LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 27/08/2010

Importação de aço bate recorde e deve chegar a 20% do consumo nacional
Disparada. Historicamente mantida entre 6% e 7%, participação deve ser a maior da história este ano, segundo estimativa das siderúrgicas nacionais. Variação do câmbio, incentivos fiscais estaduais e federais e temor de alta dos preços são as explicações

Previsão. A expectativa é de que, ao fim de 2010, o País tenha importado 4,1 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos para um consume de 24 milhões

A participação do aço importado no consumo interno brasileiro, historicamente mantida entre 6% e 7%, este ano deve bater recorde e ficar na casa de 20%, pelas estimativas do Instituto Aço Brasil (antigo IBS), que representa as siderúrgicas nacionais.

"Está ocorrendo um processo especulativo. Diante da perspectiva de preços mais elevados, as distribuidoras estão com quase quatro meses de estoque. Fizeram aposta de cassino", disse ao Estado o presidente do instituto, Marco Polo de Mello Lopes.

De janeiro a junho ingressaram no mercado nacional 2,528 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, volume superior a toda a compra externa de aço de 2009, de 2,231 milhões de toneladas. A expectativa é de que, ao fim de 2010, este montante chegue a 4,150 milhões de toneladas, para um consumo também recorde de 24,980 milhões de toneladas.

Fortemente impactados pela crise de 2008, a produção e o consumo de aço no Brasil atravessaram todo o ano de 2009 tentando recuperar perdas.

A produção cresceu paulatinamente, de acordo com o cronograma de reativação de seis alto-fornos que foram abafados de forma simultânea, o que nunca havia ocorrido no País.

As próprias usinas nacionais tiveram de importar aço para honrar encomendas quando em época de reaquecimento de demanda. Vieram do exterior este ano 213.960 toneladas de aço importado por Usiminas, CSN, ArcelorMittal e Gerdau.

O IABr não confirma as empresas importadoras, mas garante que o total correspondeu a apenas 8% das compras externas no primeiro semestre e "foi pontual".

Mello Lopes adverte para o risco de desindustrialização que o Brasil corre com o aumento descontrolado das importações diretas (placas e bobinas) e indiretas (máquinas, equipamentos e bens de consumo, como automóveis) de aço. Para ele está ocorrendo uma convergência de fatores como câmbio, incentivos fiscais estaduais e federais e um processo especulativo no qual o mercado distribuidor aguarda o aumento no preço interno do aço para elevar ganhos de importação.

De acordo com levantamento do instituto, 58% dos produtos siderúrgicos importados no primeiro semestre ingressaram por cinco Estados (Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Santa Catarina e Paraná) e sete portos, alguns deles sem tradição neste tipo de movimentação.

Distorção. Paulo Cesar Cortes Corsi, presidente do porto de São Francisco do Sul, reconhece que está havendo alguma distorção no mercado, mas acredita que o preço do aço nacional também não está competitivo. "Certamente o aço aqui está mais caro, senão não estaria entrando tanto produto externo", avalia.

Ele diz que, de janeiro a julho deste ano, o porto recebeu 198 mil toneladas de aço vindas de diversos países, especialmente da China. O aumento em relação a todo o ano passado, com importação de 30.600 toneladas, foi de mais de 500%. As exportações também cresceram, mas não no mesmo nível: passaram de 6 mil para 54 mil toneladas.

"O volume de bobinas de aço importadas realmente cresceu muito. Talvez por causa do câmbio, mas talvez esteja ocorrendo uma grande distorção no mercado. O quadro da indústria é de capacidade ociosa. Isso não se explica", diz Corsi, intrigado. Ele lembra que o porto de Santa Catarina não é exatamente novato na movimentação de aço por causa da siderúrgica local Vega do Sul. Mas admite que o aço que entra pelo porto de São Francisco do Sul não se destina ao mercado de Santa Catarina.

Mello Lopes, do IABr, sustenta que o mercado siderúrgico chinês, fortemente subsidiado pelo governo de seu país, concorre de forma desigual no Brasil. "A alternativa seria que o País tivesse como prioridade olhar o seu mercado interno", diz, criticando os incentivos fiscais e as facilidades de importação. Único fabricante brasileiro de chapas grossas de aço para a indústria naval, o grupo Usiminas/Cosipa solicitou ao governo uma investigação antidumping contra a importação de chapas grossas da China.

A Transpetro, empresa de transportes da Petrobrás, transformou-se na principal fonte de demandas do produto. Desde 2007, quando iniciou as encomendas para seu programa de renovação de frota (Promef), comprou cerca de 150 mil toneladas de aço. Apenas um terço desse total foi encomendado no Brasil. A maior parte veio da China, Ucrânia e Coreia do Sul. A empresa informou, por meio da assessoria de imprensa, que realizou tomadas internacionais de preço que envolveram 15 siderúrgicas de oito países. O critério para declarar o vencedor foi preço.
O Estado de S.Paulo



EUA anunciam política mais severa para importações da China
O secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke, anunciou 14 propostas que têm como objetivo combater práticas comerciais injustas que podem aumentar a tensão do país com a China.

As medidas preveem, entre outras coisas, que as tarifas antidumping aplicadas pelos EUA passem a ser calculadas levando em consideração os custos trabalhistas dos produtos importados, assim como subsídios à exportação que esses produtos eventualmente recebam em seu país de origem.

"A administração Obama está comprometida a reforçar a prática das nossas leis de comércio, a fim de garantir um espaço justo para que as empresas norte-americanas e seus funcionários - motores do nosso crescimento econômico", afirmou Locke em um comunicado.

As políticas devem ser implementadas nos próximos meses, após a realização de uma audiência pública sobre o tema. As informações são da Dow Jones.
Agência Estado



Novo programa de exportação
A gerente de Relações Internacionais da Comunidade Urbana de Dunkerque-França, Pauline Dubois, apresentou ontem aos empresários presentes na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) um novo programa de exportação chamado Exporta + Marítimo.

O projeto está tramitando na Coordenadoria Geral do Sistema Aduaneiro (Coana) e pretende simplificar as exportações por meio do transporte marítimo.

Pelo projeto será possível realizar embarques sem limitação de peso ou volume para a carga exportada. Os produtos exportados utilizarão a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) para operações com valores até US$50 mil.

De acordo com Dubois, as pequenas empresas e os artesãos, agricultores e profissionais autônomos poderão se beneficiar do programa, já que devem conseguir driblar a burocracia.

O projeto se assemelha ao Exporta Fácil dos Correios, mas permite um volume maior de exportações, o que deve facilitar bastante a venda de produtos de micros e pequenas empresas.
Portos e Navios



MINÉRIO MUDA A PAUTA DE EXPORTAÇÕES DO PAÍS
A adoção do novo sistema de reajustes trimestrais do minério de ferro teve forte impacto sobre o resultado da Vale no segundo trimestre. Além do lucro e o melhor desempenho operacional e financeiro da mineradora, desde o choque financeiro global do terceiro trimestre de 2008, a Vale passou a Petrobras e assumiu o posto de maior empresa exportadora brasileira.

No acumulado do ano até julho, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a Vale exportou US$ 10,143 bilhões, ante US$ 10,139 bilhões da estatal petrolífera.

No final do ano passado, a estatal detinha uma parcela de 8,04% das exportações do Brasil, enquanto a mineradora, com um volume de vendas externas de US$ 10,826 bilhões, tinha uma parcela de 7,08%.

A Petrobras mantinha a primeira posição entre as exportadoras brasileiras desde 2002, quando passou a então líder, Embraer. Ainda de acordo com dados do Mdic, outras empresas que estão entre as dez maiores exportadoras são: Bunge (US$ 2,6 bilhões), Embraer (US$ 2,0 bilhões) Cargill (US$ 1,8 bilhões) e Brasil Foods (US$ 1,2 bilhões).

Na visão do vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o ritmo atual de exportações das companhias indica que é bastante factível que a Vale seja a primeira exportadora do País no balanço consolidado do ano.

"A Vale já chegou a estar à frente ao longo de 2009, mas, por conta de uma alta forte do petróleo no segundo semestre, acabou o ano atrás. Porém, para este ano não há perspectiva de grande variação nos preços do barril do petróleo e do minério de ferro nos próximos meses que faça esse ritmo se alterar significativamente. Com isso, a Vale deve encerrar o ano pela primeira vez à frente", pontua o vice-presidente da AEB.

Para o analista de comércio exterior Ivan Boeing, os elevados reajustes do preço do minério de ferro colocaram o produto como principal item de exportação nos sete primeiros meses deste ano e ajudaram a Vale a ultrapassar a Petrobras, contudo a queda nas compras do petróleo foi outro contribuinte para a inversão de posições das vendas externas.

"No acumulado do ano, a Vale teve alta de 57,65% frente ao mesmo período de 2009, enquanto a estatal petrolífera - mesmo beneficiada com o avanço da cotação internacional do petróleo e com taxa de crescimento de 85,83% - exportou menos pela diminuição de mercados compradores em decorrência da crise mundial", frisa Boeing.

De acordo com os dados até a terceira semana de agosto, a Vale segue em ritmo de exportações mais forte.

Enquanto foram vendidos para o exterior US$ 167 milhões por dia de minério de ferro, foram exportados R$ 105 milhões por dia em petróleo e seus derivados, que significam 100% das vendas da Petrobras tem como destino os países do exterior.

"A disputa das duas empresas pela liderança da pauta de exportações, porém, consolida a concentração da pauta brasileira em poucos produtos", diz Castro.

Segundo dados do Mdic, de janeiro a julho, as duas empresas responderam por 19% das exportações do País.

Segundo Boeing as exportações de minério totalizarão US$ 19 bilhões este ano, enquanto as exportações de petróleo somarão entre US$ 17 bilhões e US$ 18 bilhões.

No ano passado, a Petrobras exportou US$ 12,3 bilhões, enquanto a Vale gerou US$ 10,2 bilhões em vendas de minério para fora do país.
"A participação da China na nossa receita de vendas caiu para 27,2% no segundo trimestre, ante 37,6% no segundo trimestre de 2009, refletindo crescimento mais equilibrado da demanda global por minérios e metais", destacou a mineradora em nota.

As importações de minério de ferro pela China em julho somaram 51,2 milhões de toneladas, 11,8% abaixo de julho de 2009 e 8,5% acima de junho, segundo dados do Mdic.

As exportações de produtos de aço em julho atingiram 4,55 milhões de toneladas, mais do que o dobro de julho de 2009.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que tomará uma decisão política no processo que definirá o preço do barril de petróleo a ser utilizado na capitalização da Petrobras.

"Estou aqui para tomar a decisão política. Quando os técnicos se puserem de acordo, tomarei a decisão política", afirmou Lula.

A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, disse que o governo continua debruçado sobre os estudos das certificadoras internacionais para tentar um preço de consenso para o barril de petróleo nas reservas que serão cedidas pela União à Petrobras ainda esta semana e garantir a realização da capitalização da estatal em 30 de setembro.
Diário do Comércio e Indústria



PORTA DE ENTRADA
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, vai ter um estande para as empresas brasileiras exporem seus produtos, prospectarem o mercado e fecharem negócios na Mactech, a maior feira de máquinas e equipamentos do Oriente Médio.

Esta será a primeira vez que o Brasil participa do evento, que no ano passado reuniu 750 expositores de 44 países. A Mactech, que acontece na cidade do Cairo, de 25 a 28 de novembro, é considerada a porta de entrada para um mercado que compra do mundo cerca de US$ 81 bilhões anuais em máquinas e equipamentos.

O Egito, por exemplo, no ano passado importou US$ 6,13 bilhões, o que faz do setor de máquinas e equipamentos o responsável por 11% das compras do país no mercado internacional e o principal item da sua pauta de importação.

Demanda e crescimento
No entanto, as exportações brasileiras de máquinas e equipamentos para o Egito, considerando o que o país compra no mercado internacional, ainda são muito pequenas. De janeiro a julho deste ano o Brasil vendeu para os egípcios US$ 19,5 milhões e, no ano passado, US$ 33 milhões.

Há, pela competitividade e qualidade dos produtos da indústria brasileira de máquinas e equipamentos, condições de aumentar substancialmente a participação do Brasil nesse mercado, cuja demanda por bens de capital, em função do crescimento de sua economia, é cada vez maior.

Os dados de organismos internacionais, como o FMI, mostram que o crescimento econômico do Egito é sustentável. Este ano, o PIB do país árabe deverá ultrapassar os US$ 450 bilhões, um salto de 5,5% em relação a 2009.
Equipe precursora
E é justamente para mostrar aos árabes a qualidade e a competividade dos produtos brasileiros neste setor que uma equipe da Câmara Árabe irá ao Egito em outubro. Para isso, estão sendo agendadas reuniões com empresários, importadores e órgãos governamentais daquele país.

Antes da Mactech, a equipe da Câmara Árabe vai traçar para os participantes dessas reuniões uma radiografia da indústria brasileira de máquinas e equipamentos e apresentar um perfil das empresas nacionais que irão expor no evento.Com isso, os importadores que visitarem o estande da Câmara já terão informações prévias dos produtos fabricados pelas indústrias brasileiras
Acordo
Para o secretário-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, o tratado de livre comércio assinado recentemente pelo Egito com o Mercosul deverá contribuir para a expansão da corrente comercial entre o Brasil e o país árabe, que em até cinco anos poderá chegar a US$ 4 bilhões.No ano passado, a corrente comercial entre os dois países foi de US$ 1,7 bilhão.
O setor de máquinas e equipamentos é um dos contemplados pelas reduções tarifárias previstas no acordo. Isso o torna mais competitivo e, portanto, em condições de enfrentar os concorrentes internacionais.

"Com isso, o Brasil tem condições de expandir sua participação no mercado egípcio de bens de capital. É preciso também que, além do acordo de livre comércio, haja linhas regulares de financiamento, a juros compatíveis com o mercado internacional, para exportações da indústria brasileira de máquinas e equipamentos", avalia Alaby.

O setor
No primeiro semestre deste ano, as vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos geraram uma receita de R$ 33,9 bilhões, um crescimento de 13,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A previsão para este ano é de um faturamento próximo a R$ 70 bilhões.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), as exportações do setor cresceram 6,5% em relação ao primeiro semestre do ano passado, resultando em uma receita de US$ 4,04 bilhões.

Cinco países árabes estão entre os 50 maiores compradores de máquinas e equipamentos do Brasil. São eles: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Sudão e Egito.
Agência Anba

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