LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 15 de março de 2012




Brasil e México chegam a acordo, com cota máxima de importação de carros

Do UOL, em São Paulo

México e Brasil chegaram a um acordo, nesta quinta-feira (15), com uma série de restrições para limitar o intercâmbio comercial de veículos entre os dois países. Foram definidos limites a serem aplicados temporariamente, a partir de segunda-feira.
Para o primeiro ano, haverá um limite de US$ 1,45 milhão. No segundo ano, o limite será de US$ 1,56 milhão e, no terceiro, US$ 1,64 milhão. O anúncio foi feito pelo ministro de Economia do México, Bruno Ferrari, depois de negociações iniciadas ontem entre os dois países.
Mais cedo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, confirmou a adoção de cotas para a importação de veículos do México.
Pelo acordo, firmado na quarta-feira, as exportações mexicanas serão limitadas ao valor médio verificado nos três anos anteriores. Em 2012, por exemplo, o volume não poderá ultrapassar US$ 1,45 bilhão, média anual registrada entre 2009 e 2011.
 
O sistema de importação de autopeças, segundo ele, continua inalterado. "Quando é bom para os dois lados, todo mundo sai satisfeito", disse Pimentel, que revelou que o desejo inicial do governo brasileiro era de limitar as importações ao valor fixo de US$ 1,1 bilhão.
As negociações também foram conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Pelo lado mexicano, as conversas foram chefiadas pelos ministros Bruno Ferrari, da Economia, e a chanceler Patrícia Espinosa

Os carros importados do México que podem ficar mais caros

Foto 8 de 8 - Diversos veículos vendidos hoje no Brasil podem ficar mais caros se o governo decidir colocar fim ao acordo automotivo que mantém com o México. Fiat, Ford, General Motors, Honda e Nissan são algumas das montadoras que podem ser afetadas. Na foto, o modelo CR-V, da Honda, que é importado daquele país Divulgação

Acordo

Pelo acordo, os carros vindos do México não são considerados importados –estando, portanto, isentos da alta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), em vigor desde meados de dezembro.
A Nissan seria uma das empresas mais afetadas. A montadora importa daquele país cinco modelos: Sentra, Tiida Hatch, Tiida Sedã, Versa e March.
A Fiat importa do México os modelos 500 e Freemont. A General Motors, o esportivo Captiva. Os modelos Fusion e New Fiesta, da Ford, também veem daquele país.
O crescimento acentuado das exportações de veículos mexicanos levantou suspeitas do governo brasileiro de que montadoras dos Estados Unidos, da China e da Europa estariam usando aquele país como plataforma de vendas para o Brasil, se livrando da taxação de 35% imposta aos automóveis fabricados fora do Mercosul e do México.

Entenda o impasse

Os mexicanos teriam ficado irritados com negociações por carta e, na sexta-feira (9), exigiram que as conversas ocorressem "cara a cara", segundo uma fonte ouvida pela agência de notícias Reuters. 
Na terça-feira (13), os ministros Pimentel e Patriota foram ao México para retomar as negociações. 
No mês passado, o Brasil ameaçou romper o acordo bilateral e pediu uma revisão dos termos, devido ao deficit crescente no comércio de automóveis entre os dois países. Uma possibilidade sugerida foi limitar o valor máximo de exportações do México a cerca de US$ 1,4 bilhão para os próximos três anos.
Desde a semana passada, os dois países trocam correspondências com propostas de revisão, sem alcançar um acordo.
Pimentel e o secretário de economia do México, Bruno Ferrari, conversaram por telefone na sexta-feira e tentaram reduzir um pouco as tensões da negociação, segundo uma fonte do governo brasileiro.

Brasil pede limite de exportações do México

O governo brasileiro pediu que o México limite o valor das suas exportações de automóveis para o Brasil para cerca de US$ 1,4 bilhão para os próximos três anos como parte de um conjunto de demandas para renegociar o acordo do comércio automotivo entre os dois países.  
O governo também disse que a quota foi o valor médio anual das exportações de automóveis do México para o Brasil nos últimos três anos, de acordo com uma carta datada de 8 de março à chanceler mexicana Patricia Espinosa e ao ministro da Economia Bruno Ferrari, à qual a Reuters teve acesso.  
O documento afirma que os dois lados haviam chegado a um entendimento para definir os termos da revisão do acordo. O governo mexicano não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.

Carros mexicanos provocam rombo na balança comercial

O acordo automotivo entre Brasil e México provocou um rombo de R$ 1,55 bilhão na balança comercial brasileira apenas com a importação de automóveis de passeio. Em 2011, o Brasil vendeu para o México pouco mais de US$ 512 milhões de carros, mas gastou US$ 2,07 bilhões na compra de automóveis mexicanos.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2011, no âmbito do acordo automotivo, o Brasil exportou para o México US$ 1,81 bilhão em veículos e autopeças e importou dos mexicanos US$ 2,51 bilhões, gerando saldo foi negativo de US$ 696 milhões.
(Com informações de Reuters, Valor e Agência Brasil)

Conheça as principais etapas da fabricação de um carro

Foto 1 de 29 - A produção de um carro popular demora cerca de 24 horas e envolve milhares de trabalhadores e centenas de robôs. O UOL Economia visitou a fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP) para mostrar como funciona. Veja a seguir as principais etapas de construção Mais Fernando Donasci/UOL

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