LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 23 de abril de 2012

PORTOS E LOGÍSTICA - 23/04/2012



Guarujá enfrenta congestionamento de 13 quilômetros

Fernanda Balbino
Um protesto de caminhoneiros na Rua Idalino Pinez (conhecida como Rua do Adubo), em Guarujá, agravou os congestionamentos que vem sendo frequentes há pelo menos um mês nas rodovias Cônego Domênico Rangoni (SP 055) e na SP 248. As duas estradas ligam as cidades de Cubatão e Guarujá e são importantes acessos aos terminais portuários da Margem Esquerda (Guarujá) do Porto de Santos.

Segundo a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), a fila de veículos chegou a 13 quilômetros. Durante a tarde, a paralisação se estendeu entre os km 256 e km 248 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni e, na sequência, do km 0 ao km 5 da Rodovia SP-248.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (Sindicam), o protesto foi uma reação às constantes multas aplicadas a caminhoneiros que ficam presos nos congestionamentos nas regiões próximos aos terminais.

“A fila é grande e os caminhoneiros são obrigados a parar no acostamento. Aí, vem a Polícia Rodoviária e aplica multas de mais de R$ 500,00 e sete pontos na carteira”, destaca o diretor operacional do Sindicam, Fredy Aurelio.

Segundo o sindicalista, o problema é causado por três fatores. O primeiro é o fluxo ferroviário, que paralisa o trânsito quando as locomotivas atravessam as vias. O outro problema apontado é a obra da Avenida Perimetral da Margem Esquerda do Porto de Santos, que causa lentidão por conta das intervenções no tráfego.  
Créditos: Walter Mello
Congestionamento chegou a ocupar cinco quilômetros da SP-248 na tarde desta quinta-feira
Já o terceiro agravante descrito por Aurelio é a demora nas operações do terminal da Santos Brasil, o Tecon, localizado na Margem Esquerda. Segundo ele, o problema está na entrada dos caminhões que seguem para descarregar nos pátios da empresa.

Procurada pela Reportagem, a Santos Brasil informou que as operações em sua unidade seguem o ritmo normal e que a paralisação não afetou o acesso ao Tecon.

Problema recorrente

“O problema na Margem Esquerda acontece dia sim e outro também. E há muito tempo”, destaca o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha.

Para o empresário, o ponto crucial é a falta de um plano alternativo para minimizar o impacto das obras da Perimetral, que vão continuar até o início do próximo ano. Ele cita a necessidade de desvios de rota ou a implantação de mão única em algumas vias.

Rocha afirma que reuniões foram realizadas pela Associação Comercial de Guarujá, mas nada foi colocado em prática. Já as reuniões do Comitê de Logística do Porto de Santos, criado para discutir assuntos de transporte no complexo, deixaram de surtir o efeito esperado.

Na próxima quarta-feira, às 15 horas, a Associação Comercial de Guarujá promoverá, em conjunto com a Prefeitura, uma reunião extraordinária do Comitê de Logística do Porto. A ideia é cobrar ações dos terminais e discutir com as empresas a ampliação de suas operações.

“Também falta autoridade portuária. A Docas não fiscaliza (o transporte ferroviário) e, quando multa, o valor é tão baixo que compensa mais pagar e manter uma locomotiva imensa se movendo do que fazer a coisa certa”, afirma.

O presidente do Sindisan explica que, devido à passagem dos trens que levam cargas aos terminais, há a paralisação do trânsito rodoviário.

A Codesp, estatal que administra o Porto de Santos, informou que o tempo de passagem permitido é alternado. São reservados sete minutos para trens, enquanto os dez seguintes são destinados ao fluxo rodoviário.

Sobre o que tem feito para reduzir os congestionamentos, a Autoridade Portuária afirmou que adota medidas de orientação em conjunto com a Diretoria de Trânsito de Guarujá. A estatal garante que tudo será resolvido com a conclusão da obra da Perimetral.

Segundo a diretora de Trânsito e Transporte de Guarujá, Quetlin Scalioni, o grande fluxo de caminhões que seguem em direção aos terminais e a falta de logística das empresas portuárias em receber a demanda são os problemas.

“Em alguns dias da semana, o movimento de caminhões com destino ao Porto é maior. Se não houver organização no número de veículos que irão operar, o congestionamento é inevitável”, disse Scalioni. 




Cabotagem vira opção em transporte de longo curso no país

SÃO PAULO - A cabotagem, segmento de transporte de produtos entre portos de um mesmo país, está despontando no Brasil como uma opção viável para viagens de longa distância pela segurança e preço do frete. Entretanto, a escassez de mão de obra, preço do combustível para os navios e a necessidade de que o meio de transporte tenha bandeira brasileira são vistos como entraves para uma expansão mais acelerada do modal no país.

Segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), de 2002 a 2011 a movimentação de cargas pelo segmento de cabotagem cresceu 38,3 por cento. Atualmente, as principais cargas movimentadas são combustíveis, óleos minerais e bauxita.

"A perspectiva de crescimento e diversificação da movimentação de cargas neste modal é grande", disse o superintendente de navegação marítima e apoio da Antaq, André Arruda, citando como fatores renovação da frota mercante nacional, aumento da competitividade das empresas e desburocratização portuária.

O Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) prevê que o modal de transporte aquaviário, que em 2005 correspondia a 13 por cento do total de transportes, buscará atingir índice de 29 por cento de toda a carga transportada no Brasil em 2025.

De acordo com a Antaq, empresas da zona franca de Manaus, usam cada vez mais a cabotagem para o transporte de seus produtos para São Paulo, principal centro consumidor do país. "Um frete de caminhão, carregado com eletroeletrônicos, fica em torno de 90 reais por metro quadrado; na cabotagem, no mesmo trecho, 76 reais por metro quadrado, uma redução de 15 por cento e que pode ser maior, dependendo do volume embarcado", afirma o superintendente.

Para Roberto Rodrigues, presidente da Mercosul Line, empresa do grupo Maersk para cabotagem no Brasil, no último ano houve "interesse e abertura" das empresas em relação à cabotagem.

"São três aspectos importantes: a oportunidade do frete reduzido em relação a outros modais, a questão de menor avaria de carga e a segurança", afirmou o executivo.

De acordo com ele, o frete por meio de cabotagem é 20 a 30 por cento menor que no modal rodoviário. "Além disso, na cabotagem o índice de avarias é muito pequeno. No rodoviário é muito maior, em eletroeletrônicos as avarias chegam a 2, 3 por cento (da carga)", afirma.

A questão de segurança também têm sido levada em conta. Isso porque no modal rodoviário existe o risco de roubo de carga, enquanto em navios o risco é mínimo no Brasil.

De acordo com o coordenador do núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, o crescimento da cabotagem no Brasil também pode ser explicado pela expansão e desenvolvimento das regiões norte e nordeste.

"Essas regiões não tinham demanda muito grande, mas com o crescimento, a cabotagem de longa distância ganhou espaço", afirmou.

Além disso, Resende lembra que, enquanto a demanda interna no Brasil avança, os investimentos em ferrovias e rodovias não acompanham essa evolução. "As ferrovias são muito dedicadas ao minério de ferro. A cabotagem transporta cargas com maior valor agregado, então a concorrência é mesmo com a rodovia", explica.

GRANDES ENTRAVES

Apesar do potencial de crescimento, o segmento de cabotagem no Brasil ainda possui fatores que limitam o avanço.

"Os principais estão relacionados à falta de embarcações apropriadas, capacidade insuficiente de terminais de contêineres e de infra-estrutura de acesso e profundidades limitadas nos canais de acesso", afirma Arruda, da Antaq.

As empresas do setor ouvidas pela Reuters citam ainda o preço dos combustíveis como um limitador para o segmento.

"O principal entrave é o bunker, o combustível de navegação. Armadores estrangeiros abastecem no Brasil sem pagar imposto", disse Fernando Real, presidente da Maestra, empresa de cabotagem controlada pela Triunfo Participações. De acordo com ele, as empresas brasileiras pagam PIS/Cofins de 9,25 por cento e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos Estados. "O setor quer isonomia no longo curso", afirmou.

Além disso, Rodrigues, da Mercosul Line, disse que o preço do bunker, fornecido pela Petrobras, segue os padrões internacionais. "Isso é um desafio, porque o combustível representa de 20 a 30 por cento do nosso custo operacional."

O presidente da Maestra afirmou ainda que o setor encontra dificuldades para crescer também porque a cabotagem requer navios de bandeira brasileira, e os atuais estaleiros estão mais focados na produção de embarcações para o setor de petróleo e gás do pré-sal brasileiro.

"Além disso, é preciso abrir novas escolas para a formação de mão de obra marítima", afirmou Real.

De acordo com a Antaq, o Ensino Profissional Marítimo (EPM) é de responsabilidade da Marinha, que está "tomando providências para aumentar significativamente o número de profissionais marítimos a cada ano".

Fonte:Reuters/Carolina Marcondes




Porto do Pecém assume a liderança na importação de cimento



Porto_NovaApós conquistar a primeira colocação na exportação de frutas e calçados entre todos os portos brasileiros, o Porto do Pecém acaba de assumir a liderança na importação de cimentos não pulverizados (clinkers), com participação de 47%, seguido pelos portos de Santarém com 15% e Suape, em Pernambuco, com 10%. No primeiro trimestre do corrente ano foram movimentadas através do Pecém 869 mil toneladas (t) de mercadorias, o que representa uma variação positiva de 29% considerando o mesmo período do ano passado, quando foram movimentadas 676 mil t. O movimento nas importações registrou 660 mil t, enquanto as exportações contribuíram com 209 mil toneladas.

O porto cearense manteve a liderança na exportação de frutas e calçados, ficando em segunda colocação na importação de produtos siderúrgicos. Nos três primeiros meses de 2012 o Pecém registrou participação de 30% na exportação de frutas, seguido pelos portos de Parnamirim com 24 e Santos, com 11%. Na exportação de calçados a participação do Pecém foi de 38%, sequenciado pelos terminais de Rio Grande, com 21 e Santos, com 18%.

A liderança na importação de produtos siderúrgicos ficou com o porto de São Francisco, vindo em seguida o Pecém com 21% e o porto de Santos com 14%. Esses dados são do relatório da Secretaria do Comércio Exterior – Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Em janeiro, fevereiro e março do corrente ano o porto do Pecém exportou 59 mil t de minérios, 52 mil t de frutas e seis mil t de calçados, importando 176 mil t de combustíveis minerais, 173 mil t de produtos siderúrgicos e 145 mil t de cimento e escórias.

A exportação de frutas registrou a movimentação de 42 mil t de melão, mamão e melancia, 4.800 de castanha de caju, 2.700 de abacaxi e manga e 1.700 t de bananas. O Estado do Ceará contribuiu com 70,7% dessas exportações, seguido pelo vizinho Rio Grande do Norte com 25%. Os principais destinos foram a Holanda, com 48%, Grã Bretanha com 25, Espanha com 11 e Estados Unidos com 7%.

No primeiro trimestre do corrente ano, passaram pelo Pecém 110 navios, o que representa uma média mensal de aproximadamente 37 navios.

Assessoria de Comunicação da Cearáportos
Joseoly Moreira ( joseoly@gmail.com / 85 9983.2525)
http://www.ceara.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/5661-porto-do-pecem-assume-a-lideranca-na-importacao-de-cimento




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