LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 25 de abril de 2012

PORTOS E LOGÍSTICA - 25/04/2012





Porto de Santos vai além da vocação comercial e ganhará novo impulso com Pré-Sal

Investimentos da ordem de R$ 2 bi no Complexo Bagres deve modificar esta arquitetura


Luís Antonio Awazu, diretor-presidente da SP Portos: há deficiencias estruturais e de serviços no porto 
São Paulo está atrasado quanto ao tema petróleo e gás. E a atividade naval e marítima encontra-se de costas para o Porto de Santos. A crítica foi feita por Luís Antonio Awazu, diretor-presidente da SP Portos, nesta terça-feira (24/04), ao participar dos debates sobre oComplexo Bagres, primeiro projeto a integrar soluções do Porto e do pré-sal no Estado de São Paulo. Awazu cobrou uma plataforma logística eficaz não dependente das rodovias.

Na avaliação do especialista, há deficiências estruturais e de serviços no Porto que é o maior do hemisfério Sul, por onde escoa boa parte da economia brasileira, recebendo 6 mil navios/ano. Uma das deficiências apontadas por Awazu, em encontro com o Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp, é que se um navio precisar de reparo, será levado para o Rio de Janeiro, o Uruguai ou outro país qualquer. Isto aumenta custos e perda de competitividade.

Apesar de o Brasil ser a 6ª economia mundial, no comércio exterior, o país contribui com apenas 1,2%, e será player importante na produção de petróleo e gás mundial, com previsão de 4,8 milhões a 5 milhões de barris/dia em 2019. “Mas é preciso acabar com o mito de que o Porto de Santos tem somente vocação comercial”, apontou o empresário, para quem o mesmo investimento aplicado no Complexo irá atender tanto navios comerciais quanto as necessidades do pré-sal.

Gargalos à frente
Ao ser questionado pelos membros do Cosema quanto à mão de obra necessária e aos impactos no tráfego de Santos – um município turístico –, o diretor da SP Portos reafirmou que a capacitação realmente é um dos gargalos a ser superado. De acordo com Awazu, há aproximadamente 100 mil pessoas, no Guarujá, vivendo em áreas subnormais. E a proposta é que se criem escolas técnicas no interior do próprio Complexo, que tem capacidade prevista para gerar 14,5 mil empregos diretos e indiretos e massa salarial da ordem de R$ 290 milhões.

No traçado do projeto, estão previstas a construção de perimetrais, para escoar o tráfego, e a modernização ferroviária da MRS Logística, que recebeu investimentos. “Todo açúcar descerá de trem”, exemplificou o diretor da SP Portos. E concluiu: “A proposta é também retirar das ruas os caminhões de fertilizantes. Estes problemas precisam ser resolvidos com gestão de processos”.

Conheça o projeto
O Complexo está instalado na Ilha de Bagres, ao lado da Ilha Barnabé e em frente ao Porto de Valongo. Com capacidade para receber navios até 60 mil toneladas e mais de 2,5 milhões de containers, tem cais acostável potencial de 2.500 metros de extensão. Os investimentos foram feitos a partir de modelo de convênio entre governos e iniciativa privada, algo em torno de R$ 2 bilhões.

Em sua infraestrutura de mais de 1,2 milhão de metros quadrados, comportará:


  • Estaleiro de construção e reparo naval;
  • Cluster naval de petróleo e gás;
  • Base offshore;
  • Terminais para armazenamento e movimentação de granéis líquidos e sólidos;
  • Área de construção de módulos e manutenção de sondas com diques flutuantes;
  • Local específico para tratamento de resíduos gerados pelas embarcações.

    O projeto também contempla acesso à área continental. Aliás, de acordo com Awazu, este será o primeiro green port, por incorporar conceitos de sustentabilidade, como utilização de água de reúso e captação de água de chuva, além do uso de bicicletas e de ônibus elétricos para locomoção. O projeto também prevê a construção de um terminal retroportuário, com 1,5 milhão de metros quadrados, como apoio às operações na ilha.



  • Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp
    http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2012/04/24/porto_santos_alem_vocacao_comerci_impsulso_pre_sal.ntc





    ES ganha 10 terminais

    Numa posição geograficamente privilegiada, tanto na parte comercial como pelo fato de estar de frente para grandes reservas de petróleo e gás, o Espírito Santo assiste, numa velocidade sem precedentes, o anúncio da chegada de vários portos, sejam eles de cargas gerais ou especializados no suprimento de plataformas. Só entre terminais anunciados, em fase de licenciamento ou com obras em andamento, são dez em todo o Estado.

    Além dos bilhões que serão investidos diretamente, os novos terminais possibilitam que outros empreendimentos venham a reboque. No caso dos terminais de suprimento, a tendência é que uma rede de fornecedores se forme no Espírito Santo de olho no crescente mercado consumidor existente em alto-mar.

    Para se ter uma ideia do que está por vir, até 2015, somente a Petrobras deve dobrar sua produção de óleo no litoral capixaba, batendo em 500 mil barris por dia. Para isso, uma série de plataformas, com inúmeras necessidades de suprimento, estão se preparadas para virem para o Estado.

    7 portos no Estado

    É o complexo atual, 28% da carga movimentada pelo Brasil passa por eles.

    "São centenas de pessoas num espaço (as plataformas) em que não se armazena praticamente nada, com muitas necessidades e que qualquer interrupção de trabalho causa um grande prejuízo. Ou seja, um grande mercado aberto exatamente no nosso litoral", argumenta o coordenador do projeto Nova Holanda Terminais, na Enseada da Jaburuna, Vila Velha, Bernardo Hasselmann.

    O Porto Central, previsto para Presidente Kennedy e anunciado no início do mês, traz ao Estado o conceito do porto-indústria. Os investidores dão a infraestrutura logística necessária para que mineradora, siderúrgica, estaleiro, montadora e demais interessados montem suas unidades nos 25 milhões de metros quadrados de retroárea disponíveis.

    O conceito é semelhante ao que o empresário Eike Batista está implantando no Superporto do Açu, em São João da Barra, Norte fluminense, a 60 quilômetros de Kennedy. Lá a expectativa é de que sejam atraídos US$ 40 bilhões e gerados 50 mil empregos.

    "É uma grande oportunidade de atrairmos mais empresas para cá e diversificarmos ainda mais a nossa economia. Num momento em que brigamos para manter uma ferramenta importante para o Estado, caso do Fundap, nos vemos de frente com uma espécie de compensação natural", assinala o secretário de Desenvolvimento do Estado, Márcio Félix.

    Com os terminais chegando, a preocupação é com o acesso a eles. O rodoviário, com a concessão da BR 101 e com o projeto de duplicação da 262 em andamento, parece menos preocupante, já no ferroviário, ainda há muito com o que se preocupar.

    "As ferrovias são o maior desafio. O mesmo ramal que chegará ao Açu tem de vir para o Espírito Santo", assinala o secretário. Na avaliação de governo e investidores, são três os acessos potenciais: Litorânea Sul, de Vitória a Anchieta; Valec EF 354, do Norte fluminense até o Peru; e a Ferrovia Centro-Atlântica, com 8 mil quilômetros de malha espalhados por Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

    Terminais portuários em andamento no Espírito Santo

    Porto Central

    Porto-indústria que será construído numa área de 25 milhões de metros quadrados em Presidente Kennedy. A inauguração é prevista para 2015. Além de dar um desafogo no principal gargalo logístico do Estado, os terminais portuários, o empreendimento atrairá uma série de grandes investimentos como mineradora, siderúrgica, montadora e estaleiro.

    Superporto

    A empresa responsável pela realização dos estudos ambientais de localização, acesso e econômico do futuro Porto de Águas Profundas do Espírito Santo já foi contratada pela Codesa. Vitória (Ponta de Tubarão), Aracruz (Barra do Riacho), Anchieta (Ubu) e Vila Velha (Ponta da Fruta) disputam o terminal público de contêineres. A expectativa é de que a operação seja iniciada em 2018.

    Nutripetro

    A terraplanagem da área de 1 milhão de metros quadrados, em Barra do Riacho, Aracruz, está em andamento. Serão nove berços de atracação, cinco destinados ao suprimento das plataformas, dois para cargas gerais, um para granéis líquidos e outro para granéis sólidos. O calado será de 14 metros.

    Terminal de GLP da Petrobras

    Também em Barra do Riacho, a Petrobras está para inaugurar o terminal para a distribuição do gás liquefeito de petróleo (GLP) que é processado na Unidade Tratamento de Cacimbas, em Linhares. Além do GLP, o terminal vai movimentar o C5+, que é uma das frações do gás natural e um insumo utilizado pela indústria petroquímica e também na composição da gasolina. O investimento foi de R$ 500 milhões.

    Edison Chouest

    A companhia norte-americana vai construir uma base de apoio logístico para a exploração de petróleo e gás em Itapemirim, Litoral Sul do Espírito Santo, um investimento de R$ 360 milhões. A expectativa é de que o terminal comece a operar no segundo semestre de 2013.

    Itaoca Offshore

    Um investimento, também em Itapemirim, de R$ 450 milhões. As obras começam em julho de 2013 e a inauguração está prevista para o segundo semestre de 2014. Serão 500 postos de trabalho durante a construção e 1 mil no funcionamento. O objetivo é suprir as plataformas de óleo e gás.

    Base da Petrobras em Ubu

    A estatal já começou a discutir com a população de Anchieta a implantação de um terminal para o suprimento das plataformas. O projeto prevê a construção de uma plataforma de serviço, em forma de ilha, com 43 mil metros quadrados. Um investimento de cerca de R$ 800 milhões. As obras devem começar no segundo semestre de 2013 e a operação está marcada para o final de 2016.

    Nova Holanda

    O terminal, que ficará na Enseada de Jaburuna, Vila Velha, será especializado no suprimento de plataformas de petróleo. Um investimento de cerca de R$ 100 milhões. Até oito navios poderão ser atendidos ao mesmo tempo. Está em fase final de licenciamento, as obras devem começar no início de 2013 e a inauguração está prevista para o segundo semestre de 2014.

    Nisibra

    Ficará ao lado de Nova Holanda, a princípio seria apenas de suprimento, mas os investidores pretendem fazer montagem de equipamentos para plataformas no espaço. O projeto também está em fase de licenciamento.

    Porto da Ferrous

    Ainda em fase de licenciamento, o projeto da Ferrous para Presidente Kennedy é um dos previstos para o Sul. Um porto será construído com capacidade para movimentar 25 milhões de toneladas de minério e pelotas por ano. No projeto, há espaço para pelotizadoras e siderúrgicas. Existe a possibilidade do projeto não sair por conta de uma possível parceria com o Porto Central.
    Gás Brasil 
    http://www.gasbrasil.com.br/noticia/noticia.asp?NotCodNot=55538


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