Greve da Receita Federal no Amazonas gera prejuízo de R$ 150 milhões
Cieam avalia que este poderá ser o rombo diário na economia do PIM, caso os fiscais da Receita Federal no Amazonas paralisem
Manaus (AM),
CINTHIA GUIMARÃES
Greve e cheia do rio preocupam indústria e comércio. Em 2009, a enchente atingiu a Alfândega do Porto, no Centro ( Clovis Miranda)
A iminente greve dos auditores fiscais da Receita Federal no Amazonas – nesta quinta-feira (19) eles realizaram a terceira paralisação seguida de advertência nos postos aduaneiros da capital –, já põe em alerta o Polo Industrial de Manaus (PIM) e suas possíveis consequências para a economia local. O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, estima que o prejuízo fique em torno de R$ 150 milhões diários, caso os fiscais que fazem o desembaraço de mercadorias e insumos nos portos e do aeroporto decidam cruzar os braços no próximo mês.
A estimativa leva em consideração o prejuízo gerado pela última greve da categoria, realizada há três anos. “Em 2009, o impacto da greve foi muito grande para a economia do Estado. Se vierem a entrar em greve de novo e for afetado em sua totalidade, como foi em 2010, teremos perda de faturamento e custos de funcionários, que poderão chegar a R$ 150 milhões de prejuízos”, revelou Périco.
Outra grande preocupação da indústria e dos próprios fiscais é subida de nível do rio Negro que ameaça atingir as instalações da Alfândega do Porto de Manaus, no Centro, semelhante ao que ocorreu durante a cheia recorde de 2010.
O presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal no Amazonas (Sindifisco-AM), Eduardo Toledo, atenta que o Porto de Manaus, apesar de movimentar o maior volume de cargas para a atividade econômica no Amazonas, opera com apenas 29% da capacidade de servidores que realizam o trabalho alfandegário. Ou seja, de 200 fiscais necessários, só atuam 60 profissionais.
“A alfândega está correndo risco de alagamento e de ter uma enchente ser maior que em 2009. O Centro ficará intransitável. Ainda não existem recursos extraordinário para deslocar auditores a outros prédios”, informou Toledo.
PleitoOs auditores fiscais da Receita Federal em todo o País planejam entrar em greve a partir do dia 9 maio, caso o Governo Federal ignore a proposta de reajuste salarial da classe, já que alegam estar desde 2008 sem qualquer aumento. A categoria pede, inicialmente, 30% de reajuste e melhores condições de trabalho. Até lá, eles pretendem fazer paralisações semanais.
Carta
Para tentar evitar o transtorno da greve, o Cieam apelou para o Governo Federal no intuito de mediar uma negociação nacional. No último dia 17 de abril, a entidade enviou correspondências à ministra Miriam Belchior (do Planejamento) com cópia para Presidência da Republica e ao chefe Casa Civil, sobre a questão da greve dos auditores e a precariedade da infraestrutura dos órgãos de fiscalização na Zona Franca de Manaus.
Para tentar evitar o transtorno da greve, o Cieam apelou para o Governo Federal no intuito de mediar uma negociação nacional. No último dia 17 de abril, a entidade enviou correspondências à ministra Miriam Belchior (do Planejamento) com cópia para Presidência da Republica e ao chefe Casa Civil, sobre a questão da greve dos auditores e a precariedade da infraestrutura dos órgãos de fiscalização na Zona Franca de Manaus.
No vermelho
A indústria teme com uma greve resultados ainda mais negativos que os já registrados. O trimestre na geração de empregos teve desempenho negativo de 1.387 postos, a maioria na indústria de transformação, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
A indústria teme com uma greve resultados ainda mais negativos que os já registrados. O trimestre na geração de empregos teve desempenho negativo de 1.387 postos, a maioria na indústria de transformação, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Blog
Ralph Assayag, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojista de Manaus
“Vamos agendar uma reunião na próxima semana com inspetor da Receita Federal e já nos reunimos hoje (ontem) com os importadores. As condições da Alfândega do Porto já estão atrapalhando nosso trabalho. A liberação de cargas está lenta, parece que estão realizando uma ‘operação tartaruga’. Se não conseguirmos resolver, toda carga do dia das mães ficará retida no porto. Daqui a pouco acaba a o estoque, não conseguimos repor, não terá venda, a população vai sofrer a arrecadação vai cair. Isso é preocupante demais”.
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