LEGISLAÇÃO

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

EMPRESAS

Por que a taxa de mortalidade de micro e pequenas empresas é tão alta?

O sonho de possuir seu próprio negócio muita gente tem, mas não são todos os que estão preparados para os desafios de exercer o papel de proprietário. Os motivos que levam à falência das empresas podem ser inúmeros, mas neste artigo será enumerado as principais causas do fracasso de uma empresa.

O sonho de possuir seu próprio negócio muita gente tem, mas não são todos os que estão preparados para os desafios de exercer o papel de proprietário. Ser empregado é uma coisa: ter horário de trabalho fixo, ter a certeza de receber seu salário e outros benefícios, mas a situação muda quando este mesmo empregado vira patrão, o qual é responsável por muitas vidas e as responsabilidades são bem maiores. Os motivos que levam à falência das empresas podem ser inúmeros, mas, meu caro leitor, neste artigo será enumerado as principais causas do fracasso de um empreendimento.

Um dos problemas que um candidato a empresário pode enfrentar é o desentendimento com o(s) sócio(s), e para evitar, é preciso que se faça uma escolha criteriosa do parceiro que irá unir esforços para a abertura e manutenção da empresa, afinal o começo de um negócio é difícil e toda ajuda é sempre bem-vinda, onde a união faz a força, atentando-se para o fato de que, às vezes, pode ser necessário que se deva passar mais tempo com ele do que com o cônjuge, por exemplo. Um sócio pode ser bom porque tem capital para agregar, dá mais segurança à empresa nascente e até mesmo por ser a mão-de-obra mais barata naquele momento. O sócio deve ter formação semelhante ao do empreendedor, ou seja, nível educacional semelhante. Também deve ter confiança um no outro, e a sua falta pode resultar em dissolução da sociedade, pois não há sentido em partilhar um patrimônio, um sonho com alguém em que não se confia. Os sócios também devem ter um padrão de vida e ambições de renda semelhantes e aceitar as virtudes e os defeitos um do(s) outro(s). Devem partilhar de mesmas visões (mesmo sonho) e valores (forma de tratar os empregados, os clientes, ética, honestidade, etc). É essencial também que as habilidades e perfis dos sócios sejam diferentes, mas de forma que se complementem, por exemplo, um que goste de vendas, outro que goste de finanças, etc, evitando que todos estejam em uma mesma função. Os sócios devem se preocupar com o contrato social da empresa, devendo também conter cláusulas de saída da sociedade, prevendo como o negócio será desfeito, as condições de saída, a parte de cada sócio, etc. E por último, é fundamental que entre os sócios haja muita comunicação, trocando informações, abordando principalmente os temas mais conflitantes.

Outro ponto importante a ser observado é que todo negócio deve ter um foco, ou seja, ter seu produto/serviço bem definido, bem como saber onde se está, aonde quer chegar e como chegar. Há muitas empresas que já querem começar suas atividades oferecendo vários produtos/serviços, querendo começar já grandes. De nada adianta chegar ao topo de uma escada sem pisar no primeiro degrau. Tudo tem um começo, e com as empresas não seria diferente, afinal a evolução das coisas começa do estágio mais simples para o mais complexo. Então para crescer de forma sustentável, é recomendável que a nova empresa comece com produtos/serviços mais simples, em menor quantidade ou em que tenha mais segurança a oferecer para seus futuros clientes. À medida que a empresa for se desenvolvendo, construindo a sua cartela de clientes, aí sim é bom agregar outros serviços.

Um dos motivos que pode dificultar o crescimento das empresas é a falta de preparação do candidato a empresário para a gestão dos negócios. O empresário deve sempre buscar incessantemente o conhecimento, sempre se capacitando para estar melhor preparado para gerir o seu negócio, pois quanto mais conhecimento, maiores serão as chances de sucesso. Há também uma vasta literatura sobre empreendedorismo, bem como nos mais variados assuntos de gestão a se aproveitar. Também é importante conhecer o mercado onde se quer atuar, conversar com outros empresários, trocar experiências, buscar capacitação, enfim, buscar o maior número de informações possível. A preparação do empreendedor é importante e ela poderá ser determinante para o sucesso ou fracasso da futura empresa, evitando a má gestão dos recursos, o lançamento de produtos/serviços que não atendam as necessidades dos clientes, altos custos, falta de conhecimento da concorrência, prejuízo e outros problemas/riscos que podem ser evitados. Sabendo com que se está lidando, os riscos podem ser minimizados ou até mesmo evitados.

Por último, há uma característica na cultura brasileira que tem impacto direto na continuação das empresas principalmente em seus primeiros anos: a falta da cultura do planejamento, daí a alta mortalidade de empresas porque não fizeram o devido planejamento de suas operações. E um instrumento que ajuda muito no planejamento do novo empreendimento é o Plano de Negócios, o qual deve ter todas as informações dos mercados consumidor, fornecedor e concorrente, além de tudo que a empresa precisa fazer para atingir seu objetivo e todas as despesas que irá ter. Afinal de contas, uma casa, para ter segurança, deve ser construída em terreno sólido, pois caso seja construída em terreno movediço, ela poderá desabar. Assim são as empresas, elas devem ter uma base sólida para que tenham sucesso garantido.

Diante de tudo o que foi exposto acima, não precisa nem dizer o que se deve fazer para evitar o fechamento precoce de empresas. Tudo é uma questão de preparação e aprendizado constante, mesmo com os próprios erros. Hoje não há lugar para amadorismos, em que a gestão é caracterizada somente pela "intuição", e o empreendedor precisa cada vez mais ter uma postura profissional frente aos desafios do mercado. Assim, meu caro leitor, o fantasma da alta mortalidade das micro e pequenas em seus primeiros anos de funcionamento passará bem longe de seu empreendimento e o sucesso certamente acontecerá.

Bons negócios e muito lucro!
Mirela Sousa é bacharel em Administração com habilitação em Comércio Exterior da Faculdade Integrada do Ceará (FIC).
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/por-que-a-taxa-de-mortalidade-de-micro-e-pequenas-empresas-e-tao-alta/60410/



Nenhum comentário: