'Básico do básico' ganha espaço na exportação |
As commodities vendidas ao exterior não só avançaram de 65% em 2009 para os atuais 70% de participação na exportação brasileira como também passaram por um processo de maior "empobrecimento". O fenômeno é evidente no grupo dos cinco produtos mais importantes da pauta de exportação brasileira - minério de ferro, petróleo, soja, açúcar e café. Dentro de cada um desses grupos, os embarques dos produtos mais básicos cresceram em ritmo mais acelerado do que aqueles com maior valor agregado.
Dentro do complexo soja, por exemplo, a exportação do grão avançou desde 2005 muito mais que rapidamente que os embarques de farelo e óleo. De janeiro a novembro do ano passado, a soja em grão representou 68% dos US$ 22,97 bilhões exportados com o produto e seus derivados. Nos mesmos meses de 2005, essa fatia era de 57,3%. Há seis anos, a venda ao exterior de farelo de soja equivalia a pouco mais da metade da soja em grão exportada. No ano passado, essa participação caiu para 34,14%.
Em 2005, o minério de ferro aglomerado representava 39,2% do minério de ferro total exportado pelo Brasil. O valor embarcado de minério de ferro teve forte elevação no ano passado, mas a versão não aglomerada, que é mais bruta, avançou muito mais que o minério aglomerado, cuja participação caiu em 2011 para 23,8% do total exportado do produto. O não aglomerado avançou, no período, de 60,8% para 76,2%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic).
No grupo do açúcar, os produtos mais industrializados também perderam espaço. De janeiro a novembro de 2005, o açúcar refinado representava 39,8% do valor total embarcado do grupo. No mesmo período do ano passado, a participação caiu para 20,8%. A boa notícia é que o álcool etílico passou a integrar o grupo no decorrer dos últimos anos, assumindo fatia de 8,7% do total embarcado no ano passado. Mesmo assim, o açúcar bruto, menos processado que a versão refinada, elevou sua representatividade de 60,2% em 2005 para 70,5% do total exportado dentro do grupo de açúcar e álcool no ano passado. Para o economista Fabio Silveira, sócio da RC Consultores, os exemplos revelam que a perda de competitividade em razão do custo elevado de industrialização atinge não só os manufaturados mais sofisticados, mas também as cadeias produtivas mais curtas. "Há um estreitamento do número de bens exportados acompanhada da redução de patamar tecnológico", diz ele. Quanto mais longa a cadeia produtiva, explica o economista, mais representativa a carga tributária e mais pesado o custo financeiro e o volume de encargos trabalhistas. Fabio Trigueirinho, secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), explica que um dos desafios da produção brasileira de soja é conseguir exportar não só o grão, mas também os derivados, que têm maior agregação de valor. O desafio esbarra em políticas protecionistas no destino. A China, parceiro mais importante na venda ao exterior da soja brasileira, diz Trigueirinho, aplica tarifas mais elevadas para os desembarques de farelo e óleo do que para a soja em grão. O problema, porém, não está somente na ponta do desembarque. "Os argentinos conseguem exportar uma proporção maior de farelo e óleo de soja", lembra José Augusto de Castro, presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). No Brasil, a soja em grão significa 68% do total exportado dentro do complexo soja. O farelo representa 23,2% e o óleo, 8,7%. Na exportação argentina do complexo soja entre janeiro e agosto de 2011, 48,6% foram de farinha. Tanto o óleo quanto o grão ficaram com uma fatia próxima a 26% cada um. A carga tributária é a maior variável que diferencia as condições de produção entre o Brasil e o país vizinho, diz Trigueirinho. O principal problema é com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O tributo pesa mais quando há algum processo de industrialização, principalmente quando se trata de exportação. Se é produzida num Estado e vendida desse local diretamente ao exterior, sem processamento, em grão ou apenas triturada, a soja fica livre do ICMS, porque na operação de venda ao exterior o imposto não é cobrado. O problema é quando a soja produzida no Mato Grosso, por exemplo, é vendida para ser beneficiada em outro Estado. Nessa operação o grão é tributado com 12% de ICMS. Depois de virar farelo ou óleo, o produto fica livre de imposto na operação de exportação. Teoricamente a indústria fica com o crédito do imposto. Ou seja, os 12% de imposto pagos seriam ressarcidos ao exportador. Isso, porém, não acontece na prática. O imposto poderia ser compensado com o ICMS devido nas operações internas, mas as indústrias não possuem vendas domésticas suficientes para utilizar todo o crédito ou as operações internas são espalhadas por todo o Brasil. Poucas são no Mato Grosso - continuando com o mesmo exemplo dado -, Estado no qual está o crédito de ICMS. O crédito não recuperado significa custo definitivo. "Na verdade, a margem permitida pelo maior valor agregado com a industrialização da soja não compensa esse custo", diz Trigueirinho. Na Argentina, diz, há uma política de apoio à exportação, cuja produção conta com tributação mais favorável e subsídio na aquisição de energia. O sistema brasileiro de impostos faz o contrário: estimula a exportação da matéria-prima e não do manufaturado. E o ICMS é apenas um exemplo. Há dificuldade com outras contribuições federais, como Funrural, PIS e Cofins, lembra Trigueirinho. Resultado: o Brasil é o segundo produtor de soja e apenas o quarto processador do grão no mundo. A soja é apenas um exemplo dos efeitos do imposto para a industrialização de produtos básicos, diz Castro. O problema se repete nas demais commodities. Para alguns grupos de produtos, lembra ele, é possível que o Brasil não tenha capacidade de produção industrial e, por isso, o produto mais bruto ganhe espaço na exportação em ritmo mais acelerado. Ele dá como exemplo o setor de celulose e papel. Dentro desse grupo, a celulose avançou de 58,9% das exportações do setor para 69,4%. O papel recuou de 40,9% para 30,5%. "O Brasil tem atraído muito mais investimentos em celulose do que em papel", diz Castro. Mas talvez, afirma, isso também seja resultado de uma política que acaba desestimulando a industrialização, principalmente quando o objetivo é a exportação. Silveira lembra que a taxa de câmbio também contribuiu nos últimos anos para tornar a exportação menos rentável. A valorização do real frente ao dólar fez a pressão dos custos em moeda nacional ser maior, diz, agravando problemas estruturais nos custos de produção. A solução, porém, não está simplesmente no câmbio, segundo Silveira. "Precisamos da coordenação e definição de uma política industrial mais ambiciosa, capaz de tornar a produção nacional mais competitiva." Valor Econômico/Por Marta Watanabe | De São Paulo Receita cambial com café torrado e moído sobe 17,7% em 2011País exportou no período 7.225 toneladas, com redução de 15,67% em relação ao ano anterior, informou ministério,A receita cambial com exportação brasileira de café torrado e moído apresentou aumento de 17,72% em 2011, em relação ao ano anterior.
Os industriais faturaram US$ 25,98 milhões, em comparação com US$ 22,07 milhões em 2010, conforme relatório divulgado hoje pela Secretaria de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, com base em números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
O País exportou no período 7.225 toneladas, com redução de 15,67% em relação ao ano anterior (4.264 t). O preço médio da tonelada no período ficou em US$ 7.225/t, ante US$ 5.176/t, representando crescimento de 39,58%. Segundo o relatório, os Estados Unidos foram o principal destino do café processado brasileiro, com aumento de 27,15%, em termos de receita. O segundo principal mercado foi a Itália (+30,29%), seguida do Japão (+33,61%) e Argentina (+25,16%).
Agência Estado
Ministro promete incluir produtos avícolas e suinícolas no Reintegra
O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, defendeu, nesta quarta, dia 11, a presença dos produtos avícolas entre os itens contemplados pelo Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra). O plano permite às empresas exportadoras de manufaturados o ressarcimento integral ou parcial de resíduos tributários dentro da cadeia de produção. Durante reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na sede do ministério, em Brasília, o dirigente recebeu resposta positiva em relação ao pleito.
"O ministro garantiu que mais produtos da avicultura e também da suinocultura serão incluídos no Reintegra. É uma conquista fundamental, que deverá proporcionar mais segurança às empresas, especialmente em momento de crise internacional como o que o mundo vive atualmente", diz Turra.Ele afirma que Pimentel confirmou ainda que participará de reunião com entidades do setor de cárneos, prevista para fevereiro na sede da Ubabef, em São Paulo. O presidente da entidade também pediu apoio do ministro para que sejam derrubadas as Medidas Provisórias 552 e 556. Conforme Turra, elas elevam os custos de processamento do farelo de soja, um dos principais insumos avícolas. "Com as medidas em vigor, a disponibilidade de soja no mercado interno poderá diminuir, impactando diretamente nos custos de produção e na competitividade dos setores que dependem deste insumo. Ciente disto, o ministro se comprometeu em mover esforços para mudar esse quadro", ressalta.Ubabef; http://www.suinoculturaindustrial.com.br/noticias/ministro-promete-incluir-produtos-avicolas-e-suinicolas-no-reintegra/20120112120117_W_409 Receita com exportação de couro cresce 17% em 2011Volume embarcado no ano passado foi de 352,2 mil toneladas
As exportações brasileiras de couros e peles geraram receita de US$ 2,05 bilhões no ano passado, 17% acima do registrado em 2010, de acordo com dados divulgados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume embarcado no ano passado foi de 352,2 mil toneladas.
Em nota, o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich, diz que a quantidade de couros embarcada (26,7 milhões de unidades) foi 2% inferior à de 2010. Ele afirma que a receita ficou dentro das estimativa do setor, mas "a crise econômica internacional que atinge a Europa, Estados Unidos e agora chega à China, deve tornar os negócios mais difíceis em 2012".
De acordo com Goerlich, no último trimestre do ano passado houve recuo dos pedidos, reflexo da crise. "E o mercado interno dificilmente terá fôlego para absorver eventuais perdas na exportação, pois está saturado e ainda enfrenta crescente substituição do couro nos calçados por produtos alternativos, visando uma competição de preço", diz em nota.
MS exportou US$ 78 milhões em courosBalanço do Centro das Indústrias e Curtumes do Brasil mostra que o RS é lider em produção
DA REDAÇÃO
Mato Grosso do Sul exportou no ano passado o equivalente a US$ 78,2 milhões em couros ou o equivalente a 3,8% do mercado nacional. Os números são do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O levantamento aponta que das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos doze meses do ano passado em relação a 2010 os principais exportadores são Rio Grande do Sul (US$ 492,22 milhões, 24,1% de participação) e São Paulo (US$ 442,38, 21,6% de participação), seguido pelo Paraná (US$ 227,8 milhões, 11,1%), Goiás (US$ 191,82 milhões, 9,4%) e Ceará (US$ 184,13 milhões, 9%).
Os demais estados são Bahia (US$ 128,74 milhões, 6,3%), Minas Gerais (US$ 98,6 milhões, 4,8%), Mato Grosso (US$ 87,52 milhões, 4,3%), Mato Grosso do Sul (US$ 78,2 milhões, 3,8%) e Santa Catarina (US$ 51,87 milhões, 2,5%).
As exportações brasileiras de couros e peles, em 2011, movimentaram US$ 2,05 bilhões, embarcando 352,2 mil toneladas. Esse total representa um aumento de 17% em relação a 2010, quando o setor apurou US$ 1,74 bilhão,
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Celulares importados vendidos no Brasil terão de ser certificados pela
Anatel
Brasília - Os aparelhos de
celular importados vendidos no Brasil terão de ser certificados previamente pela
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A decisão foi tomada pelos
ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel,
e das Comunicações, Paulo Bernardo, em reunião na tarde de hoje. A autorização
para que a Anatel passe a funcionar como certificadora ainda terá de ser
aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). A próxima reunião da Camex
está prevista para o dia 25 de janeiro.
Com a mudança das regras, o importador terá de apresentar o
atestado da Anatel para o modelo de telefone que que ele pretende trazer para o
Brasil junto com a licença de importação. “Com essa medida, o exame para ver o
produto atende as normas de segurança e a operacionalidade será prévio”, afirmou
Pimentel. Hoje, qualquer avaliação da qualidade do aparelho de telefone
importado só é feita depois que o produto já entrou no Brasil. “Queremos impedir
a entrada no País de aparelhos de baixa qualidade”, disse.
Os ministros também acordaram a realização de uma negociação
com as operadoras de telefonia celular para que passem a importar somente
modelos de telefone celular certificados pela Anatel.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Cinco municípios registraram saldo comercial de US$ 34,861 bilhões em 2011
Brasília – Em 2011, os cinco
municípios brasileiros que registraram os maiores superávits na balança
comercial não são capitais estaduais: Parauapebas-PA (US$ 11,728 bilhões), Angra
dos Reis (US$ 10,877 bilhões), Nova Lima-MG (US$ 4,579 bilhões), Anchieta-ES
(US$ 4,158 bilhões) e Santos-SP (US$ 3,519 bilhões). Juntos estes municípios
somaram um saldo de US$ 34,861 bilhões, número que é maior que o superávit do
país no ano (US$ 29,790 bilhões).
Entre os exportadores, Angra dos Reis-RJ alcançou o maior
volume de vendas externas no ano (US$ 14,297 bilhões). Na sequência, os que mais
exportaram foram: Parauapebas-PA (US$ 12,015 bilhões), São Paulo-SP (US$ 8,976
bilhões), Rio de Janeiro-RJ (US$ 6,564 bilhão) e São José dos Campos-SP (US$
5,787 bilhões).
Na lista dos municípios que mais importaram em 2011, estão: São
Paulo-SP (US$ 14,838 bilhões), Manaus-AM (US$ 12,708 bilhões), São Sebastião-SP
(US$ 8,926 bilhões), Rio de Janeiro-RJ (US$ 7,373 bilhões) e Itajaí-SC (US$
6,782 bilhões).
Veja no site os
números da balança comercial por municípios http://www.mdic.gov.br//sitio/sistema/balanca/
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Os chineses vão às compras; Brasil é alvo
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Valor Econômico
Por Humberto
Saccomandi
Os chineses estão
comprando já há alguns anos, mas certos fatores devem fazer com que cresça
neste ano o apetite chinês por ativos no exterior. O Brasil deve ser um alvo
preferencial, e a China pode se tornar em poucos anos o maior investidor
externo por aqui.
O investimento
chinês em fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês] no exterior
cresceu solidamente nos últimos três anos, atingindo US$ 61,2 bilhões em
2011, segundo dados da consultoria Dealogic (veja gráfico). Isso representa a
maior parte dos US$ 72,4 bilhões que Pequim estima ter investido no exterior
no ano passado. Esses dois valores são recordes.
"As empresas
chinesas são cada vez mais importantes em M&A global. Achamos que, entre
2010 e 2020, elas investirão no exterior US$ 1 trilhão. É um processo de
crescimento estrutural", afirmou Thilo Hanemann, diretor de pesquisa do
Rhodium Group, uma consultoria americana especializada em investimentos.
Entre 2010 e 2020,
os chineses investirão US$ 1 tri no exterior
Três fatores vão
estimular neste ano os investimentos chineses.
O primeiro já vem
de anos: é a necessidade de garantir o suprimento de energia, recursos
naturais e alimentos ao país. "Esse ainda é o motor principal do
investimento chinês", disse Oded Shenkar, professor de Administração na
Ohio State University e autor dos livros "O Século da China" e
"Copicats - Melhor que o Original". Mesmo se a China desacelerar,
ele crê que o pouso será suave e a demanda por recursos continuará forte.
O segundo fator
ficou mais evidente em 2011, com a crise da dívida europeia e a ameaça de
calote americano: a necessidade de Pequim de diversificar seus investimentos,
limitando a exposição a títulos soberanos. "Por causa da balança
comercial, há muito capital na China. Os chineses costumam comprar títulos soberanos,
especialmente americanos. Mas o governo quer reduzir a exposição. Há uma
tendência clara de mudança do portfolio, de títulos para ativos reais",
disse Joel Moser, sócio da Bingham McCutchen, escritório de advocacia com
forte atuação na área de investimentos.
O terceiro fator é
o crédito fácil e barato, frequentemente estatal, o que deixa empresas
chinesas em vantagem em relação a rivais ocidentais que estão com dificuldade
de se financiar nos bancos e mercados de ações locais. "O acesso a
financiamento é fácil, e o custo do capital é baixo para as empresas
chinesas", afirmou Ricardo Carvalho, sócio da M&A Transactions
Services e líder do Chinese Services Group, ambos da Deloitte no Brasil. O
custo financeiro menor, diz ele, faz com que os chineses possam aceitar taxas
de retorno menores.
Outro fator,
conjuntural, deve atrair o capital chinês neste ano: a oferta de ativos
seguros e subavaliados na Europa, onde os governos estão iniciando planos
agressivos de privatização e onde os bancos terão de vender ativos para
levantar capital. Mas esse fator não deve ser determinante. "Não vejo a
China agindo como um fundo abutre, indo atrás de repente de explorar o preço
reduzido de ativos europeus", disse Moser. "Empresas que pensavam
em investir na Europa nos próximos cinco anos podem acelerar isso",
afirmou Shenkar.
Para analistas, a
China entrou numa nova fase de gasto externo. Após focar em facilitação de
comércio (portos, ferrovias etc.) e recursos naturais, o país agora que subir
na cadeia de valor, com a compra de tecnologia ou com uma melhor inserção nas
redes de distribuição globais. "Acho que eles buscarão nos EUA e na
Europa empresas com tecnologia e marcas de bens de consumo valorizadas",
disse Hanemann.
"O movimento
de expansão chinês é uma estratégia de governo", disse Carvalho. "E
o plano quinquenal em vigor [até 2016] visa não só garantir recursos
naturais, mas ganhar tecnologia e ’market share’."
Um caso exemplar
citado foi a aquisição da Volvo Cars pela Geely, em 2010. "A Geely não
tinha tecnologia avançada, não tinha uma marca global, não tinha um histórico
de segurança, não tinha experiência em administrar uma empresa global. Ela
obteve tudo isso com a compra da Volvo", disse Shenkar.
Hanemann vê
obstáculos a um crescimento mais acelerado do investimento chinês.
"Ainda há barreiras naturais. Em muitas empresas falta capacidade, falta
know-how de fusões e aquisições, falta pessoal qualificado para integrar
estruturas e manter operações no exterior." Ele acha que os
investimentos vão crescer neste ano, mas não muito em relação à tendência
recente.
Hanemann cita
ainda a resistência de muitos países ao capital chinês. Outros analistas
creem (assim como o governo chinês) acham que a crise fez essa rejeição
diminuir. Persiste a preocupação, porém, com áreas sensíveis de segurança
nacional.
O Brasil deve se
beneficiar dessa expansão. "Em quatro ou cinco anos, o investimento
chinês no Brasil chegará a US$ 40 ou US$ 50 bilhões. A China se tornará o
maior investidor no país", disse Carvalho. Para ele, a segunda onda
(depois da África) de investimento chinês em recursos naturais será na
América Latina.
Shenkar alerta que
muitos países não têm uma estratégia para receber o capital chinês. "É
preciso encorajar o investimento que eleva o emprego. Mas há investimentos
que reduzem o emprego, quando o comprador se apropria do que lhe interessa e
fecha a produção. Isso não tem valor para a economia local."
"Esse
processo [a expansão das empresas chinesas] vai aumentar dramaticamente. Os
países devem se preparar, pensar em que tipo de investimento chinês querem. A
maioria está fazendo uma avaliação caso a caso, não tem uma política
clara", afirmou.
Humberto
Saccomandi é editor de Internacional. Escreve mensalmente às quintas-feiras
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Argentina: Por falta de insumos, Fiat dejó de operar 48
horas en Córdoba
Ni
bien volvieron de sus vacaciones, el lunes los 2.500 trabajadores de la
automotriz italiana Fiat de la planta del barrio Ferreyra, en Córdoba, fueron
notificados de que serían suspendidos por 48 horas por falta de insumos
provenientes de Brasil.
¿El
motivo? “Todas las piezas importadas que necesitamos para producir requieren de
una licencia . Son muchísimas y estamos viendo cómo resolver la situación”,
confiaron voceros de la empresa.
Operarios de la automotriz le contaron a Clarín que sus jefes les
habían dicho que las suspensiones se debían “a la falta de piezas importadas” ;
y que “Fiat Brasil dio sus vacaciones en diciembre y por eso no hay suficiente
stock para Argentina. No se habló de problemas con las
licencias”.
Esta
es la versión de la empresa, que circuló para no generar cortocircuitos con la
Casa Rosada, pues Fiat espera que la Nación le otorgue cerca de $ 500 millones a
través del Crédito del Bicentenario.
Desde la planta cordobesa, Leonardo Destéfano le dijo a Clarín :
"Las piezas están en los camiones o en Aduana, necesitamos la autorización
del Gobierno para bajarlas a la
planta".
Según la nueva exigencia de la Secretaría de Comercio, que dirige
Guillermo Moreno, por cada pieza que se necesita para producir un vehículo hay
que pedir una licencia . Fuentes del sector autopartista, informaron que los
vehículos fabricados en el país tienen entre 70% y 80% de piezas importadas . Es
una estimación promedio, que no necesariamente abarca a los vehículos de Fiat
Auto Argentina.
Otra
fuente del sector señalaba, ayer a la tarde, que los nuevos pedidos de
autorización que hay que remitir a la Secretaría de Comercio se deben hacer a
través de correos electrónicos. Pero ayer, en el organismo que conduce Moreno no
había energía eléctrica .
El
domingo a la mañana, Angel Tello, secretario adjunto del gremio de los mecánicos
SMATA fue informado por la empresa italiana de las suspensiones por 48 horas.
Hasta el 31 de diciembre de este año, Fiat y SMATA tienen un
acuerdo por el cual la empresa debe informarle al sindicato sobre las
suspensiones y se aplican sin mayores
inconvenientes.
El
ministro de Trabajo de Córdoba, es Omar Dragún, histórico dirigente delasotista
y secretario general del gremio de los mecánicos. El mismo domingo, Dragún sabía
de las suspensiones.
En
octubre del año pasado, Fiat fue la primera automotriz en aplicar un cronograma
de crisis por falta de insumos provenientes del exterior , con suspensiones
previstas para los lunes de noviembre.
Actualmente, la automotriz de la familia Agnelli produce en Córdoba
unos 600 autos por día de los modelos Siena y Palio. De estos vehículos, el 80%
se destina al mercado brasileño. Pese a la crisis internacional, Fiat proyecta
producir en Córdoba 250.000 vehículos por año, lo que implicaría un verdadero
récord histórico.
Incomprensible y mezquino?
La
ministra de Industria, Débora Giorgi, cargó duramente contra la decisión de Fiat
de suspender por 48 horas la producción de su fábrica de Córdoba por falta de
insumos. Calificó a la decisión de la automotriz como "incomprensible",
"mezquina" y "alejada de la realidad". Pero también dijo que el
Gobierno está liberando la importación de esas piezas para que pueda retomar
cuanto antes la producción.
Ayer, Fiat comunicó a los empleados de Córdoba que acaban de reingresar a
sus trabajos que la producción quedaba suspendida por dos días porque no estaban
en planta las autopartes necesarias para ensamblar los vehículos. En la primera
versión oficial de la empresa, eso se debía a un parate en la producción de
Brasil. Pero los trabajadores revelaron que, en realidad, las piezas estaban
trabadas en la Aduana.
En
un comunicado difundido el miércoles por Fiat tras las declaraciones de Giorgi,
la empresa reconoce que la suspensión fue consecuencia de una falta de insumos
importados ocasionada por el cambio de régimen para la tramitación de licencias:
"Las constancias de excepción para la importación de autopartes vencieron en
diciembre último y no fueron renovadas a su vencimiento, como consecuencia de un
cambio del régimen que se impuso para la tramitación de licencias sin
excepción".
Las
demoras en el trámite fueron, según el comunicado, responsabilidad de las dos
partes: "Razonables dilataciones que implican para la empresa, tanto como para
las áreas administrativas correspondientes del Gobierno, ajustarse a los nuevos
procedimientos". En un gesto conciliador, la automotriz destacó también "la
firme voluntad de las autoridades de la Secretaria de Comercio Exterior"
para agilizar la importación de insumos y reconfirmó que en el transcurso del
día "quedará superada" la parada productiva en la
planta.
En
declaraciones que el Ministerio de Industria se encargó de difundir a través de
un comunicado, Giorgi aseveró que hay "pruebas fehacientes de que los
requerimientos (de piezas) que la empresa realizó el viernes pasado para
importar partes y piezas fueron liberados en gran parte". Y, en base a
ello, calificó a la suspensión de la producción como una medida "mezquina y
alejada de la realidad".
"Además, el lunes pasado el Gobierno le pidió al grupo Fiat
identificar y solicitar formalmente las autopartes prioritarias que necesitaba
para que el proceso productivo continúe con normalidad y la planta siga
funcionando. Sin embargo, recién hoy la empresa elevó ese pedido al Gobierno,
con la planta ya parada desde ayer. Pese a eso, el Gobierno está liberando esas
piezas para que la planta vuelva a ponerse en funcionamiento en el mínimo plazo
posible", añadió la funcionaria.
La
ministra insistió en que se trata de "una actitud mezquina de una empresa
que se ha beneficiado con las políticas activas de este gobierno y que parecería
querer utilizar a los trabajadores como moneda de cambio para importar
indiscriminadamente, dejando de lado un precepto básico de este Gobierno que es
el de defender la producción y el trabajo argentinos, especialmente en el sector
automotriz–autopartista donde la prioridad es siempre conseguir una mayor
participación de autopartes nacionales en el proceso productivo".
Actualmente, entre el 70% y el 80% de las piezas de los vehículos fabricados en
el país son importadas.
La
empresa también dijo hoy que "continúa adecuando las líneas productivas para
iniciar la fabricación de un nuevo modelo, iniciativa que cuenta con
financiamiento del Fondo del Bicentenario".
(Publicado por El Clarín – Argentina,
12 enero 2012)
Abertura chinesa para suíno brasileiro traz boas perspectivas |
No final de novembro de 2011 foi embarcado o primeiro carregamento de carne suína do Brasil diretamente para a China. Esse fato coroou esforços de muitos anos para que se abrisse o maior mercado consumidor do mundo (quase 50% de toda a carne suína produzida no planeta) para o produto brasileiro.
Trata-se de um marco histórico que tem potencial para mudar o mercado e a atividade suinícola no país. Seguramente os embarques iniciais serão ainda em quantidades modestas, mas o potencial de crescimento das exportações para o mercado chinês é extraordinário. A China, maior produtora e maior consumidora mundial, mantém estreito equilíbrio entre oferta e demanda. Qualquer desequilíbrio na oferta decorrente de imprevistos na produção ou -o que é muito provável num país que, mesmo na visão mais pessimista, crescerá cerca de 7% em 2012- no consumo pode levar o país a ter de importar quantidades muito elevadas, a ponto de, como aconteceu no mercado da soja, alterar seu equilíbrio. As autoridades chinesas anunciaram recentemente planos ambiciosos de médio e longo prazos para ampliar fortemente a produção local de carne suína, de frango e de leite, principalmente. Entretanto, tal empreitada esbarra no impacto que a produção desses produtos gerará no consumo de rações compostas por soja e milho. A China é a maior importadora mundial de soja (cerca de 58 milhões de toneladas) e estima-se que já em 2015 possa vir a ser a segunda maior importadora mundial de milho (cerca de 15 milhões de toneladas). Nesse contexto, é muito provável que o mais indicado, do ponto de vista de segurança alimentar e econômico, seja manter abertos canais de importação. Isso serve como estratégia de diversificação de fornecedores e manutenção de margem de manobra para negociação de importações mais vantajosas economicamente. Aliás, isso já parece ser uma preocupação das autoridades chinesas quando abrem seu mercado para importações de carne suína brasileira, como já havia acontecido antes com a carne de frango e não se descarta venha a acontecer com a carne bovina e até com os lácteos. Para o Brasil, o estabelecimento de um fluxo de exportações de carne suína direto para um mercado como o chinês (indiretamente através de Hong Kong o Brasil já exporta volume razoável) tem o potencial de representar a sonhada diversificação de destinos e principalmente a redução da dependência de um mercado que tem se mostrado tão instável como o russo. Se for possível associar à demanda interna, ainda relativamente pequena (cerca de 15 quilos por habitante/ano), um fluxo de exportações razoavelmente estável, poderemos ter, em futuro próximo, uma demanda agregada que atinja uma escala que garanta a estabilidade de mercado. Isso é imprescindível para viabilizar investimentos de longo prazo e crescimento sustentado da atividade. Folha de São Paulo/JOSÉ VICENTE FERRAZ ESPECIAL PARA A FOLHA
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