LEGISLAÇÃO

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 20/11/2011

Exportação de calçados brasileiros para a Argentina ficará mais difícil

O maior controle do governo argentino sobre importação de bens manufaturados deve fazer pelo menos uma vítima em 2012: é cada vez pior a perspectiva para a exportação de calçados brasileiros para a Argentina. O acordo entre o setor privado dos dois países, que permitia a exportação anual de 15 milhões de pares, não deve ser renovado para o próximo ano. "O acordo não deu certo e não vejo como se possa encaminhar uma negociação neste momento", comentou o diretor-executivo da Abicalçados, Heitor Klein.

A cota mais uma vez não será atingida. Entre janeiro e novembro, foram vendidos 13,3 milhões de pares, segundo dados da entidade brasileira, ante 13,5 milhões no mesmo período do ano passado, mas boa parte da mercadoria demora mais de 60 dias para ingressar na Argentina. Segundo a Abicalçados, nenhuma licença foi concedida na semana passada e há 1,9 milhão de pares aguardando liberação na aduana. No ano passado, foram vendidos 14,1 milhões de pares. Em 2009, primeiro ano de vigência da cota, foram 12,9 milhões. Em 2008, antes da cota, eram 18 milhões.

As exportações brasileiras de calçados são cada vez menos relevantes na balança comercial bilateral. Representam menos de 1% do total vendido pelo Brasil para a Argentina - US$ 21 bilhões nos 11 primeiros meses de 2011 -, mas se tornaram estratégicas para o setor calçadista nacional: em função da retração no mercado americano, a Argentina se tornou este ano o principal mercado em volume exportado, com pouco mais de 13% do total das vendas.

O desempenho da indústria calçadista argentina é citado pelo governo local como o exemplo de maior êxito na política de substituição de importações. Nos últimos quatro anos, o mercado argentino de calçados cresceu de 124 milhões para 136 milhões de pares e a produção local subiu de 94,6 milhões para 115 milhões de pares.

A participação de importados no mercado argentino caiu de 26% para 17% do consumo, sendo 57% desse total proveniente do Brasil. "Este resultado jamais teria sido obtido sem as medidas de proteção adotadas pelo governo", disse o economista Horacio Lazarte, da empresa de consultoria econômica Abeceb.

Até este ano, as políticas de substituição de importações, que também atingiram outros setores exportadores brasileiros, como o de eletrodomésticos da linha branca e o de toalhas, eram coordenadas pela ministra da Indústria, Débora Giorgi, e tinham como um de seus fundamentos a geração rápida de postos de trabalho e a reativação do parque industrial atingido pela crise de 2001.

Com a reeleição da presidente Cristina Kirchner em outubro e o agravamento do cenário externo, a prioridade passou a ser a preservação do saldo comercial, que é essencial para a situação fiscal da Argentina, sem fontes de financiamento no mercado financeiro internacional e gastos públicos crescentes.

Este ano, a Argentina deve ter um superávit de US$ 11 bilhões. Com o desaquecimento global da economia no próximo ano e a retração na cotação da soja, as projeções mais otimistas situam o saldo comercial argentino no próximo ano em US$ 8 bilhões.
Com o início do segundo mandato, Cristina criou a Secretaria de Comércio Exterior, subordinada ao Ministério da Economia, e retirou atribuições dos ministérios da Indústria e de Relações Exteriores. Nomeou para o cargo a economista Beatriz Paglieri, ligada ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, encarregado do controle de preços no país.

"Tudo o que tem a ver com o comércio exterior está relacionado a questões fiscais, que precisam estar absolutamente coordenadas", disse Beatriz, no primeiro pronunciamento após ser empossada. A secretaria também irá centralizar a aplicação de instrumentos como as licenças não automáticas e o estabelecimento de cotas para a exportação de grãos, medida que afeta diretamente o interesse de importadores brasileiros, sobretudo os da indústria moageira.

O governo argentino deverá preservar em 2012 as exportações brasileiras de insumos, como minério de ferro e energia, e nos setores em que existe uma integração na cadeia produtiva entre as empresas instaladas nos dois países, como no setor automotivo. De longe, são esses os itens de maior peso na pauta de vendas do Brasil para a Argentina.

As exportações de autopeças, carros, motores e veículos de carga somaram 34% do total até novembro. Insumos minerais, combustíveis e energia elétrica alcançaram 12%. Devem ser atingidas as vendas de produtos finais em que o fluxo existe só em uma direção. Mas os especialistas argentinas não apostam em uma guerra comercial entre os dois países.
"O próprio esfriamento da economia argentina no próximo ano deve fazer com que haja alguma retração no consumo e uma queda nas importações", afirmou o economista Ramiro Castiñera, da consultoria Econométrica. Em 2009, a Argentina conseguiu um superávit comercial de US$ 16 bilhões, devido à retração no PIB de 2% e de muitos atritos com os exportadores brasileiros. Dessa vez, poucos acreditam na repetição do cenário.

"O interesse estratégico do governo argentino é o de combinar ações conjuntas com o Brasil para bloquear importações de países de fora do Mercosul. As importações da Ásia devem ser as mais atingidas", disse Castiñera.
http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=59994




Mercosul vai elevar Tarifa Externa Comum para até 200 produtos


Cada país sócio poderá ter lista de até 200 posições tarifárias, mas acordo depende de um entendimento entre Brasil e Argentina
AE

Os chanceleres do Mercosul se reúnem na manhã desta segunda-feira em Montevidéu para negociar os documentos que serão assinados pelos presidentes dos países sócios, amanhã. Um dos documentos prevê a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) para uma lista de 100 a 200 produtos por país considerados sensíveis aos desequilíbrios comerciais em decorrência da conjuntura econômica internacional. "Falta ajustar alguns pontos, o que será feito pelos chanceleres e ministros de Economia, mas a palavra final será dos presidentes amanhã", disse uma fonte à Agência Estado.

A Argentina e o Brasil ainda negociam os produtos da lista. O texto da TEC parte do princípio básico de que "uma adequada gestão da política comercial tarifária do Mercosul deve levar em consideração a conjuntura econômica internacional". O entendimento é de que, diante da situação de recessão mundial, as balanças comerciais dos países do Mercosul sofrem impactos negativos e, portanto, requerem políticas diferenciadas, conforme a situação de cada um de seus integrantes.

Nesse sentido, o texto autoriza os países sócios a "elevar, de forma transitória, as alíquotas da TEC para as importações originárias extrazona". Para não ferir as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), o documento especifica que as "alíquotas do imposto de importação não poderão ser superiores ao máximo consolidado pelos Estados parte" do organismo internacional.

Cada país sócio poderá ter uma lista de 100 a 200 posições tarifárias, mas o acordo está pendente de um entendimento entre o Brasil e a Argentina. Em outubro, antes das eleições, o acordo estava praticamente fechado entre os técnicos da Chancelaria e do Ministério da Indústria da Argentina com seus colegas brasileiros, segundo apurou a AE, naquela ocasião. Porém, a Argentina mudou os negociadores após a vitória eleitoral da presidente Cristina Kirchner. Os assuntos relacionados ao comércio exterior foram transferidos para uma nova secretaria, criada no âmbito do Ministério de Economia, esvaziando o poder de negociação e decisão dos técnicos da Indústria e da Chancelaria.

A delegação brasileira está negociando com a nova titular da secretaria de Comércio Exterior, Beatriz Paglieri, e seu subsecretário, Ivan Heyn. Beatriz está no grupo de principais assessores do polêmico secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, e foi colocada pelo secretário à frente do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) para comandar as mudanças de cálculos dos índices de inflação, criticados por analistas por "maquiarem" a inflação real.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deverá desembarcar em Montevidéu no fim da tarde de hoje para a reunião de ministros da área econômica. O novo ministro de Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, também chegará à tarde, logo após sua apresentação do projeto de Orçamento 2012 no Senado. A reunião dos chanceleres e dos ministros de Economia antecede a Cúpula dos Presidentes, presidida amanhã pelo uruguaio José "Pepe" Mujica, que vai passar a presidência pro tempore do bloco à Argentina.

Os chanceleres dos países que são sócios plenos - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, e os países associados - Chile, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador - se reúnem pela manhã. À tarde, será realizada a reunião do Conselho do Mercado Comum. Os países vão discutir uma proposta do presidente uruguaio para driblar o Legislativo do Paraguai e permitir que o Poder Executivo daquele país aprove a entrada da Venezuela como sócio pleno do bloco.

Será analisado também o pedido do Equador para tornar-se sócio pleno. A adesão plena de um país é solicitada pelo Estado, mas requer a aprovação de seu respectivo Poder Legislativo, conforme norma do bloco criado há 20 anos. No caso da Venezuela, o pedido já foi aprovado pelos congressos da Argentina, Uruguai e Brasil, mas ficou parado no Paraguai, onde a maioria opositora no Senado impede sua aprovação. Pela proposta de Mujica, o presidente Hugo Chávez só precisaria da aprovação do colega Fernando Lugo para aprovar a adesão da Venezuela ao bloco comercial.
Valor Econômico

http://economia.ig.com.br/mercosul-vai-elevar-tarifa-externa-comum-para-ate-200-produtos/n1597415951951.html





Preço do minério faz Vale ampliar fatia nas exportações
SÃO PAULO - Beneficiada pelo preço crescente do minério de ferro, a Vale está ampliando anualmente a sua participação no total das exportações brasileiras. No acumulado de janeiro a novembro, a mineradora foi responsável pela fatia de 13,55%, com US$ 31,692 bilhões (preço FOB). Em 2010, no mesmo intervalo a fatia era de 11,63% (US$ 21,056 bilhões) e em 2009 de 7,13% (US$ 9,871 bilhões), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A maior participação da Vale, que até mesmo desbancou a Petrobras do posto de maior exportadora do Brasil em 2010, pode ser explicada pelo forte avanço do preço da tonelada do minério de ferro, o principal produto da companhia. No último resultado divulgado pela mineradora, o do terceiro trimestre deste ano, a Vale informou que o preço médio praticado no período foi de US$ 151,26 a tonelada de minério de ferro, muito acima das média dos anos anteriores. Em 2010 o preço médio foi de US$ 103,50 e em 2009 de US$ 55,99 a tonelada.

Ainda em valores, as exportações da mineradora nos 11 primeiros meses deste ano apresentaram expansão de 50,51% em relação ao mesmo período de 2010. Já em novembro, as vendas externas da mineradora somaram US$ 3,189 bilhões, salto de 51,04% em relação ao mesmo período do ano passado.

No intervalo de janeiro a novembro deste ano entre as maiores exportadoras do País, estão atrás da Vale, a Petrobras (US$ 20,338 bilhões), a Bunge Alimentos (US$ 6,225 bilhões), a Cargill (US$ 3,817 bilhões), a Samarco (US$ 3,767 bilhões) e a Embraer (US$ 3,406 bilhões).
Agencia Estado/FERNANDA GUIMARÃES
http://portosenavios.com.br/site/noticiario/geral/13324-preco-do-minerio-faz-vale-ampliar-fatia-nas-exportacoes






Balança comercial: ferro e petróleo foram destaque


Wellton Máximo

As exportações de ferro, petróleo e café foram os principais fatores que fizeram a balança comercial (diferença entre exportações e importações) registrar saldo positivo na terceira semana de dezembro, segundo balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Foram esses produtos que impulsionaram as vendas de bens primários para o exterior, que subiram 38,7% em relação à segunda semana do mês. Em valores, o aumento foi de US$ 344 milhões para US$ 477 milhões entre uma semana e outra.

Na semana passada, a balança comercial registrou saldo positivo de US$ 542 milhões, depois do déficit de US$ 731 milhões na segunda semana do mês. As exportações chegaram a US$ 5,077 bilhões, com média por dia útil de US$ 1,015 bilhão. As importações somaram US$ 4,535 bilhões, com média por dia útil de US$ 907 milhões.

As exportações de produtos manufaturados também cresceram, mas em ritmo menor que as dos produtos básicos. De acordo com o ministério, as vendas de produtos industrializados para o exterior passaram de US$ 382,4 milhões para US$ 402 milhões, na comparação entre uma semana e outra, uma alta de 5,1%. Os produtos que mais influenciaram esse resultado foram aviões, energia elétrica, autopeças, etanol, suco de laranja congelado e veículos de carga. As exportações de semimanufaturados, no entanto, caíram 13,9%, de US$ 126,2 milhões para US$ 108,6 milhões, por causa do açúcar bruto e da celulose.
Outro fator que elevou o saldo da balança comercial foi a queda de 1,9% nas importações de uma semana para a outra. Segundo o MDIC, a queda se deve à retração nos gastos com combustíveis e lubrificantes, veículos, autopeças e produtos siderúrgicos.

Apesar do salto nas exportações de produtos básicos de uma semana para outra, as vendas externas dascommodities (bens primários com cotação no mercado internacional) caíram no acumulado de dezembro em relação ao mesmo mês do ano passado. Até a terceira semana do mês, as exportações de produtos básicos caíram 4,6%, de US$ 418,9 milhões para US$ 399,4 milhões, em relação às três primeiras semanas de dezembro de 2010. As vendas externas de bens semimanufaturados subiram 2,1%, de US$ 116,4 milhões para US$ 118,8 milhões, e as exportações de manufaturados saltaram 10,4%, de US$ 353,8 milhões para US$ 390,6 milhões
http://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/12/19/balanca-comercial-ferro-e-petroleo-foram-destaque/




Sorriso: vendas ao exterior crescem 128%

As vendas de produtos agrícolas feitas por indústrias sorrisenses gerou, de janeiro a novembro, atingiram US$ 768,4 milhões, crescimento de 128,56% ante ao mesmo período do ano passado. Apenas no mês passado foram US$ 79,5 milhões, alta de 520,63% no comparativo.

Os números fazem parte de um levantamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que mostra a soja com principal produto comercializado no ano, com US$ 480 milhões (107,14% a mais quem em 2010). Em seguida está o milho, com US$ 279,7 milhões (alta de 172%).

O algodão debulhado foi o terceiro produto mais enviado ao exterior no ano, com US$ 4 milhões. Já o óleo de soja bruto atingiu US$ 3,4 milhões. A relação tem ainda bagaços da extração do óleo de soja, madeiras não coníferas além de carnes e filés de peixes.

A China é o principal destino dos produtos, já que 48,56% dos negócios no ano foram com o respectivo mercado. O Irã aparece em seguida, com 7,70%. Já o Taiwan somou 5,87%. Há pelo menos 30 localidades identificadas como compradoras dos produtos sorrisenses.
http://www.sonoticias.com.br/agronoticias/mostra.php?id=48584





Mantega quer ampliar lista de exceção na Cúpula do Mercosul


MONTEVIDÉU - A principal demanda do Brasil na Cúpula do Mercosul, que começou nesta segunda-feira, 19, no Uruguai, é aumentar a lista de exceção dos produtos que pagam alíquotas de importação de 35%, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "O Brasil está pleiteando uma lista maior de produtos que possam ter uma tarifa de importação de 35% e temos a possibilidade de chegar a um acordo", disse Mantega, ao desembarcar em Montevidéu, nesta tarde.
Ele explicou que o Brasil já tem uma lista de 100 produtos e a Argentina também. Com a ampliação das atuais listas, segundo o ministro, os países do Mercosul poderão se proteger das importações que provocam danos às indústrias locais. "Com isso poderemos fazer uma defesa melhor, num momento em que todos os países estão sendo invadidos por mercadorias de outras nações."

Mantega mencionou que os principais produtos dessa lista, são: bens de capital, têxteis e produtos químicos. Logo mais, às 18 horas (horário de Brasília), o ministro da Fazenda vai se reunir com os demais colegas do Mercosul e dos países associados para fazer uma avaliação "da conjuntura mundial e seus reflexos na América do Sul e na América Latina". Além disso, continuou o ministro, eles irão discutir questões comuns, apoios mútuos e desenvolvimento do comércio.

O que está dificultando as negociações em torno dessa lista é a posição do Uruguai que quer obter garantias da Argentina para a livre circulação de seus bens no mercado vizinho. O Uruguai pretende que sejam reduzidas as barreiras de importação impostas pela Argentina.
O Estado de São Paulo



Uruguai impõe condições para negociar lista da TEC

MONTEVIDÉU - O Uruguai só aceitará a elevação de impostos de importação de produtos de fora do Mercosul se a Argentina der garantias para a circulação de produtos uruguaios no mercado argentino, informou à Agência Estado uma fonte diplomática. "Entre a Argentina e o Brasil, há entendimentos sobre as listas dos produtos que poderiam ter a TEC (Tarifa Externa Comum) elevada, mas as negociações estão complicadas entre o Uruguai e a Argentina por causa das barreiras argentinas contra produtos uruguaios", afirmou a fonte.

Os chanceleres dos países sócios estão reunidos hoje em Montevidéu para negociar o tamanho das listas, que poderiam variar entre 100 e 200 produtos por país, e o impasse entre Argentina e Uruguai. Entre os produtos uruguaios mais prejudicados pelas barreiras argentinas estão sopas instantâneas, ovos de Páscoa e livros.
Agencia Estado






QUASE METADE DOS PRODUTOS IMPORTADOS É INVESTIGADA

São Paulo - A Receita Federal divulgou na última sexta-feira o resultado da operação "Panos Quentes 3", iniciada em agosto, para combater as importações irregulares de peças de vestuário. - Segundo a secretária-adjunta da Receita, Zayda Manatta, 521 declarações de importações foram colocadas no canal vermelho pelo qual os fiscais do fisco analisam toda a documentação e a carga. Segundo ela, essas declarações representavam US$ 26 milhões em importações, das quais 44% apresentaram irregularidades, seja por fraude de origem ou na declaração do valor do produto, ou na declaração falsa do tipo de produto. Além disso, outras 133 declarações de importação foram colocadas no chamado canal cinza, onde a fiscalização ainda é mais rigorosa, pois abrange a análise da capacidade financeira das empresas. Segundo Zayda, do total de US$ 3,254 milhões importados pelo canal cinza, 70% ficaram retidos. "Os números mostram o nosso acerto no fortalecimento da fiscalização", afirmou a secretária. Para a secretária, com a operação panos quentes a tendência é que haja maior uniformidade nos preços de mercado.

Ela disse que em 2007, quando foi realizada a primeira operação, as importações de vestuário chegavam ao Brasil com o preço de US$ 7 o quilo. Hoje estão em US$ 17. "Estamos encerrando a operação com sucesso, mas não significa que a Receita vai eliminar esta forma de controle", afirmou a secretária. A Operação Panos Quentes é acionada sempre que a Receita encontra indícios de irregularidades na entrada de produtos têxteis no Brasil.
DCI




Barreiras dividem Cúpula do Mercosul

Embalada pelo clima de preocupação pelos efeitos da crise internacional na América do Sul, a Cúpula do Mercosul que começará hoje em Montevidéu será marcada por uma série de reclamações dos sócios "pequenos" do bloco: Uruguai e Paraguai. Eles protestam contra as persistentes barreiras protecionistas aplicadas pelo Brasil e a Argentina.

O governo de José "Pepe" Mujica, anfitrião desta cúpula presidencial, alertará os países sócios a melhorar as condições de acesso aos mercados dos parceiros do Cone Sul. Recentemente o presidente Mujica ironizou o estado do bloco: "O Mercosul anda mal... embora a União Europeia esteja pior".

Enquanto tentam resolver os conflitos comerciais internos do bloco, a cúpula terá como um dos pontos principais da agenda os pedidos do Equador e da Bolívia, atualmente estados associados, para se tornarem "estados sócios".

De quebra, os presidentes do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai analisariam uma forma de driblar as normas atuais do Mercosul para concretizar a entrada da Venezuela no bloco, solicitada há mais de meia década e ainda não realizada.

A equipe econômica de Mujica reclama de problemas para exportar ao mercado brasileiro uma série de produtos, entre os quais têxteis e autopeças. Simultaneamente, reclama das barreiras que complicam o envio de livros, louça sanitária, madeira e plásticos para o mercado argentino.

O outro sócio "pequeno", o Paraguai, insistirá que a presidente Cristina Kirchner permita construir uma linha de transmissão elétrica passando pela província argentina de Corrientes para abastecer o Uruguai com energia produzida pela Hidrelétrica de Yaciretá (binacional argentino-paraguaia, sobre o Rio Paraná).

O Paraguai insiste na necessidade de vender energia elétrica mais além de seus tradicionais parceiros na área, o Brasil e a Argentina, com os quais possui hidrelétricas binacionais.

Preocupados com a crise internacional, os ministros dos países do Mercosul também analisariam a eventual - e transitória - elevação da Tarifa Externa Comum do bloco para uma série de produtos denominados de "sensíveis" dos países sócios.

O Uruguai também pretende obter dos sócios "grandes" o compromisso do Mercosul de acelerar acordos de livre comércio com outros países. Caso isso não seja possível, o governo uruguaio ambiciona que o bloco autorize cada um de seus sócios a realizar acordos de livre comércio fora do Mercosul. No passado, o Uruguai conseguiu licença para realizar um acordo desse gênero com o México. A intenção é obter a permissão para acordos similares com o Canadá e a Coreia do Sul.

Os diplomatas uruguaios sustentam que a assinatura de acordos de livre comércio bilaterais entre seu país e outros fora do bloco permitiria uma "via de escape" para as dificuldades constantes para a entrada dos produtos do Uruguai na Argentina e no Brasil.

Novos sócios. No fim de semana o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que está estudando seriamente solicitar a entrada de seu país no Mercosul. Correa, que desembarca em Montevidéu hoje à noite, disse que o Equador é atualmente um Estado associado. Mas indicou que há maiores vantagens em ser um Estado sócio do bloco.

Correa afirmou que a visão internacional do Mercosul é muito similar à do Equador e ressaltou que o bloco do Cone Sul convidou seu país a formar parte dessa entidade regional.

Ele destaca que, com a eventual entrada do Equador, o Mercosul teria acesso ao Oceano Pacífico. Esta será a primeira vez que Correa participa formalmente de uma reunião de cúpula do Mercosul.

Nesta cúpula, o Mercosul formalizará um acordo comercial com a Palestina. Este pacto seria o primeiro que a Palestina realizaria com um bloco comercial.
O Estado de S.Paulo





Conferência da OMC anuncia fim da era dos acordos

O vento gelado dos Alpes varreu nos últimos dias a cidade de Genebra, onde ocorria neste fim de semana a conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para muitos, a tempestade era o sinal de tempo difíceis.

Enquanto políticos faziam falsas promessas de manter mercados abertos, diplomatas e economistas chegavam à mesma conclusão: a recessão acabou com 20 anos de uma processo de liberalização dos mercados e o mundo caminha para uma segunda onda de protecionismo, ainda mais profunda, que provocaria prejuízos à economia mundial de R$ 1,5 trilhão.

Nem o Brasil, nem a UE nem os Estados Unidos demonstram hoje interesse real na conclusão da Rodada Doha. Mas, para além dos acordos, o que se verifica é a proliferação de medidas protecionistas, tanto em países ricos como emergentes.

Para 2012, o comércio mundial deve, na melhor das hipóteses, sofrer uma estagnação por causa da queda de consumo. Mas a onda de barreiras ameaça fazer o fluxo contrair. "Há sinais sérios de isolacionismo que se parecem com o momento da recessão dos anos 30", alertou Pascal Lamy, diretor-geral da OMC.

Em média, três barreiras são implementadas no mundo por dia e, cada qual com sua estratégia, a ordem é a de proteger suas indústrias em tempos de estagnação e desemprego. Essas medidas e ameaças mostram que a era dos acordos comerciais pode ter chegado a um fim, pelo menos temporário. "Acho que o inverno comercial começou", alertou um diplomata escandinavo.

Desde 1990, mais de 400 acordos comerciais foram fechados entre regiões e países. Só o México e o Chile chegaram a fechar tratados com mais de 30 países diferentes. No começo dos anos 90, países como o Brasil e Índia abriram unilateralmente seus mercados, convencidos de que precisavam importar para modernizar suas indústrias.

A Rodada Doha, lançada em 2001 para formatar o novo mundo comercial, foi definitivamente engavetada neste fim de semana. Mas a onda protecionista vai além. Com o desemprego sem dar sinais de ceder e governos sendo derrubados pela crise, a ordem é de traçar estratégias para aguentar anos de estagnação.

Sem acordos. No caso de europeus e americanos, a barreira não vem do aumento de tarifas, mas de políticas de incentivo a grupos locais e o fim de novas concessões. A possibilidade de acordos comerciais que possam afetar a agricultura, portanto, está totalmente afastada.

Entre os mercados emergentes, a onda protecionista é evidente, com dezenas de medidas na Argentina, Rússia, Índia, Indonésia, Tailândia e outros países. Com a queda do mercado europeu e americano, China, Brasil e Índia sabem que as exportações aos países ricos devem ser freadas. Em 2012, a previsão dos europeus é de que comprarão 1,5% a menos do mundo que em 2011.

A resposta dos emergentes é também erguer barreiras, seja para salvar a balança comercial positiva, seja para compensar as perdas com as exportações. Ao Estado, funcionários do governo admitem que medidas de defesa comercial "não serão poupadas" em 2012, seja na forma de barreiras antidumping, incentivos locais ou salvaguardas. O chanceler Antonio Patriota evita a palavra protecionismo. Prefere justificar as decisões como forma de garantir "espaço para políticas públicas".

A China, maior exportador do mundo, também admite que começa a perder com a volta da recessão nos países ricos. O ministro do Comércio, Deming Chen, deixou claro que o país "defenderá seus interesses".

Lamy não mede as palavras para criticar as medidas "míopes" de governos e alerta que a segunda onda da crise é ainda mais perigosa que a primeira. "Para 2012, há poucos sinais de otimismo. O clima é ruim e vivemos tempos difíceis, com a pressão protecionista aumentando."
O Estado de S.Paulo





Terceira semana de dezembro tem superávit de US$ 542 milhões

Brasília  – As exportações brasileiras, na terceira semana de dezembro (12 a 18), com cinco dias úteis, foram de US$ 5,077 bilhões (média diária de US$ 1,015 bilhão). O resultado é 17,3% superior à média aferida até a segunda semana do mês (US$ 865,4 milhões). Neste comparativo, aumentaram as vendas de produtos básicos (38,7%), com destaques para minério de ferro, petróleo e café, e de manufaturados (5,1%), sendo os principais aumentos para aviões, energia elétrica, autopeças, etanol, suco de laranja congelado e veículos de carga. Os embarques de produtos semimanufaturados (-13,9%), porém, decresceram, por conta de açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro e aço, couros e peles, óleo de soja em bruto e ouro em forma semimanufaturada.

As importações, no período, foram de US$ 4,535 bilhões (resultado médio diário de US$ 907 milhões) e houve queda de 1,9% sobre a média até a até a segunda semana de dezembro (US$ 924,1 milhões), explicada, principalmente, pela retração nos gastos com combustíveis e lubrificantes, veículos automóveis e partes, siderúrgicos, aeronaves e partes e cereais e produtos de moagem. Com esses dados, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 542 milhões (média diária de US$ 108,4 milhões) e a corrente de comércio foi de US$ 9,612 bilhões (média de US$ 1,922 bilhão).
Mês

Nos 12 dias úteis de dezembro (1° a 18), as exportações foram de US$ 11,135 bilhões, com resultado médio diário de US$ 927,9 milhões. Pela média, houve aumento de 2% em relação à média do mês de dezembro de 2010 (US$ 909,5 milhões). As vendas produtos manufaturados (10,4%) cresceram, com destaque para etanol, automóveis de passageiros, veículos de carga, motores e geradores, açúcar refinado, bombas e compressores e partes de motores para veículos. Nos semimanufaturados (2,1%), aumentaram, principalmente, os embarques de borracha sintética, semimanufaturados de ferro e aço, óleo de soja em bruto, açúcar em bruto e madeira serrada. Por outro lado, decresceram as vendas de básicos (-4,6%) por conta, principalmente, de petróleo, milho em grãos, farelo de soja e minério de ferro.

Na comparação com a média do mês de novembro deste ano (US$ 1,088 bilhão), houve queda de 14,8% nas vendas brasileiras, com diminuição das exportações nas três categorias de produtos: semimanufaturados (-29,9%), básicos (-20,6%) e manufaturados (-0,8%).

As aquisições no exterior, em dezembro, estão em US$ 11,005 bilhões (média de US$ 917,1 milhões). Houve aumento de 35,4% na comparação com a média de dezembro do ano passado (US$ 677,1 milhões), com alta, principalmente, nos gastos com adubos e fertilizantes (169,9%), veículos automóveis e partes (61,5%), combustíveis lubrificantes (55,8%), farmacêuticos (44,2%) e borracha e obras (31,4%).

Já sobre o resultado verificado em novembro passado (US$ 1,059 bilhão), apontou-se retração de 13,4% nas importações, com diminuição nas aquisições de combustíveis e lubrificantes (-28,3%), cereais e produtos de moagem (-25,8%), aparelhos eletroeletrônicos (-22,9%), equipamentos mecânicos (-13,6%) e plásticos e obras (-13,4%).

Com esses resultados, a balança registra saldo positivo no mês de US$ 130 milhões (média diária de US$ 10,8 milhões). A corrente de comércio, no período, somou US$ 22,14 bilhões, com média de US$ 1,845 bilhão.

Ano

De janeiro até a terceira semana de dezembro, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 463,991 bilhões (média diária de US$ 1,925 bilhão), com aumento de 25,9% sobre a média do mesmo período do ano passado (US$ 1,529 bilhão).

Nos 241 dias úteis de 2011, o superávit da balança comercial é de US$ 26,104 bilhões (média diária de US$ 108,3 milhões). O resultado é 57,4% maior que o verificado no mesmo período do ano passado (média diária de US$ 68,8 milhões).

No acumulado do ano, as exportações alcançaram US$ 245,047 bilhões (média diária de US$ 1,016 bilhão), resultado 27,2% acima do verificado no mesmo período de 2010, que teve média diária de US$ 799,1 milhões. O acumulado anual das importações está 24,4% maior em relação ao ano passado (média diária de US$ 730,2 milhões). No ano, as compras brasileiras no mercado externo chegam a US$ 218,943 bilhões (média diária de US$ 908,5 milhões).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC


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