Portos brasileiros terão censo e um plano emergencial até o fim do ano
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começa segunda-feira uma espécie de censo nos grandes portos do país. O trabalho vai começar pelos 15 principais portos brasileiros, mas até o fim do ano deverá cobrir todo o sistema portuário nacional. As informações coletadas por técnicos da universidade vão compor um plano emergencial, que será entregue à Secretaria Especial de Portos (SEP), ligada à Presidência da República.
O plano irá prever um conjunto de ações para sanar ou reduzir restrições existentes nos portos. O objetivo é melhorar as condições do fluxo do comércio exterior em um período de três anos. As ações estarão voltadas para atividades como gestão, economia portuária e finanças, operação, logística e áreas de influência do porto, ambiente e planejamento.
O plano emergencial a ser entregue à SEP faz parte de uma estratégia maior que passa por estruturar um Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) para os 35 portos do país em um horizonte de 20 anos. O trabalho deverá indicar o que o sistema portuário do Brasil precisará para atender ao crescimento do comércio exterior, disse Fabrizio Pierdomenico, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Portuário da SEP. A ideia do plano é dar uma visão do sistema portuário até 2030.
O PNLP será elaborado pela UFSC por meio de um termo de cooperação assinado com a SEP, em março deste ano, e que prevê o repasse de R$ 30 milhões pelo governo à universidade. Os recursos permitirão contratar técnicos, consultores e elaborar os estudos. O porto de Roterdã, na Holanda, considerado referência internacional, está atuando como consultor na parte do projeto, que trata da elaboração de planos diretores para os 15 principais portos.
Os 15 portos são Rio Grande (RS), Itajaí (SC), Paranaguá (PR), Itaguaí e Rio de Janeiro, ambos no Rio, Vitória (ES), Salvador e Aratu, na Bahia, Suape (PE), Mucuripe e Pecém, no Ceará, Itaqui (MA), Vila do Conde e Santarém, no Pará. O porto de Santos, que faz parte da lista, terá seu plano diretor revisto.
Além de elaborar o PNLP e os planos diretores, a UFSC também vai trabalhar na capacitação de pessoal das autoridades portuárias nos Estados e na montagem de uma base de dados que inclui um sistema de georeferenciamento, utilizado para indicar os melhores portos para as cargas, dependendo da origem.
O plano emergencial previsto para ser entregue ao governo até dezembro vai atacar questões comuns aos portos. "A tendência é termos ações estruturadas que resolvam problemas semelhantes em muitos portos ao mesmo tempo", disse Danilo Ramos, coordenador-geral do PNLP na UFSC.
Ramos disse que as ações do plano emergencial serão apoiadas não só nos dados coletados no censo portuário, mas também por informações "secundárias" encontradas em estudos e relatórios sobre o setor. Ele informou que estão previstas reuniões com associações e entidades de classe com interesses nos portos para determinar o que deve ser prioritário em termos emergenciais.
Para Pierdomenico, pensar o sistema portuário a longo prazo significa olhar a vocação de cada porto, analisar os tipos de carga e suas diferentes origens e ver quais serão os portos mais demandados. Um dos pontos que o PNLP vai estudar é a capacidade dos portos em termos de movimentação de cargas. O secretário afirmou que a SEP tem uma estimativa sobre a capacidade de movimentação, mas não quis antecipar o número, que será indicado pelo plano.
Quando estiver pronto, o PNLP vai indicar qual será a capacidade instalada necessária para os portos brasileiros daqui a 20 anos. Hoje é difícil obter dados precisos sobre a capacidade total de carga dos portos brasileiros. Há previsões sobre a movimentação. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) prevê que este ano os portos e terminais privativos deverão movimentar 760 milhões de toneladas de cargas, volume 3,8% maior do que em 2009. O volume será inferior aos 768,3 milhões de toneladas de 2008.
Valor Econômico
Corretoras estimam queda de até 15% nos valores de afretamento
As taxas de afretamento para porta-contêineres poderão cair de 10% a 15% a curto prazo, de acordo com previsões do mercado financeiro alemão. Especialistas afirmam que a resistência do mercado será testada pelo declínio nas taxas, reduções de capacidade e cancelamento de embarques.
A expectativa chega após uma semana de pouca atividade no mercado de fretes, devido à desaceleração causada pelo Ano Novo chinês. Mas fontes no setor financeiro destacam que as negociações já realizadas têm sido surpreendentemente positivas, especialmente entre as embarcações de 3.500 Teus (medida equivalente a um contêiner de 20 pés).
A SCI (Shipping Corporation of India) fretou o Hansa India, unidade de 3.420 Teus da Leonhardt & Blumberg, por 24 meses a US$ 19.400 por dia. Segundo corretoras alemãs, a SCI teria insistido em um contrato de 24 meses. No entanto, o acordo também foi bom para o proprietário, por conta da idade da embarcação.
Outra negociação, envolvendo o Pescara de 3.530 mil Teus da NSC, foi fretado para a United Arab Shipping Co. por um ano, por US$ 19.300 ao dia, podendo renovar o contrato por mais 12 meses. O navio em questão é uma nova unidade, a ser entregue pelo estaleiro Shanghai Chengxi até o final do ano.
Enquanto as taxas tendem a se estabilizar no setor de 3.500 Teus, outras categorias não tiveram a mesma sorte, como as embarcações entre 1.700 a 2.500 Teus, que tem apresentado crescimento na tonelagem. Desta maneira, o constante incremento de suprimentos deve resultar em um recuo sutil nas taxas.
Guia Marítimo
Rio recebe mais R$400 milhões
Obra do maior complexo de armazéns de carga do país será concluída até 2013.
Está sendo construído no Rio o maior complexo de armazéns de carga do Brasil. O empreendimento ocupará um terreno do tamanho de 120 campos de futebol, localizado no entrocamento entre a Linha Vermelha, a Avenida Brasil e a Rodovia Washington Luís.
A obra custará R$ 400 milhões e é feita pelas empresas GB Armazéns Gerais e Pangea.
O chamado Cargo Park terá 11 galpões, dos quais um será inaugurado nos próximos dias e um outro em outubro. O consórcio espera terminar a construção até 2013.
Apenas os galpões ocuparão 400 mil metros quadrados. A área de cada um vai variar de 4.250 a 49.601 metros quadrados.
O pé-direito médio será de 12 metros. Entre as empresas que já fecharam contrato de aluguel estão a Marisa e a Recall (de gestão de arquivos). Há também a perspectiva de atrair call centers, já que há incentivo fiscal para a atividade naquela região.
O projeto prevê a construção de um viaduto de 30 metros de extensão para ligar duas áreas do terreno, dividido pela Linha Vermelha, e a criação de um porto fluvial no Rio Irajá, que fica ao lado do terreno e será dragado até 4,5 metros de profundidade.
A unidade receberia cargas por balsa do Porto do Rio.
Gilberto Buffara, presidente da GB Armazéns, acredita que o empreendimento gerará cinco mil empregos e aliviará o tráfego de caminhões das vias da região em cinco mil veículos. O lucro anual para o consórcio deve ficar em R$ 100 milhões.
Um outro condomínio de armazéns da GB, de 34 mil metros quadrados, está sendo construído em Curicica, Jacarepaguá. A empresa procura ainda terrenos em Queimados. O maior complexo de armazéns do país hoje é o Perini Bussiness Park, em Joinville (SC), com 200 mil metros quadrados de armazéns.
Revista Intermarket
Mercosul Line anuncia escalas semanais para navegação nacional
Novo serviço terá inicio em Santos e será operado em joint com Log-In Logística.
A Mercosul Line Navegação e Logística Ltda. informou que iniciará escalas semanais nos portos brasileiros por meio de VSA (Vessel Sharing Agreement, acordo de operação compartilhada) em fase final de negociação com a Log-In Logística Intermodal S/A.
A primeira escala do joint será no dia 25 de outubro, no Porto de Santos. A empresa do Grupo A.P. Möller-Maersk empregará três navios, enquanto que a Log-In utilizará uma embarcação, totalizando quatro unidades no serviço. Cada uma das empresas terá o direito de comercializar a capacidade equivalente ao porte de seus navios empregados no joint, sendo responsável pelos custos de seus respectivos porta-contêineres.
Com a operação compartilhada, será mantido o atual serviço da Mercosul Line, que liga os portos de Imbituba (SC) e Manaus (AM) em viagem completa de 28 dias, escalando também os complexos portuários de Paranaguá (PR), Santos (SP), Suape (PE) e Pecém (CE).
Números
O advento deste novo serviço corresponde às expectativas da empresa de aumentar as movimentações em 70% este ano, saindo de 39 mil Teus (unidade de medida que equivale a um contêiner de 20 pés) em 2009 para a projeção de 66 mil Teus até dezembro de 2010.
Em 2008, quando operava com apenas uma embarcação, o armador totalizou escoamento de 28.400 Teus. Os números da empresa têm subido desde agosto de 2009, quando o armador passou a operar com três embarcações - Mercosul Manaus, Mercosul Santos e Mercosul Suape -, todas com capacidade nominal para 2.500 Teus e 268 tomadas para carga refrigerada.
Guia Marítimo
Nenhum comentário:
Postar um comentário