Liminar diminui ICMS de avião usado
A Escola de Aviação Civil Emfa, de Minas Gerais, obteve uma
liminar que reduz em 95% a base de cálculo do ICMS na importação de aviões
usados. A empresa alega na Justiça que a cobrança da alíquota cheia de 18% iria
contra o princípio da equivalência tributária, previsto no Acordo Geral de
Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês), assinado pelo Brasil e os Estados
Unidos, de onde vem as aeronaves.
Não ação, a escola argumenta que há tratamento desigual entre
os produtos nacionais e os importados. O governo mineiro editou decreto que
reduziu em 95% a base de cálculo do ICMS de veículos (o que inclui aeronaves)
usados nacionais. A norma, segundo a advogada da escola, Elisângela Oliveira de
Rezende, do HLL Advogados Associados, tornou mais vantajosa a compra de produtos
nacionais, contrariando um dos princípios do GATT.
"Fundamentalmente, o tratado busca negociações sem subsídios
e protecionismos, o que inclui o mesmo tratamento para produtos nacionais e
fabricados internacionalmente" explica o advogado Fellipe Breda, do Emerenciano,
Baggio e Associados.
Na decisão, o juiz Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Júnior, da
4ª Vara de Feitos Tributários de Belo Horizonte, cita dois precedentes do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) favoráveis à U&M Mineração e
Construção. A companhia conseguiu reduzir o ICMS sobre a importação de
equipamentos usados. Ele também entendeu que a cobrança de 18% desrespeita o que
foi estabelecido no GATT.
Segundo Elisângela, a escola, que será inaugurada no fim do
ano, importou dois aviões para realizar aulas práticas. Ao chegarem ao Brasil,
entretanto, eles ficaram retidos, pois o ICMS foi pago com a aplicação da
redução. Somente com a liminar a empresa pôde retirar os veículos.
Além de Minas Gerais, São Paulo também editou decreto, em
2006, que prevê a redução de 95% da base de cálculo do ICMS incidente sobre
veículos e equipamentos usados. Procurada pelo Valor, a Secretaria da
Fazenda de Minas Gerais não deu retorno até o fechamento da edição.
Por Bárbara Mengardo | De São Paulo
Valor Econômico
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