GOVERNO DEVE ANUNCIAR IMPOSTO MAIOR
PARA IMPORTADOS NA TERÇA
O governo vai
aumentar o protecionismo contra produtos importados e diminuir os juros dos
empréstimos bancários. Na próxima terça-feira, a presidente Dilma Rousseff deve
anunciar o aumento da alíquota de Cofins para produtos importados em circulação
no mercado brasileiro e novas taxas de juros principalmente de bancos
oficiais.
As medidas fazem
parte do pacote que será anunciado na próxima semana pelo governo na tentativa
de proteger e fortalecer a indústria. O anúncio das medidas foi em parte
antecipado anteontem em surpreendente café da manhã com líderes partidários
oferecidos pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Conforme a
assessoria do vice-líder do governo, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que participou
do encontro com Mantega, o aumento da Cofins valerá, em princípio, para 35
produtos usados na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Em contrapartida,
bens semelhantes a esses 35 produtos que forem fabricados no Brasil receberão
desoneração na folha de pagamento para se tornarem mais competitivos contra os
importados. Terão a alíquota de contribuição patronal para a Previdência zerada
e passarão a pagar 1% do faturamento bruto.
"A desoneração da
folha de pagamentos, que já começou a ser feita no ano passado, e medidas para a
ampliação de investimentos para a indústria devem ser anunciados na próxima
semana", disse o deputado Hugo Leal.
De acordo com
líderes que participaram do encontro com Mantega, a Fazenda deve anunciar a
inclusão de mais oito setores na lista dos que serão beneficiados com a
desoneração da folha de pagamento - deixam de contribuir com 20% sobre salários
dos empregados e passam a recolher 1% sobre o faturamento.
Há pressões dos
setores eletroeletrônico e fabricantes de ônibus, cujos representantes estiveram
reunidos com Mantega para tratar do tema, que já foi discutido com indústria
têxtil, autopeças, móveis, naval, aeroespacial e plásticos.
Em troca dos 20% de
contribuição patronal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os setores
que estão no processo de desoneração da folha de pagamentos (confecção, calçados
e call centers) têm seu faturamento tributado em 1,5%. O setor de softwares, por
sua vez, paga 2,5% sobre o faturamento em troca da desoneração da folha.
O ministro manteve
reuniões com representantes do setor financeiro na busca de reduzir o custo dos
empréstimos no País. Manteve reunião com a cúpula dos principais bancos (BB,
Caixa, Bradesco, Itaú, Santander e BTG Pactual) e da Febraban. A estratégia de
Dilma é de forçar uma redução no spread bancário.
No que se refere ao
crédito, está prevista a redução de juros nos financiamento do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: Diário do Comércio e Indústria
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