Frota ociosa global deve aumentar
Cerca de 300 mil Teus devem ser colocados em lay-up.
A frota de porta-contêineres ociosos deverá aumentar até o final do ano, dada a implantação de novas capacidades por parte dos armadores. Segundo estatísticas da consultoria Alphaliner, mesmo com a redução de 10% dos navios no comércio entre Ásia e Europa - orientada pela previsão de baixa demanda nos próximos meses - cerca de 300 mil Teus (unidade equivalente a um equipamento de 20 pés) devem ser colocados em lay-up, com 50 navios de 3 mil Teus a 8 mil Teus liberados no processo.
De acordo com a consultoria, embora nenhuma companhia tenha confirmado a programação para os próximos meses, a retirada de parte da capacidade já está sendo planejada. Tais movimentos serão necessários para manter a oferta e a demanda em equilíbrio após os recordes registrados nos últimos nove meses.
A frota ociosa está agora avaliada em 225 mil Teus, em comparação ao 1,5 milhão de Teus do início do ano. A redução de 1,27 milhão de Teus tem sido impulsionada pela rápida reativação dos navios e lançamento de novos serviços.
A utilização da política de redução de velocidade também ajudou, absorvendo cerca de 0,32 milhão de Teus desde janeiro, elevando a capacidade total absorvida para 0,5 milhão de Teus. A reativação da maior parte da frota ociosa ocorreu apesar da entrega de 1,21 milhão de Teus de novos navios este ano.
A Alphaliner estima que, por conta da baixa demanda, pelo menos três serviços deverão ser retirados na rota entre o Extremo Oriente e norte da Europa, assim como em todas as outras duas entre o Extremo Oriente e Mediterrâneo.
Guia Marítimo
Quarto trimestre terá queda nas movimentações
De acordo com relatório da consultoria Macquarie sobre a indústria mundial de transporte marítimo de cargas conteinerizadas, o mercado poderá experimentar um quarto trimestre mais fraco em movimentações em relação ao ciclo anterior de três meses, em virtude da reposição de estoques e transitagem de recipientes vazios observados em junho, julho e agosto.
Os resustados prospectados sustentam que os volumes do quarto trimestre para 2010 - normalmente 0,7% maiores que os apresentados no terceiro trimestre em outros anos - estarão 3% menores do que o intervalo anterior.
"Estimamos que a a taxa de movimentação global, que obteve 16% de incremento no terceiro trimestre de 2010, aumentará 12% no quarto trimestre%," esclareceu a consultoria, acrescentando que o "movimento transitório de estoque" durante os meses de julho a agosto impulsionou os valores no decorrer do ano, mas sem manter a mesma força para os últimos três meses de 2010.
Embora nem todos os complexos portuários tenham reportado os números relativos à movimentação de contêineres vazios, a Macquarie declarou que o trânsito de recipientes descarregados cresceu de 18,8% para 20,6%, do segundo para o terceiro trimestre deste ano.
"Se as estimativas se mostrarem acuradas, isto equivaleria a um crescimento total de 16% para todo o ano de 2010 - a maior taxa de incremento anual desde o início dos anos 80, e mais do que suficiente para compensar o declínio de 9% registrado em 2009", conclui o relatório.
Guia Marítimo
Dragagem aumenta em 30% a movimentação no Porto de Fortaleza
O Porto do Fortaleza, no Ceará, também conhecido como Porto do Mucuripe, começou nesta segunda-feira as obras de dragagem que vão aprofundar o canal de navegação, que varia de atualmente entre 10,5 metros e 11,5 metros, para 14 metros, além de alargá-lo de 100 metros para 160 metros. A bacia de evolução será ampliada em 100 metros. O serviço está orçado em R$ 54,6 milhões, já assegurados pela Secretaria Especial de Portos (SEP), com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dentro do Programa Nacional de Dragagem (PND).
Segundo Paulo André Holanda, presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), que administra o complexo, a obra deverá ser realizada ao longo dos próximos cinco meses, com reuniões e negociações frequentes entre práticos, armadores, operadores portuários, técnicos da CDC e da empresa Bandeirantes (responsável pelo serviço) para que as operações de carga e descarga possam acontecer normalmente.
"O término da dragagem incrementará em 30% a movimentação de cargas, gerando mais trabalho, novas cargas e crescimento da economia cearense", destaca Holanda. Ele informa que nos últimos três anos a CDC vem realizando estudos ambientais para receber a obra, que já tem licença de operação aprovada.
A dragagem vai retirar 6 milhões metros cúbicos de sedimentos do fundo do mar, que serão depositados em área oceânica na altura da Barra do Ceará. Somente a draga "Seaway" tem capacidade para retirar, a cada operação, 13 mil metros cúbicos de material.
Portos e Navios
Terminais e Alfândega adotam banco de dados comum em Santos
A Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra) e a Alfândega do Porto de Santos assinaram ontem um convênio por meio do qual a primeira colocou à disposição do órgão um Banco de Dados Comum de Credenciamento para controle de pessoas e veículos em áreas sob jurisdição aduaneira. Batizado pelas iniciais, o BDCC é um ambiente virtual que centralizará a identificação de um fluxo estimado em 40 mil trabalhadores e 12 mil veículos que acessam mais de uma centena de recintos alfandegados no complexo portuário de Santos e Guarujá, o maior da América Latina.
Hoje, cada procedimento é feito individual e manualmente pelas empresas junto à unidade da Receita Federal na cidade, um processo burocrático e moroso, que acaba representando entrave ao fluxo do comércio exterior. A aposta é que o novo sistema agilize a circulação nas áreas por meio da emissão de crachá de identificação homologado pela autoridade aduaneira, aumentando ainda a segurança no porto. "Tenho certeza que o BDCC será base para outras instalações portuárias no país", disse o inspetor-chefe da Alfândega, José Antônio Gaeta Mendes.
Desenvolvido pela empresa de soluções tecnológicas DSCON, que venceu a concorrência auditada pela Price, o BDCC custou R$ 2 milhões e constitui o segundo caso de Parceria Público-Privada entre a Abtra - entidade sem fins lucrativos - e a Alfândega do Porto de Santos. O primeiro foi a Declaração de Transferência Eletrônica (DTE), que em 1996 instituiu o controle da transferência da carga no navio direto para o recinto alfandegado, agilizando o comércio exterior no porto. "Diz-se que a Receita emperra o trabalho, mas, no caso de Santos, ela está muito à frente", disse a presidente da Abtra, Agnes Barbeito de Vasconcellos.
Hoje o BDCC opera em fase piloto em cinco terminais marítimos e um de retroárea: Tecon Santos, Libra Terminais, Tecondi (Terminal para Contêineres da Margem Direita), Termares, Usiminas e Transbrasa. Está em audiência pública minuta de portaria da Receita Federal que tornará obrigatório o credenciamento eletrônico nas áreas alfandegadas.
Valor Econômico
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