LEGISLAÇÃO

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 18/10/2010

Brasil importou US$ 20 bi em bens tecnológicos em 2009
GENEBRA - O Brasil é dependente hoje das importações de bens tecnológicos para atender à demanda por celulares e internet. Dados publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o País não conseguiu nos últimos dez anos se inserir como exportador no mercado bilionário de tecnologia da informação, como fizeram mais de 20 países emergentes. Desde 2008, o comércio de bens de tecnologia de comunicação já superou os lucros mundiais do setor automobilístico e as exportações já movimentam duas vezes mais recursos que a agricultura.

Segundo o levantamento da ONU, o Brasil importou em 2009 mais de US$ 20,5 bilhões em produtos relacionados à tecnologia da informação.

No mesmo ano, exportou apenas US$ 3,6 bilhões e não figura nem na lista dos 20 maiores vendedores entre os países em desenvolvimento. O valor é ainda uma fração insignificante em relação ao mais de US$ 1,9 trilhão em exportações no mundo envolvendo o setor. No volume total de importações, os bens de tecnologia já representam 11,9% de tudo que entra por ano no Brasil. Já entre as exportações, o setor representa apenas 1,8%. A constatação da ONU é de que, de fato, o mercado de bens de tecnologia da informação está concentrado apenas em alguns países. China, Estados Unidos, Hong Kong, Japão e Cingapura são responsáveis por mais da metade das vendas mundiais do setor.
Hoje, a Ásia exporta mais de US$ 1 trilhão por ano no setor e, com exceção do México, os 20 maiores exportadores de bens de comunicação nos países emergentes estão no continente asiático. A China é o principal destaque e representa mais de 20% das vendas mundiais. O volume é 2,5 vezes o que os Estados Unidos exportam, cerca de US$ 430 bilhões. Se Hong Kong for incluído no cálculo, o valor chega a mais de US$ 600 bilhões. Já as vendas americanas são de US$ 174 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
AE - Agencia Estado




Crescimento do consumo e elevação das importações
A demanda doméstica voltou a ser "robusta" - para usar expressão do Banco Central. Cresceu 2% em agosto, ante 0,4% no mês anterior (na série com ajuste sazonal), e 11,3% nos oito primeiros meses do ano.Isso é resultado do aumento dos rendimentos reais, de uma oferta de crédito com juros em baixa e das facilidades nos prazos de pagamento, mas também do aumento das importações de bens a um preço menor, provenientes de países cuja moeda é subvalorizada, ao contrário do real. Note-se que, para o mesmo mês, a produção da indústria nacional apresentou queda de 0,1% (dados também dessazonalizados) e já se pode prever que neste ano a demanda doméstica crescerá pelo menos 11%, com uma perspectiva de aumento do PIB de 7,5%.

Esse fato deveria preocupar as autoridades monetárias, que, no entanto, se encontram diante de dilemas difíceis de resolver. Em face dessa situação, a atitude normal do Comitê de Política Monetária seria uma elevação da taxa Selic. Deixando de lado que isso seria mal recebido pelo governo, compete às autoridades monetárias levar em conta a taxa cambial para a qual seria desejável uma elevação (isto é, desvalorização do real) para conter as operações de arbitragem que estão na origem de um real excessivamente valorizado. Mas uma modificação da taxa cambial nesse sentido teria o efeito de alimentar as pressões inflacionárias.

Isso explica a demora do governo em adotar as medidas necessárias para desvalorizar o real num mundo em que se está disseminando uma guerra cambial.

A análise do comércio varejista em agosto confirma o papel das importações na expansão do comércio. Enquanto o setor de alimentação cresceu 1,2% (ante 0,2% no mês anterior), as vendas de aparelhos domésticos nos hipermercados registraram aumento de 2,9%; as de móveis e eletrodomésticos cresceram 2,4%; as de veículos, 2,1%; e 2% as de material de construção - os dois itens muito sensíveis à importação.

Diante da evolução da balança comercial que mostra importações crescendo a uma taxa muito superior às exportações, caberia adotar medidas capazes de conter o crescimento do consumo de produtos importados, mas de uma maneira indireta.

Todos os meios possíveis deveriam ser postos em prática para favorecer uma desvalorização do real ante o dólar. Caberia, ainda, às autoridades monetárias conter por um tempo o crédito às famílias e, ao contrário, expandir o que se destina às pessoas jurídicas, inclusive à exportação.
O  Estado de São Paulo


Produto importado representa 1/5 do consumo nacional
Agência Estado

A indústria brasileira está, velozmente, perdendo espaço para as importações, que já respondem por um quinto de tudo que é consumido no País. O processo de substituição de matérias-primas e produtos acabados nacionais por estrangeiros, que vinha em um ritmo controlado, se acelerou nos últimos meses.

A participação dos produtos importados no consumo saltou de 15 7% no início de 2009 para 17,7% no primeiro trimestre deste ano e chegou ao recorde de 20% no terceiro - uma alta total de 4,3 pontos no período, conforme cálculo da LCA Consultores. Entre 2002 e 2008, o ritmo de crescimento era de 1,1% ao ano.

O Brasil se tornou alvo não só dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, que tentam sair da crise elevando suas exportações, mas também de outros emergentes, como a China, que perderam clientes importantes com a recessão nos mercados americano e europeu.

A valorização do real tornou mais fácil a tarefa dos estrangeiros, porque reduziu o preço dos produtos importados. O efeito benéfico das importações para o País é ajudar no controle da inflação, mas o fenômeno também começa a prejudicar as empresas, apesar do forte desempenho do mercado doméstico.
Gazeta do Povo



Importadores se unem contra taxa antidumping para tênis
Os empresários reivindicam um plano estratégico para o setor e tentam impedir que a taxa seja estendida a outros países
agência estado
Nove importadores de tênis se uniram formalmente para pressionar o governo a retomar a discussão sobre a sobretaxa contra a importação de produtos chineses. Eles anunciaram ontem a criação do Move - Movimento para Livre Escolha. Os empresários reivindicam um plano estratégico para o setor e tentam impedir que a taxa seja estendida a outros países. Além de empresas nacionais, como São Paulo Alpargatas e Penalty/Cambuci, integram o movimento as multinacionais Adidas, Asics, Puma, Nike, New Balance, Skechers e Reebok.

O grupo negocia também a adesão de varejistas e de outras empresas do segmento esportivo. Em março deste ano, o governo brasileiro começou a cobrar, além da tarifa de importação de 35% uma sobretaxa de R$ 13,85 para cada par de calçado importado da China, por considerar que os fornecedores instalados naquele país praticavam dumping - ou seja, vendiam abaixo do preço de custo.

Os importadores alegam que a medida não foi discutida suficientemente com todo o setor e que a decisão beneficiou apenas uma empresa - a Vulcabrás, do empresário Pedro Grendene, que tem toda sua produção concentrada no País. Segundo o secretário executivo do Move, Gumercindo Neto, essas companhias fabricam 80% dos produtos esportivos de alta performance comercializados no Brasil, como tênis de corrida e sapatilhas especiais para atletas. As empresas argumentam que já produzem 50% dos calçados internamente, mas que os mais sofisticados têm de ser fabricados fora, porque exigiriam tecnologia e matéria-prima que não existem no mercado brasileiro.

“Para amortizar todo o investimento em tecnologia, engenharia e design é preciso ter escala, e isso ainda não temos aqui”, afirma Neto. Os importadores pedem que ao menos esses calçados chamados de alta performance sejam livres da sobretaxa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Gazeta do Povo

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