LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

PORTOS E LOGÍSTICA - 09/09/2011

Movimentação de cargas no Itaqui pode superar as expectativas para 2011
Em 2010, 12,6 milhões de toneladas foram movimentadas no porto.

O Porto do Itaqui bateu novo recorde de movimentação de cargas nos berços públicos em agosto. Foram 994 mil toneladas contra 957 mil toneladas registradas em 2007, o melhor desempenho do período até então. O resultado, que já elevou em meio milhão de toneladas a previsão para 2011, é fruto da otimização da logística de terra no embarque e desembarque de cargas, na melhor qualificação dos operadores portuários, da parceria entre a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e a comunidade portuária e na utilização de uma linha regular de contêiner.

O calcário, por exemplo, teve um crescimento de 193%, saltando de 45 mil toneladas para 131 mil. Em menos de 24 horas, a Companhia de Operação Portuária do Itaqui (Copi) operou 13.464 toneladas do produto, o que proporcionou a antecipação da saída do navio em quatro dias e a diminuição do tempo de espera na fila de navios. O calcário que vem do Canadá é utilizado na Usina de Pelotização da Vale e atende à demanda da indústria siderúrgica.

Já o fertilizante teve alta de 101%, passando de 270 mil toneladas para 544 mil toneladas. As operadoras portuárias Copi e Brazil Marítima movimentaram 23.900 toneladas de fertilizantes em menos de 72 horas, um novo recorde para o porto. A marca anterior, de 2010, era de 16 mil toneladas. “O Itaqui vem se firmando como porto importador também de fertilizante, a exemplo do que já acontece com derivados de petróleo”, explicou o diretor de Operações da Emap, Gustavo Lago.

O fertilizante que entra pelo porto é distribuído em toda a área de influência do Itaqui, que passa pelo Maranhão, Pará, Tocantins, Piauí, Bahia e Mato Grosso. O aumento da demanda por esse produto sinaliza para um crescimento da área plantada e, consequentemente, para uma maior produção de grãos nessa região. Nesse sentido, cresce a importância do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que terá licitação, no dia 18 de outubro, e que desperta o interesse de grandes empresas de logística e do agronegócio, dentro e fora do país.

Clínquer e cimento, que também ajudaram a elevar as estatísticas do Itaqui, estão ligados ao desenvolvimento da indústria da construção civil no estado. “Essa é mais uma oportunidade de negócio no Maranhão que vai ser consolidada com a instalação de uma grande fábrica de cimento no estado”, frisou Lago.
O aumento da produtividade diária e da recepção de mais 20 navios em relação ao mesmo período do ano passado são resultados da parceria entre a Emap e a comunidade portuária. Com a melhoria na gestão operacional está sendo possível ganhar em eficiência, rapidez e segurança nas operações mesmo com a interdição do berço 101 para reforma, que deve ser finalizada em julho de 2012.

Somados ao fertilizante, calcário, clínquer, cimento, derivados de petróleo e carvão, ferro níquel, também exportado por meio de contêiner, ajudará a elevar a expectativa de movimentação anual de cargas do Itaqui de 13 para 13,5 milhões este ano. Em 2010, foram 12,6 milhões de toneladas.
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Comissão aprova medida que beneficia portos do Norte e Nordeste
A Comissão de Viação e Transportes aprovou na última quarta-feira (31) a prorrogação do prazo de isenção do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) até janeiro de 2022. A medida incide sobre as navegações de cabotagem, interior fluvial e lacustre que transportem mercadorias embarcadas em portos do Norte e do Nordeste do País.

O projeto aprovado (PL 7669/10), de autoria da deputada Sandra Rosado (PSB-RN), altera a Lei 11.482/07, que prevê isenção do AFRMM até janeiro de 2012.

Para a deputada, a prorrogação da isenção ajuda a reduzir as desigualdades sociais existentes entre as regiões brasileiras. “Embora reconheçamos o papel do AFRMM na manutenção da frota nacional e no crescimento da nossa indústria da construção naval, não podemos desconsiderar a permanência das diferenças regionais na economia brasileira”, afirmou.
O relator do projeto, deputado Geraldo Simões (PT-BA), disse que, se o adicional de frete voltar a ser cobrado, haverá custos extras ao setor e dificuldades para superação de suas deficiências. “Deve-se considerar que as duas regiões ainda são carentes de incentivos para o desenvolvimento de suas economias e que a promoção do setor de transportes aquaviários regional dependerá, entre outras medidas, da manutenção da isenção de pagamento do AFRMM”, defendeu.
O adicional de frete constitui a fonte básica de receita para o Fundo da Marinha Mercante (FMM), cujo objetivo é prover recursos para a renovação, ampliação e recuperação da frota mercante nacional e para o desenvolvimento da indústria da construção naval no Brasil.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Cresce a receita das cargas para as empresas aéreas
O volume de cargas aéreas no Brasil teve uma expansão de 122,5% nos últimos dez anos. Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o modal aéreo avançou de uma movimentação de 512 mil toneladas em 2000 para 1,1 milhão de toneladas em 2010. Resultado da boa fase da economia do País, que se manteve aquecida até o final de 2010, o aumento do transporte por aviões de insumos e produtos também propiciou o desenvolvimento das companhias de aviação que atuam com carga de mercadorias. E, segundo a estimativa do superintendente de Logística e Carga da Infraero, Ednaldo Santos, a tendência é que esta expansão se mantenha nos próximos anos.

Em 2011, a Infraero prevê um crescimento de 11%, em comparação com 2010, em sua Rede de Terminais de Logística de Carga (Teca). De janeiro a julho, o aumento na movimentação de cargas da Teca, em relação ao mesmo período do ano passado, foi de 7,18%. Santos acredita que a demanda crescente pelo transporte de mercadorias pela aviação é um dos fatores que viabilizam a criação e sustentação de novas linhas aéreas, principalmente no caso de companhias iniciantes no mercado brasileiro. “Em 2010, houve um grande aumento na movimentação de carga pelo modal aeroviário. As empresas do setor observam esse crescimento, criando novas rotas que atendam esta demanda, que é cada vez maior,” observa Santos.

Para atender melhor o inflado movimento de cargas, registrado nos últimos anos em seus terminais, a Infraero conta com um planejamento contínuo para a modernização dos complexos de logística da rede, considerando necessidades como a ampliação da infraestrutura física e também de equipamentos. “Definimos as prioridades dos investimentos de forma a atender a demanda projetada e a movimentação atual”, diz Santos. Segundo ele, os recursos previstos para serem aplicados pela empresa nos terminais de carga até 2014 são de R$ 220 milhões. Ele cita ainda melhorias em andamento, como as obras do Terminal de Cargas de Curitiba e do Terminal de Cargas Nacional de Florianópolis, iniciadas em abril, além de trabalhos já concluídos, como as reformas do Terminal de Cargas de Manaus e um armazém para cargas nacionais no complexo logístico de Campo Grande, entregues no final de maio e em junho.

Receita gerada é importante para as empresas

No Brasil, o segmento de cargas é considerado de extrema importância para a receita das empresas aéreas e também para a diversificação dos negócios. Prova disso, são os números das companhias do setor. No ano passado, por exemplo, a TAM Cargo - que transportou 234 mil toneladas em mercadorias – viu sua receita com cargas subir 18,8% em relação a 2009, chegando a R$ 1,1 bilhão. As operações internacionais da empresa obtiveram aumento de 23%, gerando R$ 601,9 milhões neste segmento, enquanto as transações domésticas tiveram crescimento de 14,3%, com a entrada de R$ 510,8 milhões. O resultado veio depois de muitos desafios, garante o diretor da TAM Cargo, Euzébio Angelotti. “Atingimos estes números através de trabalho estruturado no atendimento e no treinamento de nossas equipes, com foco no cliente e na qualidade de nossos serviços”, declara.

A busca por melhorias contínuas na infraestrutura dos terminais de cargas do País, bem como nos sistemas informatizados, permitiu à TAM ampliar a capacidade de movimentação de encomendas, integrando ainda mais as gestões operacional, comercial e financeira, ressalta Angelotti. No primeiro trimestre de 2011, a receita em cargas nacionais da companhia foi de R$ 117,7 milhões e as transações internacionais renderam R$ 137,4 milhões.

Na lista das empresas aéreas de maior peso, a Gol viu seu braço responsável pelo transporte de cargas, a Gollog, crescer 31% em 2010, em comparação ao ano anterior. E já no primeiro semestre de 2011 – quando completa dez anos de mercado - o aumento de encomendas transportadas pela companhia foi de 15% ante o mesmo período do ano passado. “A demanda por serviços de carga aérea varia de acordo com o crescimento da economia. Como no último ano o Brasil esteve bem neste sentido, o reflexo foi positivo. A tendência em 2011 é de que se cresça um pouco menos, uma vez que a economia está mais desacelerada”, opina o diretor de cargas da Gol, Carlos Figueiredo.

Somando 38 mil toneladas transportadas no primeiro semestre deste ano, a Gollog realiza em torno de 50 mil entregas de encomendas expressas a cada mês. “O segmento de entrega porta a porta cresceu 60% no primeiro semestre de 2011 em relação ao ano passado”, compara o diretor da companhia. Já as unidades de cargas representaram, junto com outras receitas auxiliares da empresa, cerca de 11% do faturamento total no primeiro trimestre de 2011.

No caso da TAP Cargo, a receita com transporte de mercadorias representou 8% do faturamento da empresa portuguesa em 2010. “Entre os que trabalham com carga mista, levando ao mesmo tempo passageiros e encomendas, estamos no topo da média da indústria, que em geral fica entre 6% e 7%”, afirma o diretor de cargas da TAP, Pedro Mendes. Ele sustenta que a demanda funciona de acordo com a economia global. “É meio que uma gangorra. Atualmente, o Brasil está mais importador, em detrimento do mercado de exportações, devido à questão cambial, entre outros fatores”, argumenta. Curiosamente, em 2010 a TAP manteve um equilíbrio perfeito nas rotas brasileiras, transportando 17 mil toneladas de mercadorias de importação e 17 mil toneladas de exportação.

Companhias melhoram a infraestrutura

A iniciativa privada também alça voos na corrida para acompanhar o crescimento expressivo de produtos transportados pelos céus brasileiros. Nos últimos dois anos, a Gollog, cuja participação no mercado de carga doméstica é de 25%, vem investindo pesado em infraestrutura. Em 2010, a companhia injetou dinheiro no novo Terminal de Cargas do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. E para este ano deve destinar aproximadamente R$ 10 milhões no novo Terminal de Cargas do Aeroporto de Guarulhos. “Ainda pretendemos terminar 2011 com 140 unidades da Gollog atuando em todo o Brasil”, diz o diretor de cargas da empresa, Carlos Figueiredo.

A malha aérea da Gol é concentrada justamente no mercado doméstico, e principalmente na América do Sul. Presente em 27 estados, atendendo 3.450 municípios, a empresa utiliza os porões das 115 aeronaves de passageiros para transportar, em grande maioria, encomendas expressas. A Gol conta ainda com frota de 400 veículos terrestres, para coleta das mercadorias na origem e entrega aos destinos. “A cada ano, cresce a importância do modal aeroviário no mercado de cargas, pela agilidade que proporciona”, opina Figueiredo. Ele argumenta que os ciclos de vida dos produtos são cada vez menores. “É preciso mensurar os custos da demora no lançamento de uma coleção, bem como os de se manterem estoques.”

Em abril, a TAM Cargo anunciou investimento de R$ 15 milhões na melhoria da infraestrutura dos seus terminais de cargas, voltadas para as áreas de atendimento ao público, manuseio de cargas e estacionamento. “São setores que, uma vez reformados ou construídos, trarão mais conforto e agilidade ao processo de recebimento e expedição de mercadorias”, diz o diretor da companhia, Euzébio Angelotti. “Ainda neste mês, inauguraremos um novo terminal de Cargas, em Maceió”, anuncia. As novas instalações vão aumentar em 200% a capacidade de movimentação de encomendas da empresa, com área de armazenagem três vezes maior do que a anterior.

Outros R$ 5 milhões estão sendo injetados pela TAM em tecnologia da informação para reformar as funcionalidades presentes dos atuais sistemas de gestão e informação de cargas. Nascida em 1995, a TAM Cargo utiliza os porões de 151 aeronaves da companhia para entrega dos mais variados tipos de carga. Através de voos diretos, as operações partem de 42 aeroportos brasileiros, realizando coletas em mais de 400 cidades e entregando em mais de 4.200 localidades porta a porta no País. Angelotti avalia que, para melhorar os serviços, ainda “é extremamente necessária” a melhoria da infraestrutura aeroportuária no Brasil, com locais adequados e direcionados ao tratamento das cargas.

Operação com o avião ATR 42-500 promove o crescimento da JadLog

Desde 30 de maio, uma operação liga Porto Alegre e Curitiba (PR) a Jundiaí (SP), através do cargueiro ATR 42-500. Utilizada pela JadLog, a aeronave da Total Linhas Aéreas é mais uma alternativa para cargas provenientes ou a caminho do Rio Grande do Sul. Com capacidade para 5 toneladas, o cargueiro custa R$ 6 milhões por ano, mas traz um diferencial para a JadLog no mercado de transporte de encomendas. É que a aeronave decola e pousa em horários diferenciados das principais companhias aéreas, o que permite mais flexibilidade e agilidade para as transferências das remessas para todo o Brasil.

“Conseguimos fazer com que uma carga, saindo de Porto Alegre às 21h30min, chegue até a madrugada do dia seguinte a destinos como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília, em período de tempo muito curto”, explica o diretor da JadLog, Ronan Hudson. Da mesma forma, as mercadorias saem de São Paulo às 2h e chegam em solo gaúcho por volta das 4h, possibilitando conexões em quatro aviões da empresa rumo ao interior do Estado.

Essa rapidez é impossível para aviões de passageiros, pela limitação de horários, explica Hudson. “De junho para cá, já tivemos um crescimento de mais de 40% no volume de cargas e faturamento, somente por estar operando com esta aeronave”. Segundo Hudson, de 19.624 toneladas transportadas em 2009, a empresa pulou para 31.273, em 2010, e a meta para este ano é 48.000 toneladas. O total de volumes transportados foi de 3,3 milhões em 2009, 4,6 milhões em 2010 e a meta para 2011 é 6.150 milhões.

Na rota operada pelo ATR, a companhia transporta carga expressa fracionada, principalmente para os setores automotivo, de autopeças, de e-commerce, de materiais promocionais, de medicamentos e de assistência técnica. Hudson afirma que as operações com a aeronave, que também possui o diferencial de voar a 7 mil metros de atitude, tiveram retorno positivo já nos primeiros meses.

Trip começa a prestar o serviço aproveitando rotas e espaço ocioso

A estimativa é de que a Trip Cargo, novo serviço da Trip Linhas Aéreas, responda pela fatia de 2% do faturamento da companhia em curto prazo. O novo serviço funcionará em 85 cidades atendidas pela empresa em todas as regiões do Brasil. De acordo com o gerente de cargas da Trip, Raul Capri, algumas operações já estão funcionando desde junho. Não é o caso de Porto Alegre, que aguarda definição de área pela Infraero.

A Trip Cargo terá à disposição a frota de 47 aeronaves da companhia. Capri adianta que a ideia é aproveitar o espaço ocioso dos voos regulares e os aviões ATR-42, que sem os assentos podem transportar em torno de 5 a 7 toneladas, dependendo da rota.

“Identificamos uma grande oportunidade na prestação desse serviço, com o benefício de termos a nossa disposição estruturas de base e frota já disponíveis e a demanda significativa em localidades onde praticamente só a Trip opera”, complementa o executivo. O investimento para a criação do novo braço de negócios da empresa foi de cerca de R$ 1 milhão, em treinamentos, uniformes e admissão de pessoal.
Jornal do Comércio - RS

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