Vence depois de amanhã a sobretaxa aplicada pelo Brasil sobre 14 tipos de brinquedo desde o ano passado e a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que decide o assunto, só volta a se reunir em 2012.
O aumento de imposto de importação, que passou de 20% para 35%, foi decidido no final do ano passado, após uma autorização especial de Uruguai, Paraguai e Argentina, integrantes do Mercosul que decidem em conjunto a maior parte das alíquotas praticadas pelo bloco. A medida tem vigência até 31 de dezembro e, se nada for feito, a tarifa volta ao patamar de 20% em 1.º de janeiro.
Para assegurar o benefício, a Camex precisaria aprovar uma extensão da alíquota até dezembro de 2012. Mas, segundo a Casa Civil, o grupo de sete ministros responsável pela política comercial do País só volta a se reunir no ano que vem. Procurado, o Ministério do Desenvolvimento informou que qualquer decisão do colegiado será divulgada no devido tempo.
Anteontem, Mantega afirmou que o governo estuda modificar a forma de cobrança da alíquota de importação dos produtos têxteis. Segundo o ministro, em vez de cobrar uma tarifa em porcentual do preço do produto (ad valorem), o governo deve recolher uma tarifa em dinheiro (ad rem), em que a referência é o peso da mercadoria.
Hipoteticamente, é como se um carregamento de vestidos importados a R$ 20 cada um, deixasse de pagar 20% de imposto sobre o preço e passasse a recolher R$ 1 por quilo.
Importação. A medida de proteção adotada para a indústria de brinquedos não foi capaz de reduzir a entrada de importados. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, a importação dos 14 brinquedos selecionados subiu 25,5% nos primeiros onze meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando US$ 363 milhões.
De fato, não houve queda no volume importado mas o valor médio dos brinquedos desembaraçados nas aduanas brasileiras subiu de R$ 0,95 para R$ 1,07, por unidade.
Entretanto, o preço mais alto não foi suficiente para atender a indústria nacional, que deseja tornar permanente a tarifa em 35%, valor máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A alíquota foi elevada a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos (Abrinq).
'Na hora de tornar a alíquota perene, o Mercosul não se entendeu', afirmou Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq. 'Não sei se o governo vai fazer, nem quando o governo vai fazer' a reunião para manter a alíquota.
Mercosul. Negociadores brasileiros tentaram, sem sucesso, convencer os sócios do Mercosul na semana passada a reduzir para 2% o imposto de importação sobre partes e peças de brinquedos, de modo a baratear os custos dos fabricantes da região, segundo Costa. O Brasil também tentou modificar as regras técnicas para brinquedos, mas a Argentina vetou a mudança.
Como saída, o bloco aprovou uma nova autorização, conhecida como waiver, para que os países definam suas tarifas como quiser até dezembro de 2012. Paraguai e Uruguai, que não elevaram tarifas no ano passado, já informaram que continuarão a mesma política. Brasil e Argentina não se pronunciaram sobre o caso.



Indústria têxtil usa pessimismo contra chineses

 Indústria têxtil em Jundiaí (SP); setor prevê perder 15 mil vagas neste ano, após criação de 80 mil em 2010. | Silva Junior-29.out.10/FolhapressA indústria têxtil adotou as previsões mais pessimistas sobre o destino do setor como principal arma para tentar tirar do governo mais medidas de proteção contra a invasão de importados asiáticos, sobretudo os chineses, informa reportagem de Agnaldo Brito e Pedro Soares publicada na Folha desta quinta-feira.
O plano parece que começa a funcionar. Após encontro na terça-feira passada com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo, a indústria acha que enfim conseguiu sensibilizar o governo para os riscos de uma crise que possa destruir o setor.

A primeira medida em estudo é mudar o regime tributário. A ideia é passar a cobrar um valor fixo por quilo de produto --sistema usado para commodities e chamado de alíquotas específicas-- em substituição aos percentuais que incidem sobre o valor de cada item importado.

A mudança está em estudo pela área técnica da Camex (Câmara de Comércio Exterior) e depende da aprovação de um conselho de ministros (Fazenda, Desenvolvimento, Agricultura, Casa Civil e Planejamento) que tomam as decisões finais do órgão. A mudança pode estar pronta em três meses.
FOLHA.COM http://www.circuitomt.com.br/editorias/geral/9591-industria-textil-usa-pessimismo-contra-chineses.html


Missões empresariais brasileiras aumentaram exportações em US$ 363 mi 

Agência Brasil 
Brasília – As missões empresariais brasileiras incrementaram em US$ 363 milhões a pauta de exportações do país em 2011. Durante o ano, as comitivas de negócios buscaram estreitar relações comerciais na República Dominicana, na China, no México, na América do Sul (Peru, Colômbia, Chile e Venezuela) e no Sul da África (Angola, Moçambique e África do Sul). Mais de 230 empresas nacionais participaram das rodadas de negócios.
Segundo o coordenador de Imagem e Acesso aos Mercados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações eInvestimentos (Apex-Brasil), Ricardo Santana, a inserção em novos mercados e a consolidação de intercâmbios existentes garantem ao Brasil a posição de “mercado estratégico” no cenário econômico mundial.
“As missões comerciais brasileiras têm sido extremamente positivas. A cada comitiva, o país consolida a dinâmica bilateral do comércio existente ou inicia intercâmbio comercial. Hoje o Brasil se posiciona como mercado atrativo. No passado tínhamos muitas necessidades e hoje temos solução.”
O momento econômico de incertezas em relação à crise faz com que o governo federal se interesse cada vez mais pela prospecção de mercados não tradicionais para ampliar os destinos das exportações brasileiras. A pauta diversificada diminui a dependência das vendas para o exterior em mercados tidos como tradicionais. “Temos sempre que monitorar novos mercados. Não somos os únicos a estar interessados em novos negócios. Tudo está cada vez mais competitivo”, destacou o coordenador.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes são os próximos destinos brasileiros para intensificar a relação comercial. A missão empresarial ocorrerá em fevereiro de 2012. Santana destacou que a linha de consolidação de mercados deve ser seguida no ano que vem. “Vamos colher os frutos deste ano para fortalecer a marca do país e expandir ainda mais os negócios.”
As missões empresariais brasileiras são organizadas pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e das Relações Exteriores e pela Apex-Brasil.