LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 9 de março de 2011

PORTOS E LOGISTICA - 09/03/2011

Tarifa de armazenagem coloca porto de Rio Grande em desvantagem em comparação a SC
Segundo sindicato, um quarto dos clientes está migrando para portos catarinenses.

Importar cargas em contêiner ficou mais caro no porto de Rio Grande desde que o Terminal de Contêineres (Tecon) mudou a tarifa de armazenagem. Segundo o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado, a alteração coloca Santa Catarina em vantagem na disputa com o porto gaúcho.

— Um quarto dos nossos clientes está migrando para portos catarinenses. Além da tarifa de armazenagem, o pedágio é mais barato e os incentivos fiscais maiores — confirma Enio César Oliveira, da estação aduaneira privada MultiAmarzéns, de Novo Hamburgo.
A taxa de armazenagem de Rio Grande é superior a de outros cinco portos das regiões Sul e Sudeste. No porto de Itajaí (SC), por exemplo, a taxa de armazenagem é de 0,26% do CIF (uma taxa portuária que reúne valor de carga, seguro e frete marítimo) para períodos de 10 dias, bem inferior ao custo gaúcho.

Antes, o Tecon Rio Grande cobrava um valor mínimo de 0,41% sobre o CIF correspondente a 15 dias de armazenagem no terminal. Se uma mercadoria importada tivesse a taxa de R$ 100 mil, sua passagem no terminal custaria R$ 410, independentemente se ficasse 15 ou cinco dias.

O Ministério Público denunciou a prática em 2006. Na terça-feira, o Superior Tribunal de Justiça negou um recurso do Tecon, proibindo a cobrança das taxas quinzenais, já alteradas pelo terminal. No ano passado, a tarifa mudou, para se adequar a uma norma da Receita Federal.
 Zero Hora



Empresas recusam, e horário de Congonhas não será reduzido
O governo federal e as companhias aéreas não aceitaram a redução em uma hora da operação do aeroporto de Congonhas (zona sul).

Por conta do barulho dos aviões, a Prefeitura de São Paulo e moradores do entorno do aeroporto defendem que Congonhas passe a abrir às 7h, e não às 6h, como hoje. Ontem, uma audiência na Justiça tentou, sem êxito, mediar um acordo.

Foi a etapa final de um grupo formado por iniciativa da Justiça, nove meses atrás, para sanar um impasse que se arrasta desde 2007, quando moradores entraram com ação sobre o assunto.

Sem conciliação, caberá à Justiça decidir se a restrição acontecerá -a sentença pode levar anos para sair. Na prática, Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Infraero (estatal que administra aeroportos) e aéreas ganham tempo para manter Congonhas em operação nos moldes atuais, das 6h às 23h.
O trio mal cedeu durante o grupo de trabalho; houve apenas a mudança de lugar da checagem de motores, o que diminuiu o barulho para a vizinhança do aeroporto. Moradores e prefeitura, por sua vez, haviam aceitado, em 2010, que o aeroporto fechasse por uma hora -e não duas, como pleiteavam.
A Anac está produzindo um levantamento sobre o barulho na vizinhança. A agência verificará também se o isolamento acústico das casas resolve o problema. Na tentativa de um acordo, o Ministério Público Federal propôs um cronograma para que empresas, a Anac e a Infraero se comprometessem a implantar a redução de horário. Ninguém se manifestou.


A agência elaborou relatório, antecipado pela Folha anteontem, em que sustenta ser inviável a mudança. Entre as razões está a saturação de aeroportos próximos, prejuízos às empresas (R$ 206 milhões/ano) e à Infraero (R$ 25 mi/ano) e impacto à malha aérea do país.
Folha de São Paulo



ANTAQ disponibiliza Anuário Estatístico Aquaviário na sua página na internet
A ANTAQ lança hoje o seu Anuário Estatístico Aquaviário, em substituição ao Anuário Estatístico Portuário, que estava em funcionamento desde 2001. Mais completo, o novo produto contempla, além dos dados da movimentação dos portos públicos e terminais de uso privativo, estatísticas das navegações interior e marítima. A publicação já está disponível na página da ANTAQ, na internet (www.antaq.gov.br).

O anuário tem como principal base de dados o Sistema de Desempenho Portuário. O SDP é alimentado com informações da movimentação de cargas nos portos e terminais privativos, que são enviadas mensalmente para a Agência, por meio eletrônico, pelos administradores das instalações portuárias. Ao todo, estão integrados ao Sistema 108 terminais privativos, uma estação de transbordo de carga (terminal privativo interior e de pequeno porte) e 33 portos públicos.
As informações referentes às navegações marítima e interior são obtidas através da análise dos dados do SDP, do Sistema Corporativo e do Sistema de Gerenciamento do Afretamento da Navegação Marítima e de Apoio (SAMA) no Sistema de Informações Gerenciais (SIG).
O Anuário Estatístico Aquaviário é dividido em seis partes: “movimentação portuária”, “navegação de cabotagem”, “navegação de longo curso”, “afretamentos”, “navegação em vias interiores” e “frota”.

Segundo o gerente de Estudos e Desempenho Portuário da ANTAQ, Bruno Pinheiro, agora o setor passa a contar com um instrumento mais eficaz à tomada de decisões para o planejamento da atividade portuária, para a regulação e fiscalização dos portos e terminais privativos e para o desenvolvimento dos setores da navegação interior e da navegação marítima: “O Anuário Estatístico Portuário já fornecia algumas informações sobre as duas áreas de navegação, mas com o foco no porto. Agora, no novo anuário, também contaremos com informações sobre o trânsito das cargas entre os portos”, apontou.

Navegação marítima

O gerente de Desenvolvimento e Regulação da Superintendência de Navegação Marítima e de Apoio, Wagner Moreira, explica que o foco da SNM são as informações de origem e destino da carga. “Assim, quando a SNM contabiliza a movimentação de uma carga de cem toneladas na navegação de cabotagem, por exemplo, em tese é contada pela SPO como a movimentação de 200 toneladas de carga, ou seja, cem de embarque e cem de desembarque”, exemplificou.
De acordo com Moreira, a análise pela Superintendência dos dados do SDP, SAMA E SIG, gera um subproduto importante para a Agência, ao permitir a verificação de cargas com origem ou destino em terminais não autorizados, ou que foram transportadas por empresas não autorizadas para aquele tipo de navegação. “Em outras palavras, o trabalho de validação dos dados do SDP, do SIG e do SAMA contribuirá para o aperfeiçoamento e o aumento da abrangência, da integração e da confiabilidade das informações dos três sistemas”, observa o gerente de Desenvolvimento da Navegação Marítima e de Apoio da ANTAQ.
O novo anuário também traz um retrato dos dados anuais do afretamento de embarcações na navegação marítima. O acompanhamento das autorizações/registros dos afretamentos, assim como a liberação de transporte de carga prescrita à bandeira brasileira em embarcações estrangeiras, pertencentes às empresas estrangeiras, propiciam avaliar o nível de competitividade do Brasil nos cenários político e econômico do transporte marítimo internacional.
Os resultados desse acompanhamento podem servir ainda para subsidiar o estabelecimento de políticas públicas que favoreçam a consolidação dos marcos regulatórios existentes no transporte aquaviário e fomentem o desenvolvimento de uma marinha mercante nacional
Navegação interior

A área da navegação interior é uma das principais novidades do novo anuário, ao apresentar os dados da movimentação de cargas pelo setor em todo o Brasil e da frota autorizada. A publicação contempla informações sobre as quatro principais regiões hidrográficas nacionais (Amazonas, Sul, Tocantins-Araguaia e Paraná) e uma internacional (Paraguai), englobando grande parte da movimentação nos portos e terminais privativos hidroviários interiores.
Para o gerente de Desenvolvimento e Regulação da Superintendência de Navegação Interior, Adalberto Tokarski, o novo anuário permite distinguir, por exemplo, o volume da carga da cabotagem e a interior, mesmo quando há intercessão entre os dois tipos de navegação. “O dado nos permite fazer essa diferenciação, da mesma forma que em relação à navegação de longo curso em águas interiores”, explicou.
Algumas das informações que estarão disponíveis sobre o setor no novo anuário são: transporte de carga por tipo de navegação e natureza da carga/Brasil; transporte de cargas na navegação interior por grupo de mercadorias e principais produtos/Brasil; transporte de carga na navegação de cabotagem e no longo curso em vias interiores, por grupo de mercadorias e principais produtos/Brasil; transporte de cargas por tipo de navegação e regiões hidrográficas; matriz origem/destino por unidade da federação/país, na navegação interior internacional por país e na cabotagem em vias interiores por unidade da federação.
Serão disponibilizados ainda dados sobre a frota, compreendendo os transportes longitudinal de cargas, de passageiros e misto e de travessias, que permitirão conhecer os diferente tipos de embarcações, as bacias em que estão operando e sua idade média.
De acordo com Tokarski, esse tipo de estatística é importante para subsidiar políticas públicas na área dos transportes. “A partir desses dados, o governo pode facilitar o crédito para aquisição de embarcações que irão operar no escoamento de um determinado produto estratégico e, com isso, melhorar a logística de transportes de toda uma região produtora”, concluiu o gerente de Desenvolvimento da Navegação Interior.
ANTAQ



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