Brasil pode abocanhar mercado mundial com as exportações
Apesar da queda no saldo da balança comercial, a meta para as exportações é crescer 30% e atingir US$ 257 bilhões
Curitiba - A balança comercial brasileira teve um deficit de 75,2% em novembro na comparação com outubro, em um cenário de desaceleração da economia e em meio a crise internacional. Este foi o menor resultado desde janeiro quando o saldo tinha sido de US$ 398 milhões. No mês passado, o saldo ficou positivo em US$ 583 milhões, mas bem distante do resultado de outubro que foi de US$ 2,355 bilhões. Em novembro, o total de exportações foi de US$ 21,774 bilhões e o de importações de US$ 21,191 bilhões. Das cinco semanas do mês, o saldo ficou negativo em três.
Os dados da balança foram divulgados ontem (1º) pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alessandro Teixeira, que esteve em Curitiba participando do Encontro de Comércio Exterior (Encomex Mercosul). Apesar do resultado negativo de novembro, o ministro fez questão de ressaltar que o saldo comercial da balança foi 100,3% superior ao registrado a novembro de 2010.
Segundo ele, novembro é um mês sazonalmente carregado de importações com as compras de Natal. Além disso, houve aumento das importações de veículos com a proximidade do aumento do IPI, e a elevação da importação de combustíveis e máquinas. Para ele, a maior importação de máquinas reflete o aumento dos investimentos dos empresários.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério, Tatiana Lacerda Prazeres, destacou que, em novembro, as exportações cresceram em um ritmo superior as importações. A exportação teve uma elevação de 23,1% e a importação de 21,8%. Segundo ela, as importações em novembro estiveram muito relacionadas a compras de Natal, máquinas industriais e automóveis. As exportações que tiveram maior crescimento em novembro foram produtos básicos (35,3%), manufaturados (12,7%) e semimanufaturados (14,1%). Só as exportações de soja cresceram 531%. Os principais países compradores do Brasil são China, Estados Unidos e Argentina.
Ela acredita que as exportações permitirão ao Brasil ter uma fatia maior do comércio mundial e ganhar posições. Segundo ela, as vendas para outros países cresceram em função de quantidade e de preços internacionais. No ano, a maior parte das importações são de matérias primas e bendas de capital.
O ministro destacou que, apesar da queda no saldo comercial nas duas últimas semanas de novembro, isso não representa uma tendência de redução. Tatiana acredita em um futuro positivo. Hoje, o Brasil ocupa a 22 posição entre os países exportadores e, em 2010, foi responsável por 1,36% das exportações mundiais. Para 2011, a previsão é fechar com 1,4% de participação nas exportações globais e, a meta para 2014, é atingir 1,6% do comércio mundial.
Ela destacou ainda que a estimativa é que o comércio mundial tenha um crescimento de 18% neste ano e que o Brasil supere este percentual. De janeiro a novembro, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 25,971 bilhões com crescimento de 75,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos 12 meses, o saldo da balança chegou a US$ 31,315 bilhões com crescimento de 84,4%. Segundo o ministro, a previsão é atingir um superavit de US$ 27 bilhões ao final de 2011. A meta para as exportações é crescer 30% e atingir US$ 257 bilhões. Ele prevê que a primeira semana de dezembro, já tenha aumento das importações de veículos antes que entre em vigor a nova alíquota de IPI.
Portos e Navios
Um pacote medíocre
A economia brasileira poderá crescer 5% em 2012, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao apresentar as novas medidas para baratear bens de consumo, atrair capitais estrangeiros e facilitar a exportação de manufaturados.
O pacote foi apresentado um dia depois de mais um corte de juros, promovido pelo Banco Central (BC) para atenuar o impacto da crise internacional. Mais discutível que o otimismo do ministro é o alcance dos incentivos contidos em três decretos e uma Medida Provisória (MP).
Os estímulos são dirigidos muito mais ao consumo do que ao investimento produtivo. Além disso, o benefício à exportação é um mero remendo temporário - valerá até dezembro do próximo ano - e será passível de contestação na Organização Mundial do Comércio (OMC), embora o governo afirme sua legalidade.
Mesmo o estímulo ao consumo será limitado. O mais amplo será a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado nos financiamentos. Haverá maior facilidade para o endividamento das famílias - perfeitamente sustentável, segundo o ministro da Fazenda.
Será especialmente facilitada a compra de geladeiras, fogões e outros itens da chamada linha branca, porque haverá, no caso desses itens, diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (só até 31 de março).
Comer macarrão também ficará mais barato. Será reduzida a tributação sobre as massas, até 30 de junho, e prorrogada até o fim do ano a desoneração do trigo, da farinha e do pão comum.
O governo também decidiu elevar de R$ 75 mil para R$ 85 mil o valor dos imóveis passíveis de inclusão no Regime Especial de Tributação da Construção Civil. Trata-se de mera adaptação do Programa Minha Casa, Minha Vida às condições atuais de mercado, segundo explicação do Ministério da Fazenda. Nada, realmente, inovador.
Segundo o ministro da Fazenda, as famílias brasileiras podem tomar novos empréstimos sem grande risco porque "há emprego e o trabalhador tem salário".
Como há emprego, acrescentou, "não temos a mais longínqua similitude com a economia de outros países". No entanto, a maior parte das medidas é destinada a estimular o consumo, como se houvesse uma retração dos compradores. Isso é discutível, em primeiro lugar, porque o ministro está certo em relação aos dados de emprego e renda.
Além disso, o otimismo do consumidor aumentou em novembro pelo terceiro mês consecutivo, segundo pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dado semelhante foi publicado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Mas as famílias, de acordo com a CNI, continuam preocupadas com a inflação - enquanto o governo se mostra otimista quanto à convergência do índice oficial para a meta de 4,5% até o fim de 2012.
O governo deveria preocupar-se muito mais com os problemas do lado da oferta. A atividade industrial continua perdendo impulso, embora os consumidores mantenham razoável grau de otimismo.
A redução de alguns impostos pode dar aos produtores nacionais - mas só de alguns setores - alguma vantagem sobre os estrangeiros, no mercado interno. Nem essa vantagem será muito relevante, se o dólar continuar muito barato.
As mudanças fiscais para atrair capitais estrangeiros, anunciadas ontem, podem contribuir para manter elevada a oferta de dólares no setor financeiro. Se isso ocorrer, o real continuará a subir, como ocorreu ontem. Mas será preciso esperar algum tempo para avaliar a tendência do câmbio.
Nenhuma providência séria para estimular o investimento, a inovação e o ganho de competitividade foi tomada. A promessa de devolver aos exportadores de manufaturados 3% do valor das exportações, mas só até o fim do ano, nem remotamente resolve os problemas criados pela tributação de baixa qualidade, pela demora na devolução dos créditos e pelo alto custo fiscal do investimento produtivo.
Além disso, será fácil contestar esse benefício na OMC, se houver interesse em criar essa briga.
Nenhum país é obrigado a exportar impostos, como lembraram porta-vozes do governo, mas há regras sobre como cuidar da tributação sobre o comércio exterior.
O Estado de São Paulo
Exportador poderá solicitar crédito em especie ou abater em impostos
A partir de hoje, o exportador de produtos manufaturados poderá solicitar ao governo a compensação imediata do equivalente a 3% do crédito tributário obtido com a exportação, em valor. A medida, denominada de Reintegra, estava prevista na Medida Provisória (MP) 540, que criou o programa Brasil Maior, e sua regulamentação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU).
O exportador poderá solicitar junto à Receita a devolução em espécie de 3% do crédito tributário ou a compensação equivalente, isto é, um abatimento de impostos na cadeia em igual proporção, em valor nominal. Segundo o ministro Fernando Pimentel, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a medida vai ampliar "e muito", a agilidade do comércio exterior. "Trata-se de um grande incentivo aos exportadores industriais", afirmou, há pouco, Pimentel.
Valor Online
Empresários da AL acusam Brasil de protecionismo
Empresários latino-americanos reunidos em Brasília acusaram o governo brasileiro de adotar políticas protecionistas contra os vizinhos da região, enquanto usa os fóruns internacionais para cobrar a liberalização comercial dos países ricos.
Eles colocaram em dúvida, no entanto, a tese de que a expansão das companhias brasileiras esteja gerando uma espécie de "imperialismo verde e amarelo" na América Latina.
O empresário mexicano Gilberto Marín, dono de uma indústria de fraldas e absorventes que está entre as 50 maiores "multilatinas", resumiu as queixas. "Foram firmados diversos acordos de complementação econômica entre o Brasil e outros países da região, inclusive o México. Mas depois disso, quando um setor específico se sente ameaçado, vêm as barreiras não tarifárias: inspeções dobradas, argumentos fitossanitários, novas normas técnicas e impostos."
A Mabesa, empresa de Marín, tem 27% do mercado de fraldas infantis e 55% de participação nas vendas de absorventes higiênicos no México. Recentemente, vendeu suas operações no Brasil para a Hypermarcas. Para ele, o protecionismo brasileiro causa "desconfiança em certos empresários" mexicanos" e não condiz com o que o governo brasileiro costuma defender nas organizações multilaterais. "Uma coisa é o discurso, outra é a ação real. E há ainda a percepção negativa que geram algumas ações, mesmo quando elas não ocorrem com frequência", diz.
O equatoriano Christian Bakker, diretor da processadora de alimentos Pronaca, disse ter enfrentado problemas para vender ao Brasil. "É mais fácil exportar aos Estados Unidos", comparou Bakker. A Pronaca tem faturamento anual em torno de US$ 700 milhões e investe há dez anos no cultivo de palmito de pupunha em Ilhéus, na Bahia. Tempos atrás, segundo ele, não pôde atender a demanda com produção local e a matriz tentou enviar um contêiner ao Brasil, "mas foi impossível". "Às vezes existe um discurso de abertura, mas no momento de exportar esbarra-se em uma medida fitossanitária", disse. "Vejo o Brasil como líder natural da região, mas suas portas devem estar mais abertas para o comércio e o investimento."
O paraguaio Felipe Resck, presidente da Inpet, faz reclamações semelhantes. Sua empresa fabrica 1,2 bilhão de unidades por ano de embalagens plásticas, principalmente de PET, para bebidas e cosméticos. "O mercado brasileiro ficou dois anos fechado, para nós, por causa de barreiras não tarifárias", disse. Ele afirmou que outros empresários do país, como a processadora de sucos Frutica, também enfrentam restrições que a impedem de vender para o Brasil.
O que mais intriga o paraguaio, porém, é a demora em conseguir as autorizações necessárias para investimentos produtivos. A Inpet tem fábricas no Paraguai, na Argentina e no município de Itu (SP). Nos últimos meses, abriu um escritório comercial no Paraná. "Não entendo como pode ter demorado três meses, apenas com a documentação, para abrir filial de uma empresa já constituída no Brasil."
As discussões ocorreram na conferência "Américas+10", promovida pelo Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), enquanto ministros dos 12 países que integram a Unasul se reuniam no Palácio do Itamaraty para avaliar projetos de integração da infraestrutura. O Ceal divulgou uma declaração com sete recomendações para incentivar a internacionalização e a competitividade das empresas latino-americanas. Entre elas, está o treinamento de profissionais técnicos - principalmente engenheiros -, acordos para evitar a dupla tributação, redução da burocracia e maior proteção à propriedade intelectual na região.
Em um debate iniciado por Roberto Teixeira da Costa, ex-presidente do Ceal e integrante do conselho de administração da Sul América, o empresariado contestou a tese de que a projeção das companhias brasileiras indica um "novo imperialismo" na relação com os países vizinhos. O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi contundente: "Eu honestamente não percebo que nos enxerguem como imperialistas".
Ele contou ter ouvido um comentário que um ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil lhe fez quando o Equador expulsou a Odebrecht do país, em 2008, por supostas falhas na construção da usina hidrelétrica de San Francisco e irregularidades no financiamento da obra. "Como é que você se sente agora na pele de um gringo?", perguntou o embaixador americano. A Câmara de Comércio Internacional, em Paris, rejeitou os argumentos do Equador.
Marcelo Odebrecht afirmou que uma prática de sua empresa é fazer "parcerias locais", como a subcontratação de empreiteiras e sócios em unidades petroquímicas, o que minimiza as acusações de imperialismo. "A própria postura da diplomacia brasileira, que nós às vezes criticamos por ser pouco agressiva, acaba nos ajudando bastante", avaliou.
Valor Econômico
Natal e carros elevam importação em novembro
Importações de US$ 21,191 bilhões, recorde para meses de novembro, fizeram com que a balança comercial brasileira fechasse o mês passado com superávit de US$ 583 milhões, o dobro de igual período de 2010, mas bem menor que os US$ 2,3 bilhões de outubro. O número é o segundo mais baixo do ano - em janeiro, o superávit foi de US$ 398 milhões.
Três fatores tiveram impacto nos resultados de novembro, de acordo com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira: cresceram as compras de artigos para o Natal (19,1% na comparação com novembro do ano passado), mais veículos (63,9%) foram importados por causa do aumento previsto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e houve aumento nos investimentos de empresas no país, que resultaram em mais compras de máquinas, equipamentos e insumos.
"Não existe tendência a déficit", disse Teixeira, a respeito das duas últimas semanas de novembro, quando o saldo comercial ficou negativo (US$ 433 milhões e US$ 298 milhões). Segundo ele, "é normal o que vem acontecendo e não há motivo para preocupação". Ele não descarta a possibilidade de as importações de veículos aumentarem também nas primeiras semanas de dezembro, mas considerou que o volume não deve ser alto porque os consumidores vão querer comprar modelos de 2012.
Em relação a exportações, nos 20 dias úteis do mês passado elas somaram US$ 21,774 bilhões, o que representa aumento de 23,1% na comparação com novembro de 2010. Um dos destaques do período foi a soja, cuja venda cresceu 531,7%. "A China voltou a comprar", disse Teixeira. No acumulado do ano, o superávit da balança comercial está em US$ 25,971 bilhões, resultado de US$ 233,9 bilhões em exportações e US$ 207,9 bilhões em importações.
Valor Econômico
Nacionalização de automóveis poderá ter regras mais rígidas
O Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) estuda alterar a forma de aplicação dos 65% de nacionalização obrigatórios para as montadoras que quiserem ter direito ao desconto de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Em vez de o índice ser aplicado sobre o preço de venda dos carros -em que, além do processo produtivo, estão embutidos custos com processos administrativos, marketing, mão de obra e o lucro da empresa-, seria calculado com base unicamente no processo produtivo.
Na prática, isso significaria regras mais rígidas para as montadoras do que as estabelecidas no decreto que alterou o IPI, publicado em setembro e que entra em vigor no próximo dia 16.
Por isso, se a mudança for aprovada, as montadoras terão o prazo de um ano para se adaptar à norma, e a alteração na forma de aplicação valeria a partir de 2013.
Ao mesmo tempo, como o ministro Fernando Pimentel (Mdic) disse anteontem, a alta do imposto para empresas que não tiverem conteúdo nacional suficiente será flexibilizada caso elas se comprometam a investir no país.
Incongruência - Outro ponto que está em discussão é o fato de o decreto original não fazer menção aos fornecedores de peças para as montadoras, o que é considerado uma incongruência por especialistas.
Caso a indústria compre peças de importadores instalados no Brasil, elas são contabilizadas como conteúdo nacional, mesmo que tenham sido fabricadas no exterior.
"O ministério estuda exigir que as empresas de autopeças, ao vender para montadoras, apresentem um documento informando a quantidade de peças nacionais e importadas vendidas", diz Paulo Butori, do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores). Esse documento seria usado para fiscalizar o índice de 65%.
O Mdic chegou a cogitar estender as regras do IPI das montadoras para as autopeças, mas acabou desistindo, de acordo com Butori.
O saldo comercial de autopeças, setor que enfrenta problemas de competitividade, está negativo em US$ 4 bilhões até outubro, deficit 29% maior que o verificado no mesmo período de 2010.
"Em alguns casos, pode sair mais barato importar uma peça do que produzi-la no Brasil", diz o consultor David Wong, diretor da consultoria Kaiser Associates.
Folha de São Paulo
Superávit brasileiro cresceu 75% em 2011
Com saldo positivo de US$ 583 milhões em novembro, a balança comercial brasileira atingiu superávit de US$ 25,9 bilhões no acumulado ano, com alta de 75,3% em relação a igual período de 2011.
Desde janeiro, o país vendeu ao exterior US$ 233,9 bilhões, cifra 28,7% superior à do mesmo período de 2010. Nas importações, o resultado foi um pouco menor: houve ampliação de 24,5%, para US$ 207,9 bilhões.
Na comparação com outubro, os números de novembro foram mais fracos. Enquanto as exportações caíram 1,4%, para US$ 21,8 bilhões, as importações subiram 7%, chegando a US$ 21,2 bilhões.
Segundo a secretária de comércio exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, o movimento é comum e se deve à sazonalidade. “É normal termos em novembro um aumento no número de importações, devido às compras de Natal que o país realiza”, afirma. Para ela, o quadro de crescimento no volume de compras e vendas deste ano demonstra o bom desenvolvimento do comércio exterior do país em 2011.
Compras positivas - A secretária também defende que as compras feitas pelo Brasil têm um aspecto positivo, uma vez que “contribuiriam à competitividade do país”, abastecendo o país de bens de capital, intermediários e matérias-primas. Mas o movimento observado em 2011 não corresponde totalmente a essa interpretação. Mesmo com um volume muito maior dentro das importações, a participação das matérias-primas e bens intermediários caiu de 46,2% para 45,3% do total entre o acumulado de 2010 e deste ano. A fatia dos bens de capital recuou de 22,4% para 21,1%.
Pelo lado das exportações, o que se vê não é um incremento na competitividade, possibilitada pelos produtos de maior valor agregado. Mesmo com as compras representativas de insumos, o Brasil ainda exibe uma alta participação de produtos básicos em suas exportações, que cresceu de 44,4% em 2010 para 47,9% em 2011. Na mesma comparação, a fatia dos manufaturados (industrializados de alto valor agregado), diminuiun de 39,5% para 35,8%.
Gazeta do Povo - PR
Itamaraty admite que acordo entre Mercosul e Palestina tem propósito político
Em busca de novos mercados, o Mercosul voltou seus olhos para uma das regiões mais carente do Oriente Médio: a Palestina. Há expectativa de que um acordo de livre comércio entre as partes seja oficialmente firmado na próxima reunião de cúpula do bloco, em Montevidéu, que ocorrerá no final de dezembro.
O acordo, entretanto, ultrapassa a esfera comercial. As negociações são permeadas pelo apoio político dado pelos quatro países-membros do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) ao pedido de reconhecimento da Palestina como Estado pleno da ONU (Organização das Nações Unidas).
“Queremos adensar nossas relações e vamos além do plano retórico de apenas apoiar o povo palestino para fazer isso de uma forma mais concreta, adensando as relações comerciais”, afirmou o Conselheiro Francisco Cannabrava.
Cannabrava é chefe da Divisão de Negociações Extra-Regionais do Mercosul, do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista ao Opera Mundi durante o Encomex (Encontro de Comércio Exterior) Mercosul, em Curitiba.
Confira a íntegra da entrevista abaixo:
O Tratado de Livre Comércio com a Palestina, citado em sua palestra, partiu de algum país em especial ou foi do bloco como um todo?
Foi do grupo como um todo porque o Mercosul já tem acordos de livre comércio com Israel e Egito. Portanto, já tínhamos uma presença no Oriente Médio. Foi sob consenso que nós decidimos lançar negociações com representantes da Palestina.
Quando foram iniciadas as negociações?
Neste ano. Não envolveram uma grande complexidade de temas. Houve uma rodada recente em Ramallah (sede da Autoridade Nacional Palestina), e nós esperamos fechar esse acordo, se possível, já na próxima Cúpula do Mercosul.
Thassio Borges/Opera Mundi
Qual a importância desse acordo para a Palestina e também para o Mercosul?
Obviamente, a Palestina não é um mercado tão grande quanto a União Europeia, Estados Unidos ou China. Mas esse é um acordo que tem, sobretudo, um significado político. Do lado da Palestina, é importante diversificar as suas relações. É necessário, por menor que seja o mercado local, que haja condições de acesso preferencial para um mercado que está crescendo. Nós certamente temos condições de receber muitos produtos que eles vendem. Por mais que não seja uma pauta tão diversificada, faz diferença para o povo palestino.
Do lado do Mercosul, é um gesto político. Esperamos que isso possa contribuir para que a Palestina possa ter um futuro mais coeso, pacífico e em harmonia com sua vizinhança. Portanto, é um acordo sobretudo político.
Sendo um acordo político, houve de alguma forma pressão de Israel ou dos Estados Unidos para que esse acordo fosse repensado ou até mesmo cancelado?
Não, absolutamente. Não houve nenhuma pressão, nem direta e nem indireta. Nós negociamos por interesse próprio e não houve interferência de nenhum outro país.
Por meio desse acordo, quais produtos poderiam ser comercializados pelo Mercosul e pela Palestina?
A Palestina tem produtos que são típicos de sua região, como azeites, por exemplo. Além disso, há alguns poucos manufaturados, que podem ter uma capacidade de absorção no Brasil e no Mercosul. É uma capacidade para que a Palestina possa exportar. São produtos específicos, como móveis, que podem ter algum valor agregado e, dessa forma, contribuir para que o setor produtivo local possa se beneficiar.
É um acordo que dará força à Palestina economicamente?
O sentido é de traduzir esse apoio político que o Brasil e seus sócios já dão à Palestina, em um gesto comercial. O comércio tem esse benefício de fortalecer laços entre países. É, de certa forma, a transformação de um ato político em algo comercial. Queremos adensar nossas relações e vamos além do plano retórico de apenas apoiar o povo palestino, para fazer isso de forma mais concreta, adensando as relações comerciais.
E qual é a expectativa do Brasil para esse tratado?
Nós esperamos que seja um acordo que possa ampliar as nossas relações comerciais. Não achamos que é necessário ter uma estratégia comercial muito definida antes de concluir o acordo. Precisamos esperar para ver como o acordo será definido, para vermos como trabalharemos com esse acordo.
Quando deve ser aprovado esse acordo?
Se tudo der certo, ao final deste mês na Cúpula do Mercosul [em Montevidéu].
O que você considera mais crucial nesse momento: fortalecer a relação entre os quatro membros do Mercosul ou buscar novos acordos com países de outras regiões?
É muito importante que o Mercosul fortaleça seu próprio espaço, mas esse é um processo contínuo. Nós não achamos que se deve esperar que um aconteça para que depois se inicie a etapa de relacionamento externo.
Observamos que, muitas vezes, o esforço de negociação com um terceiro país nos obriga a pensar em muitas questões internas que ainda não estavam resolvidas. Essas frentes de negociação interna têm o efeito benéfico de fortalecer o próprio Mercosul. Nós colocamos a casa em ordem, para depois negociar com outros países.
Em relação à União Europeia, que está em crise, a melhor solução para o Mercosul é se fechar e proteger os mercados internos ou, pelo contrário, investir em novos negócios com o velho continente?
Essa crise para a União Europeia é complexa e nós não estamos imunes. O esforço de negociação de um acordo do Mercosul com a UE tem o objetivo de fazer do comércio um instrumento de crescimento econômico. Os países que estão mais envolvidos com a crise para fazer seu PIB crescer e as exportações são uma maneira de fazer isso. A possibilidade de ter acesso ao Mercosul é levada em conta pela UE. O acordo não será a solução da crise, mas pode servir como um dos instrumentos para isso. E do nosso ponto de vista, temos um interesse prioritário no acesso a mercados agrícolas
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/18284/itamaraty+admite+que+acordo+entre+mercosul+e+palestina+tem+proposito+politico.shtml
Para aumentar exportações, Mercosul deve evitar competir contra si mesmo Uruguai e Paraguai reclamam de barreiras comerciais impostas por Brasil e Argentina
Jonas Oliveira/AENotícias
Em tempos de crise econômica na Europa e nos Estados Unidos, os países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) sabem que, neste momento, é importante estreitar os laços, aumentar o comércio intrabloco e evitar uma competição entre seus próprios membros. Esse foi o principal tema debatido durante os dois dias do 3º Encomex (Encontro de Comércio Exterior) Mercosul, em Curitiba.
Enquanto Brasil e Argentina buscam outros parceiros comerciais para o grupo, Paraguai e Uruguai agem de forma a “internacionalizar a economia de seus países”, tendo como ponto de partida negócios com os demais membros do Mercosul, como definiu Pablo Pereira, chefe de Projetos da Uruguay XXI, agência nacional de fomento ao comércio exterior do país.
Assim como o Uruguai, o Paraguai reconhece que sua pequena economia é um entrave na hora de negociar com os demais membros do bloco. Ainda assim, o país identifica a região como uma das principais portas de entrada para seus produtos. “Mais da metade das nossas exportações vão para o Mercosul. E mesmo os produtos destinados à Europa, passam pelo Uruguai sem que para isso tenhamos que pagar alguma taxa. Isso é muito positivo para nosso comércio exterior”, afirmou ao Opera Mundi Oscar Stark, diretor nacional da Rediex, agência paraguaia de incentivo ao comércio exterior.
O comércio intrabloco desde a criação do Mercosul, 20 anos atrás, inegavelmente cresceu. Dados divulgados no evento apontam uma alta de 800% no período entre os membros do bloco. Apesar disso, há quem critique a falta de unidade entre os países principalmente por conta de barreiras comerciais impostas pelas nações.
“Temos problemas para ingressar nos mercados do Brasil e da Argentina em alguns setores. Por exemplo, na indústria farmacêutica, que é muito protegida no Brasil. Essas barreiras dificultam nosso acesso a esses mercados tão atrativos para nossa indústria”, criticou Stark.
Um caso recente que exemplifica a falta de consenso entre os quatro países diz respeito ao aumento brasileiro do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) para veículos que, em sua composição, apresentam menos de 60% de conteúdo nacional.
À época do anúncio do aumento, em outubro, o governo brasileiro justificou a medida afirmando que ela beneficiaria e protegeria a indústria nacional. Por meio de acordo com a Argentina, ficou decidido que os veículos provenientes do país não teriam de pagar a taxa. O Uruguai reagiu e cobrou a mesma atitude para seus produtos. Dias depois, o governo brasileiro anunciou que os carros produzidos em solo uruguaio também estariam isentos do aumento.
Apesar da discordância entre os países, Mauro Ferrer Rocha, Supervisor da Unidade de Cooperação e Articulação Internacional da Apex Brasil – agência de fomento ao comércio exterior brasileiro – prefere acreditar que as barreiras comerciais impostas pelos países fazem parte de um mercado saudável.
“Não há nenhuma dificuldade especial ou específica [para negociar no bloco]. Não há nada que deixe o Mercosul aquém do panorama de exportações em geral. O que existe são pontos específicos onde não há um consenso ainda sobre quais seriam as tarifas ou condições que deveriam ser adotadas. Mas não dá pra se chamar de barreiras”, disse.
Ainda segundo Rocha, a competição entre os próprios países do Mercosul não é prejudicial ao bloco. “Assim como a livre concorrência dentro dos países é algo natural. Trata-se de estender essa livre concorrência para além das fronteiras”, completou.
Apesar das declarações de Rocha, fica fácil perceber nos discursos paraguaios e uruguaios que as medidas brasileiras e até mesmo as argentinas para proteção de seus mercados, não são tão bem aceitas pelos demais membros do Mercosul.
Jonas Oliveira/AENotícias
“O melhor comércio que o Paraguai faz é com o Mercosul. O livre comércio é bom, mas as regras devem ser respeitadas”, completou Stark referindo-se ao fato de que nenhum dos países pode ser prejudicado.
Rocha responde às críticas afirmando que o Mercosul ainda precisa melhorar, mas que hoje o bloco permite que seus membros estejam muito mais unidos que anteriormente. “Cada vez mais fica clara a necessidade de que esses países devem estar unidos para tratar das divergências em relação aos seus interesses. Vinte anos é pouco para a formação de um bloco comercial, mas as expectativas para os próximos anos são animadoras”, completou.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/18263/para+aumentar+exportacoes+mercosul+deve+evitar+competir+contra+si+mesmo++.shtml
Indústria Brasileira da Saúde movimenta US$ 2 milhões na Alemanha
A expectativa das 51 empresas brasileiras participantes da feira Medica é fechar US$ 20 milhões de negócios nos próximos 12 meses.
Durante os quatro dias da maior feira mundial do setor médico hospitalar, a Médica, 51 empresas brasileiras realizaram 3.599 contatos com executivos de 99 países, o que resultou em negócios na ordem US$ 2 milhões e expectativas de movimentar US$ 20 milhões nos próximos 12 meses. A participação brasileira no evento é uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológico (ABIMO) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
“Nossa participação foi extremamente positiva”, avalia Paulo Fraccaro, vice-presidente da ABIMO. De acordo com o representante da entidade, foi cumprida com pleno sucesso mais uma etapa rumo às ambiciosas metas da indústria brasileira de equipamentos médicos: atingir, em 2015, 1 bilhão de dólares em negócios com o exterior e estar, dentro de 10 anos, entre os cinco maiores fabricantes mundiais de produtos médicos de alta/média densidade tecnológica.
”O mais importante é a consolidação das empresas brasileiras como grandes exportadoras, por meio de um número cada vez maior de participantes na feira, pela qualidade dos produtos ofertados e pela diversidade das nossas tecnologias. Por isso, a MEDICA é, para nós, um projeto contínuo que todo ano tem que ser aprimorado”, comenta Fraccaro.
As empresas brasileiras tiveram motivos para comemorar: K Takaoka-A K Takaoka, especializada em máquinas de anestesia e terapia intensiva, fechou negócios no valor de quase U$ 80 mil e espera concluir contratos em torno de U$ 500 mil a partir das reuniões realizadas na MEDICA. “Esperamos um aumento de 15% a 20% em nossas vendas ao exterior”, sublinhou Luis Carlos Martins, analista de comércio exterior. A empresa lançou internacionalmente novos modelos na feira, entre eles, a máquina de anestesia Sat 500 e o ventilador de terapia intensiva Carmel.
Fanem-A Fanem, líder brasileira na fabricação de produtos de neonatologia, detém 85% do mercado nacional da incubadoras e exporta para mais de 90 países. Lançou na Medica internacionalmente os produtos da linha neonatal berço Koala e o aparelho de fototerapia para bebês Bilitron Sky. “Foi uma agradável surpresa.O volume de contatos e as expectativas de negócios gerados a partir da Medica superou todas as expectativas”, disse Djalma Luiz Rodrigues, diretor industrial da Fanem, que citou, entre outros, um negócio de U$ 270 mil fechado com um cliente marroquino, que incluiu a venda de 50 equipamentos, entre incubadoras, berços aquecidos e aparelhos de fototerapia para bebês. A empresa também encaminhou importantes negociações com executivos de países como Iraque, África do Sul, Argélia, Irã, Tunísia, Índia, Kuwait e Arábia Saudita e manteve contatos com representantes de 60 países. “Esperamos em 2012 crescer nosso faturamento no exterior em pelo menos 15%”, ressaltou Rodrigues.
Olsen-Fabricante de equipamentos médicos e odontológicos, com experiência de mais de 30 anos em cadeiras para exames clínicos, a Olsen espera fechar negócios entre U$ 150 mil a U$ 180 mil, a partir dos contatos feitos na MEDICA. Luciano Rodrigues, gerente de exportação da empresa, acredita que a participação em Düsseldorf vai abrir novos mercados para a companhia, principalmente no norte africano. “Tivemos muitas visitas de executivos daquela região”, sublinhou, destacando, também que fez contatos com representantes de cerca de 45 países e que espera, a curto prazo um crescimento de 5% a 10% no faturamento em exportação do grupo.
Bioeletron-A Bioeletron, companhia de pequeno porte especializada em equipamentos eletromédicos, estreou na Medica com o pé direito, já tendo encaminhado importantes negócios. Fundada há menos de dois anos, conseguiu na feira seus cinco primeiros clientes internacionais. “Calculamos que fecharemos negócios em torno de 200 mil euros nos próximos 12 meses, a partir dos contatos que fizemos em Düsseldorf“, disse Elton Rodrigues Ruas, gerente financeiro da empresa. Segundo ele, essa quantia deve representar um aumento entre 10% a 15% no faturamento esperado pela empresa no próximo ano.
Nova marca, 10 Anos de Exportação -O evento realizado de 16 a 19 de novembro, em Düsseldorf, na Alemanha, foi a décima participação brasileira. Em comemoração, a Abimo e a Apex-Brasil lançaram a marca internacional da indústria brasileira, a Brazilian Health Devices. O logotipo em azul e branco, em formato que lembra um DNA, símbolo do compromisso com a vida, esteve estampado em todo o pavilhão brasileiro. A nova imagem institucional deu uma roupagem moderna e arrojada à participação brasileira, causando impacto positivo e chamando a atenção dos visitantes da feira.
“A nova marca foi uma construção coletiva, feita a partir de uma interação com as empresas”, comenta Hélio Lobo, gerente de projetos da Apex-Brasil. “O importante na construção dessa marca é a interface feita pela empresa brasileira, no contato com seu cliente internacional.”
Mercado Internacional - Em apenas uma década, o número de países compradores de equipamentos para saúde fabricados no Brasil saltou de 40 para 180. A conquista de novos mercados levou a um crescimento de 232% nas vendas externas durante o período. Estas conquistas são resultados da parceria de sucesso entre a ABIMO e a Apex-Brasil, estabelecida também há dez anos.
Por conta dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, hoje, a indústria brasileira da saúde exporta para competitivos mercados mundiais. Em 2010, as vendas para os Estados Unidos somaram US$ 141,9 milhões, 22,4% do total de exportações nacionais do setor de produtos e equipamentos de saúde. Alemanha e Bélgica estão entre os dez principais compradores dos produtos fabricados no Brasil.
De acordo com a ABIMO existem cerca de 980 projetos de pesquisa e desenvolvimento do setor, em parceria com as mais prestigiadas instituições de ensino brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Relação dos expositores Brasileiros na Medica: Adlin, Agaplastic, Airsys, Baumer, Bioclin, Bioeletron, Biomecânica, Biosensor, Bioteck, Casex, Cmos Drake, Deltronix, Diagnostek, Driller, Edlo, Estek, Fami, Fanem, GM Reis, Hi Technologies, Hp Bio, Hospimetal, IBF, Ibramed, Indusbello, Indrel, Injeflex, Inpromed, Intermed, Instramed, IOL, Kinner, Kolplast, Ktk, Loktal, Magnamed, MDT, Medicone, Medpej, NS Inaladores, Neoortho, Ortosíntese, Olsen, Olidef, P.A. Med., Samtronic, Schioppa, Scitech, Sismatec, Wama Diagnóstica e Wem. [www.brazilianhealthdevices.com
ww.abimo.org.br/feiramedica ].
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=183406
Brasil exporta 6,7% mais celulose em novembro
Crescimento nas vendas externas é registrado na comparação com 2010
PORTAL DO AGRONEGÓCIO
As exportações de celulose da indústria brasileira apresentaram expansão em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Foram vendidas ao mercado externo 756,6 mil toneladas do insumo utilizado na produção de papéis, volume 6,7% superior ao registrado no mesmo período de 2010.
Na comparação com outubro deste ano, as vendas encolheram 0,9%. Os três períodos tiveram 20 dias úteis. Em receita, os indicadores apresentaram resultados menos favoráveis. Com vendas totais de US$ 415,4 milhões (preço FOB) em novembro, o setor registrou alta de 3,2% em relação a novembro do ano passado e queda de 4,3% ante outubro de 2010.
A queda na receita é explicada pela trajetória dos preços internacionais de celulose, em retração desde meados deste ano. A tonelada média vendida em novembro, de US$ 549,1, ficou 3,3% abaixo do patamar de novembro de 2010 e 3,4% aquém dos dados de outubro. Este é o menor nível de preços registrado pelo MDIC desde março passado, quando a tonelada da celulose foi vendida em média por US$ 539,8.
http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=2&idnot=70917
Exportações crescem acima do comércio mundial
Por Redação Pantanal News/Governo Federal
Venda de produtos básicos cresceu 38,7% e de industrializados, 20,2%, em ano que as trocas entre países aumentaram 18%
As exportações brasileiras em novembro (US$ 21,8 bilhões) registraram recorde na comparação com os resultados anteriores para este mês. O saldo comercial foi de US$ 583 milhões no período e está 100% acima do valor aferido em novembro do ano passado (US$ 291 milhões). No acumulado do ano, as exportações brasileiras de produtos básicos cresceram (38,7%) e de industrializados (20,2%) - percentuais superiores aos 18% de crescimento do comércio mundial, na estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Considerando que as vendas brasileiras cresceram 28%, podemos dizer que a fatia brasileira no mercado internacional deve aumentar em 2011”, explicou a secretária de Comércio Exterior do o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Tatiana Lacerda Prazeres.
O ministro interino do Mdic, Alessandro Teixeira, destacou que o superávit da balança comercial no acumulado do ano (janeiro a novembro) está em US$ 26 bilhões, valor que é o maior desde 2007 (US$ 36 bilhões). “Eu me lembro que, no começo do ano, diante da crise financeira global, havia muitas previsões de déficit para 2011 e estamos terminando o ano com um resultado extraordinário”, disse.
Países - Os principais países de destino das exportações de janeiro a novembro de 2011 foram: China (US$ 40,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 23,3 bilhões), Argentina (US$ 20,9 bilhões), Países Baixos (US$ 12,7 bilhões) e Japão (US$ 8,6 bilhões). Relativo às importações, os mercados que mais venderam para o Brasil foram: Estados Unidos (US$ 31,4 bilhões), China (US$ 30,2 bilhões), Argentina (US$ 15,6 bilhões), Alemanha (US$ 14 bilhões) e Coréia do Sul (US$ 9,2 bilhões).
http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=79403
“O mundo inteiro está de olho no mercado sul-americano”, diz diretor do ItamaratyTweet
O Mercosul completou duas décadas neste ano. Mesmo diante de um cenário internacional que inclui crises financeiras na Europa e nos Estados Unidos, o bloco espera consolidar-se como uma grande força global.
Para isso, as autoridades dos quatro países-membros (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), esperam fomentar as relações na região, fortalecendo o comércio exterior no bloco. Em entrevista ao Opera Mundi, Bruno Bath, Diretor do Departamento do Mercosul do Ministério das Relações Exteriores, apontou os principais desafios do bloco para os próximos anos.
Bath também alertou para a importância da forte concorrência chinesa na região.
Após 20 anos de Mercosul, qual é o principal desafio do bloco para os próximos anos?
O primeiro desafio diz respeito à crise internacional. O ambiente, que foi tão favorável de 2003 a 2008, mudou. E há indícios que durante um bom número de anos nós teremos um cenário internacional desafiador. O grande lema do Mercosul é se manter unido na busca de soluções para enfrentar a crise.
Qual é o tamanho deste desafio para o Mercosul?
É um desafio complexo, mas que também vai nos colocar diante da necessidade de aumentar as oportunidades de negócios, comércios e investimentos entre nossos próprios países. A salvação é o nosso mercado, mas o mundo inteiro está de olho no mercado sul-americano. É um dos poucos mercados que ainda está em crescimento, além do asiático.
A crise econômica acaba se definindo então como uma oportunidade para o Mercosul se fortalecer diante do mercado global?
Os mercados importadores, sobretudo de manufaturas estão em baixa. Isso não é o caso ainda dos mercados regionais. Ou seja, o Mercosul é onde o Brasil está colocando de forma mais intensa suas exportações de manufaturas. Nesse cenário, de crescimento e oportunidade para o Brasil, nós teremos que competir também com a produção chinesa. As projeções estão muito focadas no cenário regional.
O senhor considera desleal a concorrência chinesa?
A palavra desleal tem uma conotação muito precisa. Ou seja, indica se há mecanismos de dumping, entre outras coisas, por trás das importações. Não sei ao certo quais são as proporções de casos como esses nas importações chinesas, mas sabemos que há casos concretos. Há um problema mais geral, no entanto que é a tremenda competitividade sistêmica chinesa por conta dos baixos custos de produção e na presença do Estado com fortes estímulos da indústria.
E como enfrentar esse cenário?
É necessário tentar abrir uma fonte negociadora com a China, mas é muito difícil porque é uma economia muito forte, que joga globalmente e tem grande interesse em diversos setores do Brasil e Mercosul. Nós somos um importante fator para o futuro crescimento da China. Trata-se de um grande desafio diplomático para o Brasil. Com isso, podemos tentar uma negociação com a China a favor dos nossos interesses. Temos também que resolver os nossos problemas de competitividade, de gargalo na indústria e de financiamento.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/18248/%93o+mundo+inteiro+esta+de+olho+no+mercado+sul-americano%94+diz+diretor+do+itamaraty.shtml
Apesar da queda no saldo da balança comercial, a meta para as exportações é crescer 30% e atingir US$ 257 bilhões
Curitiba - A balança comercial brasileira teve um deficit de 75,2% em novembro na comparação com outubro, em um cenário de desaceleração da economia e em meio a crise internacional. Este foi o menor resultado desde janeiro quando o saldo tinha sido de US$ 398 milhões. No mês passado, o saldo ficou positivo em US$ 583 milhões, mas bem distante do resultado de outubro que foi de US$ 2,355 bilhões. Em novembro, o total de exportações foi de US$ 21,774 bilhões e o de importações de US$ 21,191 bilhões. Das cinco semanas do mês, o saldo ficou negativo em três.
Os dados da balança foram divulgados ontem (1º) pelo ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Alessandro Teixeira, que esteve em Curitiba participando do Encontro de Comércio Exterior (Encomex Mercosul). Apesar do resultado negativo de novembro, o ministro fez questão de ressaltar que o saldo comercial da balança foi 100,3% superior ao registrado a novembro de 2010.
Segundo ele, novembro é um mês sazonalmente carregado de importações com as compras de Natal. Além disso, houve aumento das importações de veículos com a proximidade do aumento do IPI, e a elevação da importação de combustíveis e máquinas. Para ele, a maior importação de máquinas reflete o aumento dos investimentos dos empresários.
A secretária de Comércio Exterior do Ministério, Tatiana Lacerda Prazeres, destacou que, em novembro, as exportações cresceram em um ritmo superior as importações. A exportação teve uma elevação de 23,1% e a importação de 21,8%. Segundo ela, as importações em novembro estiveram muito relacionadas a compras de Natal, máquinas industriais e automóveis. As exportações que tiveram maior crescimento em novembro foram produtos básicos (35,3%), manufaturados (12,7%) e semimanufaturados (14,1%). Só as exportações de soja cresceram 531%. Os principais países compradores do Brasil são China, Estados Unidos e Argentina.
Ela acredita que as exportações permitirão ao Brasil ter uma fatia maior do comércio mundial e ganhar posições. Segundo ela, as vendas para outros países cresceram em função de quantidade e de preços internacionais. No ano, a maior parte das importações são de matérias primas e bendas de capital.
O ministro destacou que, apesar da queda no saldo comercial nas duas últimas semanas de novembro, isso não representa uma tendência de redução. Tatiana acredita em um futuro positivo. Hoje, o Brasil ocupa a 22 posição entre os países exportadores e, em 2010, foi responsável por 1,36% das exportações mundiais. Para 2011, a previsão é fechar com 1,4% de participação nas exportações globais e, a meta para 2014, é atingir 1,6% do comércio mundial.
Ela destacou ainda que a estimativa é que o comércio mundial tenha um crescimento de 18% neste ano e que o Brasil supere este percentual. De janeiro a novembro, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 25,971 bilhões com crescimento de 75,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos últimos 12 meses, o saldo da balança chegou a US$ 31,315 bilhões com crescimento de 84,4%. Segundo o ministro, a previsão é atingir um superavit de US$ 27 bilhões ao final de 2011. A meta para as exportações é crescer 30% e atingir US$ 257 bilhões. Ele prevê que a primeira semana de dezembro, já tenha aumento das importações de veículos antes que entre em vigor a nova alíquota de IPI.
Portos e Navios
Um pacote medíocre
A economia brasileira poderá crescer 5% em 2012, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao apresentar as novas medidas para baratear bens de consumo, atrair capitais estrangeiros e facilitar a exportação de manufaturados.
O pacote foi apresentado um dia depois de mais um corte de juros, promovido pelo Banco Central (BC) para atenuar o impacto da crise internacional. Mais discutível que o otimismo do ministro é o alcance dos incentivos contidos em três decretos e uma Medida Provisória (MP).
Os estímulos são dirigidos muito mais ao consumo do que ao investimento produtivo. Além disso, o benefício à exportação é um mero remendo temporário - valerá até dezembro do próximo ano - e será passível de contestação na Organização Mundial do Comércio (OMC), embora o governo afirme sua legalidade.
Mesmo o estímulo ao consumo será limitado. O mais amplo será a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado nos financiamentos. Haverá maior facilidade para o endividamento das famílias - perfeitamente sustentável, segundo o ministro da Fazenda.
Será especialmente facilitada a compra de geladeiras, fogões e outros itens da chamada linha branca, porque haverá, no caso desses itens, diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (só até 31 de março).
Comer macarrão também ficará mais barato. Será reduzida a tributação sobre as massas, até 30 de junho, e prorrogada até o fim do ano a desoneração do trigo, da farinha e do pão comum.
O governo também decidiu elevar de R$ 75 mil para R$ 85 mil o valor dos imóveis passíveis de inclusão no Regime Especial de Tributação da Construção Civil. Trata-se de mera adaptação do Programa Minha Casa, Minha Vida às condições atuais de mercado, segundo explicação do Ministério da Fazenda. Nada, realmente, inovador.
Segundo o ministro da Fazenda, as famílias brasileiras podem tomar novos empréstimos sem grande risco porque "há emprego e o trabalhador tem salário".
Como há emprego, acrescentou, "não temos a mais longínqua similitude com a economia de outros países". No entanto, a maior parte das medidas é destinada a estimular o consumo, como se houvesse uma retração dos compradores. Isso é discutível, em primeiro lugar, porque o ministro está certo em relação aos dados de emprego e renda.
Além disso, o otimismo do consumidor aumentou em novembro pelo terceiro mês consecutivo, segundo pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dado semelhante foi publicado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Mas as famílias, de acordo com a CNI, continuam preocupadas com a inflação - enquanto o governo se mostra otimista quanto à convergência do índice oficial para a meta de 4,5% até o fim de 2012.
O governo deveria preocupar-se muito mais com os problemas do lado da oferta. A atividade industrial continua perdendo impulso, embora os consumidores mantenham razoável grau de otimismo.
A redução de alguns impostos pode dar aos produtores nacionais - mas só de alguns setores - alguma vantagem sobre os estrangeiros, no mercado interno. Nem essa vantagem será muito relevante, se o dólar continuar muito barato.
As mudanças fiscais para atrair capitais estrangeiros, anunciadas ontem, podem contribuir para manter elevada a oferta de dólares no setor financeiro. Se isso ocorrer, o real continuará a subir, como ocorreu ontem. Mas será preciso esperar algum tempo para avaliar a tendência do câmbio.
Nenhuma providência séria para estimular o investimento, a inovação e o ganho de competitividade foi tomada. A promessa de devolver aos exportadores de manufaturados 3% do valor das exportações, mas só até o fim do ano, nem remotamente resolve os problemas criados pela tributação de baixa qualidade, pela demora na devolução dos créditos e pelo alto custo fiscal do investimento produtivo.
Além disso, será fácil contestar esse benefício na OMC, se houver interesse em criar essa briga.
Nenhum país é obrigado a exportar impostos, como lembraram porta-vozes do governo, mas há regras sobre como cuidar da tributação sobre o comércio exterior.
O Estado de São Paulo
Exportador poderá solicitar crédito em especie ou abater em impostos
A partir de hoje, o exportador de produtos manufaturados poderá solicitar ao governo a compensação imediata do equivalente a 3% do crédito tributário obtido com a exportação, em valor. A medida, denominada de Reintegra, estava prevista na Medida Provisória (MP) 540, que criou o programa Brasil Maior, e sua regulamentação foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU).
O exportador poderá solicitar junto à Receita a devolução em espécie de 3% do crédito tributário ou a compensação equivalente, isto é, um abatimento de impostos na cadeia em igual proporção, em valor nominal. Segundo o ministro Fernando Pimentel, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a medida vai ampliar "e muito", a agilidade do comércio exterior. "Trata-se de um grande incentivo aos exportadores industriais", afirmou, há pouco, Pimentel.
Valor Online
Empresários da AL acusam Brasil de protecionismo
Empresários latino-americanos reunidos em Brasília acusaram o governo brasileiro de adotar políticas protecionistas contra os vizinhos da região, enquanto usa os fóruns internacionais para cobrar a liberalização comercial dos países ricos.
Eles colocaram em dúvida, no entanto, a tese de que a expansão das companhias brasileiras esteja gerando uma espécie de "imperialismo verde e amarelo" na América Latina.
O empresário mexicano Gilberto Marín, dono de uma indústria de fraldas e absorventes que está entre as 50 maiores "multilatinas", resumiu as queixas. "Foram firmados diversos acordos de complementação econômica entre o Brasil e outros países da região, inclusive o México. Mas depois disso, quando um setor específico se sente ameaçado, vêm as barreiras não tarifárias: inspeções dobradas, argumentos fitossanitários, novas normas técnicas e impostos."
A Mabesa, empresa de Marín, tem 27% do mercado de fraldas infantis e 55% de participação nas vendas de absorventes higiênicos no México. Recentemente, vendeu suas operações no Brasil para a Hypermarcas. Para ele, o protecionismo brasileiro causa "desconfiança em certos empresários" mexicanos" e não condiz com o que o governo brasileiro costuma defender nas organizações multilaterais. "Uma coisa é o discurso, outra é a ação real. E há ainda a percepção negativa que geram algumas ações, mesmo quando elas não ocorrem com frequência", diz.
O equatoriano Christian Bakker, diretor da processadora de alimentos Pronaca, disse ter enfrentado problemas para vender ao Brasil. "É mais fácil exportar aos Estados Unidos", comparou Bakker. A Pronaca tem faturamento anual em torno de US$ 700 milhões e investe há dez anos no cultivo de palmito de pupunha em Ilhéus, na Bahia. Tempos atrás, segundo ele, não pôde atender a demanda com produção local e a matriz tentou enviar um contêiner ao Brasil, "mas foi impossível". "Às vezes existe um discurso de abertura, mas no momento de exportar esbarra-se em uma medida fitossanitária", disse. "Vejo o Brasil como líder natural da região, mas suas portas devem estar mais abertas para o comércio e o investimento."
O paraguaio Felipe Resck, presidente da Inpet, faz reclamações semelhantes. Sua empresa fabrica 1,2 bilhão de unidades por ano de embalagens plásticas, principalmente de PET, para bebidas e cosméticos. "O mercado brasileiro ficou dois anos fechado, para nós, por causa de barreiras não tarifárias", disse. Ele afirmou que outros empresários do país, como a processadora de sucos Frutica, também enfrentam restrições que a impedem de vender para o Brasil.
O que mais intriga o paraguaio, porém, é a demora em conseguir as autorizações necessárias para investimentos produtivos. A Inpet tem fábricas no Paraguai, na Argentina e no município de Itu (SP). Nos últimos meses, abriu um escritório comercial no Paraná. "Não entendo como pode ter demorado três meses, apenas com a documentação, para abrir filial de uma empresa já constituída no Brasil."
As discussões ocorreram na conferência "Américas+10", promovida pelo Conselho Empresarial da América Latina (Ceal), enquanto ministros dos 12 países que integram a Unasul se reuniam no Palácio do Itamaraty para avaliar projetos de integração da infraestrutura. O Ceal divulgou uma declaração com sete recomendações para incentivar a internacionalização e a competitividade das empresas latino-americanas. Entre elas, está o treinamento de profissionais técnicos - principalmente engenheiros -, acordos para evitar a dupla tributação, redução da burocracia e maior proteção à propriedade intelectual na região.
Em um debate iniciado por Roberto Teixeira da Costa, ex-presidente do Ceal e integrante do conselho de administração da Sul América, o empresariado contestou a tese de que a projeção das companhias brasileiras indica um "novo imperialismo" na relação com os países vizinhos. O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi contundente: "Eu honestamente não percebo que nos enxerguem como imperialistas".
Ele contou ter ouvido um comentário que um ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil lhe fez quando o Equador expulsou a Odebrecht do país, em 2008, por supostas falhas na construção da usina hidrelétrica de San Francisco e irregularidades no financiamento da obra. "Como é que você se sente agora na pele de um gringo?", perguntou o embaixador americano. A Câmara de Comércio Internacional, em Paris, rejeitou os argumentos do Equador.
Marcelo Odebrecht afirmou que uma prática de sua empresa é fazer "parcerias locais", como a subcontratação de empreiteiras e sócios em unidades petroquímicas, o que minimiza as acusações de imperialismo. "A própria postura da diplomacia brasileira, que nós às vezes criticamos por ser pouco agressiva, acaba nos ajudando bastante", avaliou.
Valor Econômico
Natal e carros elevam importação em novembro
Importações de US$ 21,191 bilhões, recorde para meses de novembro, fizeram com que a balança comercial brasileira fechasse o mês passado com superávit de US$ 583 milhões, o dobro de igual período de 2010, mas bem menor que os US$ 2,3 bilhões de outubro. O número é o segundo mais baixo do ano - em janeiro, o superávit foi de US$ 398 milhões.
Três fatores tiveram impacto nos resultados de novembro, de acordo com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira: cresceram as compras de artigos para o Natal (19,1% na comparação com novembro do ano passado), mais veículos (63,9%) foram importados por causa do aumento previsto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e houve aumento nos investimentos de empresas no país, que resultaram em mais compras de máquinas, equipamentos e insumos.
"Não existe tendência a déficit", disse Teixeira, a respeito das duas últimas semanas de novembro, quando o saldo comercial ficou negativo (US$ 433 milhões e US$ 298 milhões). Segundo ele, "é normal o que vem acontecendo e não há motivo para preocupação". Ele não descarta a possibilidade de as importações de veículos aumentarem também nas primeiras semanas de dezembro, mas considerou que o volume não deve ser alto porque os consumidores vão querer comprar modelos de 2012.
Em relação a exportações, nos 20 dias úteis do mês passado elas somaram US$ 21,774 bilhões, o que representa aumento de 23,1% na comparação com novembro de 2010. Um dos destaques do período foi a soja, cuja venda cresceu 531,7%. "A China voltou a comprar", disse Teixeira. No acumulado do ano, o superávit da balança comercial está em US$ 25,971 bilhões, resultado de US$ 233,9 bilhões em exportações e US$ 207,9 bilhões em importações.
Valor Econômico
Nacionalização de automóveis poderá ter regras mais rígidas
O Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) estuda alterar a forma de aplicação dos 65% de nacionalização obrigatórios para as montadoras que quiserem ter direito ao desconto de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Em vez de o índice ser aplicado sobre o preço de venda dos carros -em que, além do processo produtivo, estão embutidos custos com processos administrativos, marketing, mão de obra e o lucro da empresa-, seria calculado com base unicamente no processo produtivo.
Na prática, isso significaria regras mais rígidas para as montadoras do que as estabelecidas no decreto que alterou o IPI, publicado em setembro e que entra em vigor no próximo dia 16.
Por isso, se a mudança for aprovada, as montadoras terão o prazo de um ano para se adaptar à norma, e a alteração na forma de aplicação valeria a partir de 2013.
Ao mesmo tempo, como o ministro Fernando Pimentel (Mdic) disse anteontem, a alta do imposto para empresas que não tiverem conteúdo nacional suficiente será flexibilizada caso elas se comprometam a investir no país.
Incongruência - Outro ponto que está em discussão é o fato de o decreto original não fazer menção aos fornecedores de peças para as montadoras, o que é considerado uma incongruência por especialistas.
Caso a indústria compre peças de importadores instalados no Brasil, elas são contabilizadas como conteúdo nacional, mesmo que tenham sido fabricadas no exterior.
"O ministério estuda exigir que as empresas de autopeças, ao vender para montadoras, apresentem um documento informando a quantidade de peças nacionais e importadas vendidas", diz Paulo Butori, do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores). Esse documento seria usado para fiscalizar o índice de 65%.
O Mdic chegou a cogitar estender as regras do IPI das montadoras para as autopeças, mas acabou desistindo, de acordo com Butori.
O saldo comercial de autopeças, setor que enfrenta problemas de competitividade, está negativo em US$ 4 bilhões até outubro, deficit 29% maior que o verificado no mesmo período de 2010.
"Em alguns casos, pode sair mais barato importar uma peça do que produzi-la no Brasil", diz o consultor David Wong, diretor da consultoria Kaiser Associates.
Folha de São Paulo
Superávit brasileiro cresceu 75% em 2011
Com saldo positivo de US$ 583 milhões em novembro, a balança comercial brasileira atingiu superávit de US$ 25,9 bilhões no acumulado ano, com alta de 75,3% em relação a igual período de 2011.
Desde janeiro, o país vendeu ao exterior US$ 233,9 bilhões, cifra 28,7% superior à do mesmo período de 2010. Nas importações, o resultado foi um pouco menor: houve ampliação de 24,5%, para US$ 207,9 bilhões.
Na comparação com outubro, os números de novembro foram mais fracos. Enquanto as exportações caíram 1,4%, para US$ 21,8 bilhões, as importações subiram 7%, chegando a US$ 21,2 bilhões.
Segundo a secretária de comércio exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, o movimento é comum e se deve à sazonalidade. “É normal termos em novembro um aumento no número de importações, devido às compras de Natal que o país realiza”, afirma. Para ela, o quadro de crescimento no volume de compras e vendas deste ano demonstra o bom desenvolvimento do comércio exterior do país em 2011.
Compras positivas - A secretária também defende que as compras feitas pelo Brasil têm um aspecto positivo, uma vez que “contribuiriam à competitividade do país”, abastecendo o país de bens de capital, intermediários e matérias-primas. Mas o movimento observado em 2011 não corresponde totalmente a essa interpretação. Mesmo com um volume muito maior dentro das importações, a participação das matérias-primas e bens intermediários caiu de 46,2% para 45,3% do total entre o acumulado de 2010 e deste ano. A fatia dos bens de capital recuou de 22,4% para 21,1%.
Pelo lado das exportações, o que se vê não é um incremento na competitividade, possibilitada pelos produtos de maior valor agregado. Mesmo com as compras representativas de insumos, o Brasil ainda exibe uma alta participação de produtos básicos em suas exportações, que cresceu de 44,4% em 2010 para 47,9% em 2011. Na mesma comparação, a fatia dos manufaturados (industrializados de alto valor agregado), diminuiun de 39,5% para 35,8%.
Gazeta do Povo - PR
Itamaraty admite que acordo entre Mercosul e Palestina tem propósito político
Em busca de novos mercados, o Mercosul voltou seus olhos para uma das regiões mais carente do Oriente Médio: a Palestina. Há expectativa de que um acordo de livre comércio entre as partes seja oficialmente firmado na próxima reunião de cúpula do bloco, em Montevidéu, que ocorrerá no final de dezembro.
O acordo, entretanto, ultrapassa a esfera comercial. As negociações são permeadas pelo apoio político dado pelos quatro países-membros do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) ao pedido de reconhecimento da Palestina como Estado pleno da ONU (Organização das Nações Unidas).
“Queremos adensar nossas relações e vamos além do plano retórico de apenas apoiar o povo palestino para fazer isso de uma forma mais concreta, adensando as relações comerciais”, afirmou o Conselheiro Francisco Cannabrava.
Cannabrava é chefe da Divisão de Negociações Extra-Regionais do Mercosul, do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista ao Opera Mundi durante o Encomex (Encontro de Comércio Exterior) Mercosul, em Curitiba.
Confira a íntegra da entrevista abaixo:
O Tratado de Livre Comércio com a Palestina, citado em sua palestra, partiu de algum país em especial ou foi do bloco como um todo?
Foi do grupo como um todo porque o Mercosul já tem acordos de livre comércio com Israel e Egito. Portanto, já tínhamos uma presença no Oriente Médio. Foi sob consenso que nós decidimos lançar negociações com representantes da Palestina.
Quando foram iniciadas as negociações?
Neste ano. Não envolveram uma grande complexidade de temas. Houve uma rodada recente em Ramallah (sede da Autoridade Nacional Palestina), e nós esperamos fechar esse acordo, se possível, já na próxima Cúpula do Mercosul.
Thassio Borges/Opera Mundi
Qual a importância desse acordo para a Palestina e também para o Mercosul?
Obviamente, a Palestina não é um mercado tão grande quanto a União Europeia, Estados Unidos ou China. Mas esse é um acordo que tem, sobretudo, um significado político. Do lado da Palestina, é importante diversificar as suas relações. É necessário, por menor que seja o mercado local, que haja condições de acesso preferencial para um mercado que está crescendo. Nós certamente temos condições de receber muitos produtos que eles vendem. Por mais que não seja uma pauta tão diversificada, faz diferença para o povo palestino.
Do lado do Mercosul, é um gesto político. Esperamos que isso possa contribuir para que a Palestina possa ter um futuro mais coeso, pacífico e em harmonia com sua vizinhança. Portanto, é um acordo sobretudo político.
Sendo um acordo político, houve de alguma forma pressão de Israel ou dos Estados Unidos para que esse acordo fosse repensado ou até mesmo cancelado?
Não, absolutamente. Não houve nenhuma pressão, nem direta e nem indireta. Nós negociamos por interesse próprio e não houve interferência de nenhum outro país.
Por meio desse acordo, quais produtos poderiam ser comercializados pelo Mercosul e pela Palestina?
A Palestina tem produtos que são típicos de sua região, como azeites, por exemplo. Além disso, há alguns poucos manufaturados, que podem ter uma capacidade de absorção no Brasil e no Mercosul. É uma capacidade para que a Palestina possa exportar. São produtos específicos, como móveis, que podem ter algum valor agregado e, dessa forma, contribuir para que o setor produtivo local possa se beneficiar.
É um acordo que dará força à Palestina economicamente?
O sentido é de traduzir esse apoio político que o Brasil e seus sócios já dão à Palestina, em um gesto comercial. O comércio tem esse benefício de fortalecer laços entre países. É, de certa forma, a transformação de um ato político em algo comercial. Queremos adensar nossas relações e vamos além do plano retórico de apenas apoiar o povo palestino, para fazer isso de forma mais concreta, adensando as relações comerciais.
E qual é a expectativa do Brasil para esse tratado?
Nós esperamos que seja um acordo que possa ampliar as nossas relações comerciais. Não achamos que é necessário ter uma estratégia comercial muito definida antes de concluir o acordo. Precisamos esperar para ver como o acordo será definido, para vermos como trabalharemos com esse acordo.
Quando deve ser aprovado esse acordo?
Se tudo der certo, ao final deste mês na Cúpula do Mercosul [em Montevidéu].
O que você considera mais crucial nesse momento: fortalecer a relação entre os quatro membros do Mercosul ou buscar novos acordos com países de outras regiões?
É muito importante que o Mercosul fortaleça seu próprio espaço, mas esse é um processo contínuo. Nós não achamos que se deve esperar que um aconteça para que depois se inicie a etapa de relacionamento externo.
Observamos que, muitas vezes, o esforço de negociação com um terceiro país nos obriga a pensar em muitas questões internas que ainda não estavam resolvidas. Essas frentes de negociação interna têm o efeito benéfico de fortalecer o próprio Mercosul. Nós colocamos a casa em ordem, para depois negociar com outros países.
Em relação à União Europeia, que está em crise, a melhor solução para o Mercosul é se fechar e proteger os mercados internos ou, pelo contrário, investir em novos negócios com o velho continente?
Essa crise para a União Europeia é complexa e nós não estamos imunes. O esforço de negociação de um acordo do Mercosul com a UE tem o objetivo de fazer do comércio um instrumento de crescimento econômico. Os países que estão mais envolvidos com a crise para fazer seu PIB crescer e as exportações são uma maneira de fazer isso. A possibilidade de ter acesso ao Mercosul é levada em conta pela UE. O acordo não será a solução da crise, mas pode servir como um dos instrumentos para isso. E do nosso ponto de vista, temos um interesse prioritário no acesso a mercados agrícolas
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/18284/itamaraty+admite+que+acordo+entre+mercosul+e+palestina+tem+proposito+politico.shtml
Para aumentar exportações, Mercosul deve evitar competir contra si mesmo Uruguai e Paraguai reclamam de barreiras comerciais impostas por Brasil e Argentina
Jonas Oliveira/AENotícias
Em tempos de crise econômica na Europa e nos Estados Unidos, os países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) sabem que, neste momento, é importante estreitar os laços, aumentar o comércio intrabloco e evitar uma competição entre seus próprios membros. Esse foi o principal tema debatido durante os dois dias do 3º Encomex (Encontro de Comércio Exterior) Mercosul, em Curitiba.
Enquanto Brasil e Argentina buscam outros parceiros comerciais para o grupo, Paraguai e Uruguai agem de forma a “internacionalizar a economia de seus países”, tendo como ponto de partida negócios com os demais membros do Mercosul, como definiu Pablo Pereira, chefe de Projetos da Uruguay XXI, agência nacional de fomento ao comércio exterior do país.
Assim como o Uruguai, o Paraguai reconhece que sua pequena economia é um entrave na hora de negociar com os demais membros do bloco. Ainda assim, o país identifica a região como uma das principais portas de entrada para seus produtos. “Mais da metade das nossas exportações vão para o Mercosul. E mesmo os produtos destinados à Europa, passam pelo Uruguai sem que para isso tenhamos que pagar alguma taxa. Isso é muito positivo para nosso comércio exterior”, afirmou ao Opera Mundi Oscar Stark, diretor nacional da Rediex, agência paraguaia de incentivo ao comércio exterior.
O comércio intrabloco desde a criação do Mercosul, 20 anos atrás, inegavelmente cresceu. Dados divulgados no evento apontam uma alta de 800% no período entre os membros do bloco. Apesar disso, há quem critique a falta de unidade entre os países principalmente por conta de barreiras comerciais impostas pelas nações.
“Temos problemas para ingressar nos mercados do Brasil e da Argentina em alguns setores. Por exemplo, na indústria farmacêutica, que é muito protegida no Brasil. Essas barreiras dificultam nosso acesso a esses mercados tão atrativos para nossa indústria”, criticou Stark.
Um caso recente que exemplifica a falta de consenso entre os quatro países diz respeito ao aumento brasileiro do IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados) para veículos que, em sua composição, apresentam menos de 60% de conteúdo nacional.
À época do anúncio do aumento, em outubro, o governo brasileiro justificou a medida afirmando que ela beneficiaria e protegeria a indústria nacional. Por meio de acordo com a Argentina, ficou decidido que os veículos provenientes do país não teriam de pagar a taxa. O Uruguai reagiu e cobrou a mesma atitude para seus produtos. Dias depois, o governo brasileiro anunciou que os carros produzidos em solo uruguaio também estariam isentos do aumento.
Apesar da discordância entre os países, Mauro Ferrer Rocha, Supervisor da Unidade de Cooperação e Articulação Internacional da Apex Brasil – agência de fomento ao comércio exterior brasileiro – prefere acreditar que as barreiras comerciais impostas pelos países fazem parte de um mercado saudável.
“Não há nenhuma dificuldade especial ou específica [para negociar no bloco]. Não há nada que deixe o Mercosul aquém do panorama de exportações em geral. O que existe são pontos específicos onde não há um consenso ainda sobre quais seriam as tarifas ou condições que deveriam ser adotadas. Mas não dá pra se chamar de barreiras”, disse.
Ainda segundo Rocha, a competição entre os próprios países do Mercosul não é prejudicial ao bloco. “Assim como a livre concorrência dentro dos países é algo natural. Trata-se de estender essa livre concorrência para além das fronteiras”, completou.
Apesar das declarações de Rocha, fica fácil perceber nos discursos paraguaios e uruguaios que as medidas brasileiras e até mesmo as argentinas para proteção de seus mercados, não são tão bem aceitas pelos demais membros do Mercosul.
Jonas Oliveira/AENotícias
“O melhor comércio que o Paraguai faz é com o Mercosul. O livre comércio é bom, mas as regras devem ser respeitadas”, completou Stark referindo-se ao fato de que nenhum dos países pode ser prejudicado.
Rocha responde às críticas afirmando que o Mercosul ainda precisa melhorar, mas que hoje o bloco permite que seus membros estejam muito mais unidos que anteriormente. “Cada vez mais fica clara a necessidade de que esses países devem estar unidos para tratar das divergências em relação aos seus interesses. Vinte anos é pouco para a formação de um bloco comercial, mas as expectativas para os próximos anos são animadoras”, completou.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/18263/para+aumentar+exportacoes+mercosul+deve+evitar+competir+contra+si+mesmo++.shtml
Indústria Brasileira da Saúde movimenta US$ 2 milhões na Alemanha
A expectativa das 51 empresas brasileiras participantes da feira Medica é fechar US$ 20 milhões de negócios nos próximos 12 meses.
Durante os quatro dias da maior feira mundial do setor médico hospitalar, a Médica, 51 empresas brasileiras realizaram 3.599 contatos com executivos de 99 países, o que resultou em negócios na ordem US$ 2 milhões e expectativas de movimentar US$ 20 milhões nos próximos 12 meses. A participação brasileira no evento é uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológico (ABIMO) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
“Nossa participação foi extremamente positiva”, avalia Paulo Fraccaro, vice-presidente da ABIMO. De acordo com o representante da entidade, foi cumprida com pleno sucesso mais uma etapa rumo às ambiciosas metas da indústria brasileira de equipamentos médicos: atingir, em 2015, 1 bilhão de dólares em negócios com o exterior e estar, dentro de 10 anos, entre os cinco maiores fabricantes mundiais de produtos médicos de alta/média densidade tecnológica.
”O mais importante é a consolidação das empresas brasileiras como grandes exportadoras, por meio de um número cada vez maior de participantes na feira, pela qualidade dos produtos ofertados e pela diversidade das nossas tecnologias. Por isso, a MEDICA é, para nós, um projeto contínuo que todo ano tem que ser aprimorado”, comenta Fraccaro.
As empresas brasileiras tiveram motivos para comemorar: K Takaoka-A K Takaoka, especializada em máquinas de anestesia e terapia intensiva, fechou negócios no valor de quase U$ 80 mil e espera concluir contratos em torno de U$ 500 mil a partir das reuniões realizadas na MEDICA. “Esperamos um aumento de 15% a 20% em nossas vendas ao exterior”, sublinhou Luis Carlos Martins, analista de comércio exterior. A empresa lançou internacionalmente novos modelos na feira, entre eles, a máquina de anestesia Sat 500 e o ventilador de terapia intensiva Carmel.
Fanem-A Fanem, líder brasileira na fabricação de produtos de neonatologia, detém 85% do mercado nacional da incubadoras e exporta para mais de 90 países. Lançou na Medica internacionalmente os produtos da linha neonatal berço Koala e o aparelho de fototerapia para bebês Bilitron Sky. “Foi uma agradável surpresa.O volume de contatos e as expectativas de negócios gerados a partir da Medica superou todas as expectativas”, disse Djalma Luiz Rodrigues, diretor industrial da Fanem, que citou, entre outros, um negócio de U$ 270 mil fechado com um cliente marroquino, que incluiu a venda de 50 equipamentos, entre incubadoras, berços aquecidos e aparelhos de fototerapia para bebês. A empresa também encaminhou importantes negociações com executivos de países como Iraque, África do Sul, Argélia, Irã, Tunísia, Índia, Kuwait e Arábia Saudita e manteve contatos com representantes de 60 países. “Esperamos em 2012 crescer nosso faturamento no exterior em pelo menos 15%”, ressaltou Rodrigues.
Olsen-Fabricante de equipamentos médicos e odontológicos, com experiência de mais de 30 anos em cadeiras para exames clínicos, a Olsen espera fechar negócios entre U$ 150 mil a U$ 180 mil, a partir dos contatos feitos na MEDICA. Luciano Rodrigues, gerente de exportação da empresa, acredita que a participação em Düsseldorf vai abrir novos mercados para a companhia, principalmente no norte africano. “Tivemos muitas visitas de executivos daquela região”, sublinhou, destacando, também que fez contatos com representantes de cerca de 45 países e que espera, a curto prazo um crescimento de 5% a 10% no faturamento em exportação do grupo.
Bioeletron-A Bioeletron, companhia de pequeno porte especializada em equipamentos eletromédicos, estreou na Medica com o pé direito, já tendo encaminhado importantes negócios. Fundada há menos de dois anos, conseguiu na feira seus cinco primeiros clientes internacionais. “Calculamos que fecharemos negócios em torno de 200 mil euros nos próximos 12 meses, a partir dos contatos que fizemos em Düsseldorf“, disse Elton Rodrigues Ruas, gerente financeiro da empresa. Segundo ele, essa quantia deve representar um aumento entre 10% a 15% no faturamento esperado pela empresa no próximo ano.
Nova marca, 10 Anos de Exportação -O evento realizado de 16 a 19 de novembro, em Düsseldorf, na Alemanha, foi a décima participação brasileira. Em comemoração, a Abimo e a Apex-Brasil lançaram a marca internacional da indústria brasileira, a Brazilian Health Devices. O logotipo em azul e branco, em formato que lembra um DNA, símbolo do compromisso com a vida, esteve estampado em todo o pavilhão brasileiro. A nova imagem institucional deu uma roupagem moderna e arrojada à participação brasileira, causando impacto positivo e chamando a atenção dos visitantes da feira.
“A nova marca foi uma construção coletiva, feita a partir de uma interação com as empresas”, comenta Hélio Lobo, gerente de projetos da Apex-Brasil. “O importante na construção dessa marca é a interface feita pela empresa brasileira, no contato com seu cliente internacional.”
Mercado Internacional - Em apenas uma década, o número de países compradores de equipamentos para saúde fabricados no Brasil saltou de 40 para 180. A conquista de novos mercados levou a um crescimento de 232% nas vendas externas durante o período. Estas conquistas são resultados da parceria de sucesso entre a ABIMO e a Apex-Brasil, estabelecida também há dez anos.
Por conta dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, hoje, a indústria brasileira da saúde exporta para competitivos mercados mundiais. Em 2010, as vendas para os Estados Unidos somaram US$ 141,9 milhões, 22,4% do total de exportações nacionais do setor de produtos e equipamentos de saúde. Alemanha e Bélgica estão entre os dez principais compradores dos produtos fabricados no Brasil.
De acordo com a ABIMO existem cerca de 980 projetos de pesquisa e desenvolvimento do setor, em parceria com as mais prestigiadas instituições de ensino brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Relação dos expositores Brasileiros na Medica: Adlin, Agaplastic, Airsys, Baumer, Bioclin, Bioeletron, Biomecânica, Biosensor, Bioteck, Casex, Cmos Drake, Deltronix, Diagnostek, Driller, Edlo, Estek, Fami, Fanem, GM Reis, Hi Technologies, Hp Bio, Hospimetal, IBF, Ibramed, Indusbello, Indrel, Injeflex, Inpromed, Intermed, Instramed, IOL, Kinner, Kolplast, Ktk, Loktal, Magnamed, MDT, Medicone, Medpej, NS Inaladores, Neoortho, Ortosíntese, Olsen, Olidef, P.A. Med., Samtronic, Schioppa, Scitech, Sismatec, Wama Diagnóstica e Wem. [www.brazilianhealthdevices.com
ww.abimo.org.br/feiramedica ].
http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=183406
Brasil exporta 6,7% mais celulose em novembro
Crescimento nas vendas externas é registrado na comparação com 2010
PORTAL DO AGRONEGÓCIO
As exportações de celulose da indústria brasileira apresentaram expansão em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Foram vendidas ao mercado externo 756,6 mil toneladas do insumo utilizado na produção de papéis, volume 6,7% superior ao registrado no mesmo período de 2010.
Na comparação com outubro deste ano, as vendas encolheram 0,9%. Os três períodos tiveram 20 dias úteis. Em receita, os indicadores apresentaram resultados menos favoráveis. Com vendas totais de US$ 415,4 milhões (preço FOB) em novembro, o setor registrou alta de 3,2% em relação a novembro do ano passado e queda de 4,3% ante outubro de 2010.
A queda na receita é explicada pela trajetória dos preços internacionais de celulose, em retração desde meados deste ano. A tonelada média vendida em novembro, de US$ 549,1, ficou 3,3% abaixo do patamar de novembro de 2010 e 3,4% aquém dos dados de outubro. Este é o menor nível de preços registrado pelo MDIC desde março passado, quando a tonelada da celulose foi vendida em média por US$ 539,8.
http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=2&idnot=70917
Exportações crescem acima do comércio mundial
Por Redação Pantanal News/Governo Federal
Venda de produtos básicos cresceu 38,7% e de industrializados, 20,2%, em ano que as trocas entre países aumentaram 18%
As exportações brasileiras em novembro (US$ 21,8 bilhões) registraram recorde na comparação com os resultados anteriores para este mês. O saldo comercial foi de US$ 583 milhões no período e está 100% acima do valor aferido em novembro do ano passado (US$ 291 milhões). No acumulado do ano, as exportações brasileiras de produtos básicos cresceram (38,7%) e de industrializados (20,2%) - percentuais superiores aos 18% de crescimento do comércio mundial, na estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Considerando que as vendas brasileiras cresceram 28%, podemos dizer que a fatia brasileira no mercado internacional deve aumentar em 2011”, explicou a secretária de Comércio Exterior do o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Tatiana Lacerda Prazeres.
O ministro interino do Mdic, Alessandro Teixeira, destacou que o superávit da balança comercial no acumulado do ano (janeiro a novembro) está em US$ 26 bilhões, valor que é o maior desde 2007 (US$ 36 bilhões). “Eu me lembro que, no começo do ano, diante da crise financeira global, havia muitas previsões de déficit para 2011 e estamos terminando o ano com um resultado extraordinário”, disse.
Países - Os principais países de destino das exportações de janeiro a novembro de 2011 foram: China (US$ 40,7 bilhões), Estados Unidos (US$ 23,3 bilhões), Argentina (US$ 20,9 bilhões), Países Baixos (US$ 12,7 bilhões) e Japão (US$ 8,6 bilhões). Relativo às importações, os mercados que mais venderam para o Brasil foram: Estados Unidos (US$ 31,4 bilhões), China (US$ 30,2 bilhões), Argentina (US$ 15,6 bilhões), Alemanha (US$ 14 bilhões) e Coréia do Sul (US$ 9,2 bilhões).
http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=79403
“O mundo inteiro está de olho no mercado sul-americano”, diz diretor do ItamaratyTweet
O Mercosul completou duas décadas neste ano. Mesmo diante de um cenário internacional que inclui crises financeiras na Europa e nos Estados Unidos, o bloco espera consolidar-se como uma grande força global.
Para isso, as autoridades dos quatro países-membros (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), esperam fomentar as relações na região, fortalecendo o comércio exterior no bloco. Em entrevista ao Opera Mundi, Bruno Bath, Diretor do Departamento do Mercosul do Ministério das Relações Exteriores, apontou os principais desafios do bloco para os próximos anos.
Bath também alertou para a importância da forte concorrência chinesa na região.
Após 20 anos de Mercosul, qual é o principal desafio do bloco para os próximos anos?
O primeiro desafio diz respeito à crise internacional. O ambiente, que foi tão favorável de 2003 a 2008, mudou. E há indícios que durante um bom número de anos nós teremos um cenário internacional desafiador. O grande lema do Mercosul é se manter unido na busca de soluções para enfrentar a crise.
Qual é o tamanho deste desafio para o Mercosul?
É um desafio complexo, mas que também vai nos colocar diante da necessidade de aumentar as oportunidades de negócios, comércios e investimentos entre nossos próprios países. A salvação é o nosso mercado, mas o mundo inteiro está de olho no mercado sul-americano. É um dos poucos mercados que ainda está em crescimento, além do asiático.
A crise econômica acaba se definindo então como uma oportunidade para o Mercosul se fortalecer diante do mercado global?
Os mercados importadores, sobretudo de manufaturas estão em baixa. Isso não é o caso ainda dos mercados regionais. Ou seja, o Mercosul é onde o Brasil está colocando de forma mais intensa suas exportações de manufaturas. Nesse cenário, de crescimento e oportunidade para o Brasil, nós teremos que competir também com a produção chinesa. As projeções estão muito focadas no cenário regional.
O senhor considera desleal a concorrência chinesa?
A palavra desleal tem uma conotação muito precisa. Ou seja, indica se há mecanismos de dumping, entre outras coisas, por trás das importações. Não sei ao certo quais são as proporções de casos como esses nas importações chinesas, mas sabemos que há casos concretos. Há um problema mais geral, no entanto que é a tremenda competitividade sistêmica chinesa por conta dos baixos custos de produção e na presença do Estado com fortes estímulos da indústria.
E como enfrentar esse cenário?
É necessário tentar abrir uma fonte negociadora com a China, mas é muito difícil porque é uma economia muito forte, que joga globalmente e tem grande interesse em diversos setores do Brasil e Mercosul. Nós somos um importante fator para o futuro crescimento da China. Trata-se de um grande desafio diplomático para o Brasil. Com isso, podemos tentar uma negociação com a China a favor dos nossos interesses. Temos também que resolver os nossos problemas de competitividade, de gargalo na indústria e de financiamento.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/18248/%93o+mundo+inteiro+esta+de+olho+no+mercado+sul-americano%94+diz+diretor+do+itamaraty.shtml
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