Miami investe para crescer em cargas
O complexo portuário de Miami, um dos principais dos Estados Unidos, quer ter o Porto de Santos ao seu lado para aproveitar a nova fase que o transporte marítimo viverá nos próximos anos, no continente americano. A aproximação é uma das ações previstas no plano que ainda envolve investimentos expressivos na melhoria de seus acessos, como a construção de um túnel sob o canal de navegação, obra que atualmente também é debatida no cais santista.
Os planos foram apresentados a empresários e autoridades do Porto de Santos e da Baixada Santista na manhã de ontem, na sede da administração portuária, em Miami, Flórida, pelo diretor da entidade, Bill Johnson.
O encontro com o executivo norte-americano foi um dos compromissos do grupo brasileiro, que está visitando os complexos marítimos da Flórida. A viagem é parte da programação do Santos Export 2010 – Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos. O seminário acontecerá no dia 31, em Brasília.
Tribuna
Porto de Antonina dará prioridade a navios de açúcar e fertilizante
O Porto de Antonina, no Paraná, vai garantir que navios de açúcar e fertilizantes, com condições operacionais especiais de calado, tenham prioridade de atracação e movimentação. Dois berços preferenciais devem atender, simultaneamente, embarcações com estes tipos de carga. A medida, proposta pelo Governo do Estado, deve reduzir em até 10 dias o tempo de espera dos navios com destino ao terminal portuário vizinho de Paranaguá (aproximadamente 40 km distância), e ao porto de Santos, em São Paulo.
A expectativa é de que Antonina receba, em média, 20 embarcações por mês e sirva como alternativa para desafogar os dois principais portos do país, responsáveis por mais de 84% da exportação brasileira de açúcar e de 50% da importação de fertilizantes. “Nosso objetivo é, em curto espaço de tempo, minimizar as filas geradas pela grande demanda dos produtos e seus efeitos econômicos aos usuários dos portos públicos do Paraná e, ao mesmo tempo, demonstrar que Antonina é uma alternativa viável”, explica o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Mario Lobo Filho.
O Terminal Portuário da Ponta do Félix, empresa privada que tem concessão para realizar movimentações em Antonina, já se prepara para o aumento nas operações. “Em setembro, receberemos um novo guindaste e uma série de equipamentos necessários para embarque e desembarque de graneis sólidos”, adianta o diretor presidente, Luiz Henrique Tessuti Dividino. “Teremos alta nas contratações e nossa estimativa é de que mais de R$ 1 milhão seja movimentado por mês na economia local”, completa.
Para o diretor do Porto de Antonina, Paulo Moacyr Rocha Filho, o momento marca a consolidação do complexo portuário paranaense. “Nos últimos dois anos os terminais de Paranaguá e Antonina têm atraído importantes negócios e se consolidado no cenário nacional. Antonina tem crescido e diversificado suas movimentações, trabalhando com grãos, produtos congelados e carga geral”, ressalta Filho.
Até o final de 2010, o porto de Antonina contará com um novo armazém multicargas, com capacidade para cerca de 17 mil toneladas de grãos, e um pátio de armazenagem de contêineres vazios. A Appa realiza, ainda, estudos de viabilidade, em conjunto com a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (ANTAQ), para instalações futuras de indústrias ligadas à exploração do petróleo da camada Pré-Sal.
DEMANDA - A grande procura do mercado internacional por açúcar e a safra nacional de milho, que aumenta a demanda de fertilizantes, tem provocado fila de embarcações nos portos brasileiros. Em Santos, os navios de açúcar que já estão na baía podem aguardar mais de 32 dias para atracar. Em Paranaguá, a média de espera é de até 20 dias.
Segundo Valdecio Bombonatto, diretor da empresa Fortesolo e presidente do Conselho Administrativo do Terminal Portuário da Ponta do Félix, além de fatores pontuais que levaram ao aumento na procura pelos produtos, a chuva dos últimos meses agravou a lotação dos portos. “Paranaguá registrou chuva em 21 dos últimos 45 dias. A umidade inviabiliza a descarga de fertilizantes e o carregamento de açúcar, tanto em grãos quanto em sacos, ou seja, nestas condições as operações com graneis são paralisadas”, explica ele.
“A retomada da economia após a crise financeira também afetou todo o segmento. Em todo o mundo houve reposição dos estoques, que estavam paralisados pela redução das compras em 2009. No caso dos fertilizantes, os números já apontam para recorde de importações e a expectativa é de que sete milhões de toneladas de produtos como uréia, cloreto de potássio e nitratos sejam movimentadas via portos do Paraná até o final do ano”, completa.
Na exportação de açúcar, contribuiu para o crescimento a supersafra do produto no Brasil, aliada à seca na Ásia, que afetou a produção na Índia, produtor regular de açúcar para o mercado externo. De acordo com o gerente comercial da Companhia Brasileira de Logística (CBL), Helder Sergi Catarino, os eventos geraram reação dos preços internacionais, do consumo em alguns países e conquista de novos mercados. “Países como a China, por exemplo, que não importavam o açúcar brasileiro, passaram a ser grandes consumidores”, conta.
Nesta segunda-feira (16), o porto de Paranaguá tem dois navios de açúcar operando e 31 aguardando para atracar. E outros quatro navios de fertilizante atracados e 19 no aguardo para atracar.
Agência Estadual de Notícias do Paraná
Funcionários da Gol entram em estado de greve, mas voos operam normalmente
Os funcionários da Gol Linhas Aéreas entraram em estado de greve ontem (15/08), porém a empresa informou que os voos operaram normalmente no mesmo dia, com bons índices de pontualidade e regularidade. A greve foi decidida após uma assembleia promovida pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas de São Paulo.
As reivindicações dos funcionários incluem redução das jornadas, fim da pressão para que trabalhem fora do horário previsto, 25% de reajuste salarial e pagamento de planos de saúde e previdência. Foi marcada uma audiência de conciliação das partes para sexta-feira (20/08), no Ministério Público do Trabalho. Caso haja mesmo a paralisação, a companhia ficará com apenas 30% dos voos em operação.
Os afetados pelos atrasos nos voos do início deste mês, participantes do programa de fidelização Smiles, receberam 500 milhas da empresa. A Gol informou ontem também que, segundo um boletim divulgado pela Infraero às 18h do mesmo dia, da meia-noite até o momento, 94,7% das 488 operações programadas pela companhia haviam decolado dentro do horário previsto e apenas cinco voos estavam com atraso superior a 15 minutos.
Mercado & Eventos
Caminhoneiros param maior corredor de exportação de soja do país
Transportadoras de soja e caminhoneiros do Estado do Mato Grosso paralisaram o principal corredor de exportação de soja do país. A categoria iniciou a mobilização como protesto pelas péssimas condições dos terminais de Alto Taquari e Alto Araguaia (MT), administrados pela operadora ferroviária ALL (América Latina Logística).
Os terminais recebem por dia pelo menos 300 caminhões e movimentam mais de 25 mil toneladas de produtos a granel (principalmente soja, farelo de soja e milho). Nos períodos de safra, esse número pode alcançar 1.000 caminhões. Os caminhoneiros reclamam das precárias condições do terminal, como a falta de pavimento nos pátios e o excessivo tempo de permanência para o descarregamento da carga.
Segundo o diretor da Fettremat (Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso), Olmir Feo, a falta de pavimentação nos terminais deixa os motoristas em meio à poeira durante a seca. "O ar fica irrespirável. E, dependendo da situação, um motorista tem de esperar até 24 horas para descarregar. No tempo de chuva, acaba a poeira, mas começam os atoleiros", aponta.
A reportagem da Folha já percorreu a perigosa BR 163, que interliga o Norte do Mato Grosso (área de grande produção de grãos) até o sul do Estado, onde a ALL recebe a produção e faz o transbordo para as composições que rumam para o Porto de Santos.
O tempo de permanência no terminal para o desembarque supera as 24 horas, podendo alcançar mais de 48 horas de espera em alguns períodos.
A mobilização tem o apoio de sete entidades ligadas ao transporte da carga no Mato Grosso. A ATC (Associação dos Transportadores de Cargas do Mato Grosso) emitiu comunicado para que todas as empresas de transporte recusem frete para Alto Taquari e Alto Araguaia.
Segundo a coordenação do movimento, os principais embarcadores (como Bunge, Amaggi e ADM) suspenderam a liberação da soja no interior do Mato Grosso.
De acordo com Feo, o movimento vem sendo articulado desde a semana passada e seguirá por tempo indeterminado. "Orientamos os colegas a não aceitar fretes para o terminal a partir de hoje. E vamos ficar de plantão na entrada para conversar com quem insistir em fazer a descarga", disse ele.
Os motoristas afirmam que só suspendem o movimento mediante um compromisso formal da ALL junto ao Ministério Público do Trabalho a partir do qual a companhia se comprometa a resolver os problemas dos dois terminais.
Liminar - Mesmo antes da greve, a categoria obteve uma vitória. A Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário conseguiu na Justiça do Trabalho uma liminar que exige da ALL melhoria nas condições ambientais dos dois terminais, como a contratação de carros-pipa para molhar o pátio e reduzir a poeira.
Pelo despacho do juiz do trabalho Juarez Gomes Portela, a ALL também está proibida de barrar motoristas que protestam pelas péssimas condições dos terminais ou pelo tempo excessivo de espera. Segundo relato da ATC, a operadora bloqueia o CPF de caminhoneiros mobilizados impedindo-os de descarregar os caminhões.
A justiça trabalhista também determinou que a ALL amplie a capacidade de recebimento de grãos a fim de reduzir as filas nos terminais. À Folha, a assessoria de imprensa da ALL diz que o movimento não fechou os terminais. A empresa diz que fez "significativas melhorias" nos pátios de descarga desde 2006, quando assumiu a operação da Ferronorte, e que o processo não foi concluído.
Folha Online
Movimentações tem alta de 18%
O Porto de Roterdã (Holanda) registrou um incremento de 18% na movimentação de contêineres, subindo 18%, para 5,4 milhões de Teus (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) de janeiro a junho.
O CEO do Porto de Roterdã, Hans Smits, anunciou aumento de 14,8% em todos os setores, para 213 milhões de toneladas no primeiro semestre. As mercadorias que registraram maior movimentação neste período foram contêineres e minério de ferro, além de produtos de óleo mineral durante o primeiro trimestre.
"Roterdã está se beneficiando com a recuperação do comércio mundial, especialmente entre China e Alemanha. A movimentação agora é mais ou menos igual ao que era em 2008. Na segunda metade do ano, o crescimento tende a diminuir", disse Smits.
O setor de carga geral apresentou performance positiva de 16% de aumento no primeiro semestre, com as movimentações passando de 9 milhões de toneladas para 66 milhões de toneladas.
A entrada e saída de contêineres obteve incremento de dois dígitos. Em termos de peso, o rendimento subiu 18%, para 55 milhões de toneladas; em números, também em 18%, para 4,6 milhões de Teus - crescimento de 812 mil Teus.
O porto de Roterdã informou que o tráfego de cargas ro-ro - fortemente influenciado pelo mercado britânico - também está se beneficiando com esta valorização, com incremento de cerca de 2%, para 8 milhões de toneladas.
Como parte da tendência de recuperação, Roterdã viu um aumento de 14,3% em volumes de granéis no primeiro semestre, para 146 milhões de toneladas. Apesar do resultado, os números para cargas agrícolas e carvão apresentaram baixas de 20% e 1%, respectivamente.
Todos os outros tipos de carga registraram valores positivos: minérios cresceram em 150%, outros granéis sólidos, 36%. O petróleo bruto subiu ligeiramente em 3%, e produtos de óleo mineral obtiveram aumento de 8%.
Grupo Intermodal - Guia Marítimo
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