Brasília – O governo brasileiro vai anunciar medidas de
incentivos às exportações de manufaturados até março, adiantou hoje (2) o
secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Alessandro Teixeira.
“Teremos outras medidas de incentivo, principalmente para os manufaturados terem crescimento nas exportações brasileiras. Serão medidas que incentivem as exportações de produtos de média e alta tecnologia. É um momento importante. A gente acha que tem condições, em um momento de crise internacional, de entrar nos mercados”. O momento econômico de incertezas em relação à crise internacional fez com que o governo não divulgasse a meta de exportações de 2012. Segundo Teixeira, “ainda é difícil ter qualquer tipo de previsibilidade” no atual cenário. “Não vamos apresentar a meta agora, porque temos dificuldade de leitura do atual cenário, analistas divergem muito no crescimento. Existe total discrepância e descoordenação da meta a ser atingida”. O Banco Central prevê crescimento de 4,3%, chegando a US$ 267 bilhões os embarques externos neste ano. Já a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) acha que haverá decréscimo de 7,4% nas exportações brasileiras, que devem somar US$ 237 bilhões, enquanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) calcula que as vendas internacionais atingiriam US$ 275 bilhões, em 2012. Os bancos privados estimam variação entre queda de 7% e alta de 5%. A previsão é que a meta consolidada do governo seja divulgada no primeiro trimestre deste ano. Em Entre os pontos negativos da crise internacional, Teixeira destacou o menor crescimento da China, escassez de crédito internacional e enxugamento da liquidez que refletem em desaquecimento da demanda. “Esse cenário pode colocar o crescimento das exportações brasileiras em situação difícil com o acirramento da concorrência internacional”. Para lidar com esse cenário, o secretário executivo ressaltou que a taxa de câmbio brasileira poderá ficar mais alta este ano. Além disse, ele observou que os preços das commodities agrícolas estão “menos sujeitas a queda, devido a demanda aquecida por alimentos e estoques baixos”. Além disso, “as economias em desenvolvimento vão ter crescimento superior às desenvolvidas". Agência Brasil/Luciene Cruz http://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/geral/13543-governo-prepara-medidas-de-incentivo-as-exportacoes |
As exportações brasileiras sentiram os efeitos do
recrudescimento da crise internacional e, para tentar reverter ou minimizar
perdas em 2012, o governo planeja novas medidas de estímulo às exportações de
manufaturados. Elas devem ser anunciadas neste primeiro trimestre. Os
incentivos serão concentrados na redução do custo de crédito para
financiamento da exportação dos fabricantes de bens manufaturados, numa ação
que deve envolver o BNDES e a Finep, e na abertura de novos mercados, por
meio de organização de viagens de comitivas de empresários em promoção
comercial.
O aprofundamento da crise econômica mundial já reduziu a média de embarques brasileiros ao exterior, derrubou o preço de commodities importantes (como minério de ferro, soja e celulose), e diminuiu a oferta de crédito externo para a indústria exportadora. Devido à incerteza quanto à continuidade desses fatores, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) vai aguardar o anúncio do barateamento dos custos aos exportadores para divulgar a meta de exportações para o país neste ano. "A escassez de crédito internacional e o enxugamento da liquidez podem colocar as exportações brasileiras em situação difícil", advertiu o secretário-executivo do Mdic, Alessandro Teixeira. "E há, também, o acirramento da concorrência internacional. É preciso redobrar a importância de políticas que tenham o foco em competitividade e ganho de custos", disse. Os resultados muito negativos da indústria ao longo de 2011, expostos no resultado final da balança comercial do ano, divulgados ontem, acenderam o sinal amarelo para a equipe econômica. O saldo comercial do Brasil somou US$ 29,8 bilhões no ano passado, um aumento de 47% em relação ao superávit de 2010, mas em dezembro ele já foi 25% inferior ao de igual mês daquele ano. No mês, as importações mantiveram ritmo forte (alta de 22,9%), mas as exportações só subiram 10% (bem abaixo da média de 26,8% do ano todo) "Tivemos um ano recorde, histórico mesmo", afirmou Teixeira na entrevista em que os dados da balança comercial brasileira foram divulgados. Mas o ano histórico a que se referia Teixeira, com exportações (US$ 256 bilhões) e importações (US$ 226,2 bilhões) recordes, não deu tranquilidade para o governo traçar estimativas para 2012. O agravamento da crise na União Europeia ao longo do passado ficou claro na trajetória das exportações brasileiras para a zona do euro - no ano, os embarques foram 22% superiores ao registrado em 2010, mas em dezembro a elevação de foi de apenas 1,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Da mesma forma, a perda de fôlego das commodities ligou o sinal amarelo do governo, uma vez que os produtos básicos são o principal sustentáculo do saldo comercial - o saldo industrial é fortemente deficitário. No mês passado, o preço do minério de ferro (o principal produto exportado pelo Brasil) ficou 1,8% menor que em dezembro de 2010, da mesma forma que a celulose embarcada em dezembro foi 9,5% mais barata que no mesmo mês de 2010. Além deles, a soja em grão também viu seu preço recuar 5% na mesma comparação. A redução das vendas de minério, em relação a novembro, já era esperada devido às negociações de mudança de preço e de método de cálculo entre a Vale, exportadora e seu principal cliente, a China. "Além, disso, há a desaceleração da economia em todo o mundo desenvolvido", observou o economista Rodrigo Branco, da Fundação de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). Do total de US$ 226,2 bilhões das importações recordes de 2011, US$ 40 bilhões representaram a compra de bens de consumo, alta de 27,5% em relação a 2010. As aquisições de bens de capital somaram US$ 47,8 bilhões, aumento de 16,8%, enquanto matérias primas e bens intermediários totalizaram US$ 102,10 bilhões, 21,6% mais que no ano anterior. No subgrupo dos combustíveis e lubrificantes, as importações atingiram US$ 36,1 bilhões, 42,7% superior frente a 2010. A China foi o principal destino dos produtos brasileiros em 2011. O país comprou US$ 44,31 bilhões do Brasil, representando uma alta de 44% em relação a 2010. Os principais produtos foram soja e minério de ferro. O segundo maior mercado foram os Estados Unidos, com compras de US$ 25,9, 33% maiores que as do ano anterior. Valor Econômico/Por João Villaverde, Luciana Otoni e Sergio Leo | De Brasília/ http://www.portosenavios.com.br:80/site/noticias-do-dia/geral/13555-crise-reduz-ritmo-da-exportacao-e-governo-prepara-medidas |
Em ano de crise global, comércio exterior surpreende com recordes
Por Carta Maior
Em ano de crise global, comércio exterior surpreende com recordesExportações e importações alcançam níveis históricos em 2011, e superávit de US$ 30 bi é o maior em quatro anos. Segundo governo, Brasil é quem mais elevou vendas industriais. Apesar disso, primarização da pauta avança, puxada por exportação de commodities à China. 2012 é incógnita, e governo prepara medidas de estímulos.
André Barrocal
BRASÍLIA – Num ano em que as economias de Estados Unidos e Europa claudicaram e prejudicaram todo o planeta, o Brasil teve um desempenho comercial surpreendente. Elevou as exportações em mais de US$ 50 bilhões (ou 26%), colocando-se entre os quatro países de melhor performance no quesito. Foi o campeão de crescimento de vendas de produtos industrializados, área mais afetada pela “guerra cambial” que se viu em paralelo à crise global. Teve o maior superávit em quatro anos (US$ 30 bilhões).
Essa é a parte boa da história divulgada nesta segunda-feira (2) pelo ministério do Desenvolvimento, já de posse dos números definitivos do comércio exterior brasileiro em 2011. O reverso da moeda é que o país primarizou mais um pouco sua pauta de exportações, com aumento da fatia dos produtos básicos (agropecuários e extrativistas; em suma, commodities).
E, até por consequência disso, houve uma ampliação da dependência do mercado da China, voraz consumidora de commodities que sinaliza uma desaceleração econômica em 2012 a qual contribui para o Brasil começar o ano em dúvida sobre seu desempenho comercial, a ponto de o governo não ter divulgado uma meta de exportações, como costuma fazer.
Em 2011, o Brasil teve números recordes no comércio exterior, todos com variações na casa de 25% – exportações (US$ 256 bilhões), importações (US$ 226 bilhões) e fluxo comercial (US$ 482 bilhões). O saldo de US$ 30 bilhões foi o mais elevado desde 2007, ano pré-crise de 2008 que até hoje provoca estragos pelo mundo.
Em janeiro de 2011, o chamado “mercado”, que o Banco Central consulta toda semana sobre uma série de indicadores, havia previsto que o país terminaria o ano com lucro de US$ 8 bilhões na balança comercial. Um pequeno erro na de uns 300%…
O próprio governo foi surpreendido, no entanto. Há um ano, o ministério do Desenvolvimento apostava que as exportações em 2011 totalizariam US$ 228 bilhões.
Em café da manhã de fim de ano com jornalistas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia avaliado, no dia 22 de dezembro, que o Brasil tinha ido “muito bem” no comércio exterior, valendo – para ele – destacar que 2011 foi um “ano de grande disputa comercial”.
A tese foi reforçada pela secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, que, ao divulgar os dados neste segunda (2), disse que o Brasil teve, “sem dúvida”, “um ano excepcional para o comércio exterior”.
Segundo dados parciais sobre outros países de uma lista pré-selecionada de concorrentes pelo governo, o Brasil foi o quarto que mais aumentou suas exportações em 2011 (27%). Perdeu para dois parceiros de BRICs (Rússia e Índia) e para Austrália.
Indústria
Um dado particularmente enfatizado pelo governo, foi o fato de o Brasil ter sido o campeão de crescimento das exportações de produtos industriais em 2011. O Brasil teria elevado em 19% suas vendas de manufaturas, enquanto os EUA teriam incrementado em 12% e a Alemanha, em 10%.
Um dado particularmente enfatizado pelo governo, foi o fato de o Brasil ter sido o campeão de crescimento das exportações de produtos industriais em 2011. O Brasil teria elevado em 19% suas vendas de manufaturas, enquanto os EUA teriam incrementado em 12% e a Alemanha, em 10%.
O setor industrial é o que mais sente os efeitos da crise econômica global, pois é nele que os países mais acirram a concorrência, com medidas protecionistas e de busca por mercados no exterior que compensem a expansão contida internamente pela crise.
Para fazer frente a essa situação, o governo adotou medidas igualmente protecionistas e de incentivo comercial ao longo de 2011. E deve reforçar tal estratégia, com novas medidas ainda neste trimestre, segundo o secretário-executivo do ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira.
O setor industrial brasileiro sofreu ainda com o preço do dólar, considerado barato demais, em meio a uma “guerra cambial”. Mas algumas medidas adotadas pelo governo em 2011 também tiveram o poder de frear o barateamento da moeda norte-americana, e esse foi um dos motivos apontados pelo ministro da Fazenda, ainda em dezembro, para o que se mostraria um surpreendente desempenho comercial em 2011.
Mas Guido Mantega também admitiu, naquele café, que as chamadas commodities foram decisivas para o bom resultado em 2011. No ano passado, o Brasil primarizou um pouco mais sua pauta de exportações. Os produtos básicos, que em 2010 representavam 44% do total das exportações, tiveram crescimento de 36% e chegaram a 48% da pauta. Já os manufaturados subiram 16% e, assim, caíram de 39% para 36% da pauta.
Segundo o ministério do Desenvolvimento, 2012 deverá ser um ano de mais guerra cambial, derrapagens econômicas nos EUA e na Europa e desaceleração da China. Por isso, enxerga um ano turvo, sobre o qual prefer não fazer previsões.
Segundo o “mercado” ouvido pelo BC semanalmente e a Confederação Naconal da Indústria (CNI), as exportações vão crescer de novo em 2012, ainda que em ritmo menor. Já a Associação dos Exportadores Brasileiros (AEB) prevê queda.
Exportações: medidas de incentivo aos manufaturados serão anunciadas até março
SÃO PAULO - O governo brasileiro anunciará até março deste no algumas medidas de incentivo àsexportações de produtos manufaturados. A informação foi divulgada na segunda-feira (2) pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira.
Cenário incertoDevido ao atual momento econômico, considerado de incertezas em relação à crise internacional, o governo optou por não divulgar a meta de exportações de 2012. Por essa razão, Teixeira ainda considera difícil ter qualquer tipo de previsibilidade para o cenário atual.
“Não vamos apresentar a meta agora, pois temos uma difícil leitura do cenário atual: os analistas divergem muito no crescimento e existe uma total discrepância e descoordenação da meta a ser atingida”, afirma o secretário.
Ainda de acordo com a Agência Brasil, enquanto o Banco Central prevê um crescimento de 4,3%, chegando a US$ 267 bilhões em embarques externos neste ano, a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) acha que haverá um decréscimo de 7,4% nas exportações brasileiras, que devem somar US$ 237 bilhões.
Para complicar ainda mais, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) calcula que as vendas internacionais atingirão US$ 275 bilhões, em 2012, e os bancos privados estimam uma variação que vai de queda de 7% a alta de 5%.
E o governo?Ao que parece, o governo divulgará sua meta consolidada apenas no primeiro trimestre deste ano. Em 2011, a meta de exportações foi de US$ 257 bilhões.
Contudo, na opinião de Teixeira, mesmo sem fixar um valor, a expectativa é que a soma deste ano fique acima da registrada em 2011. “No ponto de vista da indústria, 2012 será um ano difícil, mas aguardamos um crescimento das exportações brasileiras, bem como um superávit”, disse o secretário executivo.
Entre os pontos negativos da crise internacional, o secretário destacou o menor crescimento da China, a escassez de crédito internacional e o enxugamento da liquidez, que refletem um desaquecimento da demanda. “Esse cenário pode colocar o crescimento das exportações brasileiras em situação difícil, com o acirramento da concorrência internacional”, conclui.
Brasil muda regras de defesa comercial e pedidos de antidumping dobram no ano |
O Brasil deverá bater o recorde de investigações antidumping neste ano e tornará obrigatória a aplicação de sobretaxa provisória no prazo de quatro meses para frear importações com preços supostamente desleais. Assim, protegerá a indústria nacional já durante o exame do caso e não apenas ao fim de um processo, que dura 15 meses atualmente.
O número de petições de abertura de investigação antidumping dobrou no ano passado, alcançando cem pedidos até o Natal, em comparação com 55 em 2010, refletindo a preocupação da indústria nacional com o acirramento da concorrência barata estrangeira em meio à crise econômica global. Além disso, 2012 também será particular na ação da defesa comercial no Brasil porque haverá a revisão de 20 sobretaxas antidumping que já são aplicadas. E a tendência é de que muitas delas resultem na manutenção da taxa. "Tudo nos leva a bater outro recorde na defesa comercial", afirmou Felipe Hess, diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O Brasil foi apontado em 2011 como o país mais protecionista entre as 20 maiores economias do mundo pela Câmara de Comércio Internacional (CCI). Na Organização Mundial do Comércio (OMC), também há preocupação com o acirramento de forças protecionistas no país. A questão não é exatamente com o uso dos instrumentos de defesa comercial, como o antidumping ou medidas compensatórias (contra subsídios embutidos no produto estrangeiro). E sim com mais medidas de política industrial que enveredam pelo comércio, como a exigência de conteúdo nacional. De seu lado, Hess é enfático. "Não estamos inventando nada, não tem nada de ilegal. O que estamos fazendo é utilizar os instrumentos multilaterais para proteger nossa indústria do comércio desleal." Ele argumenta que, apesar de mais ação de defesa comercial, o volume de comércio afetado representa apenas 3% das importações. "O número é muito pequeno. Se pegarmos o volume de importações, a cada mês o Brasil importa mais do que no mês anterior. O Brasil não está se fechando." Globalmente, as medidas protecionistas até o momento atingem 0,6% do comércio, segundo a OMC. Em 2011, o Brasil encerrou 33 investigações contra produtos com preços supostamente desleais, o dobro de 2010, e 17 terminaram com sobretaxa contra o produto estrangeiro. O Decom tem 35 investigações em curso e 86 sobretaxas aplicadas. Dessas, 35 são contra produtos originários da China. As indústrias têxteis e de máquinas são as que mais reclamam proteção contra a concorrência estrangeira. Mas é o setor químico o mais beneficiado com aplicação de antidumping contra importações. Para Felipe Hess, há muita coisa acontecendo na defesa comercial no Brasil que vai bem além das estatísticas. Ele diz que o compromisso do governo de Dilma Rousseff é ilustrado no plano Brasil Maior. Uma das medidas reduziu o prazo de investigação para defesa comercial de 15 para dez meses. Outra baixou o prazo das determinações preliminares de antidumping de 240 dias para 120 dias. O empresariado argumentava que o país demorava muito a proteger a indústria nacional. Para implementar as duas medidas, o governo fará duas coisas neste ano. A primeira é criar 120 cargos de investigadores de defesa comercial. Hoje, são apenas 29 e com isso o país já está no limite da capacidade do que dá para cada um fazer. O edital para o concurso sairá no começo do ano. Além disso, o governo vai modernizar e alterar a legislação antidumping. Uma das inovações é tornar obrigatória a determinação preliminar nas investigações antidumping. Ou seja, o Decom será obrigado a adotar sobretaxa provisória contra o produto em investigação no prazo de 120 dias. Já está havendo uma transição. Em 2010, o Decom não aplicou nenhuma sobretaxa provisória. Em 2011, aplicou 18. Felipe Hess passou o fim de ano trabalhando no novo decreto, em plenas férias no interior de São Paulo. O decreto atual, de 1995, tem 72 artigos. Já a última versão do futuro texto tem 170 artigos e deve sair no fim do mês, ajustando muita coisa que hoje causa confusão e ineficiência para proteger a indústria nacional contra concorrência desleal. Segundo Hess, até fevereiro também surgirá o "Decom digital". As partes interessadas numa investigação vão acessar eletronicamente todo o processo, submeter os documentos etc. Isso acelera o processo e reduz os custos financeiros. O Decom vai fazer consulta pública a partir de janeiro também para alterar o decreto de legislação sobre salvaguardas e medidas compensatórias (antissubsídios).Valor Econômico http://www.portogente.com.br/texto.php?cod=60645 |
China foi o principal parceiro comercial do Brasil em 2011
Brasília, Brasil, 3 Jan – O saldo comercial do Brasil em 2011 cresceu 47,8% em termos homólogos e cifrou-se em 29,790 mil milhões de dólares, tendo a China sido o principal parceiro comercial, informou segunda-feira em Brasília o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Ainda de acordo com o ministério tratou-se do melhor resultado dos últimos quatro anos, tendo tanto as exportações, com um aumento de 26,8% para 256,041 mil milhões de dólares, como as importações, que aumentaram 24,5% para 226,251 mil milhões de dólares, registado valores recorde.
As exportações para a Ásia aumentaram 36,3%, com destaque para a China (49,3%), devido ao crescimento das vendas de produtos como minério de ferro, soja em grão, petróleo em bruto, açúcar e óleo de soja, entre outros.
As exportações para os Estados Unidos cresceram 33,3%, com destaque para petróleo em bruto, produtos siderúrgicos, máquinas e equipamentos, café e celulose e para África subiram 32%, com destaque para açúcar, cereais, carnes, automóveis e autopeças.
Os principais destinos das exportações em 2011 foram a China (44,3 mil milhões de dólares), Estados Unidos (25,9 mil milhões de dólares) e Argentina (22,7 mil milhões de dólares), tendo estes sido também os principais países de origem das importações – Estados Unidos (34,2 mil milhões de dólares), China (32,8 mil milhões de dólares) e Argentina (16,9 mil milhões de dólares). (macauhub)
http://www.macauhub.com.mo/pt/2012/01/03/china-foi-o-principal-parceiro-comercial-do-brasil-em-2011/
Cresce a presença do Brasil na África
A África se consolida como rota de investimentos para empresas brasileiras, principalmente nos setores de mineração e petróleo. Com mais de US$ 7,7 bilhões já aprovados para projetos na região, a Vale é uma das companhias que apostam alto no continente.
Mas chega tarde nessa disputa por ativos africanos. Consultor de empresas brasileiras na África, o engenheiro José Mendo de Souza, presidente da J. Mendo Consultoria, disse que a China foi mais rápida em enxergar a região como a última fronteira mineral a explorar.
'A China disparou sua avidez por recursos minerais na região antes que o mundo percebesse', afirmou. Um exemplo dessa voracidade chinesa foi a disputa pela mineradora sul-africana Metorex. Mesmo dona de um caixa reforçado, a Vale preferiu sair do páreo assim que a chinesa Jinchuan entrou na disputa com uma oferta para lá de vultuosa. Mas a derrota não mudou os planos da brasileira na região.
Atualmente, a mineradora desenvolve projetos importantes na África, como o de minério de ferro de Simandou, na Guiné, e o carvão em Moatize, em Moçambique. Ela também faz prospecção de negócios em outros países. Além da Vale, a Petrobrás, a Odebrecht e a Camargo Corrêa também apostam pesado na África. 'A Camargo tem uma fábrica de cimento em Angola e está pensando em expandir', lembrou Mendo.
Financiamento do BNDES. Esse maior interesse das brasileiras por investimentos na região tem ecoado também nos corredores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para a superintendente de Comércio Exterior do banco, Luciane Machado, é nítido o crescimento na demanda por financiamentos para projetos na região. 'Essa demanda está na nossa pauta do dia a dia', afirmou.
Segundo ela, esse movimento pode ser facilmente percebido pelo aumento no número de delegações de países africanos que passam pelo BNDES. 'Só no último semestre, o presidente do banco (Luciano Coutinho) recebeu representantes do Quênia e da Guiné', contou.
A demanda levou o banco a preparar estudos específicos para mapear negócios na região. Atualmente, o BNDES trabalha em conjunto com o Itamaraty na preparação de um estudo sobre o potencial de produção de bioetanol em alguns países da África Ocidental, que deve ficar pronto em 2012.
'Percebemos que existe uma diversidade de mercado muito grande, por isso, estudos muito gerais não adiantam', disse.
A melhor explicação para o crescente interesse de companhias brasileiras na região está nas recentes crises globais, que abriram oportunidades para economias emergentes. Para a secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, o fraco desempenho das economias maduras levou o Brasil a buscar oportunidades na África, onde as taxas de crescimento são mais altas do que a média mundial. Além disso, os negócios abrem novos mercados consumidores para empresas brasileiras.
Só em 2011, o intercâmbio comercial entre o Brasil e o continente cresceu 23,5% em relação ao ano anterior, superando a marca dos US$ 25 bilhões. 'O dinamismo das exportações brasileiras para a África contribui para a expansão das vendas externas do País', avaliou. Entre os principais produtos estão açúcar de cana, minério de ferro, milho em grão, trigo e carne bovina desossada.
Do total das exportações brasileiras para o continente africano este ano, US$ 7,578 bilhões foram de produtos industrializados, sendo US$ 4,571 bilhões de produtos manufaturados e US$ 3,007 bilhões de produtos semimanufaturados. A venda de produtos básicos somou US$ 3,448 bilhões.
Os números expressivos de comércio não impedem que a balança comercial brasileira registre déficit com a África desde 1996, por causa da importação brasileira de óleos brutos de petróleo e de nafta para petroquímica, propanos e butanos liquefeitos, gás liquefeito de petróleo (GLP). 'A Nigéria é a maior exportadora para o Brasil de óleos brutos de petróleo, com vendas de US$ 7,488 bilhões', acrescentou.
O correspondente do Le Monde no Brasil explica que diante da crise financeira e a invasão de produtos mais baratos vindos de fora da zona, há vários meses os países da América do Sul multiplicam as tentativas para diminuir as importações. Além das medidas em vigor, os membros do Mercosul ainda pretendem aumentar os impostos de 140 produtos provenientes de outras regiões do mundo, relata o jornal.
O artigo explica que o movimento começou em janeiro de 2011 com a Argentina, quando a presidente Cristina Kirchner anunciou que 600 empresas estrangeiras seriam sujeitas à licenças de importação, um procedimento visando limitar a entrada no país dos produtos vindos de fora. A medida que teve repercussões quase imediatas, como a decisão da empresa canadense RIM, que fabrica os telefones Blackberry e que, diante das restrições, abriu uma fabrica no sul da Argentina, lembra Le Monde. O vespertino também ressalta que Brasília e Buenos Aires decidiram reforçar o controle das fronteiras e que o governo brasileiro criou novas restrições para a importação de produtos têxteis.
No entanto, ainda de acordo com o jornal francês, a medida protecionista mais espetacular, foi o aumento de 30% nos impostos sobre os carros importados vindos de fora do Mercosul anunciado pelo Brasil. Uma decisão visando diminuir as vendas dos veículos importados, que já registrava uma alta de 35% no primeiro semestre.
Diante das críticas da Organização Mundial do Comércio, que teme uma contaminação protecionista nos mercados emergentes, alguns países já se defendem. Le Monde ouviu a secretária brasileira de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, que explica que todas as decisões protecionistas do Mercosul “foram uma reação provisória diante da degradação do mercado para evitar a contaminação da crise. Nós agimos no âmbito autorizado pela OMC”, reage a representante do governo brasileiro
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