INCENTIVO AO SETOR PRODUTIVO CHEGA ESTE MÊS, DIZ PIMENTEL
A aguardada Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC), segunda versão da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), está em fase final de elaboração e deverá ser lançada ainda este mês. A expectativa da indústria é de que até o final de junho o governo oficialize o plano para conter o processo de desindustrialização que as entidades afirmam estar em curso no País. Dentre as medidas, estão na ordem do dia a desoneração do investimento com a redução de carga tributária envolvendo utilização imediata dos créditos de ICMS, PIS/Pasep e Cofins nas compras de bens de capital, além da ampliação de linhas de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou na sexta-feira a uma plateia de empresários do setor siderúrgico que as medidas terão o objetivo de aumentar a competitividade da indústria brasileira, que, segundo ele, corre risco em razão da forte valorização do câmbio. O ministro disse que essas ações oficiais objetivam promover desoneração tributária para empresas, inclusive nos investimentos em máquinas e equipamentos. Algumas medidas, continuou, devem ser adotadas com a meta de ampliar o consumo per capita de aço no País, que é de um quarto do verificado na China.
No final do mês passado, representantes dos trabalhadores e empresários apresentaram 32 medidas que devem fazer parte da agenda da competitividade. Além dos pontos citados pelo ministro, fazem parte das propostas o aprimoramento institucional e fortalecimento do BNDES e Finep, além de instituições de coordenação do PDP; exigência da adoção do conceito de conteúdo nacional como diretriz garantindo que as políticas públicas tenham efeitos exclusivamente para a indústria brasileira.
A China ganhou um capítulo à parte no documento apresentado ao governo. Para o gigante asiático, o setor industrial exige manter o tratamento como economia que não opera em condições predominantes de mercado; aplicar salvaguardas transitórias para produtos específicos, conforme permitido pelo Protocolo de Acesso da China à Organização Mundial do Comércio. Além desses pontos as propostas englobam ações de proteção do mercado interno, de incentivo às exportações e de maior controle das fronteiras nacionais.
Discurso
O ministro esteve reunido um dia antes com diversas entidades representantes do setor produtivo nacional na sede da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em São Paulo. Nesse encontro, que ocorreu a portas fechadas, esteve o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Conforme apurou o DCI, o governo apresentou o nível de andamento dos trabalhos ao Fórum Nacional da Indústria. Pimentel admitiu que a força do real ante o dólar, dificilmente, será modificada nos próximos trimestres em função da macroeconomia. Com essa exposição, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que há uma expectativa de que o setor industrial receba até o final deste mês as medidas que visam combater a queda do ritmo industrial.
A depender do teor do discurso do interlocutor do governo no meio empresarial, Jorge Gerdau, um ponto nevrálgico da política deverá ficar com a desoneração do capital investido. Ele, que é presidente da Câmara de Gestão a Competitividade do governo federal, classificou a arrecadação de impostos como "tapeação" e "escândalo antidemocrático por não ser transparente. Mencionou a energia elétrica, um dos insumos mais caros para a indústria como um exemplo. "Para a indústria, este insumo tem 107% de impostos cobrado em cima dela mesma", indignou-se.
Automobilístico
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Bellini, reforça a análise de que perda de competitividade da indústria é causada por fatores como o câmbio desvalorizado, o elevado custo de mão de obra e o custo da energia.
Segundo ele, a desaceleração no ritmo de crescimento das vendas de automóveis no mercado brasileiro, registrada esse ano, pode provocar uma queda na taxa de utilização do setor. Isso porque o programa de investimentos da indústria automotiva prevê aporte de US$ 11,2 bilhões entre 2010 e 2012. O montante, segundo o executivo, é baseado em uma perspectiva de crescimento do mercado brasileiro próximo a 10%, o que sinaliza um descasamento entre as projeções e os últimos resultados do setor.
Dados apresentados por Bellini indicam que o mercado brasileiro deverá crescer 5% este ano, ante média de 15% nos últimos cinco anos. Fato que levaria ao aumento da ociosidade do setor automobilístico citado por ele. Isso, mesmo com as seguidas reduções de margens de lucro que as montadoras vêm implementando no mercado para combater a entrada de automóveis importados no mercado nacional.
O menor ritmo de vendas neste ano, alertou o executivo, é consequência das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo na tentativa de controlar a inflação. Por isso, Bellini se mostrou conformado com a atuação governamental. "Entendemos que é um momento conjuntural. São necessárias medidas macroprudenciais para ajustar a inflação para o centro da meta e com isso assegurar o crescimento futuro do País", afirmou o executivo, que hoje divulga o balanço da produção de veículos das associadas.
Diário do Comércio e Indústria
A aguardada Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC), segunda versão da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), está em fase final de elaboração e deverá ser lançada ainda este mês. A expectativa da indústria é de que até o final de junho o governo oficialize o plano para conter o processo de desindustrialização que as entidades afirmam estar em curso no País. Dentre as medidas, estão na ordem do dia a desoneração do investimento com a redução de carga tributária envolvendo utilização imediata dos créditos de ICMS, PIS/Pasep e Cofins nas compras de bens de capital, além da ampliação de linhas de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou na sexta-feira a uma plateia de empresários do setor siderúrgico que as medidas terão o objetivo de aumentar a competitividade da indústria brasileira, que, segundo ele, corre risco em razão da forte valorização do câmbio. O ministro disse que essas ações oficiais objetivam promover desoneração tributária para empresas, inclusive nos investimentos em máquinas e equipamentos. Algumas medidas, continuou, devem ser adotadas com a meta de ampliar o consumo per capita de aço no País, que é de um quarto do verificado na China.
No final do mês passado, representantes dos trabalhadores e empresários apresentaram 32 medidas que devem fazer parte da agenda da competitividade. Além dos pontos citados pelo ministro, fazem parte das propostas o aprimoramento institucional e fortalecimento do BNDES e Finep, além de instituições de coordenação do PDP; exigência da adoção do conceito de conteúdo nacional como diretriz garantindo que as políticas públicas tenham efeitos exclusivamente para a indústria brasileira.
A China ganhou um capítulo à parte no documento apresentado ao governo. Para o gigante asiático, o setor industrial exige manter o tratamento como economia que não opera em condições predominantes de mercado; aplicar salvaguardas transitórias para produtos específicos, conforme permitido pelo Protocolo de Acesso da China à Organização Mundial do Comércio. Além desses pontos as propostas englobam ações de proteção do mercado interno, de incentivo às exportações e de maior controle das fronteiras nacionais.
Discurso
O ministro esteve reunido um dia antes com diversas entidades representantes do setor produtivo nacional na sede da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em São Paulo. Nesse encontro, que ocorreu a portas fechadas, esteve o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Conforme apurou o DCI, o governo apresentou o nível de andamento dos trabalhos ao Fórum Nacional da Indústria. Pimentel admitiu que a força do real ante o dólar, dificilmente, será modificada nos próximos trimestres em função da macroeconomia. Com essa exposição, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que há uma expectativa de que o setor industrial receba até o final deste mês as medidas que visam combater a queda do ritmo industrial.
A depender do teor do discurso do interlocutor do governo no meio empresarial, Jorge Gerdau, um ponto nevrálgico da política deverá ficar com a desoneração do capital investido. Ele, que é presidente da Câmara de Gestão a Competitividade do governo federal, classificou a arrecadação de impostos como "tapeação" e "escândalo antidemocrático por não ser transparente. Mencionou a energia elétrica, um dos insumos mais caros para a indústria como um exemplo. "Para a indústria, este insumo tem 107% de impostos cobrado em cima dela mesma", indignou-se.
Automobilístico
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Bellini, reforça a análise de que perda de competitividade da indústria é causada por fatores como o câmbio desvalorizado, o elevado custo de mão de obra e o custo da energia.
Segundo ele, a desaceleração no ritmo de crescimento das vendas de automóveis no mercado brasileiro, registrada esse ano, pode provocar uma queda na taxa de utilização do setor. Isso porque o programa de investimentos da indústria automotiva prevê aporte de US$ 11,2 bilhões entre 2010 e 2012. O montante, segundo o executivo, é baseado em uma perspectiva de crescimento do mercado brasileiro próximo a 10%, o que sinaliza um descasamento entre as projeções e os últimos resultados do setor.
Dados apresentados por Bellini indicam que o mercado brasileiro deverá crescer 5% este ano, ante média de 15% nos últimos cinco anos. Fato que levaria ao aumento da ociosidade do setor automobilístico citado por ele. Isso, mesmo com as seguidas reduções de margens de lucro que as montadoras vêm implementando no mercado para combater a entrada de automóveis importados no mercado nacional.
O menor ritmo de vendas neste ano, alertou o executivo, é consequência das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo na tentativa de controlar a inflação. Por isso, Bellini se mostrou conformado com a atuação governamental. "Entendemos que é um momento conjuntural. São necessárias medidas macroprudenciais para ajustar a inflação para o centro da meta e com isso assegurar o crescimento futuro do País", afirmou o executivo, que hoje divulga o balanço da produção de veículos das associadas.
Diário do Comércio e Indústria
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