Corrente de comércio totalizou US$ 8,179 bilhões na segunda semana de janeiro
Brasília – A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 8,179 bilhões, com média diária de US$ 1,635 bilhão, na segunda semana de janeiro (9 a 15), com cinco dias úteis. No período, houve déficit de US$ 589 milhões, representando a diferença entre as exportações (US$ 3,795 bilhões, média por dia útil de US$ 759 milhões) e as importações (US$ 4,384 bilhões, resultado diário de 876,8 milhões).
Na comparação com a média da primeira semana do mês (US$ 707,8 milhões), houve aumento de 7,2% para as exportações. Houve acréscimo nos embarques de produtos semimanufaturados (27,8%), com destaque para semimanufaturados de ferro ou aço, ferro-ligas, óleo de soja em bruto, alumínio em bruto, e couros e peles. Nos manufaturados (6,6%), o aumento se deu, principalmente, por conta de energia elétrica, máquinas e aparelhos de terraplanagem, polímeros plásticos, autopeças, açúcar refinado, veículos de carga e tratores. Nos básicos (4,7%), os produtos com maior crescimento nas vendas foram petróleo, café, farelo de soja, carne bovina, milho em grãos, fumo em folhas e algodão.
Já para as importações, a média diária teve alta de 20,3%, explicada, principalmente, pela expansão nos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, equipamentos elétricos e eletrônicos, químicos orgânicos e inorgânicos e instrumentos de ótica e precisão.
Mês
Nos dez dias úteis de janeiro, as exportações somaram US$ 7,334 bilhões, com média diária de US$ 733,4 milhões. Por esse comparativo, a média das vendas externas foi 1,2% superior a de janeiro de 2011 (US$ 724,5 milhões).
Neste comparativo, cresceram as vendas de manufaturados (4,7%) por conta de energia elétrica, polímeros plásticos, autopeças, açúcar refinado, veículos de carga, tratores, tubos de plásticos e tubos de ferro ou aço. Houve queda nas vendas de semimanufaturados (-6%) com redução nos embarques de semimanufaturados de ferro ou aço, celulose, açúcar em bruto e couros e peles. Nos produtos básicos (-2,7%), as principais retrações foram para minério de ferro, carne de frango, soja em grão e milho em grãos.
Em relação a dezembro de 2011, a média diária das exportações caiu 27,1%, devido à diminuição nas vendas das três categorias de produtos: básicos (-34,9%), semimanufaturados (-13,8%) e manufaturados (-22,2%).
As importações em janeiro alcançam o valor de US$ 8,028 bilhões e registram média diária de US$ 802,8 milhões. Houve aumento de 13,8% na comparação com o resultado diário de janeiro do ano passado (US$ 705,5 milhões). Combustíveis e lubrificantes (37,3%), produtos diversos das indústrias químicas (34,7%), aeronaves e peças (+32,5%), adubos e fertilizantes (+29,9%), equipamentos elétricos e eletrônicos (21,7%), veículos automóveis e partes (19,3%) e produtos farmacêuticos (11,6%) foram os produtos com maior aumento de gastos neste comparativo.
Na comparação com a média de dezembro de 2011 (US$ 832,4milhões), houve retração de 3,6% nas importações, devido, principalmente, a produtos farmacêuticos (-26,3%), veículos automóveis e partes (-17,4%), adubos e fertilizantes (-17,2%), produtos diversos das indústrias químicas (-13,5%), instrumentos de ótica e precisão (-10,7%) e combustíveis e lubrificantes (-7,1%).
O saldo comercial no primeiro mês de 2012 está deficitário em US$ 694 milhões. Em janeiro do ano passado, a balança comercial teve superávit de US$ 398 milhões e, em dezembro, saldo positivo de US$ 3,816 bilhões.
A corrente de comércio do mês alcançou US$ 15,362 bilhões (média diária de US$ 1,536 bilhão). Pela média, houve aumento de 7,4% no comparativo com janeiro passado (US$ 1,430 bilhão) e queda de 16,4% na relação com dezembro último (US$ 1,838 bilhão).
Acesse as informações da balança comercial da segunda semana de janeiro: http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=567
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Importação de calçados subiu 40,4% financeiramente
As importações brasileiras de calçados, em volume financeiro, aumentaram 40,4% em 2011 na comparação com 2010, somando US$ 427,7 milhões ante US$ 304,5 milhões. Em número de pares de calçados, as compras externas cresceram 18,5% no mesmo período. Já as exportações caíram 12,8% em volume financeiro, de US$ 1,486 bilhão em 2010 para US$ 1,296 bilhão em 2011, com a venda de 21% menos pares. Os números foram divulgados hoje pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, no primeiro dia da Couromoda 2012, feira de calçados e assessórios que é realizada em São Paulo. Na avaliação de Cardoso, a indústria brasileira está sendo prejudicada por importações em condições desleais e pelo câmbio valorizado.
Em função dos resultados do ano passado, segundo Cardoso, a associação tem conversado regularmente com representantes do governo federal a respeito das importações "fraudulentas". A expectativa do setor é de que uma investigação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) sobre a possível triangulação de importações para evitar tarifas impostas ao calçado chinês deva ser encerrada até o fim deste trimestre.
O presidente da Abicalçados afirmou que a China declarou que exportou ao Brasil 38 milhões de pares de calçados em 2010, enquanto o Brasil declarou que importou da China 9 milhões de pares no mesmo ano. "Três quartos dos sapatos que a China exportou em 2010 chegaram aqui como sendo feitos em outros países", afirmou Cardoso. "Começamos a ver até mesmo dados muito exóticos, como calçados sendo fabricados em Hong Kong, que não tem nenhuma fábrica", acrescentou. As importações de calçados da China cresceram 10,7% em 2011, segundo a Abicalçados.
Cardoso citou também a concorrência com a Indonésia, onde o custo da hora extra da mão de obra no setor, segundo cálculos da Abicalçados, seria de US$ 1,68, enquanto no Brasil seria de US$ 7,85 em 2011, a partir do câmbio médio do ano. Houve aumento 53% no número de pares importados pelo Brasil da Indonésia em 2011 em comparação com 2010. "O Brasil levou cem anos para montar uma indústria de calçados completa. Isso não pode ser destruído de uma hora para outra por concorrência desleal", afirmou Milton Cardoso.
O presidente da Couromoda, Francisco Santos, fez coro no que diz respeito à China, afirmando que não permite estandes de marcas chinesas no evento. "Eu fico aqui de quarto zagueiro. Não deixo grife chinesa entrar na Couromoda. Aceitamos todos os outros continentes, mas não a Ásia", disse ele.
Argentina
Sobre novas imposições do governo argentino contra importações de produtos, o presidente da Abicalçados se disse surpreso com as medidas. Segundo ele, o acordo existente antes previa que as restrições deveriam beneficiar a indústria argentina, mas 75% dos calçados viriam do Brasil e 25%, de outros países. "Mas ocorreu o contrário, quase 50% das importações argentinas do ano passado tiveram outras origens".
De acordo com Cardoso, há três milhões de pares de sapatos brasileiros parados nos portos argentinos. "Para que é que serve o Mercosul, se não conseguimos estabelecer livre trânsito de produtos", questionou.
No varejo, de acordo com o presidente da Associação de Lojistas e Artefatos de Calçados (Ablac), Carlos Ajita, o faturamento cresceu 7% em valores financeiros em 2011 na comparação com o ano anterior e 5% em números de pares vendidos. Segundo Ajita, o crescimento das vendas em número de pares em 2012 deve ser de 5% por conta das eleições municipais, que, de acordo com ele, alavancam as vendas no varejo e por causa de feriados prolongados em 2012, que impulsionam diretamente o turismo e, consequentemente, as vendas.
Sinop terminou ano exportando 88% a mais grãos, carne e madeira
Só Notícias/Karoline Kuhn (foto: Só Notícias/Marcilio Azevedo/arquivo)
As vendas de diversos produtos industrializados para o comércio exterior cresceram 88% ano passado. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que os negócios de grãos, carne e madeiras representarem US$ 193,2 milhões, entre janeiro a dezembro, enquanto em 2010, fecharam em US$ 102,3 milhões.
A soja lidera o ranking de principal produto negociado no exterior com US$ 131,3 milhões (alta de 84,61% ante 2010). Milho aparece em segundo com US$ 34,2 milhões - crescimento de 175,27%. No topo da relação, composta ao todo por 16 itens, está ainda a carne desossada de boi, com US$ 14,2 milhões. As madeiras, serradas ou cortadas em folhas com espessura de 6 mm somaram US$ 1,4 milhões.
A China foi o principal comprador das produções sinopenses com US$ 103,2 milhões. Taiwan (Formosa) também é destaque, com US$ 10 milhões. As compras da Tailândia foram de US$ 9,6 milhões. Já Hong Kong, Espanha e Malásia somaram cerca de US$ 7 milhões, cada. Ao todo são 30 países relacionados.
Somente em dezembro, as exportações geraram US$ 27,7 milhões (no mesmo período de 2010 atingiu apenas US$ 636,6 mil).
Importações
A compra de produtos do exterior pelos sinopenses também cresceu. Foram pouco mais de US$ 3 milhões em negócios, 138,54% a mais ante ao ano anterior. Argentina, Estados Unidos e China foram os principais fornecedores e, entre os itens adquiridos, estão sulfato de cromo, farinha de trigo e equipamentos para aviões, ônibus e outros.
A compra de produtos do exterior pelos sinopenses também cresceu. Foram pouco mais de US$ 3 milhões em negócios, 138,54% a mais ante ao ano anterior. Argentina, Estados Unidos e China foram os principais fornecedores e, entre os itens adquiridos, estão sulfato de cromo, farinha de trigo e equipamentos para aviões, ônibus e outros.
Por que não
exportamos mais manufaturados?
O Brasil é bom ou ruim na hora de exportar? Eis um tema polêmico. Sim, o País brilhou ao aumentar as exportações de 2011 em 26,8% ante as de 2010, alcançando inéditos US$ 256 bilhões em receita. São números alentadores para um ano sui generis como foi 2011. No entanto, sempre resta a incômoda sensação de que poderíamos ter sido muito melhores se a participação dos manufaturados na pauta de exportações superasse os 38%, medidos pela régua da Organização Mundial do Comércio (OMC). A discussão é sinuosa. Não é demérito ampliar as exportações de bens básicos, ainda mais quando os grandes compradores elevam a altura de seus muros de protecionismo.
Tivemos dois exemplos na semana passada. Na terça-feira 10, os americanos aceitaram comprar carne suína in natura brasileira. A abertura veio na esteira do acordo sobre o contencioso do algodão que os dois países travaram até 2010. O Brasil questionava os subsídios do governo americano aos seus produtores de algodão, e venceu a pendenga na OMC. Brasil e EUA concordaram que as barreiras sanitárias contra a carne brasileira seriam revistas. Coincidência ou não, na quarta-feira 11, os mesmos americanos questionaram o uso de um pesticida na produção de laranja, o que poderia interromper o fluxo de exportações brasileiras de suco.
Prova que o comércio exterior é um campeonato muito difícil de ser disputado, mas cujas regras o Brasil já domina. Agora, quando a pauta de manufaturados entra em campo, o País perde de goleada. Tomamos bolas nas costas uma dezena de vezes nos principais ciclos econômicos globais. Nos anos 1980 as nações ricas corriam para se posicionar como fornecedores de tecnologia e investiam em inovação. Mas o Brasil vivia da mão para a boca, se esforçando para iniciar a redemocratização, salvar-se da inflação e da dívida externa. A colheita do que cada país semeou no passado é muito clara hoje.
Nos Estados Unidos, berço da Apple, Intel e Microsoft, 73% das exportações são de manufaturados: tablets, chips, etc. Já o Brasil, continua firme em commodities. Quando exporta bens de maior valor agregado, são carros, sapatos e maquinários, mercados onde há muito mais competidores. Mudar esse quadro leva tempo. Embora o País tenha aprendido a pensar diversas questões no longo prazo, permanecemos no padrão da mão para a boca nas exportações de manufaturados. O programa de política industrial Brasil Maior, lançado no ano passado, por exemplo, dedica uma parte aos exportadores, mas com iniciativas tímidas, como a devolução de créditos fiscais para empresas que exportam.
Os Estados Unidos não só têm incentivos para a venda como para o investimento das empresas exportadoras, assim como um forte banco de fomento, o Eximbank, para financiar o comércio. O foco no assunto é estratégico, a ponto de o governo americano lançar, neste mês, o estudo A Competitividade e a Capacidade Inovadora dos Estados Unidos, que mapeia forças e deficiências do país e deve pautar políticas de longo prazo para reforçar o papel dos americanos no comércio mundial. O Brasil até chegou a ensaiar um Eximbank brasileiro, mas faltou bala na agulha para bancar o projeto. O País trabalha, agora, para substituir importações, buscando atrair cadeias de fornecedores estrangeiras de diversos segmentos, como equipamentos para área de saúde e eletroeletrônicos, mas ainda sem um norte de longo alcance.
Carla Jimenez, publicado na ISTO É DINHEIRO
O Brasil é bom ou ruim na hora de exportar? Eis um tema polêmico. Sim, o País brilhou ao aumentar as exportações de 2011 em 26,8% ante as de 2010, alcançando inéditos US$ 256 bilhões em receita. São números alentadores para um ano sui generis como foi 2011. No entanto, sempre resta a incômoda sensação de que poderíamos ter sido muito melhores se a participação dos manufaturados na pauta de exportações superasse os 38%, medidos pela régua da Organização Mundial do Comércio (OMC). A discussão é sinuosa. Não é demérito ampliar as exportações de bens básicos, ainda mais quando os grandes compradores elevam a altura de seus muros de protecionismo.
Tivemos dois exemplos na semana passada. Na terça-feira 10, os americanos aceitaram comprar carne suína in natura brasileira. A abertura veio na esteira do acordo sobre o contencioso do algodão que os dois países travaram até 2010. O Brasil questionava os subsídios do governo americano aos seus produtores de algodão, e venceu a pendenga na OMC. Brasil e EUA concordaram que as barreiras sanitárias contra a carne brasileira seriam revistas. Coincidência ou não, na quarta-feira 11, os mesmos americanos questionaram o uso de um pesticida na produção de laranja, o que poderia interromper o fluxo de exportações brasileiras de suco.
Prova que o comércio exterior é um campeonato muito difícil de ser disputado, mas cujas regras o Brasil já domina. Agora, quando a pauta de manufaturados entra em campo, o País perde de goleada. Tomamos bolas nas costas uma dezena de vezes nos principais ciclos econômicos globais. Nos anos 1980 as nações ricas corriam para se posicionar como fornecedores de tecnologia e investiam em inovação. Mas o Brasil vivia da mão para a boca, se esforçando para iniciar a redemocratização, salvar-se da inflação e da dívida externa. A colheita do que cada país semeou no passado é muito clara hoje.
Nos Estados Unidos, berço da Apple, Intel e Microsoft, 73% das exportações são de manufaturados: tablets, chips, etc. Já o Brasil, continua firme em commodities. Quando exporta bens de maior valor agregado, são carros, sapatos e maquinários, mercados onde há muito mais competidores. Mudar esse quadro leva tempo. Embora o País tenha aprendido a pensar diversas questões no longo prazo, permanecemos no padrão da mão para a boca nas exportações de manufaturados. O programa de política industrial Brasil Maior, lançado no ano passado, por exemplo, dedica uma parte aos exportadores, mas com iniciativas tímidas, como a devolução de créditos fiscais para empresas que exportam.
Os Estados Unidos não só têm incentivos para a venda como para o investimento das empresas exportadoras, assim como um forte banco de fomento, o Eximbank, para financiar o comércio. O foco no assunto é estratégico, a ponto de o governo americano lançar, neste mês, o estudo A Competitividade e a Capacidade Inovadora dos Estados Unidos, que mapeia forças e deficiências do país e deve pautar políticas de longo prazo para reforçar o papel dos americanos no comércio mundial. O Brasil até chegou a ensaiar um Eximbank brasileiro, mas faltou bala na agulha para bancar o projeto. O País trabalha, agora, para substituir importações, buscando atrair cadeias de fornecedores estrangeiras de diversos segmentos, como equipamentos para área de saúde e eletroeletrônicos, mas ainda sem um norte de longo alcance.
Carla Jimenez, publicado na ISTO É DINHEIRO
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