LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

COMÉRCIO EXTERIOR - 23/09/2011

Ásia reluta em pagar por algodão
Os exportadores no Brasil estão tendo dificuldades para concluir contratos de venda de algodão ao mercado asiático por problemas no fluxo de pagamentos. A estimativa é que a questão envolva, neste momento, cerca de 150 mil toneladas da pluma, ou 20% do que o Brasil deve exportar em toda a safra 2010/11. A Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) acredita que os volumes não chegam a 10% dos embarques.

A Ásia é a principal região compradora do algodão brasileiro e, encabeçada pela China, também a maior exportadora global de têxteis. Em 2010, o bloco representou em torno de 90% do que Brasil embarcou no ano. O problema mais sério com pagamentos estaria ocorrendo apenas em Bangladesh, conforme Marcelo Escorel, presidente da Anea. "Nos outros países asiáticos, a questão é pontual", completou ele.

Mas, segundo uma fonte do segmento, de 20% a 30% das cartas de crédito de importação que deveriam ter sido emitidas no destino para entrega do produto em agosto, setembro e outubro não foram abertas. "Trata-se de um volume entre 150 mil e 180 mil toneladas de algodão que já devia ter sido embarcado", diz a fonte.

O CEO da Libero Commodities, Adrian Moguel y Anza, confirma que há uma incapacidade generalizada de fluxo de caixa na indústria de fiação na Ásia, provocada pela forte oscilação de preços entre o momento da compra antecipada do algodão e a data de entrega do produto. "Nossa estimativa é de que o volume seja perto de 20% das exportações", diz o executivo.

Há um ano, em setembro de 2010, a commodity valia em torno de US$ 1 a libra-peso na bolsa de Nova York. Diante de sinais de baixos estoques mundiais, os preços começaram a subir até superar US$ 2 a libra-peso em março deste ano. Muitas indústrias têxteis em todo o mundo, preocupadas com o abastecimento da matéria-prima, anteciparam-se e fecharam compras para entrega futura, deparando-se com preços elevados.

"Mas, desde então, as cotações recuaram fortemente, a demanda por têxteis caiu, e foi criado um problema generalizado de fluxo de caixa nessa indústria", explica o CEO da Libero, que deve embarcar de 10% a 12% de tudo o que o Brasil vai exportar no ciclo 2010/11. Segundo a Anea, os embarques da pluma estão previstos em 785 mil toneladas no atual ano safra. Em torno de 85% desse total deve seguir para a Ásia.

O presidente da Anea disse que o problema começou a ser identificado em julho, com o início dos embarques brasileiros da temporada. Agora, as exportadoras estão buscando escalonar as entregas em um prazo mais longo do que o previsto em contrato, de forma a "diluir" o impacto dos preços altos no caixa dos importadores.

Ele não acredita que o problema resultará em redução das exportações brasileiras da fibra. "Se as negociações não forem resolvidas, será encontrado um outro destino para as cargas. Algum volume que era para Bangladesh já está indo para a China", afirma Escorel, ressaltando que se trata de um volume inexpressivo.

A avaliação é de que a dificuldade na indústria têxtil não se restringe aos países asiáticos, mas passa por todo mercado mundial. Aqui no Brasil, representantes da indústria e dos produtores de algodão mantêm reuniões esporádicas para coibir quebra de contratos por causa da forte oscilação dos preços do algodão. Ontem, os futuros da pluma na bolsa de Nova York fecharam em leve queda, após terem recuado no limite de baixa na segunda-feira. Os contratos para dezembro encerram o pregão a US$ 1,0541 a libra-peso, desvalorização de 11 pontos.
Valor Econômico




Cai expectativa de exportação de açúcar nos portos
A produção menor de açúcar no Brasil está limitando embarques da commodity nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), o que mais movimentam o produto.

Segundo a SA Commodities Consultoria, há 32 navios aguardando e programados para chegar nos próximos dias para embarcar nos dois portos 1,066 milhão de toneladas de açúcar. No mesmo período do ano passado, esse número era de 60 embarcações para um volume de 1,360 milhão de toneladas.

No acumulado da safra do Centro-Sul até 1º de setembro, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) constatou que a produção de açúcar está 9,40% menor do que em igual intervalo da temporada passada.

Já as exportações de açúcar bruto estão praticamente empatadas com a do ano passado. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) entre janeiro e agosto deste ano foram embarcados 12,2 milhões de toneladas de açúcar bruto, 0,52% maior do que em igual intervalo de 2010. Já os embarques de açúcar branco recuaram 20,46% no mesmo período para 3,5 milhões de toneladas.
Valor OnLine





Novo IPI favorece o México e a Argentina
Anunciadas como protecionistas, as medidas do governo para tentar estancar o avanço das importações de veículos não deve, ao menos a curto prazo, elevar a produção nacional de carros, preveem especialistas ouvidos pela Folha. Isso porque grande parte dos modelos trazidos da Coreia do Sul, da China, da Alemanha e do Japão -os que mais devem perder competitividade com a carga extra de imposto- quase não tem similar feito no Brasil.

Isso também inclui utilitários esportivos, sedãs grandes e hatches médios. A tendência é que parte dos consumidores desses veículos migre para outros do mesmo segmento, mas trazidos do México e da Argentina, que já entram no país sem pagar Imposto de Importação (com alíquota de 35%) e que não foram prejudicados com a sobretaxa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 30 pontos percentuais.
"Se isso acontecer, vai ser basicamente uma dança das cadeiras. O carro que era importado de um lugar virá de outro", afirma Marcus Vinicius Tatagiba, presidente da Abracomex, associação que reúne consultorias em comércio exterior.
A Anfavea (associação das montadoras) não descarta esse cenário, mas afirma que somente a balança comercial do setor automotivo com o México e a Argentina é "equilibrada" e que 60% do deficit comercial brasileiro vem da importação de carros oriundos de outros países. O Brasil vem ampliando a vantagem em relação a Argentina e México, inclusive no comércio de autopeças, que registrou superavit de US$ 2 bilhões no primeiro semestre de 2011, montante 38% maior do que no mesmo período do ano passado.

"Agora resta saber se a arrecadação do governo irá cair. Isso porque os carros coreanos, chineses e alemães estavam vendendo bem e contribuíam com um alto percentual de impostos", afirma Tatagiba.


Para Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, não há o que temer, já que a produção de automóveis no Brasil e em países da região funciona num regime de complementaridade, inclusive com componentes.

Segundo o consultor João Carlos Rodrigues, diretor-presidente da Jato Dynamics do Brasil, o mercado nacional é muito sensível a variações de preço, principalmente nos segmentos dos chamados carros de entrada, área em que os chineses se destacam -com 2,5% do mercado. De modo geral, é nesse segmento que o carro brasileiro tem mais chance de levar vantagem com a medida tributária. Mas, desde o início desta semana, as empresas importadoras tentam negociar com suas matrizes incentivos para compensar o aumento do imposto no Brasil.

IPI maior não afeta montadora 'nacional' - Carros importados por essas empresas que são impactados pela medida representam parte pequena nas vendas.

Na Fiat, na Renault e na Nissan, todos os veículos vêm do Mercosul ou do México, com os quais há acordos.

As montadoras instaladas no país respondem por mais de 75% dos carros importados, mas apenas uma pequena parte desses veículos terá aumento de preço devido à elevação na alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Todos os carros trazidos ao Brasil por Fiat, Renault e Nissan vêm do Mercosul ou do México, com os quais o país tem acordos automotivos. Por isso, não haverá impacto da medida governamental para proteger a indústria nacional. Na GM, que lidera o ranking de importadores, os produtos que vêm de Austrália (Omega), Canadá (Camaro) e Estados Unidos (Malibu) representam menos de 1% das vendas, considerando os emplacamentos no acumulado deste ano até agosto.

Os percentuais também são baixos na Peugeot (3,0%), na Toyota (4,5%) e na Citroën (6,7%). Procuradas, Volkswagen, Ford e Hyundai não detalharam a participação.
Nesta semana, o presidente da Anfavea (associação das montadoras com fábrica no Brasil), Cledorvino Belini, havia dito que "são medidas duras para todo mundo", se referindo à elevação de 30 pontos percentuais no tributo. "Também fomos prejudicados. Não existe lobby", afirmou ele na ocasião.

Um levantamento da Fenabrave (federação das concessionárias) mostra que, das 11 montadoras que mais importaram automóveis e comerciais leves nos oito primeiros meses do ano, só a coreana Kia não tem fábrica no Brasil.

Segundo Luiz Carlos Mello, do CEA (Centro de Estudos Automotivos), como os carros trazidos pelas montadoras "nacionais" que serão impactados pela medida fazem parte de um segmento "que não é sensível a preço", provavelmente nem terão redução nos emplacamentos. O decreto prevê que as unidades fabricadas no país devem ter pelo menos 65% de componentes nacionais para não ter acréscimo no IPI, considerando a média da receita de cada montadora, independentemente do modelo, entre outras regras.
Embora a medida tenha sido elaborada em parceria com a Anfavea, Belini afirmou na segunda-feira que até associados da entidade podem ser punidos. "Vamos saber [quais] em 45 dias."

Importadores vão pedir revisão de decreto a ministro - Os importadores se reúnem hoje em São Paulo com o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para pedir a revisão do decreto que aumentou o IPI para carros importados. A Abeiva (associação dos importadores de veículos) vai argumentar a inconstitucionalidade da medida com objetivo de elevar para 90 dias o prazo dado às empresas para que se adaptem às regras. Segundo o decreto, os carros precisam ter ao menos 65% de componentes nacionais para não ser taxados com o aumento. Com o prazo maior, os importadores poderiam planejar as importações e as vendas do estoque.
Folha de São Paulo





Uruguai negocia para ser excluído de alta de imposto a carros
O governo uruguaio negocia com o Brasil para ficar excluído do aumento de 30% decretado na semana passada no imposto aplicado sobre veículos importados, disse nesta terça-feira à AFP o diretor nacional de Indústrias do Uruguai, Sebastián Torres.

"Falamos com o Ministério da Indústria e está sendo gerido um contato entre os ministros para especificar qual é o alcance do novo decreto brasileiro, e termos certeza de que o Uruguai não será afetado pela medida", disse Torres.
"A ideia seria conseguir que os veículos uruguaios não tivessem que pagar 30% ao entrar no Brasil, que continuássemos no acordo de complementação que temos com eles", explicou o diretor, indicando que "são basicamente quatro empresas que produzem e vendem ao Brasil".

As exportações do setor automotivo no Uruguai mais do que dobraram de 2005 a 2010, segundo o instituto Uruguai XXI, que informa que no país existem mais de 40 empresas no setor.

Até agora, o Uruguai contou com vários acordos para exportar com taxas zero para Argentina e Brasil, seus parceiros no Mercosul (integrado também pelo Paraguai).

Em 2010, as exportações de veículos subiram para 331 milhões de dólares e as de peças para 228 milhões de dólares, segundo Uruguai XXI.

Torres indicou que esse tipo de medida protecionista, como a aplicada pelo Brasil, responde ao fato de as taxas de recuperação econômica no mundo não terem sido as esperadas.

"Quando se entra em um período de crise, os países tendem a adotar medidas desse tipo. O importante é definir que os países do Mercosul não sejam afetados", enfatizou.
Ele completou que o Uruguai, como um país pequeno e aberto ao restante do mundo, está trabalhando em políticas de produtividade e competitividade, principalmente nos setores automobilístico, farmacêutico, madeireiro, naval e de roupas.

As novas condições impostas pelo Brasil somam-se à aplicação por parte da Argentina de um novo regime de licenças não automáticas de importação que gerou queixas por parte dos exportadores uruguaios.
AFP - France Presse





Montadoras reavaliam importação de aço
As montadoras de automóveis começam a rever suas importações de aço, após o governo ter aumentado o IPI para carros com índice de nacionalização abaixo de 65%.

A Fiat e a Volks, que importam 15% e 30% de seu consumo de aço, respectivamente, mais a Peugeot-Citroën, que iria trazer no fim do ano sua primeira carga importada, estão revendo suas estratégias.
As empresas ainda não decidiram como e quando irão reduzir as compras externas e afirmam que contratos firmados não serão rompidos, mas o fato é que a importação de aço pelo setor automotivo, que já vinha em queda, deverá diminuir ainda mais.

O aço representa em média 15% dos custos totais de um automóvel. Lá fora os preços são até 25% mais baixos por conta da sobreoferta provocada pela crise mundial e pela desvalorização do dólar, entre outros fatores. Além disso, os executivos do setor automotivo argumentam que a importação é uma forma "de não ficar nas mãos de apenas um fornecedor".

A Volkswagen do Brasil registrou o pico das importações no ano passado, quando 30% de toda a sua demanda foi comprada fora do país. Já a Fiat importou não somente aço, mas também pneus e rodas de alumínio.

O pico das importações de aço ocorreu em 2010, auge da sobreoferta global. Nos primeiros três meses de 2010, as compras de aço do exterior subiram 156%. Mas, ao longo de 2011, acabaram caindo.

MENOS VANTAJOSO

Segundo um executivo do setor que preferiu não ser identificado, houve alta generalizada dos preços nos últimos meses, e hoje o aço não está mais tão vantajoso lá fora -devido aos custos de logística, de estoque e de imposto de importação.

O Instituto Aço Brasil aponta que a importação do produto deve fechar 2011 em 3,4 milhões de toneladas, queda de 42,4% ante 2010. No entanto, para o instituto, as importações continuam uma ameaça, porque os fatores que induzem a entrada de aço estrangeiro persistem: o câmbio desfavorável, a guerra fiscal nos Estados e os excedentes do produto no mercado internacional.
Folha de São Paulo





Maiores exportadores têm saldo negativo
Os maiores exportadores da região - PSA Peugeot Citroën, de Porto Real, e CSN, de Volta Redonda - têm saldo negativo em suas balanças comerciais, pelo menos no que diz respeito ao comércio exterior feito a partir do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a Peugeot Citroën acumula um saldo negativo de US$ 570 milhões este ano, enquanto a CSN acumula déficit de US$ 420 milhões.

A CSN, que aumentou suas exportações em 143,25% nos oito primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, de US$ 123 milhões para US$ 300 milhões, aumentou também suas importações em 18,10%, de US$ 610 milhões para US$ 720 milhões. Com isso, seu déficit no comércio exterior caiu 13,67%, de US$ 486 milhões para US$ 420 milhões.

Já a PSA Peugeot Citroën aumentou suas exportações em 48,36%, de US$ 221 milhões para US$ 329 milhões. Suas importações aumentaram 15,25%, de US$ 780 milhões para US$ 799 milhões, e o saldo negativo subiu 2,10%, de US$ 558 milhões para US$ 570 milhões.

As duas empresas têm perfis diferentes no que diz respeito a suas operações rotineiras de importação: a PSA Peugeot Citroën importa veículos prontos para revender no mercado brasileiro junto com a produção nacional, enquanto a CSN compra principalmente insumos para a produção de aço, como coque, e ocasionalmente bobinas ou placas, que são beneficiadas no Brasil antes de serem vendidas no mercado interno.

No que diz respeito à exportação, a CSN ampliou muito as vendas de minério de ferro, mas também envia aço - geralmente em bobinas - para suas empresas no exterior processarem. Já a Peugeot Citroën exporta principalmente motores 1.4 e 1.6.

Nos dois casos, as empresas concentram seus esforços no mercado interno, e a balança comercial negativa é compensada, com sobras, pelo que é vendido no mercado interno.

CSA

Durante cerimônia realizada no Palácio das Laranjeiras, a ThyssenKrupp CSA recebeu esta semana um prêmio do Sistema Firjan pela contribuição direta da empresa no aumento das exportações no estado do Rio de Janeiro. Com a presença do governador Sérgio Cabral no evento, a premiação aconteceu dentro da programação da 29º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que se encerra nesta terça-feira, dia 20, e reuniu aproximadamente 2 mil empresários no Rio.

Só no primeiro semestre de ano, a siderúrgica alemã atingiu a marca de U$ 1 bilhão em exportações de placas de aço premium, produzidas na fábrica localizada na região de Santa Cruz, zona oeste da capital fluminense.

De acordo com a Firjan, esta marca foi responsável por quadruplicar as vendas externas do Estado do Rio. A CSA também acaba de completar um ano de operação, com 3 milhões de toneladas de aço produzidas. Quando a fábrica estiver em operação máxima de sua capacidade, a siderúrgica irá alavancar o Rio de Janeiro ao posto de maior exportador de aço do Brasil.
Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,46463,Maiores%20exportadores%20tem%20saldo%20negativo.html#ixzz1YjJjxlwd



Greve dos Correios atrasa chegada de encomendas do exterior

Receita estuda meios para tornar mais transparentes motivos da demora para entrega de produtos comprados pela internet
Danilo Fariello, iG Brasilia

Greve dos Correios atrasa chegada de encomendas do exteriorReceita estuda meios para tornar mais transparentes motivos da demora para entrega de produtos comprados pela internet

A greve dos Correios foi só mais uma péssima notícia para os brasileiros acostumados a comprar produtos do exterior pela internet. Apesar da negativa do governo brasileiro, muitos usuários de páginas estrangeiras de comércio eletrônico já indicavam que encomendas estavam demorando cada vez mais a chegar no país.




Foto: AE Ampliar


Usuários de páginas estrangeiras reclamam que encomendam estão demorando a chegar

Em fóruns na internet esses compradores de filmes, games e livros – a maioria indisponível no país - compartilham suas angústias e vêem prazos se estenderem além de meses, conforme o iG confirmou a partir dos serviços de acompanhamento de entregas oferecido pelos Correios.

Esses documentos apontam como maior culpada por esses atrasos a Receita Federal, mas o órgão diz ao iG que nem toda a demora se refere ao processo de fiscalização. Muitas vezes esse tempo se justifica porque a Receita pede anuência de um organismo externo – que não tem prazo para se manifestar - para a liberação da mercadoria, explica Luis Felipe Reche, subsecretário-adjunto de Aduana e Relações Internacionais da Receita.

Por exemplo, se a pessoa compra um medicamento ou suplemento alimentar do exterior, esse produto tem de passar pela anuência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser liberado. Se for um game, pode sofrer investigação para que ele não seja raiz de uma potencial pirataria.


E, algumas vezes, é a demora do vendedor do exterior em prestar esclarecimentos sobre a origem do produto que atrasa a liberação. “Em casos como esses que dependem de anuência, a mercadoria fica retida até o atendimento da exigência formulada”, diz Reche.

Agora, a Receita procura sofisticar o sistema de acompanhamento de encomendas justamente para mostrar para o comprador de quem é a responsabilidade por essa demora. “Estamos informatizando para tornar o processo mais transparente para fora”, diz Reche. Com isso, o prazo de liberação pode não cair, mas o comprador terá maior consciência sobre o motivo dos atrasos.

Apesar de não reconhecer crescimento no tempo de espera do comprador em ter seu produto importado liberado pela Receita recentemente, Reche, ainda, medidas estão sendo discutidas para dar mais segurança e agilidade aos despachos dessas remessas.

Evidência desse maior atraso recente, porém, tem evidências até do outro lado do mundo. Antes mesmo da greve dos Correios, a Japan Post informava aos brasileiros poderia haver “considerável atraso na entrega de correspondências que exigissem exames regulares” porque as normas do Brasil tinham recentemente sido incrementadas o que acarretaria mais tempo até as entregas.

O carioca Rafael Werneck, por exemplo, comprou dois CDs do Japão em julho. No dia 15 o produto foi postado e no dia 21 chegou ao Brasil. A parte mais longa da entrega, porém, estava para começar. No dia 21 o produto foi destinado a uma Unidade de Tratamento Internacional em São Paulo, de onde só foi liberado pela alfândega em 19 de agosto, quase um mês depois.

No dia 20, a encomenda chegou ao centro de distribuição de Nova Iguaçu (RJ) e só no dia 22 de agosto, 38 dias depois de deixar o Japão, os produtos chegaram em sua casa, tributados. “Se eles querem tributar, então que tributem, mas que fiscalizem assim que a encomenda chegar”, diz.

Em geral, quem compra do exterior prefere os Correios porque, segundo eles, há uma chance menor de a encomenda ser tributada na alfândega brasileira do que se o pedido for feito por uma empresa privada internacional. Veja aqui as previsões legais para tributação.

Para outro produto comprado dos Estados Unidos a partir de Minas Gerais à qual o iG teve acesso ao acompanhamento, ele foi postado em 27 de junho e chegou na unidade dos correios de Pouso Alegre, onde está o comprador em 1º de agosto. Segundo relatos em fóruns na internet, a demora independe de o produto ser ou não ser tributado.
http://economia.ig.com.br/mercados/greve-dos-correios-atrasa-chegada-de-encomendas-do-exterior/n1597222234643.html




Móveis do oeste para o exterior

FLORIANÓPOLIS - Incrementar a competitividade nas empresas, disseminar a cultura exportadora das indústrias de móveis do oeste de Santa Catarina e ampliar as vendas no mercado mundial. Esses são os objetivos do convênio que a Associação dos Madeireiros e Moveleiros do Oeste (Amoesc) e o Sindicato da Indústria Madeireira e Moveleira do Vale do Uruguai (Simovale) assinaram com a Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc) na última semana

O convênio faz parte do projeto Extensão Industrial Exportadora (PEIEX), criado na esfera do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Apex Brasil e foi assinado pelos presidentes da Fiesc, Glauco José Côrte e da Amoesc/Simovale, Osni Carlos Verona.

O convênio permitirá ampliar o acesso de aproximadamente 140 empresas do grande oeste catarinense a produtos e serviços de apoio disponíveis nas instituições do governo e setor privado, introduzir melhorias técnico- gerenciais e tecnológicas.

Verona acredita que entre os efeitos que o convênio produzirá estão à elevação dos níveis de emprego e renda, a capacitação para a inovação e a interação e a cooperação entre as empresas e instituições de apoio.

O dirigente expôs que o projeto é estruturante e reconhece a composição dos atores locais (agentes demandantes, empresários, ofertantes, financeiros e o governo local) e as atividades por ele desenvolvidas. Compromete as instituições locais com a atualização de seus serviços para o atendimento às necessidades das empresas (banco de oferta de serviços) e mobiliza o empresariado para adesão ao projeto.

O presidente da Amoesc/Simovale mostra que, nas empresas, o PEIEX identificará o estágio tecnológico, organizará a gestão e os processos produtivos das empresas, incentivando a qualidade e a busca contínua de melhorias, incluindo o foco em exportação.

Também conscientiza os empresários, mostrando que, após organizada a indústria, o caminho sinaliza novos desafios, como pesquisa de mercado, promoção comercial, implantação de sistema de qualidade, certificação de produtos e comércio exterior.

CENÁRIO

Um diagnóstico preliminar do perfil das empresas do Polo Moveleiro do Oeste, elaborado pelo Sebrae e pela Amoesc/Simovale, revela que a maior parte delas não atua no mercado internacional e desconhece os caminhos e os instrumentos de apoio para vender seus produtos em outros países. Mesmo assim, na região operam meia centena de empresas que exportam cerca de 18 milhões de dólares em móveis ao ano.

O polo moveleiro da Associação dos Moveleiros do Oeste de Santa Catarina (Amoesc) compreende 86 municípios sendo que, em 63 funcionam empresas de móveis. O polo – denominação caracterizada pela concentração de empresas da mesma atividade econômica e mesma região geográfica que desenvolvem atividades integradas – é o primeiro em número de empresas (383 indústrias), o terceiro em geração de empregos (5,5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos) e o quarto em movimento econômico.
http://www.netmarinha.com.br/NetMarinha-Noticias.aspx?action=detail&k=267&Moveis-do-oeste-para-o-exterior




Laboratórios locais planejam internacionalizar operações

São Paulo - A indústria farmacêutica brasileira se organiza para a internacionalização de suas marcas. No foco das empresas está principalmente a América Latina, mas outros mercados também estão no alvo do setor. Em um primeiro momento, as iniciativas estão no fechamento de parcerias para licenciamento de marca e distribuição de produtos, mas existe até mesmo a perspectiva de investimento para a construção de fábricas em outros países.

Esse é o caso do Grupo Hypermarcas, que no segundo semestre deste ano começa a desenvolver um projeto de crescimento destinado ao mercado internacional por meio da exportação. O plano da empresa prevê a comercialização tanto de medicamentos como de bens de consumo, segundo o gerente de Exportação da fabricante, Ingo Thaler.

"Já entendemos o mercado interno, que segue as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]. Agora está na hora de entendermos como funciona o segmento no exterior, e assim fechar parcerias internacionais para distribuição dos produtos e, no futuro, estudar até mesmo a abertura de plantas fabris fora do País", revelou Thaler.

Segundo o executivo da Hypermarcas, para isso é fundamental conhecer melhor os possíveis concorrentes, os processos e as questões regulamentares do mercado externo.

Outro fabricante nacional que também está de olho na demanda de outros países é o EMS Pharma. Atualmente, as exportações representam apenas 5% do faturamento da empresa, ou R$ 3,3 milhões em 2010, conforme o gerente de Novos Negócios da companhia, José Piccolotto.

"Hoje a dificuldade para exportar é grande, sobretudo pelo alto custo a ser pago pelas informações do mercado no qual se pretenda entrar, e no contato com esses consumidores em potencial. Para isso torna-se fundamental o apoio do governo e de entidades de classe", comentou.

De acordo com o gerente do EMS, a entrada em outros mercados não é efetivamente uma novidade para a empresa. O laboratório brasileiro já fechou acordos de licença e distribuição com dois parceiros para distribuição de dois medicamentos de propriedade intelectual da fabricante local na Polônia.

"Nossa intenção é começar a exportar nossos medicamentos de marca, pois os genéricos são pouco valorizados lá fora, principalmente na América Latina", completou Piccolotto.

Apoio

Para auxiliar as empresas deste setor no Brasil, a Apex Brasil, agência de fomento à exportação subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), acertou uma parceria com a Associação Brasileira da Indústria Farmacoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) que irá dar suporte e promover a internacionalização das marcas nacionais junto a um conjunto de países.

Entre as medidas que essa parceria prevê estão a participação em feiras internacionais, rodadas de negócios com compradores estrangeiros e estudos de inteligência comercial que integra o chamado Projeto Setorial Integrado. Para que essas ações saiam do papel, estão previstos investimentos de R$ 3 milhões até o final de 2012. Um dos pontos a se combater é o déficit de sua balança comercial, que em 2010, quando importou US$ 8 bilhões ante exportações de US$ 1,6 bilhões. Já no ano anterior, foram US$ 6,1 bilhões de importação e US$ 1,3 bilhões em exportações.

Segundo a Apex Brasil foram relacionados mercados prioritários. Em fármacos, Rússia, Alemanha, Espanha, Argentina, Colômbia e México; os dois últimos se juntam a Arábia Saudita, África do Sul, Angola e Venezuela para produtos farmacêuticos. Em todos serão trabalhadas questões com o aumento da visibilidade do marco regulatório brasileiro, bem como trazer o conhecimento sobre como funcionam estes mercados aos fabricantes nacionais. Já a partir de 2013 até 2015, a busca será pelo aumento da participação nos mercados indicados, viabilidade da entrada em outros países, aumento da base exportadora, e a consolidação da central de informação nesses mercados
http://www.dci.com.br/Laboratorios-locais-planejam-internacionalizar-operacoes-1-391845.html




Exportações brasileiras para Portugal já superam o total de 2010

Vendas do Brasil para Portugal cresceram mais de 62% nos primeiros oito meses do ano, enquanto as exportações lusas para o Brasil subiram 50,5%.
Jorge Horta

Comércio bilateral cresce este ano a dois dígitos.

Brasília - As exportações do Brasil para Portugal levam nos primeiros oito meses do ano um crescimento de 62,6% face a igual período do ano passado, somando US$ 1,515 bilhões até agosto, acima dos US$ 1,508 bilhões acumulados em todo o ano 2010, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

No mês de agosto as vendas brasileiras para o mercado português recuaram 11,3% face a julho, mas mesmo assim mais do que duplicaram o nível de exportações de agosto de 2010, passando de US$ 109,1 milhões no ano passado para US$ 257,4 milhões este ano, segundo o MDIC.

O produto mais exportado pelo Brasil para Portugal é ainda o petróleo, respondendo por 54,6% do total de vendas. Nos primeiros oito meses do ano passado o petróleo assumia um peso de 30,7% na pauta de exportações brasileiras para o mercado luso.

O açúcar em cana é o segundo produto da lista, representando 5,4% das exportações do Brasil para Portugal. Os laminados de ferro e aço e os grãos de soja, cada item com um peso na casa dos 3%, estão igualmente no topo da lista das vendas brasileiras.

As vendas portuguesas para o Brasil também apresentam este ano um crescimento expressivo sobre 2010, tendo aumentado 50,5%, para US$ 507 milhões. Com este desempenho, o comércio entre os dois países atingiu em agosto um total de US$ 2,02 bilhões, com um saldo favorável ao Brasil de mais de US$ 1 bilhão.

Considerando apenas o mês passado, as exportações lusas para o mercado brasileiro cresceram 12,7% face a julho, atingindo US$ 77 milhões, cifra que também supera os US$ 51,4 milhões de agosto do ano passado.

O azeite continua liderando a pauta de importações que o Brasil faz de Portugal, com uma participação superior a 20%. Os sulfetos de minério de cobre e o bacalhau, com pesos de 5,6% e de 10,1%, respectivamente, são outros dos produtos portugueses que mais vendem no Brasil este ano.

De acordo com os dados do MDIC, o melhor ano de sempre no comércio luso-brasileiro foi 2008, com um fluxo bilateral de US$ 2,3 bilhões. Esse ano foi também um recorde para as exportações portuguesas para o Brasil. Porém, o melhor registo de vendas brasileiras para Portugal foi 2007, com US$ 1,8 bilhões.
http://www.portugaldigital.com.br/noticia.kmf?cod=12435682&canal=158


 
 

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