SÃO PAULO - Claramente apontado como um dos setores mais importantes da economia brasileira, as projeções para o segmento de transportes são positivas para 2012, apesar do forte impacto que o segmento pode sofrer com as variações do cenário doméstico.
“É um setor que sofre quando atividade econômica está mais enfraquecida, seja em setores da indústria ou nas commodities. Isso é representativo, mas estas empresas exercem outras atividades que compensam”, explica a analista da SLW Corretora, Rosângela Ribeiro.
Em relação ao desempenho das principais empresas listadas na BM&F Bovespa, destaque negativo para ALL (ALLL3) que apontou -37,57% no fechamento do ano, JSL (JSLG3) -14,61%, Localiza (RENT3) macando -3,37% e CCR (CCRO3) com -8,38%. Fecharam 2011 no campo positivo OHL (OHLB3) com +5,15%, Ecorodovias (ECOR3) com +13,36% e Tegma (TGMA3) com +5,31%.
Logística rodoviária e concessões
Neste sentido, para as empresas de logística rodoviária, que representam 60% do volume de mercadorias transportadas no Brasil, especialistas acreditam que serão marcadas principalmente pelo desempenho da economia nacional, embora também estejam sujeitas aos preços do petróleo, às intervenções do Governo, à manutenção das estradas entre outros aspectos.
“Esperamos declínio do segmento nos próximos anos devido a investimentos que estão sendo feitos no meio de transporte, principalmente ferrovias e hidrovias. No entanto, as empresas de logística devem ainda mostrar dependência dos negócios das operações com caminhões, não só para o transporte de curta distância, mas também devido à falta de infraestrutura no Brasil, em função dos baixos investimentos bem como o tamanho continental do país”, explica a dupla de analistas do Bradesco BBI , Edigimar Maximiliano e Luiz Peçanha.
Neste sentido, a equipe econômica do HSBC projeta um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,7% em 2012, um nível melhor que os 3,0% registrados em 2011. Os dados são também um pouco melhores do espera o Banco Central, segundo a última edição do relatório Focus, que estima um PIB de 2,87%. Mesmo assim, conforme os especialistas, em ambos os casos o resultado é considerado positivo para as rodovias pedagiadas.
Para a analista da SLW, Rosangela Ribeiro, a tendência é de que o crescimento neste segmento de transportes aumente, especialmente após a divulgação do pacote de incentivo do Governo à economia, o Brasil Maior. “Isso será refletido no ano que vem, no segundo trimestre”, espera.
Recomendações
Assim, Rosângela recomenda a compra das ações do setor, pela perspectiva de crescimento e aquecimento interno. “O setor de logística é atrativo como um todo e deve ser um bom investimento para 2012. Já em concessões o ritmo de crescimento também é muito acelerado e o potencial de avanço das empresas é muito grande”, aconselha a analista.
Pensando no investimento de longo prazo, o analista da UM Investimentos, Gustavo Hon, sugere a manutenção dos papéis. “As empresas devem manter um fluxo de caixa mais crescente ao longo do tempo para investidores, apontando maior pagamento de proventos alta previsibilidade do fluxo de caixa. É um setor para ficar bastante de olho, e o investimento é de longo prazo. As ações não performam de forma muito forte no curto prazo”, alerta.
Logística hidroviária
Por fim, em relação ao segmento portuário ou logística hidroviária, o grande desafio será promover um crescimento em volume, dado um pior cenário macroeconômico e diminuição dos fluxos de comércio global, segundo os analistas do Bradesco BBI.
Entre as empresas que se destaca no mercado brasileiro estão Log-in (LOGN3) que fechou o ano com perdas acumuladas de -34,03%, Santos Brasil (STBP11) com alta de +11,02% e Wilson Sons (WSON11) com queda de -19,49%.
A analista da SLW,explica que o cenário e bom para o segmento, mas o papéis tem pouca liquidez em bolsa. “Tem que ficar atento, são small caps, então não há cenário definido. São de longo prazo e 2012 ainda não será ano delas”, conclui Rosângela.
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