LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 8 de março de 2012

COMÉRCIO EXTERIOR - 08/03/2012





Rússia e Brasil negociam fim do uso de dólar em transações comerciais

Países discutem adoção de suas próprias moedas, em processo já adotado entre Rússia e China.
Rússia e Brasil negociam fim do uso de dólar em transações comerciais
Presidente da Associação de Bancos Regionais, Anatóli Aksakov Foto: asros.ru
A Rússia e o Brasil podem assinar um acordo de swap cambial (troca de taxa de variação cambial por juros pós-fixados), disse, em declarações ao jornal “Marquer”, o presidente da Associação de Bancos Regionais, Anatóli Aksakov. Segundo ele, essa questão foi abordada durante a recente visita de uma missão de bancos russos à América do Sul.

“As transações de comércio exterior em moedas nacionais têm bom futuro. Por isso, os dois países devem conjugar seus esforços para promover a prática de pagamentos e recebimentos em moedas nacionais em operações comerciais e de investimento, evitar os riscos decorrentes das flutuações cambiais e reduzir os prejuízos causados pelo câmbio. Tudo isso favorecerá o intercâmbio comercial e as atividades de investimento, assim como permitirá cumprir as metas do crescimento econômico e da vantagem mútua”, disse Aksakov.

Segundo ele, a Rússia praticamente resolveu esse problema com a China enquanto as transações comerciais com o Brasil continuam sendo realizadas em dólares. “O Brasil é um país emergente. Dado que nossa moeda nacional é agora bastante estável, poderíamos abandonar aos poucos o dólar, primeiro em transações de pequeno porte, depois em transações maiores”, acredita Aksakov.

Ainda de acordo com Aksakov, os Bancos Centrais da Rússia e do Brasil pretendem discutir, no âmbito de seu acordo de cooperação, a possibilidade de simplificar as operações de câmbio entre os dois países. A mesma questão será discutida pelo Banco Central russo com seu congênere argentino.

“Falei com os argentinos nos bastidores. Eles são de opinião de que quaisquer restrições, incluindo aquelas relativas ao câmbio, entre os países não têm efeito”, salientou Aksakov. Segundo ele, os Bancos Centrais da Rússia e do Brasil negociam também a possibilidade de simplificar os procedimentos para a abertura de contas correspondentes.

Opção chinesa

O acordo de swap cambial entre os Bancos Centrais da Rússia e da China foi celebrado no ano passado. O processo teve início em 2002, quando foi assinado um acordo de liquidações interbancárias para o comércio nas regiões próximas das fronteiras.

Esse documento permitiu aos agentes econômicos interessados usar no comércio nas regiões próximas da fronteira as moedas nacionais de seus respectivos países, impulsionando assim o crescimento do número de regiões e bancos dispostos a operar com as moedas nacionais dos dois países. Ao mesmo tempo, os bancos começaram a ampliar a gama de seus serviços de liquidação em moeda nacional, abrangendo as mais diversas áreas, desde o comércio nas zonas junto à fronteira até o turismo.

Em 2010, na Rússia e na China, começou a negociação entre o rublo e o yuan. Em 23 junho de 2011, os Bancos Centrais dos dois países assinaram um acordo sobre liquidações e pagamentos que permitiu estender a prática de pagamentos nas moedas nacionais a todas as transações comerciais. Segundo os dados disponíveis em dezembro de 2011, o valor de negociação do par yuan/rublo no mercado interbancário de câmbio da China atingiu 4,7 bilhões de yuans.

Nas transações comerciais, a percentagem de pagamentos em rublo é maior do que em yuan. No entanto, o volume de operações de liquidação em yuan está crescendo, aumentando 8,2 vezes, para 1,7 bilhão de yuan, em 2011. O maior banco russo, o Banco de Poupança (Sberbank) pretende promover sua marca na China e ampliar seus contatos com os parceiros chineses. O anúncio foi feito pelos representantes do Sberbank durante uma apresentação na China no ano passado.

Originalmente publicado no www.marker.ru






China prepara compra de activos nos países debilitados da Europa

A China fez uma aquisição parcial da empresa de electricidade de Portugal
Fotografia: DR
A China injectou mais 30 mil milhões de dólares americanos no seu fundo soberano para comprar activos na Europa, revelou um responsável da China Investment Corporation (CIC), que indicou que o desembolso institucional ocorreu no final de 2011, proporcionando à CIC nova liquidez para investir no estrangeiro.
Esse valor destina-se, sobretudo, a investir “nos endividados países europeus” cuja crise “levou à venda de muitos activos financeiros”, noticiou o “China Daily”.
“Quando a economia está boa, os países desenvolvidos preferem anexar algumas etiquetas políticas ao investimento proposto pela China. Mas quando a economia está doente, essas restrições são menores”, disse àquele jornal Wang Jianxi, vice-diretor-geral da CIC.
A CIC foi criada em 2007, com um fundo de 200 mil milhões de dólares, para “diversificar” a aplicação das elevadas reservas cambiais chinesas. Desde então, a CIC tem investido em vários países, sobretudo nas áreas da energia e das infra-estruturas, desde o Cazaquistão ao Canadá.
Em Janeiro passado, a CIC comprou uma participação de 8,68 por cento na companhia britânica Thames Water, mas de acordo com Wang Jianxi, nos próximos cinco a 10 anos “os mercados emergentes” serão “o alvo principal” do fundo soberano chinês. As reservas cambiais da China, as maiores do Mundo, somavam 3,18 triliões de dólares no final do ano passado. Mais de um terço daquele montante está investido em Títulos do Tesouro norte-americano, mas também neste domínio o governo chinês já indicou que quer “diversificar” os seus investimentos.

Crescimento económico


Por outro lado, o crescimento da economia chinesa deverá situar-se nos 7,5 por cento este ano. 
A expansão do PIB vai assim abrandar 1,7 pontos face aos valores de 2011, de acordo com um relatório do governo apresentado à Assembleia Nacional Popular.
É o mais baixo índice de crescimento preconizado pelo governo chinês nos últimos sete anos e representa um abrandamento de mais de dois pontos percentuais em relação à média anual alcançada pela China desde que o país adoptou a política de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”, no final da década de 70. No relatório apresentado aos cerca de três mil delegados da Assembleia Nacional Popular, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, propõe também manter a inflação “em cerca de quatro por cento”, 1,4 pontos percentuais abaixo do valor atingido no ano passado.

Nova fase da abertura

O primeiro-ministro chinês anunciou “uma nova fase na abertura económica” da China, considerando “insustentável” o actual modelo de desenvolvimento do  país. 
“A chave para resolver os problemas do desequilibrado, descoordenado e insustentável desenvolvimento é acelerar a transformação do padrão de desenvolvimento e promover o ajustamento estratégico da estrutura económica”, disse Wen Jiabao no relatório apresentado na abertura da sessão anual da Assembleia Nacional Popular. “Isto é, simultaneamente, uma tarefa de longo prazo e a nossa mais urgente tarefa actual”, declarou o governante chinês.
O governo chinês pretende “continuar a alargar a procura interna” e “encorajar o consumo”, mantendo a procura externa “estável”, mas, aparentemente, já não encara o comércio externo, sobretudo as exportações, como o principal motor do crescimento económico do país.
http://jornaldeangola.sapo.ao/15/0/china_prepara_compra_de_activos_nos_paises_debilitados_da_europa




Paraná cria agência para promover o comércio exterior

O governador Beto Richa participou nesta quarta-feira (7), em Curitiba, do lançamento da Agência de Internacionalização do Paraná, voltada para a promoção do comércio exterior no Estado. O órgão faz parte do programa Paraná Competitivo e representa o esforço do governo para consolidar um bom ambiente de negócios no Paraná a partir da associação entre diversas entidades ligadas ao comércio exterior. A agência é uma associação civil sem fins lucrativos constituída por empresas, pessoas físicas, instituições do setor privado, entidades associativas e os poderes públicos estadual e municipal.
“A agência tem por objetivo mapear as potencialidades do Estado, promover uma industrialização mais homogênea, estabelecer importantes parcerias e inserir produtos paranaenses no mercado exterior. É mais uma iniciativa para promover o desenvolvimento econômico e social em todas as regiões do Paraná”, afirmou o governador.
Richa disse que o Paraná vive um novo ciclo de industrialização impulsionado pelo Paraná Competitivo, que possibilitou a reinserção do Estado na agenda nacional e internacional de investimentos. Ele destacou que o programa já atraiu, desde o ano passado, mais de R$ 9 bilhões em investimentos – e existem outros R$ 15 bilhões em negociação.
O secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, explicou que a Agência de Internacionalização vai ampliar a visibilidade do Paraná no mercado externo. "Hoje, muitas delegações ainda restringem suas visitas ao Brasil a São Paulo e, às vezes, ao Rio de Janeiro e Minas Gerais. A agência vai fazer a sinergia e otimizar os trabalhos de todos os órgãos que atuam com comércio exterior para colocar o Paraná na rota dos investidores internacionais", disse.
Segundo Barros, a nova entidade é o resultado da união entre diversas entidades que atuam com relações internacionais e comércio exterior no Estado. "Desde o ano passado, foram realizadas inúmeras reuniões até consolidar essa estrutura", disse. O secretário adiantou que uma das metas é a criação de uma rede de escritórios da agência em outros estados e países.
PRESIDÊNCIA – Durante o evento, foi empossado o presidente do conselho da Agência de Internacionalização do Paraná, Rui Lemes. Industrial com mais de 35 anos de atuação, com larga experiência na área de comércio exterior e diretor da Federação de Comércio do Estado do Paraná (Fecomércio), Lemes explicou que um dos focos da agência será o interior do Estado. “Faremos um amplo trabalho de articulação comempresários e entidades das cidades do interior, atuando nas áreas industrial, comercial e cultural", informou.
Para o presidente da Fecomércio, Darci Piana, que participou de todas as reuniões de idealização da agência, a nova entidade vai evitar que os esforços feitos pelos órgãos da área de comércio exterior se dispersem: "Agora temos um espaço específico para ampliar a capacidade do setor produtivo de atrair investimentos. E tudo isso com o apoio do Governo do Estado".
O presidente da Associação Comercial do Paraná, Edson Ramon, também destacou as oportunidades que serão criadas com a união dos esforços articulada pela Agência: "Vamos ampliar significativamente a atuação do Paraná e das empresas paranaenses no mercado internacional".
O evento também foi acompanhado por diversos cônsules e representantes de câmaras de comércio. Segundo o cônsul honorário da Alemanha no Paraná, Andreas Hofftichtr, a agência é mais uma demonstração da mudança de postura do Estado no atendimento a investidores estrangeiros. "A Agência é mais um marco nesse novo período do comércio exterior paranaense", disse.
O cônsul honorário da Holanda no Paraná, Robert Ruijter, afirmou que a união dos órgãos de comércio exterior, com a troca constante de informações, vai criar um diferencial para o setor paranaense: "Hoje, para atender melhor as empresas, você têm que entender essas empresas".
Também participaram do evento, realizado no auditório Mário Lobo, no Palácio das Araucárias, os secretários Jonel Iurk (Meio Ambiente), Wilson Quinteiro (Relações com a Comunidade), Luiz Cláudio Romaneli (Trabalho e Emprego), Mário Celso Cunha (Assuntos da Copa 2014); os deputados estaduais Duílio Genari, Rose Litro, Dr. Batista, Leonaldo Paranhos, Teruo Kato; o vice-presidente do Sistema Fiep, Rommel Barion; o representante da Ocepar, Guntolf Van Kaick; o representante da Faep, Antonio Poloni; o representante da Faciap, Jonatas Ressel; e membros das federações, associações, empresas, consulados, universidades, câmaras de comércio e outros órgãos que atuam no setor.


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