LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 17 de maio de 2012

PORTOS E LOGÍSTICA - 17/05/2012





Navios esperam até 40 dias para atracar em Paranaguá

Um congestionamento acumula navios na costa do Paraná. Eles aguardam uma vaga para atracar no porto de Paranaguá (a 98 km de Curitiba), principal ponto de embarque e desembarque de grãos da América Latina. A espera vai de 20 a 40 dias. No fim de semana, havia cerca de 50 navios aguardando na fila.
A Appa, autarquia do governo do Estado que administra o terminal, afirma que a combinação entre bons preços no mercado de commodities, dólar valorizado e condições meteorológicas desfavoráveis causam a fila, que “não é habitual”. Segundo a administração, a fila pode ser reduzida “rapidamente”.
“Fila de navios é assunto tradicional em Paranaguá”, rebate Nilson Camargo, assessor técnico-econômico e especialista em infraestrutura de transporte para o agronegócio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). “Elas se agravam nessa época de pico na exportação de granéis, mas são comuns o ano todo.”
A causa do problema é conhecida. “A infraestrutura não acompanhou a demanda. Em 1990, Paranaguá movimentou cerca de 13 milhões de toneladas de cargas. Em 2011, foram 41 milhões de toneladas. E o porto é exatamente o mesmo, com o agravante de que os equipamentos se depreciaram nesse período”, diz Camargo.
“Se há espera, há deficiência, não há dúvida. Investimentos em infraestrutura chegam muito depois da demanda”, diz João Gilberto Cominese Freire, diretor do Sindop, sindicato que representa os operadores portuários (empresas que fazem carga e descarga), e presidente do conselho de administração da Rocha Terminais Portuários e Logística.
“Em Paranaguá, faltam investimentos em dragagem, vias de acesso, readequação de equipamentos, que são antigos. Os equipamentos do corredor de exportação [de graneis] têm quase 40 anos”, declara Freire.
Camargo também reclama de deficiência da aparelhagem. “Os guindastes do corredor de exportação movimentam 800 toneladas por hora, muito abaixo da capacidade nominal de 1.500 toneladas. Eles são velhos, obsoletos. Precisamos de mais cais, e de mais profundidade nos pontos de atracação. Como hoje ela é pequena, os navios precisam sair com menos carga. Mas o custo do frete é o mesmo”, afirma Camargo.
O resultado da combinação entre alta demanda e infraestrutura deficiente são as filas. “Hoje, um navio espera, em média, 20 dias até haver espaço para atracar. Mas a demora pode chegar a 40 dias”, diz o analista da Faep.
A situação é mais crítica na exportação de soja, milho e açúcar e no desembarque de fertilizantes.
Operadores e embarcadores acabam tendo de pagar uma multa aos armadores (donos dos navios) pelo atraso nas operações. “Em 2011, pagaram-se em Paranaguá US$ 115 milhões em multas apenas na importação de fertilizantes. É um número muito considerável. Com esse dinheiro, poderia se fazer um corredor de exportação novo”, diz Freire.
A solução para o problema depende de investimentos. “A Appa não tem dinheiro para isso. Dependemos de recursos federais”, diz o analista da Faep.
Freire é mais otimista. “Vemos, pela primeira vez em alguns anos, esforço em resolver os problemas que existem há décadas. Os governos estadual e federal são cientes dos problemas de Paranaguá, que se arrastam por décadas. Mas as soluções vêm a passos muitos lentos, pois governos têm limitações e burocracia. Mas há, ao menos, boa comunicação entre Curitiba e Brasília.”
Foto: Navios enfrentam congestionamento no porto de Paranaguá (PR) e aguardam de 20 a 40 dias para atracar. A administração culpa o mercado aquecido e as chuvas e diz que a fila “não é habitual”. (Heuler Andrey/UOL)




Pneus da Sumitomo começam a chegar pelo Porto de Paranaguá 

Chegou nesta semana ao Porto de Paranaguá a primeira carga de pneus da Sumitomo Rubber. Até o fim do mês, a empresa importará 50 mil pneus que serão comercializados em todo o Brasil e em outros países da América do Sul. Até meados de 2013, a empresa importará pelo porto matéria-prima e maquinários que serão usados na fábrica que será instalada em no município de Fazenda Rio Grande.

Segundo o gerente de logística da Sumitomo no Brasil, Marco Túlio Dilélio, a confiabilidade da operação é o que fez a companhia escolher o Porto de Paranaguá para o recebimento de suas cargas. “Hoje, importamos pneus, mas, em breve, começaremos a exportar. A nossa movimentação pelo Porto de Paranaguá está apenas começando. Nossa fábrica está em processo de instalação no município da Região Metropolitana de Curitiba. Faremos testes em abril de 2013 para comercializar os pneus fabricados no Paraná até outubro de 2013”, afirma.

Para o diretor empresarial da Appa, Lourenço Fregonese, participar do projeto da Sumitomo Rubber no Brasil é um desafio para os portos paranaenses. “Mais uma vez a Appa se envolve em projetos de sucesso. É o TCP melhorando a capacidade de desembarque e o Governo do Estado atraindo mais uma indústria. E tudo passando por aqui. Eu não tenho dúvidas que o Paraná é um bom mercado. Com a dragagem e outras melhorias que estão sendo feitas no Porto de Paranaguá, esses bons resultados se repetirão”, afirma.

Produtividade – Segundo o diretor superintendente do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), Juarez Moraes e Silva, o crescimento na movimentação tem relação direta com os investimentos que o terminal tem feito e os esforço da Appa, da Capitania dos Portos e da Praticagem. “É um serviço regulado, com produtividade alta, agilidade e melhor custo. É a soma de fatores que dão segurança aos empresários. O Porto de Paranaguá é muito competente nisso”, afirma.

Os pneus que estão sendo importados pelo Porto vieram de outras unidades da Sumitomo Rubber que ficam no Japão, Indonésia e Tailândia. A indústria é fabricante de pneus da marca Dunlop.





Nenhum comentário: