadas. O MDIC, órgão brasileiro beneficiário dos recursos europeus destinados ao PAIIPME, delegou à ABDI a responsabilidade de executar as atividades de implementação e gestão do Projeto. A iniciativa já beneficiou mais de 2.500 PME, com ações de assistência técnica, formação de recursos humanos, aquisição de equipamentos de alta complexidade tecnológica, intercâmbio entre instituições homólogas, capacitação empresarial e realização de estudos. www.abdi.com.br




Porto planeja complementaridade com portos da Argentina e Uruguai

Com localização geográfica e infraestrutura privilegiadas, o Porto do Rio Grande consolidou-se como o Porto do Cone Sul. Na perspectiva de um cenário cada vez mais favorável à movimentação portuária, o porto gaúcho pretende realizar acordos de cooperação operacional com os portos de Montevidéu e Buenos Aires.

Uma relação internacional mais estreita está em desenvolvimento desde o encontro realizado na Intermodal South America, em abril deste ano, em São Paulo. Na ocasião, o superintendente do Porto, Dirceu Lopes, reuniu-se com o Presidente da Administración Nacional de Puertos (ANP) do Uruguai, Alberto Díaz Acosta.
A intenção é desenvolver uma complementaridade com os portos dos países vizinhos, ao invés de uma competição por cargas. A sistemática pretendida é de que os navios que partem do Uruguai e Argentina com carga incompleta, possam realizar o preenchimento da mercadoria no Porto do Rio Grande, visto que este possui um canal de acesso mais profundo que a entrada do Rio da Prata. Da mesma forma que os navios com destino aos outros países, podem desembarcar, anteriormente, parte da carga no porto-riograndino.
De acordo com o superintendente, a complementaridade poderá resultar em um crescimento de até 35% no volume de cargas movimentadas. Além disso, a interação também oportuniza a consolidação de Rio Grande como rota de novas mercadorias. “É preciso incluir nessa proposta todos os envolvidos no setor, como importadores e exportadores, armadores e operadores portuários. Já o transporte das cargas entre os portos, poderia ser designada às autoridades portuárias através de sistemas informatizados”, explicou Lopes.
As questões envolvendo a complementaridade dos portos devem ser debatidas em um encontro entre as administrações portuárias, que está sendo planejado para agosto, em Montevidéu.
Lorena Barros Garibaldi.
Revista Fator Brasil



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