País projeta triplo da capacidade para 2020
O Ministro dos transportes da Índia declarou que a capacidade dos portos do país aumentaria de 1 bilhão para 3,5 bilhões de toneladas em um intervalo de 10 anos. O anúncio veio após reunião com altos oficiais do conselho de desenvolvimento marítimo em Nova Deli, para reportar progressos em projetos atuais e definir áreas prioritárias.
"Estima-se que os portos indianos terão de movimentar um volume de 2,5 bilhões de toneladas em 2020. Desta forma, a capacidade portuária deve aumentar para pelo menos 3.5 bilhões de toneladas, a fim de preparar os complexos portuários para o aumento de demanda. Desta maneira, evitaremos todo tipo de atrasos e filas de espera nos portos", disse o ministro.
Entre os tópicos contemplados pelo representante governamental, está uma maior ênfase no desenvolvimento de complexos menores, através da participação de iniciativa privada. "A contribuição de portos de menor visibilidade na movimentação de cargas representou 30% do total transitado no setor portuário, no período fiscal de 2008 a 2009", explica o ministro.
Anteriormente, o governo indiano havia lançado um plano nacional de desenvolvimento para os anos de 2005 a 2012, investindo cerca de US$ 12 bilhões para implementar diversos projetos de expansão de capacidade, sendo que cerca de US$ 8 bilhões do montante veio do setor privado.
Entre os principais projetos previstos, estão um quarto terminal de contêineres no Porto de Nhava Sheva - considerado o maior da Índia - e uma instalação em águas profundas de 4 milhões de Teus (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) de capacidade em Chennay, com licitação ainda em andamento.
A Índia possui 13 complexos portuários principais e aproximadamente 200 portos menores, localizando ao longo da costa do país. A tonelagem estimada de cargas no período fiscal de 2009-2010 foi de 845 milhões de Teus, 13,6% maior do que no ano anterior.
Grupo Intermodal - Guia Marítimo
Porto enfrentará 'dias negros'com congestionamentos nesta semana
A Baixada Santista deve enfrentar grandes congestionamentos nos acessos ao Porto de Santos nos próximos dias, por conta do feriadão de Independência, na terça-feira. As filas de caminhões e carretas nas estradas serão maiores do que nas últimas semanas. Para representantes do setor portuário, tais problemas serão inevitáveis, até porque a Ecovias prevê a chegada à região de 410 mil veículos até terça.
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Cargas do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, a tendência é haver “dias negros” nos acessos à região. “Já nos é comum enfrentar congestionamentos. Quando o volume aumenta, o trânsito fica pior”.
Os motoristas de carros de passeio que descem a Serra em busca de lazer não são, contudo, os únicos protagonistas dos congestionamentos registrados às vésperas e ao término dos feriadões.Os donos das cargas que serão embarcadas no Porto antecipam suas entregas aos terminais, ou deixam para enviá-las apenas no dia seguinte ao recesso, intensificando ainda mais o trânsito em direção ao complexo santista.
Basta lembrar o que aconteceu na volta do Dia da Independência do ano passado: milhares de caminhões represados, formando filas que se estenderam pela Via Anchieta.
A Tribuna apurou junto a representantes do setor que 10 mil caminhões deverão descer em direção ao Porto somente amanhã. Em dias normais, esse volume gira em torno de 5 mil. Na quarta-feira, o complexo deve receber cerca de 15 mil, considerando os que deixaram de operar no dia anterior mais o programado para a data.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC), Martin Aron, “na atual situação de aumento de carga no Porto, vai haver congestionamento antes e depois do feriado”.
Aron disse que um dos motivos para isso é o fato de os usuários do Porto não distribuírem a entrega das cargas durante todo o dia. “Não se trabalha com o conceito de 24 horas. Concentram tudo das 7 às 19 horas. Durante a madrugada, o movimento cai drasticamente, embora os terminais estejam esperando para receber”.
Marques da Rocha apontou, ainda, que a restrição da circulação de veículos de carga nas marginais de São Paulo é outro fator que colabora para o represamento da carga nos feriados.
Para José Luiz Ribeiro Gonçalves, queaté aúltima quarta-feira presidia o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos da Baixada Santista (Sindicam), o início do feriadão, amanhã, deve ser o mais complicado. “O fluxo já está aumentando. No início do feriado poderemos ter muita gente mandando carga ainda, como está acontecendo com o açúcar”.
REINCIDÊNCIA
O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Italino Staniscia Filho, previu que a situação dos últimos dias se repetirá neste feriado, com muitos caminhões em direção ao Porto. Ele lembrou que o tempo bom também deve trazer muita gente à região, aumentando a ocupação das estradas.
Staniscia acredita que, neste feriadão, será essencial o monitoramento das estradas da região pela sua concessionária, a Ecovias, a fim de reduzir os impactos aos usuários do Porto de Santos e aos moradores e turistas que estarão visitando a Baixada Santista.
A Tribuna
Apagão nos portos causa prejuízos às exportações de couro
O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil – CICB denuncia a ocorrência cada vez mais freqüente de cancelamentos de navios destinados aos principais portos brasileiros, causando enormes prejuízos às exportações de couro, alerta Wolfgang Goerlich, o presidente da entidade, que representa, há 53 anos, as 800 empresas de produção e processamento de couro.
“Os armadores responsabilizam as condições precárias e a superlotação dos nossos portos pelo problema, apontando os altos custos e a demora nos portos que, muitas vezes, não oferecem mínimas condições para atender os navios nos prazos previstos, razão principal dos desvios das embarcações e os cancelamentos”, alerta o executivo. Goerlich explica que as empresas de processamento e produção de couro associadas ao CICB vêm sofrendo prejuízos com esta situação, que é muito grave nos portos do Nordeste, com destaque para Salvador/BA, mas, também, em Santos/SP, Paranaguá/PR e Rio Grande/RS.
“Os cancelamentos chegam a 20% das já escassas escalas e os prejuízos por falta de embarque nas datas estabelecidas nos contratos provocam prejuízos diretos estimados entre US$ 150 e 200 milhões, além das perdas de confiabilidade perante os nossos clientes no exterior”, salienta o presidente do CICB.
A indústria curtidora brasileira, responsável por cinqüenta mil empregos diretos, depende da exportação para escoar mais de 50% da sua produção e, apesar de todas as dificuldades, contribuiu significativos 11% para a balança comercial brasileira nos primeiros sete meses de 2010.
“A nossa indústria mobilizou todos os recursos possíveis e desenvolve os maiores esforços para recuperar e aumentar as nossas exportações depois da crise de 2008/09, e, apesar da taxa de câmbio desfavorável e do alto ‘Custo Brasil’, tem alcançado resultados extraordinários”, explica o executivo.
Em sua opinião, constatar agora que grande parte do trabalho foi perdida pelas deficiências na hora do embarque causa profunda decepção. Wolfgang Goerlich destaca que, caso o País dispusesse de uma infra-estrutura adequada, aliada a uma estrutura portuária moderna, “ao invés de exportarmos US$ 1,7 bilhão (previsão para 2010), poderíamos atingir US$ 1,9 bilhão, além de cobrarmos rigorosamente os serviços contratados dos armadores”.
Diante da gravidade da caótica situação portuária, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) encaminhou documento a todas as esferas governamentais para alertar sobre o problema, pedindo soluções urgentes, antes que o a indústria brasileira do couro e demais segmentos exportadores sofram mais prejuízos e percam a credibilidade no acirrado mercado internacional.
Agronotícias
Infraero reativa antigo terminal do aeroporto Salgado Filho
Serão investimentos R$ 2 milhões na reforma e em equipamentos
O fluxo crescente de passageiros fez a Infraero antecipar cronogramas para retomar voos regulares no antigo terminal do Aeroporto Internacional Salgado Filho. A estrutura, desativada para esta operação há dez anos e que hoje é usada ocasionalmente por aeronaves executivas, aumentará em 30% a capacidade de pousos e descolagens simultâneos no complexo aeroportuário. Já a tão aguardada ampliação da pista ganhou novo rumo: a estatal que administra os terminais no País decidiu que o Exército executará a obra. O convênio com este propósito deve ser firmado até outubro, conforme o superintendente do Salgado Filho, Jorge Herdina.
O aumento da capacidade e a melhoria na operação - a nova extensão da pista permitirá voos diretos sem escalas para a Europa e Estados Unidos, por exemplo -, são vitais para assegurar condições de transporte para a Copa do Mundo de 2014, que terá uma das sedes em Porto Alegre. O superintendente informou que a preparação para dotar o antigo terminal com equipamentos e espaços adequados a passageiros já está em curso. O investimento será de R$ 2 milhões.
No saguão do antigo terminal, as movimentações das obras de preparação já são visíveis. Serão instalados 20 balcões de ckeck in e dois conjuntos de raio-X para processamento de passageiros. Salas de embarque e desembarque serão ampliadas e a esteira de bagagem sofrerá reforma. Para a reativação, o superintendente explica que itens obrigatórios serão assegurados, que incluem ainda banheiros com acessibilidade e área de táxis e terminal de ônibus. Está em estudo o dimensionamento de funcionários da Infraero e equipes de apoio. A estatal dispõe de banco de concursados para suprir a necessidade.
As conversações com as empresas aéreas que podem se interessar pela nova opção estão aceleradas. O apelo de dezembro, que marca uma das temporadas de maior movimento no setor, também é uma carta na manga. "A decisão é de ter que garantir a operação em dezembro. Não tenho dúvida de que isso ocorrerá", reforça Herdina, que enaltece o clima de nostalgia na volta do antigo terminal. A ativação ganhou maior relevância com o fluxo recorde de agosto. Dados preliminares registram mais de 600 mil pessoas transportadas. Com isso, a expectativa de fluxo para 2010 de 6,5 milhões pode ser superada.
A antiga estrutura é dotada de pátio com nove posições para aeronaves. A intenção é disponibilizar sete. O atual terminal, inaugurado há dez anos, tem 21 posições. Por isso, a capacidade aumenta em 30%. O potencial de voos quem ditará é o mercado, condiciona Herdina. Mas a direção do Salgado Filho é otimista e projeta em 1 milhão de passageiros por ano. Segundo o executivo, a nova alternativa deverá ser um recurso para ampliar a oferta nos horários mais disputados, e com maior preço, entre 6h e 8h.
Já no atual terminal, a direção faz ajustes finais para a contratação da instalação do chamado Módulo Operacional Provisório (MOP), que agregará o dobro dos atuais balcões de check in, alcançando 60 posições, disponibilizará nova sala de embarque e mais canais de verificação (raio-X). O MOP deve ser implantado até a metade de 2011.
A estrutura, que já foi chamada de "puxadinho" por um diretor da Azul Linhas Aéreas, será mantida enquanto não estiver pronta a ampliação do terminal, orçada em R$ 345 milhões e incluída em julho no rol de prioridades para a Copa de 2014. Em três anos, deverá ser executada a primeira fase, elevando para 8,5 milhões a capacidade de fluxo de pessoas por ano.
A meta final é de 12 milhões de passageiros. Outra frente de obras é o complexo logístico, com terminal de cargas e novo pátio, em contratação. O Salgado Filho ganhará ainda novo edifício garagem e a pista atual também está em obras.
Exército vai realizar obra de ampliação da pista para reduzir custos e assegurar cronograma
A opção pela ampliação da pista utilizando recursos de engenharia e construção domésticos, já que a área militar integra a União, cumpre duas finalidades, segundo o superintendente do Salgado Filho, Jorge Herdina: reduzir custos e assegurar cronogramas. O orçamento, caso a via fosse empreiteira privada, era previsto em R$ 188 milhões. Quanto ao novo valor do projeto, Herdina informa não conhecer detalhes. "A contratação e toda negociação são feitas pela Infraero", justifica.
Segundo o superintendente, a complexidade da obra também pesou na escolha. Ele foi comunicado da decisão pela estatal no começo de agosto e garante que o prazo para largada na execução se mantém entre outubro e novembro deste ano. Herdina cita que a solução militar não será privilégio de Porto Alegre. Ela vem sendo usada em outros terminais. A alternativa seria uma prevenção ainda a riscos de atrasos na conclusão da licitação.
A meta é concluir a extensão, que será elevada dos atuais 2.280 metros para 3.190 metros, em final de 2012. "Teremos depois alguns meses antes da Copa das Confederações, na metade de 2013, para homologar equipamentos e o novo status para pouso e decolagens de aeronaves de maior porte", projeta Herdina. O upgrade da pista possibilitará a instalação de instrumentos que permitirão pousos com visibilidade menor - hoje um dos maiores gargalos do Salgado Filho. Nevoeiros frequentes provocam cancelamento e adiamentos de voos principalmente na largada da manhã, justamente os horários mais cobiçados pela companhias.
O início da obra depende ainda do cumprimento pela prefeitura da Capital da remoção de 204 famílias da vila Dique, situadas na área onde ocorrerá a expansão e que terá as primeiras medidas de preparação do terreno. O prazo é setembro. O governo estadual comandará ainda as desapropriações de residências do Jardim Floresta e de terrenos industriais, avaliadas em R$ 60 milhões e com recursos já reservados pela Infraero, situadas nas mediações da Avenida Severo Dullius e destinadas ao novo complexo de cargas.
Jornal do Comércio/RS
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