LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ECONOMIA - 22/10/2010

DÓLAR CAI MENOS NO BRASIL DO QUE NO RESTO DO MUNDO
Embora o dólar tenha caído ontem diante do real - 0,65%, para R$ 1,675 -, profissionais do mercado financeiro afirmam que as novas medidas do governo para conter a alta da moeda brasileira, anunciadas na noite de segunda-feira, voltaram a ter impacto no câmbio. O argumento é o de que, no mundo todo, o dólar teve fortes perdas, conforme publicado na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo.
O Estado de S.Paulo



Banco Mundial vê necessidade de coordenação global para câmbio
DA REUTERS
A vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox, afirmou nesta quinta-feira que é preciso uma coordenação global para resolver a questão do câmbio e que a pressão em moedas emergentes continuará até que o atual desequilíbrio econômico global seja resolvido.
"Há vários instrumentos que os países podem usar --alta de impostos no Brasil e elevação do juro na China são dois--, mas nós precisamos de uma solução mais coordenada globalmente", disse Cox, durante participação no chat do Trading Brazil, comunidade da Thomson Reuters para o mercado financeiro.

Ela argumentou que hoje existe um desequilíbrio, com forte expansão em países como o Brasil, enquanto nações ricas estão atrasando o crescimento.

"Este desequilíbrio está levando o Brasil e outros mercados emergentes a atraírem fluxo de capital, colocando mais pressão em suas taxas de câmbio."

Sobre a possibilidade de novas políticas de "quantitative easing" em economias desenvolvidas gerar inflação e mais dor de cabeça para moedas emergentes, Pamela Cox disse que "quando esses países reduzem os juros, o dinheiro flui para países com taxas maiores e oportunidades de investimentos --como está acontecendo agora".

E acrescentou que outras nações na América Latina também estão sentindo a pressão. "Isso é resultado do sucesso deles em sair da crise e com forte crescimento, o que também é uma coisa boa."

Questionada se o rali em moedas de emergentes e da América Latina irá continuar, ela respondeu: "no curto prazo, até nós resolvermos os desequilíbrios globais".

"Vamos ver o que sai sobre isso de Seul", disse, referindo-se à reunião dos líderes de Finanças dos países do G20, que acontece a partir de sexta-feira na Coreia do Sul.

ELEIÇÕES E 2011
A executiva do Banco Mundial disse que o Brasil tem uma série de desafios no médio prazo no que diz respeito a melhorar a competitividade.
"Mais investimentos em infraestrutura são necessários, combinados com mais investimentos em pessoas --educação e conhecimento-- para garantir que estes não se transformem em gargalos maiores."

Outra área apontada por Pamela Cox é a tributação, com maior eficiência. "Enquanto muitos na América Latina têm muito pouco imposto, as taxas do Brasil são elevadas."

Ela avaliou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez grandes progressos no investimento em pessoas e na expansão da infraestrutura. "Mas ainda há muito a ser feito, especialmente em relação às altas taxas de crescimento."

E acrescentou: "nós aguardamos que o próximo governo garanta que o Brasil mantenha estas ótimas taxas de crescimento". De acordo com Pamela Cox, o Bird prevê expansão de 7% este ano para a economia brasileira.
Folha de São Paulo



Exportador terá proteção cambial
O governo reforçou a proteção ao setor exportador e decidiu cobrir a totalidade do prejuízo das empresas que tiverem seus contratos de venda ao exterior cancelados. O compromisso é bancar em 100% as perdas líquidas dos exportadores nos casos de risco político e nas operações financiadas que contenham garantia bancária, além de proteger micro, pequenas e médias empresas exportadoras. A garantia anterior nesses casos era de 95%.

O setor vem enfrentando dificuldades em recuperar mercados tradicionais, como os EUA e a União Europeia, além das incertezas no mercado internacional diante da posição dos países de adotar medidas contra excessiva desvalorização do dólar.

A decisão de cobrir eventuais perdas comerciais foi implementada por meio de um decreto, publicado no Diário Oficial da União, que circulou ontem. O governo decidiu ampliar a cobertura do Seguro de Crédito à Exportação e alterou alguns prazos para que os exportadores solicitem as garantias nessas operações. /
O Estado de São Paulo


Preocupação com câmbio leva Mantega a conversar com secretário do Tesouro norte-americano
Daniel Lima
Brasília - A preocupação com o câmbio e a economia mundial levaram o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ter uma longa conversa com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner. A conversa ocorreu ontem (20) e foi confirmada agora há pouco por fontes do Ministério da Fazenda.

Mantega, que já tinha destacado a importância de se discutir os desequilíbrios cambiais durante a reunião do G20, não deve participar da reunião preparatória de ministros de Finanças e Economia. Ele deve acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião de chefes de Estado do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, no próximo mês, em Seul, na Coreia do Sul.

A questão cambial é o grande problema da economia global nos últimos dias. Países emergentes, como o Brasil, têm adotado medidas para tentar proteger suas moedas. Recentemente, o governo anunciou a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que passou de 4% para 6% sobre investimentos de estrangeiros em renda fixa. O governo também aumentou de 0,38% para 6% a alíquota do IOF cobrado sobre a margem de garantia dos investimentos estrangeiros no mercado futuro.

Ontem (20), o Conselho Monetário Nacional (CMN) também anunciou medidas para tentar impedir possíveis brechas que poderiam ser utilizadas para driblar o aumento da alíquota do IOF nos investimentos externos em operações de renda fixa.
Agência Brasil


G20 buscará consenso para frear volatilidade no mercado de divisas
DA EFE, EM SEUL
Os ministros de Finanças e diretores de bancos centrais do G20 (Grupo dos Vinte, que reúne os países ricos e os principais emergentes) se reúnem a partir desta sexta-feira (22), ao longo de dois dias, na cidade sul-coreana de Gyeongju para debater medidas para frear a volatilidade das divisas.

Além de preparar a cúpula dos chefes de Estado e de governo do G20, que será realizada nos dias 11 e 12 de novembro em Seul, a reunião de Gyeongju tentará servir para evitar movimentos bruscos nas taxas de câmbio que provocam desequilíbrios na economia mundial.

A chamada "guerra de divisas" é vista como um foco de instabilidade em plena recuperação, já que faz com que alguns países ganhem competitividade nos mercados mediante a desvalorização de sua moeda.

Estados Unidos criticam à China por manter o yuan artificialmente baixo para favorecer suas exportações, enquanto países como o Japão serão obrigados a intervir no mercado de maneira extraordinária para colocar freio à valorização de sua moeda.

O dólar experimentou uma perda de valor diante das moderadas previsões de recuperação da primeira economia mundial e pela possibilidade de o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) aprove novas medidas de flexibilização monetária.

O alcance de um consenso entre o grupo das grandes economias, lideradas pelos Estados Unidos, Europa e Japão, frente à postura dos países emergentes como China e Brasil, será chave para assentar as bases para a cúpula de Seul, que procura consolidar um marco para a recuperação da economia mundial.

Já o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, se mostra a favor de um dólar forte, enquanto pediu a Pequim que permita a apreciação do yuan.

China anunciou na terça-feira uma alta das taxas de juros, o que é interpretado como um sinal a favor de que sua moeda se aprecie de acordo com a evolução de sua economia.

Outro assunto que será tratado no complexo hoteleiro de Gyeongju será a reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional), que gera controvérsia diante da mudança no equilíbrio de poder na instituição a favor dos países em desenvolvimento.

Ao longo dos dois dias também serão discutidas a saúde fiscal e as medidas para vigiar melhor os riscos na economia e alcançar um crescimento estável, sustentado e equilibrado.

Neste sentido os participantes, entre os quais aparece como país convidado a Espanha, representado pela ministra da Economia, Elena Salgado, falarão da imposição de medidas mais estritas no setor financeiro para evitar repetir a crise suscitada em 2008.

Na cúpula de Seul, na qual o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, será o anfitrião, o G20 espera consolidar-se como o fórum de discussão mundial com a união das vozes dos países ricos e as economias emergentes.

O G20 é formado pelos sete países mais industrializados (EUA, Reino Unido, Canadá, Itália, França, Alemanha e Japão) junto com Argentina, Austrália, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia e a Presidência da UE (União Europeia).
Folha de São Paulo

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