LEGISLAÇÃO

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PORTOS E LOGÍSTICA - 17/01/2012






Construtora lança projeto de novo porto no Rio

DO RIO - A DTA Engenharia estruturou um projeto para construir um porto na região dos Lagos, no litoral fluminense, com objetivo de atender ao Comperj (Complexo de refinaria e petroquímica da Petrobras). O empreendimento deve consumir investimentos de até R$ 5,4 bilhões -dos quais R$ 1 bilhão será destinado à infraestrutura portuária. O grupo já comprou um terreno em Ponta Negro, distrito de Maricá, e a previsão é concluir as obras até 2015, quando o Comperj começará a produzir combustíveis e produtos petroquímicos. O novo porto, se vingar, terá capacidade para receber até 40% da extração atual no país. Para deslanchar, o grupo precisa atrair investidores e convencer a Petrobras a fechar contrato. Hoje, todos os terminais de carga e descarga usados pela estatal são próprios.
Folha de São Paulo / http://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/portos-e-logistica/13705-construtora-lanca-projeto-de-novo-porto-no-rio



Dragagem não alivia porto do Rio

A dragagem do porto do Rio, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), transformou-se em polêmica entre empresas de navegação, terminais portuários e o governo federal. O projeto de aprofundamento do canal de acesso ao porto foi concluído no segundo semestre de 2011 ao custo de quase R$ 160 milhões. Mas até agora, porém, nada mudou. O Rio continua sem poder receber navios maiores, o que depende de uma ordem de serviço a ser emitida pela autoridade portuária, a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ).

A ordem de serviço vai definir as condições de tráfego dos navios no canal de acesso ao porto, cujo calado aumentou menos de um metro, de 12,6 metros (com maré mínima) para 13,5 metros. Mas tanto a CDRJ quanto a Secretaria Especial de Portos (SEP), a quem Docas é subordinada, dizem que a ordem de serviço só pode ser emitida após aprovação pela Marinha do Brasil.

O presidente da CDRJ, Jorge Luiz Mello, disse que a SEP enviou à Marinha o projeto de dragagem e a CDRJ encaminhou informações sobre o balizamento, a nova posição das bóias de sinalização. A Marinha precisa dar sinal verde para que Docas possa emitir a ordem de serviço dizendo como será o tráfego de navios no canal aprofundado. Mello afirmou que nas próximas dragagens a Marinha poderá participar da elaboração dos projetos desde o início, o que tende a tornar mais ágil o processo de aprovação quando a obra for concluída. "É algo que está em estudo", disse. Ele trabalha com a estimativa de que uma nova licitação para dragar o porto, que vai complementar a primeira fase de obras, possa ser lançada até o fim do primeiro semestre de 2012.

Procurada, a Marinha informou, via Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, que não autorizou o novo projeto de balizamento do porto, após a conclusão da dragagem, porque existem pendências documentais no processo entregue pela CDRJ. "A avaliação geral do projeto só poderá ser feita após as pendências serem sanadas pela CDRJ", disse a Capitania em nota.

A demora no trâmite burocrático tem sido questionada por empresas de navegação que indagam quais são os ganhos práticos para o porto do Rio com a dragagem após investimentos de R$ 159,2 milhões com recursos do PAC.

Executivos do setor concordam que o dinamismo da indústria de navegação, cujas embarcações, sobretudo nos contêineres, não param de crescer, torna as obras de dragagem um desafio nos portos brasileiros. O Rio é um exemplo dessa realidade. O projeto de dragagem foi elaborado em 2008, as obras, a cargo da empresa holandesa Van Oord, começaram em 2010 e foram concluídas em agosto do ano passado. A SEP disse que a conclusão foi em outubro.

Fonte que participou da elaboração do projeto afirmou que a diferença de datas sobre o término da obra pode ser explicada pelo fato de a SEP só ter aceito a conclusão do serviço após a batimetria (sondagem). O projeto de aprofundamento considerou um porta-contêineres com 300 metros de comprimento, calado de 13,5 metros e capacidade de transportar 7.090 TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), disse a SEP. A profundidade do porto foi levada para 15 metros. Precisa-se de uma diferença entre o calado do navio (ponto mais baixo da quilha da embarcação) e a profundidade do porto para dar segurança à navegabilidade e à operação, disse a SEP.

O problema é que já há disponibilidade de navios de contêineres maiores do que 300 metros de comprimento na costa brasileira. "Mas a dragagem feita no Rio não vai permitir receber nenhum serviço adicional", disse executivo da navegação. O argumento é que hoje o porto pode receber navios de até 295 metros de comprimento. Emitida a ordem de serviço, o porto poderá operar navios de 300 metros, apenas 5 metros a mais, um ganho de 1,6%, ironizou a fonte. O executivo disse que a dragagem aumentou a largura, a profundidade e a bacia de evolução, mas não se dragou uma curva no canal de acesso, o que limita a entrada de navios maiores. A SEP disse que a curva não atrapalha a operacionalidade do porto e que haverá correção no local na próxima campanha de dragagem.

As empresas de navegação levantam outros problemas. Um está no fato de, nos terminais de contêineres, o canal estar muito próximo ao berço de atracacão, o que exige paralisar a operação (levantar o braço dos guindastes) cada vez que um navio de grande porte passar. Um executivo disse que essa seria a posição defendida pela praticagem, profissionais que pilotam os navios no porto. "Os práticos querem restringir o acesso junto aos terminais de contêineres dependendo da largura dos navios", disse executivo ligado à operação portuária em terra. Otávio Fragoso, presidente do Sindicato dos Práticos do Rio, disse que hoje já é preciso levantar o guindaste quando o navio passa.

A SEP afirmou que, consideradas as simulações feitas e a largura do canal, esse tipo de operação não será necessária depois da aprovação do novo calado pela Marinha. A Secretaria disse que a dragagem contribuiu para o aumento da movimentação de contêineres em 2011 no porto do Rio. Fragoso afirmou que a praticagem atua como assessora de Docas e não tem poder de decisão. Ele mostrou preocupação, porém, com um aspecto que também tira o sono dos armadores. Os práticos têm opinião segundo a qual é arriscado fazer navios com mais de 300 metros de comprimento manobrarem em uma curva de noventa graus para atracar nos terminais de contêineres porque, próximo ao local, existe um quadro de bóias da refinaria de Manguinhos que serve para atracação de petroleiros que descarregam petróleo. Jorge Luiz Mello, de Docas, diz que este quadro de bóias deve ser reposicionado como resultado de obras para atracação de cruzeiros marítimos no porto.
Valor Econômico/Por Francisco Góes | Do Rio http://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/portos-e-logistica/13708-dragagem-nao-alivia-porto-do-rio



Porto de Santos terá polo turístico

Sem uso há mais de 20 anos, os primeiros oito armazéns do Porto de Santos darão lugar a um complexo de turismo e negócios que promete transformar o Valongo na área mais valorizada da cidade do litoral sul. A construção de terminal de cruzeiros no local, com área anexa para restaurantes, lojas, hotéis e marina, é a aposta municipal para atrair investimentos privados e mudar a cara da região para a Copa.

Na terça-feira, o projeto de revitalização começa a sair do papel, com abertura das propostas para elaboração do projeto executivo do "mergulhão" - passagem subterrânea que vai tirar caminhões da Rua Xavier da Silveira e abrir espaço à revitalização da área. A obra, avaliada em R$ 370 milhões, será custeada pelo governo federal, por meio da 2.ª fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A viabilidade do projeto, segundo o secretário de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, Sérgio Aquino, depende diretamente da reforma viária. "Costumo dizer que sem mergulhão não há revitalização. Isso porque não temos como fazer a ligação entre o centro histórico e o Valongo sem tirar os caminhões de lá", afirma.

Pela proposta de intervenção, em fase final de estudo, o desvio do tráfego pesado fará com que o trecho de 1,5 km da Rua Xavier da Silveira, entre a Rua São Bento e a Avenida Conselheiro Nébias, seja transformado em uma espécie de esplanada só para a pedestres. Veículos leves permanecerão em uma marginal paralela.

O principal acesso a esse complexo de equipamentos será oferecido pela Praça Barão de Rio Branco. Por ela, o turista terá passagem para o bolsão de estacionamento do novo terminal de cruzeiros, que também servirá à futura marina e à rede de serviços a ser instalada nos armazéns que serão restaurados.

Segundo a arquiteta da prefeitura Yedda Cristina Moreira Sadocco, os armazéns 1, 2 e 3 devem receber restaurantes, bares, lojas e ateliês de arte. "Eles serão reformados internamente, mas a casca deve permanecer a mesma, pelo valor histórico", diz.

É possível ainda que seja instalado um Museu de Arte Contemporânea na área, para a formação de um corredor cultural no bairro. O Valongo receberá também o Museu do Pelé, já em obras.
Agência Estado/O Estado de S. Paulohttp://www.portosenavios.com.br/site/noticias-do-dia/portos-e-logistica/13703-porto-de-santos-tera-polo-turistico



Maersk Line e Ericsson levam conectividade móvel aos oceanos

Os oceanos são a última fronteira para o setor de comunicação móvel. A maior empresa de cargas do mundo, a Maersk Line, deu à Ericsson (NASDAQ: ERIC) a missão de conquistar esta fronteira ao introduzir a integração completa de comunicação móvel e por satélite em toda a sua frota.

A frota da Maersk Line é composta por mais de 500 navios contêiner. Ao longo dos próximos dois anos, a Maersk Line irá equipar 400 destes navios com antenas e estações rádio-base da Ericsson, e em seguida serão feitas atualizações nos navios remanescentes. Como parte do acordo, a Ericsson oferecerá sete anos de suporte e serviços de monitoramento e manutenção da rede num formato 24/7 em um grande número de portos pelo mundo.

“Temos orgulho de poder conectar a frota da Maersk Line com a nossa tecnologia. Acreditamos em uma Sociedade Conectada, em que a conectividade será apenas o ponto de partida para novas maneiras de inovar, colaborar e socializar. O resultado será processos automatizados e simplificados, maior produtividade e informação em tempo real que permitirão a tomada de decisão e resolução de problemas de forma mais rápida e bem-informada”, disse Hans Vestberg, presidente e CEO da Ericsson.

Para o setor de transporte de cargas, a comunicação móvel oferece a oportunidade de empregar novas e eficientes maneiras de lidar com o gerenciamento de frota e dos prazos de entrega, melhorando a interação com os navios, permitindo a resolução proativa de problemas e o compartilhamento imediato de informações com os clientes, melhorando ainda mais a eficiência energética.

Até agora, os modernos navios contêiner da Maersk Line estavam equipados com conectividade por satélite, com o principal objetivo de permitir a comunicação para as funções vitais a bordo.

“Estamos muito satisfeitos por sermos os primeiros a ter uma frota conectada com tecnologia de comunicação móvel. Acreditamos que são muitas as oportunidades que isso irá gerar para melhorar a comunicação com os nossos colegas no mar, bem como o nosso atendimento aos clientes, e observaremos com muita atenção estas oportunidades no futuro”, disse Søren Toft, vice-presidente da Maersk Line Operations.


Maricá terá megaporto de R$ 5 bilhões até 2015

A Região dos Lagos deverá ganhar um dos maiores portos do país: o Terminais Ponta Negra (TPN), na Praia de Jaconé, em Maricá. A DTA Engenharia, responsável pelo projeto - chamado de Porto do Pré-Sal e avaliado em R$ 5,4 bilhões -, espera que a iniciativa se torne a âncora do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj, em Itaboraí). O porto terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 40% da atual produção do país. A iniciativa, porém, preocupa ambientalistas, que temem impactos na região. Para evitar críticas, os empreendedores prometem revolucionar com uma nova tecnologia contra vazamento de óleo.

O projeto tem o apoio do governo do estado, que prometeu criar acessos ao novo porto a partir do Arco Rodoviário Metropolitano do Rio e conceder parte da Estrada de Ferro Leopoldina ao empreendimento. A previsão é que a obra seja concluída até 2015, a fim de coincidir com a inauguração do Comperj. O porto deve destinar apenas 30% de sua capacidade à Petrobras. O restante será voltado para as companhias estrangeiras que atuarão no pré-sal.

- Este será o porto do pré-sal. Já temos mais procura que espaço, teremos overbooking de empresas - afirmou João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA, empresa que planejou mais de 30 portos no Brasil e no exterior.

Ele lembrou que o terminal contará com atividade de apoio offshore e prevê um grande estaleiro para reparos, algo inédito no país. Oliveira Neto diz que o terminal terá capacidade para receber, armazenar e classificar o óleo extraído por plataformas. O financiamento virá das empresas interessadas em participar do projeto. Ele diz que já foi comprado o terreno do porto e contratada a Vinci Partners para fazer a estrutura financeira da iniciativa:

- São empresas triple A, o mundo está sedento de iniciativas assim. O BNDES está me procurando; quer colocar sua placa neste projeto.

Oliveira Neto disse que o TPN possui uma profundidade natural de 30 metros, que reduzirá custos com dragagem. Ele disse ainda que o porto será erguido em um local onde antes funcionava um campo de golfe, e onde não há vegetação primária.

- A não ser que descubram que lá é o local de procriação da baleia branca de papo amarelo, não vemos maiores impactos ambientais - brincou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado do Rio, Júlio Bueno, confirma que a iniciativa tem o apoio do governo estadual e que um estudo preliminar não detectou maiores problemas ambientais:

- O porto pode ser o início da redução de uso do Tebig (o terminal mais usado pela Petrobras no estado, em Angra dos Reis), ou seja, é a chance de retirar a atividade de petróleo de um paraíso - disse Bueno.

O secretário afirmou que o porto não vai "lotar" a costa fluminense e canibalizar outros portos existentes ou em planejamento, como os novos terminais da Petrobras para Itaguaí ou a expansão das atividades da estatal na Baía de Guanabara.

Já Oliveira Neto destaca a tecnologia inédita que o TPN terá para reduzir riscos de acidentes ambientais:

- Criamos uma tecnologia, que vamos patentear, que reduz o impacto de um eventual vazamento de óleo. Será uma cortina que liga os moles (estruturas de pedra que cercam o porto, reduzindo as ondas no terminal). No caso de derramamento, ela subirá e deixará o óleo restrito à área do porto.

Para Greenpeace, projeto deve ser repensado

A Petrobras não comentou a iniciativa. Já o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, disse que a maior parte da população apoia a obra.

- Sempre vai ter gente contrária, mas o projeto é bom. Vai gerar empregos e continuaremos com o turismo - disse ele. - O empreendimento compensará o impacto, transformando Ponta Negra em complexo turístico.

A Secretaria estadual de Meio Ambiente confirma que foi procurada informalmente pelos responsáveis pelo empreendimento e que o subsecretário, Luiz Firmino, afirmou que não via, em princípio, "nada problemático" no projeto, embora ainda não tenha recebido os estudos.

Leandra Gonçalves, coordenadora de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, afirma que o projeto precisa ser repensado e que a região é importante para quatro espécies diferentes de baleias: jubarte, orca, franca e bryde, da qual se conhece pouco.

- O Greenpeace não é contra portos, mas não é melhor fazer um planejamento e aproveitar melhor as estruturas já existentes? - indaga.

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