LEGISLAÇÃO

quarta-feira, 18 de abril de 2012

GUERRA DOS PORTOS




Comissão do Senado aprova projeto que acaba com 'guerra dos portos'

GUSTAVO PATU
DE BRASÍLIA
 Em sessão tensa, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta terça-feira (17) o projeto que busca eliminar a disputa entre os portos brasileiros pelo ingresso de produtos importados.
O texto aprovado reduz de 12% para 4% as alíquotas interestaduais do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre importados, reduzindo a receita dos Estados que oferecem os incentivos.
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Apoiado pelo governo Dilma Rousseff e pelas entidades representativas da indústria nacional, a proposta sofreu oposição veemente dos governadores e das bancadas de Goiás, Espírito Santo e Santa Catarina, inclusive com ameaças de retaliação ao Planalto no Congresso.
Apesar de discursos e bate-bocas que fizeram a reunião se arrastar por mais de quatro horas, a aprovação foi folgada, por 20 a 6.
No entanto, um requerimento anterior para adiar a votação foi rejeitado por pequena margem, por 13 a 12.
Na "guerra dos portos", Estados de menor expressão econômica oferecem incentivos fiscais para a entrada de produtos estrangeiros e depois se beneficiam da arrecadação do ICMS quando as mercadorias são revendidas para outros locais.
O governo quer que a proposta seja votada ainda nesta semana pelo plenário do Senado, mas os Estados ainda querem negociar compensações pelas futuras perdas de receita. Está em negociação, por exemplo, a mudança na correção das dívidas dos Estados com a União.
Como se trata de um projeto de resolução do Senado, a medida não precisa passar pela Câmara dos Deputados nem pela sanção presidencial para entrar em vigor.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1077296-comissao-do-senado-aprova-projeto-que-acaba-com-guerra-dos-portos.shtml 






Fim da 'guerra dos portos' cria efeito
cascata no setor de comércio exterior no ES


Nerter Samora 
Foto capa: Arquivo SD 

A extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), sem qualquer tipo de compensação, deve praticamente minar as atividades portuárias no Espírito Santo. Sem os incentivos fiscais como o principal diferencial em relação aos demais complexos portuários, o Estado pode perder até 70% do volume de importações, segundo a avaliação do secretário de Fazenda, Mauricio Cezar Duque, em entrevista ao jornal Valor Econômico.

A opinião do secretário é compartilhada por autoridades e empresários do setor ouvidos na mesma reportagem. O principal gargalo para o Estado será a questão logística. Sem incentivos, a falta de logística deve pesar na escolha pelo destino das importações – que passaram a vigorar com alíquota unificada em todo o País com a aprovação do projeto de Resolução N.º 72 no Senado Federal.

Especialistas do setor apontam que no final da “guerra dos portos”, os terminais com maior infraestrutura terão a maior fatia do mercado. Fator que prejudica, em teoria, o cenário capixaba, que possui problemas em rodovias federais, ferrovias, aeroporto e até mesmo no porto – após anos de espera, o cais da Baía de Vitória começa a ser dragado e a aumentar o calado.

Durante a sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que aprovou a medida, o governador Renato Casagrande (PSB) se queixou da falta de infraestrutura. “Essa é de responsabilidade do governo federal”, pontuou. O mercado aponta que a unificação da alíquota do ICMS deve levar a ampliar o volume de importações pelos portos do Estado de São Paulo.

Para o superintendente-geral do Porto de Vitória, Eduardo Prata, a estimativa é de que o volume de cargas importadas tenha uma queda imediata de 30%. Prata prega também que o Estado receba compensações não só financeiras, mas também de investimentos em infra-estrutura, disse ao Valor.


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