LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 22/12/2011

Mercosul amplia restrições a importados de baixo preço.

Por SHANE ROMIG, de Montevideo

Presidentes e ministros da Fazenda sul-americanos decidiram na conferência anual do bloco comercial Mercosul criar altas tarifas para uma série de importados baratos para proteger a região contra um enfraquecimento da economia mundial.

Os membros concordaram em impor tarifa de 35% sobre 100 novos itens sujeitos à tarifa comum do Mercosul sobre importados vindos de fora do bloco, segundo um comunicado da delegação brasileira. As novas tarifas serão impostas até dezembro de 2014. Bens de capital, têxteis e químicos são os alvos mais prováveis.

Nos últimos meses, Argentina e Brasil expressaram temores de que exportadores asiáticos possam tentar compensar uma queda da demanda nos Estados Unidos e na Europa inundando a América Latina com produtos manufaturados baratos.

A união alfandegária do Mercosul foi criada em 1991 por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, com Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e Equador participando como membros associados.

Mas medidas protecionistas dentro do bloco são causa frequente de discórdia. No início deste ano, Argentina e Brasil impuseram licenças de importação não automáticas para uma série de produtos trocados entre os dois países, causando veementes protestos de industriais de ambos os lados da fronteira. Em paralelo, empresários uruguaios têm reclamado há meses que a Argentina está bloqueando as importações do seu minúsculo país.

A América do Sul saiu da crise financeira global de 2008-09 relativamente incólume, graças a sistemas bancário sólidos, à brevidade do período de queda das commodities e a finanças públicas sólidas, que deram a muitas nações os meios para realizarem gastos fiscais anticíclicos para dar respaldo às suas economias.

Mas o boom econômico da região nos últimos dois anos pode esfriar rapidamente se a recessão e a estagnação nos países do mundo desenvolvido reduzir a demanda asiática por matérias-primas latino-americanas, como minério de ferro, cobre e grãos.

Além do acordo das tarifas, o Mercosul assinou um tratado de livre comércio com territórios Palestinos, nos moldes de um acordo firmado com Israel em 2007. Os membros fundadores do Mercosul já reconheceram formalmente o Estado Palestino e lhe deram apoio em sua recente tentativa de se tornar membro integral da Organização das Nações Unidas, embora os palestinos só tenham conseguido obter status de observadores.
http://online.wsj.com/article/SB10001424052970204464404577112494100923530.html





Exportações de industrializados batem novo recorde em MS

A receita das exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul voltou a bater um novo recorde histórico nos primeiros 11 meses deste ano ao atingir a marca de US$ 2,67 bilhões, superando em 27% o valor obtido no acumulado de todo o ano passado (US$ 2,11 bilhões) e em 97% o montante alcançado no ano de 2009 (US$ 1,36 bilhões), conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Apenas na comparação com o mesmo período do ano passado, as receitas totais registraram crescimento de 39,7%, saltando de US$ 1,7 bilhão de janeiro a novembro de 2010 para US$ 2,67 bilhões nos 11 primeiros meses deste ano.

Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, com o desempenho registrado ao longo deste ano, é possível afirmar que as exportações de industrializados do Estado vão fechar 2011 muito próximas de US$ 3 bilhões. “Esses dados positivos refletem o bom momento do setor industrial em Mato Grosso do Sul nos últimos dois anos, alavancado, principalmente, pelo desempenho favorável dos segmentos de extrativo mineral e de açúcar e álcool, que registram sucessivos aumentos de preços no mercado externo. Além disso, no caso do açúcar, países como China, Rússia e Venezuela aumentaram suas compras, beneficiando a nossa balança comercial”, disse.

Sérgio Longen acrescenta ainda que nos últimos meses o complexo carne melhorou o seu desempenho depois das reduções das compras ocorridas em importantes compradores, especialmente aqueles que passaram por conflitos internos de ordem política, notadamente no mundo árabe, como Argélia e Egito. “Há três meses, países como Venezuela, Hong Kong, Japão, Holanda, China, Arábia Saudita e Ucrânia também elevaram o volume de compra de carnes produzidas em Mato Grosso do Sul, refletindo positivamente na receita das exportações”, pontuou.

Participação

Ainda segundo o levantamento do Radar da Fiems, quanto à participação relativa, no acumulado do ano, as vendas externas de industrializados atingiram a marca de 72,6% de tudo o que foi exportado por Mato Grosso do Sul. Quanto à participação relativa, apenas no mês de novembro deste ano, as vendas externas de industrializados atingiram a marca de 80,2% de tudo o que foi exportado pelo Estado. Também na avaliação apenas da receita obtida no mês de novembro, quando as vendas externas de industrializados alcançaram US$ 272,9 milhões, o crescimento com relação ao mesmo período do ano passado foi de 39,9%, quando o valor foi de US$ 195 milhões.

Com essa receita de US$ 272,9 milhões, novembro de 2011 consolida-se como o segundo melhor resultado mensal alcançado em toda a série histórica da exportação de industrializados em Mato Grosso do Sul, ficando atrás somente do mês de setembro de 2011, com US$ 354,9 milhões. Já com relação ao volume, no acumulado do ano, a exportação de industrializados alcançou o volume total de 8,06 milhões de toneladas, aumento de 32,2% em relação à igual período de 2010, quando foi vendido ao exterior o equivalente a 6,09 milhões de toneladas de produtos industrializados. Na comparação apenas de novembro de 2011 com novembro de 2010, o crescimento foi de 80,5%, subindo de 400,9 mil toneladas para 723,6 mil de toneladas.

Principais grupos

No acumulado do ano, os principais itens da pauta de exportação de industrializados de Mato Grosso do Sul são Complexo Carne, Extrativo Mineral, Açúcar e Álcool e Papel e Celulose. No caso do Complexo Carne, os produtos com maior destaque são os pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas, carnes secas e salgadas, outras carnes de suínos congeladas, carnes congeladas de galos e galinhas não cortados em pedaços e outras miudezas comestíveis congeladas de bovinos, que proporcionaram um acréscimo, em receita, no comparativo com 2010, equivalente a US$ 55,3, US$ 11,7, US$ 11,6, US$ 6,4 e US$ 5,9 milhões, respectivamente.

Já no grupo Extrativo Mineral o valor alcançado ficou em US$ 589,5 milhões, com destaque para a elevação ocorrida nas exportações de minérios de ferro em bruto, que até o momento, totalizaram US$ 570,7 milhões ou 96,8% da receita total, resultando, deste modo, em uma receita 109% maior que a obtida em igual intervalo de 2010, mesmo com uma expansão, em volume, na mesma comparação, de 37%. No grupo Açúcar e Álcool, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 625,4 milhões, indicando, sobre 2010, um crescimento nominal de 98,2% na receita, resultando em um valor adicional de US$ 309,9 milhões.

Quanto às exportações de Papel e Celulose o destaque, naturalmente, fica por conta da pasta química de madeira semibranqueada (celulose), que até agora, em 2011, registrou uma receita de exportação equivalente a US$ 390,4 milhões ou 92,6% da receita total do grupo. Quando comparado com igual período de 2010, houve um crescimento nominal de 10,1% na receita obtida com o produto. Ainda em relação ao grupo, outro destaque foi observado nas vendas de papel fibra 150g/m², que somaram, até agora, o equivalente a US$ 27,9 milhões ou 6,61% do total, proporcionando, na mesma comparação, uma receita 36,7% maior.
http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=77962




Os países do BRICS e o novo equilíbrio internacional

Os cinco países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão se estabelecendo como parceiros privilegiados para vários países, incluindo também a Suíça.

Os mercados emergentes serão os protagonistas do futuro? Entrevista com Pietro Veglio, ex-diretor suíço no Banco Mundial.

Nascido em 1944, Pietro Veglio conhece não apenas o potencial, mas também a realidade dos países do BRICS. Esse economista de língua italiana foi diretor executivo suíço no Banco Mundial. Ao mesmo tempo é presidente da Federação das ONGs da Suíça Italiana (FOSIT).

swissinfo.ch: A Suíça é tradicionalmente parceira dos países industrializados. Nesse atual período de dificuldades para a Europa e os Estados Unidos, o governo suíço não deveria se concentrar prioritariamente nos países do BRICS?

Pietro Veglio: O fluxo do comércio exterior da Suíça já está reorientado para alguns países emergentes, especialmente na Ásia. As exportações são bastante diversificadas, geograficamente, com um aumento claro para os países emergentes ou em via de desenvolvimento. Isso demonstra que a indústria helvética de exportação aprendeu a lição da recente crise financeira e da crise da zona euro.

swissinfo.ch: Quais são os pontos comuns dos países do BRICS?

P.V.: Os BRICS se transformaram em uma entidade política. Eles votam de maneira semelhante nas Nações Unidas e organizam encontros de cúpula entre eles. Eles se apresentam como protagonistas do novo mundo e utilizam seu clube para criar hegemonias como, por exemplo, nas negociações climáticas. Ou quando eles decidem colocar um pé no continente africano e encorajam a África do Sul a entrar no BRICS. O mapa político internacional mudou: estamos assistindo a criação de um novo equilíbrio internacional.

No plano econômico, o produto interno bruto dos países do BRICS corresponde hoje a 17% do PIB mundial. A China poderá ultrapassar os Estados Unidos até 2027, enquanto que o PIB do Brasil já está ultrapassando o da Itália. Em 2030, eles poderão produzir 47% do PIB mundial. Além disso, estão abrindo o caminho para os outros, pois já se fala de uma possível inclusão da Colômbia, Indonésia, Vietnã, Egito, Turquia ou do Chile.

swissinfo.ch: Quais são suas principais diferenças?

P.V.: Os países do BRICS não são homogêneos. A China baseou seu modelo de desenvolvimento nos últimos trinta anos em cima do crescimento das exportações e investimentos dominados pelas grandes empresas nacionais, em detrimento do consumo interno. Por isso o país deverá procurar progressivamente um novo equilíbrio ao desenvolver o consumo e reorientar os investimentos para as pequenas e médias empresas que produzem para os mercados locais.

No Brasil, por outro lado, os investimentos equivalem a 19% do PIB. Essa taxa baixa, inferior aos da China ou de muitos países industrializados, reflete por sua vez o baixo índice de poupança doméstica.

Porém o Brasil também apresenta um nível elevado de consumo: 61% do PIB. Essa situação não é sustentável. Por isso o Brasil deverá diminuir o consumo e aumentar a poupança para financiar uma infraestrutura ainda insuficiente. Os recursos dos novos campos petrolíferos off-shore poderão ser uma oportunidade para o país.

Já a Índia encontra-se em um caminho intermediário. Os investimentos correspondem a 38% do PIB e são, em grande parte, financiados pelas empresas com pouca intervenção do setor bancário. O país também deverá melhorar sua própria infraestrutura.

Enfim, a Rússia se tornou um importante exportador de gás natural e de petróleo. No entanto, ela enfrenta ainda as sombras do passado soviético e graves problemas de governança.

swissinfo.ch: Quando falamos de países emergentes, estamos nos referindo ao crescimento econômico e o enorme potencial dos seus mercados. Em que medida isso reflete também nos direitos dos trabalhadores ou custos ambientais?

P.V.: O crescimento econômico pode contribuir de forma significante a melhorar o nível de vida. Mas o crescimento do PIB não deve ser considerado um fim por si só, mas como um meio para alcançar objetivos que nos parecem importantes. Cada país do BRICS deverá responder aos grandes desafios sociais e ambientais.

Na China, as desigualdades sociais entre ricos e pobres e entre as regiões se tornaram mais graves. O processo de decisões depende muito das decisões dos dirigentes do Partido Comunista, com uma pressão democrática das bases excessivamente fraca. Como em outros países, ela também vive problemas de contaminação das águas, do ar e dos solos, mas o governo já tem consciência disso. Não é por nada que a China está desenvolvendo as energias renováveis e poderá até se tornar um líder mundial nessa área.

Já a Índia está confrontada a desafios ainda maiores nas áreas social e ambiental. Mas no país existe a liberdade de acesso à informação, com inúmeras mídias nacionais, muitas das quais bem críticas em relação ao governo. Também as camadas mais pobres da população podem participar da vida política e social.

Quanto ao Brasil, a desigualdade histórica na distribuição de renda diminuiu nas últimas décadas graças aos programas sociais lançados pelos sucessivos governos. Um programa nacional apoia cerca de 50 milhões de pessoas através de ajuda às mães nas famílias mais pobres com a condição de seus filhos frequentarem a escola obrigatória e se submeterem com regularidade a controles médicos.

Pietro Veglio. (Keystone)

swissinfo.ch: Logo que são negociados acordos de livre-comércio com os países do BRICS, o que a Suíça pode fazer para favorizar um melhor respeito dos direitos fundamentais?

P.V.: Eu não creio que ela possa fazer muito. A China não aceita entrar em discussão nessa matéria e outros países a interpretam como uma medida protecionista para favorizar os seus próprios interesses comerciais.

O desenvolvimento econômico e social dos BRICS favorizará, de todas as maneiras, o desenvolvimento das sociedades civis e, ao mesmo tempo, uma pressão de baixo em favor do respeito dos direitos fundamentais. É nessa perspectiva que podemos manifestar um otimismo moderado, mas não poderemos certamente impor padrões que mesmo os países industrializados não respeitaram no passado.

swissinfo.ch: O que falta aos países do BRICS para se tornarem superpotências? Não seria só uma questão de tempo?

P.V.: É difícil dizer. Também porque a transição de uma economia emergente em direção à riqueza é complexa e difícil, muito mais do que a transição de país pobre a país emergente.
Luigi Jorio, swissinfo.ch
Adaptação: Alexander Thoele
http://www.swissinfo.ch/por/economia/Os_paises_do_BRICS_e_o_novo_equilibrio_internacional.html?cid=31807714




Governo vai usar defesa comercial a favor da indústria

Simone Cavalcanti (scavalcanti@brasileconomico.com.br)
Correspondente do Brasil Econômico em Brasília

No início do próximo ano, será publicado um decreto com novas regras para as investigações antidumping

Numa mudança de estratégia, MDIC decide ser mais agressivo, vai atacar as triangulações entre países e incentivar inovação.

O governo vai intensificar as ações de defesa comercial para dar fôlego à indústria nacional nessa nova fase da crise global, que tem levado a um acirramento da concorrência com os importados no mercado doméstico.

Felipe Hess, diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) disse ao Brasil Econômico que, no início do próximo ano, será publicado um decreto com novas regras para as investigações antidumping - contra a prática comercial que consiste na venda de produtos abaixo do valor de custo do seu país de origem.

Também está no horizonte de curto prazo o aprimoramento da regulamentação que trata de salvaguardas - defesa comercial. A intenção é tornar os processos cada vez mais eficientes e ágeis principalmente diante da conjuntura atual.

"Quanto mais vulnerável estiver um setor, mais ele vai se beneficiar", afirmou, ressaltando que as ações não têm por objetivo corrigir distorções causadas por questões internas, como de natureza tributária, mas os aspectos da concorrência desleal com os importados.

Em paralelo, o governo estuda ações no âmbito da política industrial para incentivar o aumento de investimento em inovação e tecnologia visando o médio e longo prazo.

Além de estabelecer prazos mais claros para as respostas das partes envolvidas no processo, o decreto torna obrigatória a publicação das conclusões preliminares antes mesmo do término da investigação.

Com isso, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderá aplicar medidas provisórias, como o aumento do imposto de importação em alguns casos, para reduzir a entrada de mercadorias que sejam alvos da ação.

"Enquanto as economias maduras estiverem patinando e o Brasil tiver com bom desempenho, nosso mercado será um dos locais mais promissores para essas mercadorias e assistiremos a evolução das importações", afirmou. Dados do MDIC mostram que, entre janeiro e o dia 18 deste mês, o volume de importações chegou a US$ 218,9 bilhões, alcançando recorde histórico. Em todo o ano passado, os desembarques somaram US$ 181,6 bilhões.

Segundo Hess, também está previsto para o primeiro trimestre de 2012 o reforço da equipe de investigadores de defesa comercial dos atuais 28 para 148.

E ainda o lançamento do Decom Digital, um sistema informatizado que receberá todos os documentos das partes envolvidas nas investigações e poderá ser consultado pelo público. Com a redução da burocracia, ganha-se menores custos e mais agilidade.

Mas enquanto isso não ocorre, a ordem do próprio ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, é de ter ousadia e agressividade com os recursos que existem.

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) já está apoiando os processos de defesa comercial de forma geral desde agosto passado. Antes sua atuação era restrita aos setores de saúde e de meio ambiente.

O órgão está acelerando os processos de avaliação de conformidade dos produtos importados para informar ao ministério os casos em que entenda que os produtos que estão ingressando no país apresentem qualidade inferior à exigida pelos similares fabricados no mercado doméstico.

Na lista que já está sob análise do Inmetro estão, por exemplo, máquinas, aço, tubos, válvulas. "Se não atende às exigências e não tem selo, igual brinquedo, não pode entrar no Brasil", disse a secretária de Desenvolvimento e Produção, Heloísa Menezes.
http://www.brasileconomico.com.br/noticias/governo-vai-usar-defesa-comercial-a-favor-da-industria_110845.html




EUA são o maior mercado para o petróleo brasileiro


Os Estados Unidos absorveram 40% das exportações de petróleo da Petrobras este ano. Até novembro, a receita da companhia com exportações para os Estados Unidos somou US$ 6 bilhões, resultado da exportação de aproximadamente 57,6 milhões de barris de óleo. Em volume, as exportações totais de 2010 superam as dos onze meses de 2011: foram exportados 79,6 milhões de barris, mas que renderam uma receita pouco superior, de US$ 6,1 bilhões.

Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras, explica que depois dos Estados Unidos, os principais países importadores do petróleo nacional são a China, Índia, Chile, Portugal e França. A China é o segundo maior importador, ficando com 26,4% das exportações. Até novembro foram vendidos para o país asiático 37,62 milhões de barris, por US$ 4,06 bilhões.

"A Petrobras tem diversificado bastante a colocação dos petróleos nacionais no mercado externo e está presente nas principais regiões consumidoras", diz Costa.

Nos Estados Unidos a Petrobras entrega petróleo na Costa Oeste, na Costa Leste e em estados situados no Golfo Americano. O óleo é comercializado na modalidade "Delivery ex Ship" (DES), em que o vendedor se compromete a entregar a mercadoria em porto de destino previamente combinado com o comprador. "A logística de entrega das cargas naquele mercado inclui navios saindo diretamente do Brasil ou da tancagem que a Petrobras possui no Caribe, que tem a finalidade de adequar suas cargas às restrições logísticas dos portos e terminais americanos", explica o diretor da Petrobras.
Valor Econômico




Importar para consumir

O crescimento da economia brasileira será maior no próximo ano, mas as contas externas serão mais fracas que em 2011, segundo as novas projeções do Banco Central (BC).
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, referiu-se ao déficit comercial dos manufaturados, cerca de US$ 88 bilhões até outubro, como "o principal problema" do País, neste momento.
Se a bola de cristal do BC estiver bem regulada, o ministro terá mais um motivo para dar atenção ao comércio exterior e, de modo especial, às condições de atuação da indústria. Pelas novas estimativas, o valor das exportações deverá chegar a US$ 267 bilhões em 2012, com elevação de apenas 4,3%. Em contrapartida, as importações deverão aumentar 7% e atingir US$ 244 bilhões. Haverá uma inversão no desempenho: a receita calculada para 2011, US$ 256 bilhões, deve ser 26,7% maior que a do ano passado, enquanto a despesa deve ter um crescimento pouco menor, de 25,3%.
Exportações em crescimento mais lento são compatíveis com um cenário de crise na Europa e nos Estados Unidos e expansão provavelmente mais lenta na China. Se esse quadro se confirmar, a receita obtida com os produtos básicos e semimanufaturados crescerá menos que em 2011, porque a evolução das cotações será menos favorável. Neste ano, até novembro, os básicos e semimanufaturados proporcionaram US$ 145,2 bilhões, 62,1% do valor total.

Um crescimento maior e sustentado pelo consumo se refletirá nas importações. Em 2011, até novembro, bens de capital só representaram 21,1% do valor importado. Será reproduzido o quadro observado em anos de expansão econômica maior que a de 2011, quando as compras externas avançaram mais velozmente que as vendas. O desemprego continuará baixo nos próximos meses, disse o presidente Alexandre Tombini, falando no Senado na terça-feira. Isso garantirá o vigor do consumo.
Essa expectativa, compatível com a previsão de maior crescimento econômico, é parte da explicação das projeções do balanço de pagamentos. Enquanto os novos números eram divulgados pelo banco, o presidente Tombini apresentava aos congressistas sua avaliação da economia. Ele mencionou a expansão estimada por economistas do mercado: 3,4% em 2012, com aceleração para 3,7% no período de um ano encerrado no primeiro trimestre de 2013. Mais explícito que o presidente do BC, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem revelado as próprias projeções - na faixa de 4,5% a 5% no próximo ano. A presidente Dilma Rousseff tem repetido esses números como metas para 2012.

Pelos cálculos do BC, o saldo comercial diminuirá 17,8%, de US$ 28 bilhões para US$ 23 bilhões. Mas o déficit de serviços e rendas aumentará de US$ 84 bilhões para US$ 90,7 bilhões. O saldo das transferências unilaterais diminuirá de US$ 3 bilhões para US$ 2,7 bilhões. Somadas todas essas parcelas, o déficit em transações correntes passará de US$ 53 bilhões em 2011 para US$ 65 bilhões no próximo ano.

Esse déficit será financiado sem problema pelo saldo da conta financeira e de capital, US$ 70 bilhões. Mas o investimento direto estrangeiro, incluído nessa conta, ficará em US$ 50 bilhões. Parte do buraco das transações correntes será coberta por empréstimos e capitais especulativos.
Não haverá nada especialmente dramático na piora da conta corrente. Se as projeções estiverem certas, o déficit passará de 2,1% para 2,4% do PIB, uma proporção administrável. Além disso, a captação de poupança externa poderia ser um fator de aceleração do crescimento - se fosse destinada principalmente, é claro, a financiar o investimento e não o excesso de consumo público e privado, como tem ocorrido.

Esse déficit, em princípio, não justifica maior preocupação. O problema sério está mesmo na conta de mercadorias. O superávit comercial brasileiro tem dependido exclusivamente da exportação de produtos básicos e semimanufaturados. É tolice condenar a exportação desses bens, mas também é tolice descuidar das condições para exportar maior volume de manufaturados. A indústria ainda é a fonte principal dos bons empregos, no Brasil, e um importantíssimo núcleo de absorção e de desenvolvimento de tecnologia.

Política industrial não se faz só com protecionismo e com alguns estímulos dirigidos a segmentos eleitos pela corte brasiliense. Não há, de fato, nada parecido com uma política de modernização industrial no Brasil, embora a presidente e seus ministros afirmem o contrário. Nenhuma economia se torna mais produtiva quando só se cuida de alguns poucos núcleos. Até os ignorantes em futebol entenderam a lição: o Barcelona, e não Messi, ganhou o campeonato mundial de clubes. Isso vale também para a política de desenvolvimento.
O Estado de São Paulo




Exportações ganham mais espaço no PIB

Responsáveis por segurar o Produto Interno Bruto (PIB) estável no terceiro trimestre ao crescer 1,8% no período em relação aos três meses anteriores, as exportações de bens e serviços recuperaram peso na economia nacional neste ano. Enquanto no primeiro trimestre elas representaram 10,4% do PIB, no terceiro elas foram responsáveis por 12,75% dele, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, as importações de bens e serviços também aumentaram seu espaço, subindo de 11,6% para 13% do PIB.

A recuperação em 2011, contudo, é tímida em relação ao peso já alcançado pelas exportações de bens e serviços - 16,4% de peso no PIB em 2004, quando a participação das importações foi de 12,5%. Para 2012, um novo ganho ainda é uma incógnita para os especialistas, dado o cenário de recessão esperado para a zona do euro.

O aumento do peso da exportação e importação registrado neste ano precisa ser relativizado, de acordo com a coordenadora de projetos do Centro de Estudos do Setor Externo da Fundação Getulio Vargas (Cesex-Ibre/FGV), Lia Valls Pereira. "As exportações cresceram, como era esperado, mas não de forma significativa, enquanto o PIB estagnou. Não há mudança estrutural acontecendo. É só reflexo da desaceleração da atividade como um todo", afirmou. Para Lia, o cenário futuro para as exportações brasileiras também não é muito animador.

Os dados de exportação e importação no PIB de 2011 foram influenciados pelo comportamento das vendas e das compras feitas pela indústria. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o coeficiente de importação da indústria geral (o quanto as compras externas representam do consumo de bens industriais) estava em 21,6% no primeiro trimestre do ano. No terceiro trimestre, a fatia subiu para 23,4%. Na mesma comparação, o coeficiente de exportação da indústria geral (o quanto da indústria é vendido para o exterior) cresceu 2,7 pontos, chegando a 20,2%.

Para o vice-presidente da Associação dos Exportadores do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o aumento das importações de produtos industriais ocorreu em virtude do real valorizado e do baixo preço dos produtos vindos de fora. "Ficou mais barato importar do que produzir para o mercado interno. Isso aconteceu em vários segmentos da indústria", afirma.

Por outro lado, a alta no preço das commodities em 2011 levou aos resultados favoráveis das exportações. "Não houve mudança significativa na quantidade produzida em relação ao ano passado, mas como está mais difícil competir no mercado interno, alguns setores focaram a produção para exportação", diz Castro. Até outubro, a indústria produziu apenas 0,6% mais que em igual período do ano passado.

Os dados da Fiesp mostram o movimento descrito por Castro. Na comparação do terceiro trimestre deste ano com o do ano passado, a produção para o mercado interno da indústria de transformação encolheu 0,5%, enquanto o consumo aparente a (soma da produção e da importação, excluindo a exportação) aumentou 0,6%, de acordo com levantamento da entidade. A importação também cresceu mais que a exportação: 4,9% contra 3,2%. Na mesma comparação, as exportações do setor siderúrgico cresceram 47,4%, a de máquinas e equipamentos, 26,7%, e a de ferro-gusa, 23,9%. Ao mesmo tempo, a produção industrial desses setores caiu 1,5%, 2,4% e 4,8%, respectivamente.

Dentro da indústria geral, os setores considerados de média e baixa tecnologia são os que estão conseguindo entrar no mercado externo. "Quem está se sobressaindo são plásticos, borracha, madeira e couro, que possuem baixo valor agregado", disse o economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) Rogério César de Souza.

O instituto fez um levantamento a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) que mostrou crescimento de 2% na exportação de produtos de alta tecnologia contra 12,8% de alta nas importações, na comparação entre o terceiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2010. Já no setor de baixa tecnologia, as importações (33,4%) seguiram mais altas que as exportações (16%). O único que inverteu a ordem foi o de média-baixa tecnologia, que registrou aumento de 43,5% nas exportações, contra 29,3% das importações.

O peso das exportações no PIB brasileiro não deve aumentar no ano que vem. A perspectiva de acirramento da crise na zona do euro, o baixo crescimento dos Estados Unidos e a desaceleração chinesa vão diminuir o apetite do mercado internacional pelos produtos nacionais.

"A situação está se agravando, então a cotação das commodities deve cair. Com isso, os sul-americanos, que compram as nossas manufaturas, ficam com menos divisas, pois também serão afetados", afirmou Castro. Em contrapartida, as importações devem manter seu atual peso no PIB, segundo Lia Valls Pereira. "Vai crescer acompanhando o ritmo geral, ou seja, em um passo menor. Até porque as importações estão ligadas ao consumo interno."
Valor Econômico




É preciso reduzir importações "predatórias", afirma Dilma

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem em Montevidéu, na cerimônia de encerramento da cúpula do Mercosul, que os países do bloco precisam reduzir o que chamou de " avalanche de importações predatórias" proveniente dos países com maior índice de industrialização, na Europa, América do Norte e Asia. "Essas importações comprometem a geração de emprego e o crescimento econômico e devemos combatê-las com eficácia", disse Dilma em seu discurso.

Entre as medidas mencionadas pela presidente, está "a construção de mecanismos comuns que defendam a nossa economia de práticas ilegais e fraudulentas". Dilma anunciou ainda, como uma decisão do Mercosul como um todo, " a ampliação do alcance da lista dos produtos incluídos na Tarifa Externa Comum (TEC), permitindo uma gestão flexível, integrada e estratégica". Na prática, a proposta amplia temporariamente em cem itens a lista de exceções para cobrança de alíquota acima da TEC para importações de fora da zona.

Essa era a proposta inicial do Brasil desde o início da cúpula, mas,durante as reuniões realizadas anteontem pelos ministros das áreas econômicas do bloco, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a afirmar que o Brasil havia concordado em ampliar em 200 novos produtos a lista de exceção à TEC, conforme havia proposto a Argentina.

A lista de exceção permite que os países cobrem uma alíquota diferente dos demais membros do bloco para determinado produto, desde que não seja ultrapassado o teto de 35% que a tarifa determina. A ampliação das exceções durará até dezembro de 2014. A sessão aberta do Mercosul começou com seis horas de atraso, devido à morte de um integrante da delegação argentina, o subsecretário de Comércio Exterior Ivan Heyn. O economista, que havia completado 34 anos na semana passada, foi encontrado em seu quarto de hotel, no centro da capital uruguaia, aparentemente enforcado. A polícia uruguaia investiga a hipótese de suicídio.

Quando a notícia chegou ao prédio que abriga a sede do Mercosul, no instante em que os presidentes iam abrir formalmente o encontro, a reunião foi paralisada a pedido da presidente argentina, Cristina Kirchner. A cúpula foi retomada, instantes depois, com o cancelamento de diversos atos públicos. Até mesmo a foto oficial deixou de ser feita. Durante o encontro, foi transferida do Uruguai para a Argentina a presidência pro-tempore da instituição.

O encontro dos presidentes chegou a um impasse quando se debateu o ingresso pleno da Venezuela. O Uruguai apresentou uma proposta para que as admissões de países passassem a ser tratadas por um grupo especial de trabalho, e não mais pelo Poder Legislativo de cada país. O presidente venezuelano Hugo Chávez não era esperado para a reunião, mas decidiu viajar para Montevidéu na noite de anteontem, quando se tornou claro que havia dificuldades para o Paraguai aceitar a proposta uruguaia.

O processo de ingresso da Venezuela está travado desde 2008, com a resistência do Senado paraguaio, controlado pela oposição ao presidente Fernando Lugo, em votar a admissão. Com a criação da comissão, a decisão sobre o ingresso ficaria concentrada nas presidências dos países-membros. Logo ao chegar ao Uruguai, em uma entrevista coletiva, Chávez foi contemporizador.

"Ninguém colocou como meta a aprovação dessa proposta hoje", disse o presidente venezuelano. Durante a sessão de encerramento do encontro, Dilma e Cristina anunciaram abertamente o apoio ao ingresso pleno da Venezuela. Lugo não comentou o tema.

Além da Venezuela, o presidente do Equador, Rafael Correa, também pediu formalmente o ingresso do país no bloco, embora no caso equatoriano a adesão seja ainda mais complexa que a do Venezuela, porque o Equador faz parte de outro bloco comercial, o Pacto Andino, e usa o dólar como moeda doméstica. " Espero que o Equador tenha melhor sorte que nós e que o seu processo não leve o mesmo tempo", disse Chávez em discurso.
Valor Econômico





Petrobras terá de importar gasolina, admite Gabrielli

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou nesta segunda, 19, que o país deverá ter de importar gasolina para abastecer o mercado interno no próximo ano. A necessidade de importação tem sido impulsionada pelo aumento da demanda pelo combustível, cujo consumo cresceu 43% no acumulado dos últimos dois anos. “Estamos no limite da nossa capacidade de produção”, destacou o presidente da estatal durante a solenidade de comemoração dos 70 anos do início da produção comercial do petróleo no Brasil, em São Francisco do Conde.

Segundo Gabrielli, a capacidade de produção da gasolina no país deverá ser ampliada apenas a partir de 2015, quando deverão entrar em operação as novas refinarias. Até lá, a estatal pretende atuar em outra frente, ampliando investimentos na produção de etanol. “Vamos ampliar nossa participação no mercado de etanol de 4,3% para 12% até 2015, num investimento de US$ 4,2 bilhões em produção e distribuição por meio da Petrobras Biocombustíveis”, explicou.

A ampliação do consumo de gasolina foi impulsionada pela escassez de etanol no mercado brasileiro, cujos empresários na última semana anunciaram uma redução de 16,6% no volume de produção em relação ao ano anterior. Diante deste cenário, empresários do setor defenderam a flutuação do preço da gasolina de acordo com os preços do mercado internacional, de forma a tornar o etanol mais competitivo.
Sobre esta demanda, Gabrielli reafirmou que o preço brasileiro dos derivados do petróleo acompanha o mercado internacional, mas trabalha numa lógica de longo prazo. “É possível manter os preços do Brasil descolados do mercado internacional? Sim, mas não por muito tempo porque o mercado brasileiro é aberto”, explicou.

Crise internacional - À tarde, durante o lançamento da pedra fundamental do edifício Torre Pituba, que abrigará as atividades administrativas da companhia em Salvador, Gabrielli disse que a crise l pode ser uma ótima oportunidade de negócio para a empresa. “Estamos nos preparando para enfrentar a crise. Captamos em 2011 mais de US$ 18 bilhões, abrimos mais dois mercados que não tínhamos acesso, o mercado em euro e o em libra esterlina; estamos intensificando os processos de desinvestimentos nossos, montando todo um sistema para atrair novas empresas para vir para o Brasil, pois o desestímulo da atividade econômica nesses países é uma oportunidade para se instalar aqui. O próprio crescimento interno para nós é o principal mercado”.

Conforme Gabrielli, a Petrobras oferece um volume de compras na área petrolífera até 2015 “que nenhuma empresa (do mundo) pode oferecer, porque nós vamos ter um programa de investimentos enorme e um programa de investimento significa compra de fornecedores, e esses precisam estar no Brasil”. Ele informou que o plano da estatal envolve uma captação entre US$ 7 bilhões e US$ 12 bilhões por ano até 2015.
A Tarde - BA





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