LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

PORTOS E LOGISTICA - 14/10/2010

Nível de utilização da frota global cai para 97%
Número pode declinar para 80% nos próximos cinco meses.

O nível de utilização da frota global caiu para 97% em setembro - a primeira vez que a média ficou abaixo de 100% desde abril deste ano. De acordo com a consultoria Alphaliner, o nível de utilização pode declinar para 80% nos próximos cinco meses, a menos que as transportadoras retirem parte da capacidade atual no trade mundial.

A situação coincidiu com o menor montante do comércio marîtimo e o aumento de capacidade, com a introdução de novas embarcaçoes na rota do Extremo Oriente para os Estados Unidos.

Os embarques do Extremo Oriente com destino aos EUA alcançaram o pico em agosto, e os valores de importação dos EUA mostraram um declínio em setembro, enquanto os varejistas parecem ter antecipado os estoques. Outubro, considerado o mês de pico tradicional, deve ter movimentacoes mais fracas em relação a agosto e setembro, com a NRF (National Retail Federation) prevendo que a queda deve continuar até fevereiro do próximo ano.

O declínio esperado vem após números fortes registrados nos primeiros nove meses deste ano, com embarques transpacíficos subindo 20% em relação a um ano atrás. Esta taxa de crescimento deverá abrandar para 10% no quarto trimestre, levando a previsão de incremento para o ano inteiro para 17,4% - a maior taxa anual desde 2006, quando o comércio transpacífico computou recorde.
Guia Marítimo



Noble Group lança terminal de R$ 100 milhões em Santos
SANTOS - Com previsão de faturar aproximadamente US$ 45 bilhões este ano no mundo, o Noble Group, uma das maiores tradings globais da cadeia de suprimentos agrícolas, minerais e de energia, inaugurou na última semana um terminal graneleiro no Porto de Santos (SP), com investimentos na ordem de R$ 100 milhões. Com o novo investimento, a empresa, com sede em Hong Kong, na China, afirma que espera aumentar sua presença no País e ver seus negócios no Brasil chegarem a render, até o final deste ano, mais de R$ 1 bilhão, ante os R$ 637 milhões obtidos em 2009.
O grupo, que atua da originação e produção ao transporte, conta agora com um terminal para grãos de 10 mil metros quadrados que tem capacidade de armazenamento de 90 mil toneladas de açúcar, soja, milho e farelo de soja.

A expectativa é de que o terminal movimente 2,3 milhões de toneladas de carga por ano. Desde julho, quando começou a operar em período de testes, já foram exportadas mais de 600 mil toneladas de commodities, em especial açúcar.

Segundo o fundador da empresa, Richard Elman, a Noble ainda espera expandir seus negócios no porto santista. "Temos a intenção de expandir nossos negócios aqui, no Porto de Santos; entretanto não consigo prever quando isso vai acontecer: pode ser hoje, ou amanhã, depende muito das oportunidades", garantiu o empresário.

Em visita ao Brasil, Elman também afirmou que o investimento realizado em Santos é um bom exemplo de como o grupo pretende integrar a produção das principais commodities com os mercados de destino. "As operações no porto se encaixam perfeitamente como plataforma de exportação de nossas usinas de açúcar localizadas no interior do Estado de São Paulo. Já investimos mais de R$ 1 bilhão em nossos negócios no Brasil, e continuaremos a investir o quanto for necessário se o negócio certo for encontrado: com o suporte adequado e que nos dê rentabilidade, lá estaremos", frisou.
Deste R$ 1 bilhão constam, além do novo terminal, duas usinas de açúcar e álcool no interior paulista, além de armazéns para estocagem de produtos. O grupo ainda está investindo em uma unidade de esmagamento de soja que será inaugurada em Mato Grosso entre 2011 e 2012, e um terminal de combustíveis no Porto de Itaqui, no Maranhão, que será inaugurado ainda este ano.

A expectativa da empresa é de que o crescimento de seus negócios no Brasil supere a marca de 20% ao ano. "Estamos expandindo nossos negócios no País, procurando novas oportunidades, e com isso esperamos superar a marca de 20% de crescimento anual nos próximos anos. O Brasil nos surpreende muito", comentou.

Já o presidente executivo da Noble Group, Tobias Brown, afirmou que a maior dificuldade encontrada no Brasil não é relativa a infraestrutura, mas a falta de mão de obra especializada. "O mais difícil para uma economia que cresce como a do Brasil é encontrar gente talentosa, mão de obra especializada, tanto que estamos contratando", brincou ele.

Brown também frisou que a empresa está investindo no mundo inteiro, o que explica o crescimento do faturamento: de US$ 31 bilhões no ano passado, para os US$ 45 bilhões esperados este ano. "Por conta dessas expansões que estamos experimentando no mundo, nossos números deram um salto: em média, crescemos 20% no mundo", finalizou ele.

Problemas no porto
Mesmo com a expectativa de crescimento de movimentação de carga no Porto de Santos, que saltará dos 83 milhões de toneladas movimentados no ano passado para 95 milhões este ano, a Companhia dos Portos do Estado de São Paulo (Codesp) continua às voltas com os problemas logísticos da área portuária santista.

Ao ser indagado sobre o estudo para retirada das áreas de armazenagem de produtos importados do porto, que chegam a permanecer até 9 dias no porto, o presidente da entidade, José Roberto Serra, afirmou que o estudo existe, e ajudaria muito a operação logística do porto.

"O porto tem de ser entendido como uma área de transito, não uma área de armazenagem. De fato o que estamos estudando é a retirada dessas grandes áreas de armazenagem do porto, e sua transferência a outros locais, para que possamos ter uma logística muito mais eficiente dentro do porto", afirmou ele.

Quanto à falta da estrutura de coordenação em relação a datas e horários de atracação de navios no porto, conhecidas como "janelas de atracação", Serra contou que este é um problema sem solução imediata.

"Janelas de atracação são o que todo navio quer no porto, então janela é o ideal e todo mundo quer, mas nem sempre conseguimos dispor delas por diversas dificuldades; é preciso ter paciência, porque os terminais estão crescendo", despistou ele.
DCI/Daniel Popov



Porto do Recife já possui serviços básicos
O Porto do Recife pode receber o canteiro naval que servirá de palco para a montagem e integração dos módulos ao navio, o que resultará na plataforma PFSO. O problema do Por­to de Suape é que a infraestrutura para instalação do canteiro naval estava zerada. O Porto do Recife dispõe do cais para a implantação do empreendimento e já tem serviços básicos, a exemplo do fornecimento de água. “O contrato que porventura venha a ser assinado com o Grupo Schahin tem como premissas básicas não interferir nas atividades desenvolvidas no Porto”, diz a nota assinada pela direção portuária recifense.

A Schahin disponibilizará R$ 7 milhões para otimizar os serviços na área de grãos. Além da geração de vagas de trabalho, a nova atividade representará um forte incremento na receita do Porto através da movimentação portuária, na armazenagem e demais tarifas.
Folha de Pernambuco



Terminais portuários enfrentam forte concorrência

Os operadores de terminais portuários experimentam intensa concorrência em termos de custos devido à diminuição do ritmo de expansão dos volumes de carga operados em mercados chave. A afirmação é do CEO da APM Terminals, Kim Fejfer.

O setor entrou em uma fase de “nova normalidade” depois da crise financeira global, com o volume de cargas contêinerizadas aumentando bem mais lentamente que no momento que se seguiu ao pico da crise, no qual as taxas de expansão eram de dois dígitos, afirma o CEO da quarta maior empresa do setor no mundo. Segundo Fejfer, o crescimento anual deve cair dos 10% e 15% vividos anteriormente para uma média entre 5% a 7%.

Fejfer acredita que os mercados mais tradicionais devem experimentar crescimento anual não superior a 2%, enquanto que os emergentes devem chegar a 7%. A desaceleração nos volumes de carga criou excesso de capacidade na maioria dos portos ao redor de portos em países desenvolvidos, como, por exemplo, Nova York/New Jersey, Los Angeles e Long Beach e Antuérpia.

"Com excesso de capacidade, somos pressionados pelos clientes e o que vemos é o aumento da concorrência", disse Fejfer a jornalistas.

Fejfer informou que os terminais da APM Terminals no norte da Europa estão parcialmente protegidos da concorrência já que na região há uma enorme demanda por terminais de águas profundas com capacidade para operar navios de 10.000 TEU.

Existem 40 embarcações de mais de 10.000 TEU em operação e mais 150 unidades serão entregues nos próximos dois anos, o que deve “mudar definitivamente o perfil dos trades Ásia-Europa”.

As instalações da APM Terminals são portos de águas profundas, como Roterdã, Bremerhaven, Le Havre e Zeebrugge.

A companhia está comprometida com dois investimentos de grande porte no porto de Roterdã (Maasvlakte 2) e no terminal para contêineres Jade Weser no porto alemão de Wilhelmshaven.

Por outro lado, Antuérpia e Hamburg, que são portos inland e que implicam em maior tempo de navegação, não são considerados ideais para os navios de grande porte que devem dominar o trade entre Ásia e Europa.

O rápido crescimento nos mercados da Ásia, África, Américas Central e do Sul e Leste da Europa causa gargalos em portos de grande relevância estratégica, como Santos, Mumbai, Saint Petersburg e terminais no Vietnã.

Fejfer revelou que a APM Terminals está interessada em investir na Rússia, especialmente e, Saint Petersburg, que vem se recuperando da crise mais rapidamente que outros portos no mundo.
NetMarinha



Santos tem novo terminal para açúcar

Com o primeiro bilhão de dólares aplicado no Brasil, o Grupo Noble, organização de origem asiática, inaugurou ontem o primeiro terminal portuário para movimentação de commodities agrícolas em Santos

Com o primeiro bilhão de dólares aplicado no Brasil, o Grupo Noble, organização de origem asiática, inaugurou ontem o primeiro terminal portuário para movimentação de commodities agrícolas em Santos, maior complexo portuário do país.

Pelo terminal, que recebeu investimento de US$ 100 milhões, o Noble vai movimentar 2,3 milhões de toneladas de açúcar, milho, soja e farelo. Para a empresa, o negócio representa um passo importante na conexão entre o Brasil e o mercado asiático.

"Esse terminal será uma ponte entre o país e os mercados da Ásia", afirma Tobias Brown, presidente executivo do Noble Group.

O terminal, um velho galpão ao lado dos terminais de açúcar em Santos, foi reconstruído. O projeto exigiu a desmontagem do antigo armazém e a construção de um novo, com capacidade para 90 mil toneladas de carga.

A velha estrutura do terminal foi levada para a região do Valongo, o centro velho de Santos, onde há atualmente um projeto de recuperação arquitetônica.

No terminal do Grupo Noble, inaugurado ontem, havia açúcar. O produto vem sendo o grande destaque do ano em Santos.

A previsão da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), administradora do porto, é movimentar 94 milhões de toneladas, mais de 10 milhões de toneladas além do volume de 2009.

CONTRIBUIÇÃO
Uma fração desse crescimento ficará por conta da contribuição do Noble. Com o novo terminal, o grupo controlado por Richard Elman, principal acionista da companhia, poderá acelerar a produção de açúcar, de álcool, de soja e farelo.

Com duas usinas de açúcar e álcool no interior de São Paulo, o grupo se prepara para processar 9 milhões de toneladas de cana por safra.

A primeira unidade já começou a operar, mas, por enquanto, produz apenas álcool. O Noble, diz Elman, já possui uma área de 64 mil hectares de cana cultivada.

A empresa também investe numa unidade para esmagamento de soja em Mato Grosso. O projeto para processar 1,3 milhão de toneladas de soja deverá ficar pronto entre 2011 e 2012.

OTIMISMO
A direção mundial do Noble demonstrou disposição de ampliar os investimentos no Brasil. Entre os quais, a construção de outros terminais para exportação de commodities no país.

Elman falou sobre as condições favoráveis para negócios e declarou numa breve entrevista coletiva as expectativas do grupo para o retorno sobre os investimentos feitos no Brasil.

Segundo ele, historicamente o grupo tem conseguido capturar taxas de até 20% de retorno sobre os investimentos. "É o que achamos possível no Brasil."

"Temos interesse em investir em tudo que saia do chão no Brasil, seja para comer, seja para construir", afirma Elman. Além dos investimentos na produção agrícola e no processamento de commodities, o Grupo Noble tem 30% da Mhag, projeto de mineração de ferro no Rio Grande do Norte.

Dos 16 blocos para exploração de minério de ferro, a Mhag está produzindo em 4 áreas. As exportações desse minério são feitas pelo porto de Suape (PE).
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