LEGISLAÇÃO

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

COMERCIO EXTERIOR - 09/09/2010

Seminário internacional discute integração produtiva no Mercosul
Será realizado, no próximo dia 9 de setembro, o "Seminário Internacional Integração Produtiva no Mercosul: construindo uma agenda positiva para o Mercosul". O evento é promovido pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Secretaria de Indústria e Comércio do Ministério da Indústria da Argentina, Rede Latinoamericana de Política Comercial (LATN) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com apoio do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A abertura do seminário, às 9h, no auditório do Conselho Federal da OAB, em Brasília, irá contar com a participação do ministro Miguel Jorge e de seus contrapartes do bloco econômico: a ministra argentina Débora Giorgi e os ministros paraguaio Francisco José Rivas Almada e uruguaio Roberto Kreimerman. Estão previstas ainda a presença do ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, do secretário do Mercosul, Augustín Colombo Sierra, da diretora da LATN, Diana Tussie, e do presidente do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante.

Painéis
Dois painéis compõem a programação do seminário. O primeiro terá como tema a integração produtiva do bloco econômico propriamente dita e irá contar com o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, como moderador. As apresentações serão feitas pelo secretário de Indústria e Comércio da Argentina, Eduardo Bianchi, e pelo presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri. O debator será o coordenador-geral do Grupo de Integração Produtiva do Mercosul, Hugo Varski.

O segundo painel irá tratar do papel das empresas e das políticas públicas na integração produtiva em bens no Mercosul. O moderador será o assessor da Secretaria de Indústria e Comércio da Argentina, Marcelo Marzocchini. Os apresentadores serão a diretora de Relações Comerciais e Negociações Internacionais da Associação dos Industriais Metalúrgicos da República da Argentina (Adimra), Cristina Alonso, e o diretor de Negociação da empresa brasileira Marcopolo, Paulo Andrade Jesus. O diretor do Departamento de Indústrias de Equipamentos de Transporte da Secretaria do Desenvolvimento da Produção do MDIC, Paulo Bedran, será o debator.

Integração Produtiva
A integração das cadeias produtivas dos países membros do Mercosul busca alcançar vantagens competitivas no intrabloco, de forma que a internacionalização de empresas possa reduzir as assimetrias regionais, com o envolvimento de pequenas e médias empresas locais. O governo brasileiro já definiu os temas da internacionalização de empresas e integração produtiva com a África, a América Latina e o Caribe como programas da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP).
Neste sentido, diálogos com Argentina, Uruguai e Venezuela vêm sendo aprofundados rumo à complementação industrial e ao desenvolvimento de uma agenda comercial em oito setores estratégicos: petróleo e gás, máquinas e implementos agrícolas, aeronáutica, autopeças, eletrodomésticos (linha branca e marrom), madeira e móveis, vitivinicultura, e lácteos.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC



Receita prepara projeto para facilitar trabalho de aduanas do Mercosul
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai adotarão um documento único para a internalização e desembaraço de mercadorias transacionadas no Mercosul para efeito de fiscalização nas aduanas. O "Documento Único Aduaneiro do Mercosul" é uma das diretrizes do projeto de adequação da infraestrutura alfandegária em conclusão na Receita Federal. A readequação modificará procedimentos de controle e fiscalização em 126 aduanas, 164 portos e instalações portuárias, 33 pontos de fronteiras, 37 aeroportos, 67 portos secos e 23 recintos de remessas postais.

Os acertos para a adoção do "Documento Único Aduaneiro do Mercosul" foram definidos na semana passada durante encontro dos representantes dos quatro países em João Pessoa. O formulário será eletrônico e conterá especificações comuns aos integrantes do bloco. Também foi acordado que importadores, exportadores e agentes de comércio exterior terão de prestar informações com antecedência às alfândegas dos quatro países. O prazo para o envio dos dados ainda está por ser fixado.

O subsecretário de Aduana da Receita Federal, Fausto Vieira, diz que esse novo documento vai uniformizar as exigências de controle das operações de comércio exterior para os integrantes do bloco. "O 'Documento Único Aduaneiro do Mercosul' melhorará a gestão de risco, porque permitirá a comparação das informações entre os países."

O modelo de fiscalização "Operador Econômico Autorizado" é a segunda diretriz da reformulação das aduanas. A partir desta semana, importadores, exportadores e entidades empresariais receberão cópia da minuta desse sistema de controle, que será discutido na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Dirigido às grandes companhias que fazem operações de importação e exportação, o "Operador Econômico Autorizado", tecnicamente chamado de OEA, consiste na classificação de risco dessas empresas de grande porte. Essas firmas serão instadas a se comprometem com a adoção de métodos legais de internalização de mercadorias ou de envio de produtos destinados ao exterior.

O objetivo, conforme explica Fausto Vieira, é que a fiscalização dessas grandes empresas seja feita não na zona alfandegária primária (portos, aeroportos e pontos de fronteira), mas nas zonas secundárias (portos secos). Como no Brasil cerca de 500 companhias respondem por cerca de 85% das operações de importação, se ao menos metade desse grupo aderir ao OEA, a Receita Federal conseguirá desobstruir expressivamente o tempo gasto na internalização ou nas autorizações para embarques de produtos ao exterior.

De acordo com a Receita, a internalização das mercadorias adquiridas no exterior leva, em média, 27 horas. Em outra ponta, o tempo médio gasto no desembaraço das exportações é de 14 horas. "Se retiro essas 500 empresas importadoras da fiscalização da zona primária e as transfiro para a zona secundária, dou mais agilidade ao comércio exterior. Essas empresas continuarão a ser fiscalizadas, mas de forma diferente", explica Fausto Vieira.

Ao propor que exportadores e importadores se submetam a uma classificação de risco para efeitos de controle aduaneiro, a Receita Federal se comprometerá com "um tempo zero" na fiscalização.

Como esse modelo será o mesmo adotado pela Organização Mundial de Aduanas (OMA), as empresas listadas pelo fisco brasileiro que não serão fiscalizadas em portos, aeroportos e pontos de fronteira tenderão a receber esse tratamento preferencial também nos países membros da OMA.

As estatísticas atestam a forte ampliação das operações de comércio exterior feitas pelo Brasil. Em 2000, o país exportou US$ 63 bilhões e importou US$ 55,8 bilhões. No ano passado, essas operações atingiram US$ 153 bilhões e US$ 127,7 bilhões. Neste ano, a meta de embarques é US$ 180 bilhões.

A Receita Federal corre contra o tempo para evitar que os procedimentos de controle e fiscalização se tornem um empecilho à maior inserção do Brasil no comércio internacional. Após a consulta aos setores produtivos a partir desta semana, a Receita concluirá o modelo e iniciará a implementação das medidas.

A terceira diretriz do projeto de reformulação da infraestrutura aduaneira é maior exigência por parte dos permissionários de 67 portos secos. Esse administradores de locais e recintos onde ocorrem movimentação, armazenagem e despacho de mercadorias procedentes do exterior terão que adotar sistemas informatizados de controle e monitoramento.

Será obrigatória a instalação de sistema de segurança com acesso remoto pelos fiscais e auditores. Entre os aparelhos com instalação compulsória constam câmeras que permitam a visão noturna. Os administradores dos portos secos terão dois anos para cumprir essas e outras determinações. A partir desse aparato logístico e operacional, a Receita Federal construirá um centro nacional de monitoramento dos portos secos.

Para atender essas determinações, o Porto Seco de Anápolis investirá R$ 1,8 bilhão. O administrador da alfândega, Edson Tavares, é a favor das mudanças por considerar que a melhora na capacidade de controle e fiscalização das aduanas é uma pré-condição para o avanço do comércio exterior. Edson Tavares avalia, no entanto, que nem todos os operadores dos 67 portos secos terão fôlego financeiro para bancar a adoção das tecnologias determinadas pelo governo.

O sistema de aperfeiçoamento das aduanas se completa com o aprimoramento do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) nos modais terrestre e aéreo, com o uso de scanners e cães farejadores e com a transferência de agentes administrativos para o cumprimento de tarefas menos complexas de fiscalização, a exemplo da conferência de bagagens. O Fisco possui 4 mil profissionais nas tarefas de fiscalização e controle.
Valor Econômico



Cresce importação de açúcar do país asiático
As importações de açúcar bruto da China, terceiro maior país produtor da commodity, pode crescer mais de 42% em 2010 depois de ter recuado pelo segundo ano consecutivo em 2009 - e a demanda continua em expansão.

Segundo estimaram três de cinco analistas com escritórios na China consultados, as compras do país no exterior podem atingir 1,5 milhões de toneladas de açúcar este ano, ante 1,06 milhão em 2009. Para outro analista, as importações poderão somar pelo menos 1 milhão de toneladas. Se as previsões de 1,5 milhão de toneladas se confirmar, será o maior volume desde pelo menos 2005, de acordo com estatísticas alfandegárias.

O aumento de compras pela China poderá ajudar os preços futuros a ampliar a valorização do açúcar no mercado internacional. Na bolsa de Nova York, o salto desde maio chega a 54%, puxado pela forte demanda e pela perda de produção na Indonésia e no Paquistão. O governo chinês tem vendido açúcar dos seus estoques estatais em níveis recordes para aliviar a baixa oferta, de acordo com Gao Wang, diretor de uma consultoria com sede em Beijing.

"A China é facilmente suscetível a entrar no mercado quando o preço do açúcar declinar, mas não no patamar atual", disse Piromsak Sasunee, presidente da Thai Sugar Trading Corp., maior exportadora de açúcar da Tailândia. Segundo ele, compras chinesas vão ajudar a dar suporte ao mercado. A Tailândia é o maior exportador de açúcar da Ásia.

Na sexta-feira, os futuros de açúcar registraram leve queda em Nova York. Os contratos com vencimento em março encerraram o dia a 20,33 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 9 pontos. No mercado brasileiro, o indicador Cepea/Esalq para a saca de 50 quilos do açúcar cristal subiu 0,98%, para R$ 50,54.
Valor Econômico



Indústria brasileira reage às importações com onda protecionista
Governo recebeu mais de 30 pedidos de elevação de tarifas de setores como máquinas, têxteis e equipamentos elétricos
Empresários estão pressionando o governo a adotar medidas capazes de frear a entrada de produtos vindos do exterior: tarifas de importação mais altas, regras mais flexíveis para medidas antidumping e até preferências em licitações públicas.

Nas últimas semanas, fabricantes de eletroeletrônicos e máquinas procuraram o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pediram para aumentar as tarifas de importação de alguns de seus produtos. A iniciativa chamou a atenção dos setor químico, que avalia se é conveniente fazer o mesmo pleito.

Outras empresas também estão se mexendo. A Usiminas solicitou a abertura de uma investigação de dumping contra a China. Fabricantes de calçados, escovas de cabelo, óculos e ímãs vão entregar em breve petições para estender as sobretaxas já existentes contra os chineses a outros países.

O real valorizado é apenas um dos motivos das reclamações. Com um crescimento de mais de 7% previsto para este ano, o mercado brasileiro se tornou um alvo óbvio. Os países ricos querem sair da crise exportando mais, enquanto os asiáticos precisam diversificar suas vendas. De janeiro a agosto, as importações brasileiras cresceram 45,7% - a maior taxa do planeta.

Temporário. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) solicitou ao governo a elevação da tarifa de importação de alguns produtos, como equipamentos de distribuição e geração de energia, de 14% para 35% - o máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC). "Seria uma medida temporária, para compensar o câmbio sobrevalorizado", disse Humberto Barbato, presidente da Abinee. O setor prevê um déficit recorde de US$ 20 bilhões este ano.

O objetivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) também é subir a tarifa para 35%. Empresários do setor se reuniram com Mantega em Brasília e foram encorajado a fazer um estudo, que deve ser entregue este mês. Segundo José Velloso, vice-presidente da Abimaq, o ritmo das importações acelerou, com altas de 35% em maio, 42% em junho e 53% em julho.

Ao perceber a movimentação de outras entidades, o gerente de assuntos de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) Renato Endres, começou a preparar um estudo sobre elevação de tarifas de importação. "Se for o caso, vamos pleitear algo desse tipo, mas ainda não foi discutido no conselho".

Segundo dados do ministério do Desenvolvimento, mais de 30 pedidos de elevação de tarifas de importação estão em análise. Também foram solicitadas 19 investigações de dumping (vender abaixo do custo) de janeiro até agora, o mesmo número de todo o ano de 2009. Em breve, prometem pipocar pedidos de tarifa contra a triangulação, uma nova medida que permite estender as tarifas antidumping a outros países usados para disfarçar a origem da mercadoria.

"Pelo menos 10 a 12 setores vão entrar rapidamente com seus pedidos contra triangulação", disse Roberto Barth, da Comissão de Defesa da Indústria Brasileira. A entidade convenceu o governo a regulamentar o instrumento de defesa comercial, argumentando que os importadores praticavam triangulação de produtos.

Dumping. O setor siderúrgico promete engrossar as fila dos pedidos de tarifas antidumping. Segundo o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, outras empresas devem seguir a trilha da Usiminas. "O mundo pós-crise é muito competitivo e todos estão no jogo da defesa comercial. O Brasil não pode ser ingênuo".

Segundo a entidade, as importações respondem hoje por 18% do consumo brasileiro de aço, o triplo da média histórica. O setor é um dos que mais reclamam. O presidente da CSN e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, provocou polêmica recentemente ao afirmar que "o Brasil precisa se fechar".

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apresentou um novo tipo de pleito: preferência para o tecido nacional nas licitações do Exército para a compra de uniformes. "Todos os países estão se protegendo. O maior ativo do Brasil é o mercado interno. Não podemos entregá-lo a outros países", disse o presidente da entidade, Aguinaldo Diniz.

Para Rodrigo Maciel, da Strategus, que presta consultorias a empresas chinesas interessadas no País, "sempre que o Brasil cresce, o protecionismo volta. É uma postura simplória".
AE


Abertas inscrições para primeira missão empresarial do vestuário à China
Contando com suporte do Centro Internacional de Negócios da Fiep, empresários do setor visitarão a Feira de Cantão e o polo têxtil de Shaoxing

Estão abertas até o dia 10 de outubro as inscrições para a missão que levará empresários do setor do vestuário à China. A comitiva visitará a Feira de Cantão – maior evento comercial promovido no país asiático – e também a cidade de Shaoxing, um dos principais polos têxteis chineses. A missão empresarial é organizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em uma parceria entre o Centro Internacional de Negócios (CIN-PR) e o Conselho Setorial da Indústria do Vestuário.

A Feira de Cantão acontece duas vezes ao ano, desde 1957, na cidade de Guangzhou. O evento é sempre dividido em três fases, cada uma apresentando a produção chinesa em diferentes setores industriais. Em sua última edição, em abril, ocupou uma área de 1,3 milhão de metros quadrados, tendo recebido mais de 23 mil expositores e 203 mil visitantes. Foram fechados negócios que totalizaram US$ 34,3 milhões.

“A Feira de Cantão é a mais diversificada do mundo e qualquer empresário pode encontrar algo de seu setor por lá”, explica o consultor da Fiep para o mercado asiático, Elias Antunes, com a experiência de quem morou por 12 anos na Ásia e já foi mais de 80 vezes à China a trabalho. A missão para a indústria do vestuário organizada pela Fiep vai visitar a terceira fase da 108ª edição da feira, que acontece entre 31 de outubro e 4 de novembro e que terá o setor têxtil como um dos destaques.

Antunes ressalta os benefícios para os empresários que resolvem conhecer a China por meio de missões da Fiep. “Há um grande diferencial qualitativo. Fazemos levantamento dos interesses das empresas, reuniões preparatórias e visitas guiadas à feira. Programamos também visitas a empresas do mesmo setor, para conhecer quais são os pontos fortes da China. Poucas entidades fazem esse tipo de investimento de acompanhamento técnico em uma missão”, afirma.
Na missão do vestuário, os empresários visitarão fábricas na cidade de Shaoxing, um dos principais polos têxteis chineses. “O empresário pode ver como o seu negócio se espelha sobre os negócios chineses”, diz Antunes. “Com isso ajudamos os empresários paranaenses a entender como funciona a economia chinesa, além de identificar possíveis ameaças e tendências. Uma tendência que observamos ultimamente é que aumentou a qualidade dos produtos chineses, o que é perigoso para alguns setores”, acrescenta.
As inscrições para a primeira missão empresarial do vestuário à China podem ser feitas até 10 de outubro, mas as vagas são limitadas a 20 pessoas. Mais informações sobre programação e valores dos pacotes de viagem podem ser obtidas pelo e-mail adriana.baccarin@fiepr.org.br ou pelo telefone (41) 3271-9102.
Fiep



Brasil e China: uma parceria para o século 21
No dia 22 de setembro, das 8h30 às 18h, no Golden Tulip Paulista Plaza Hotel, à Alemeda Santos, 85 – São Paulo, a Internews realiza em São Paulo o seminário “Brasil e China: uma parceria para o século 21”, voltado para executivos de empresas que se integram a um cenário econômico em que a China desponta como o maior parceiro de negócios do Brasil. A balança comercial brasileira já demonstra a importância dessa parceria, enquanto os investimentos chineses se multiplicam no país, estendendo-se pelos mais diversos setores, da siderurgia à energia, da produção agrícola à indústria automobilística.

O seminário será aberto pelo embaixador da China do Brasil, Sr. Qiu Xiaoqi e contará com as participações do Embaixador Luiz Felipe Lampreia (ex-Ministro das Relações Exteriores), do professor Luiz Afonso Simoens da Silva, do Grupo de Conjuntura Econômica International (GACINT) da USP, Rodrigo Maciel, sócio-gerente da Strategus, empresa especializada em investimentos no Brasil e na China, e de Jiankang Lu, diretor de desenvolvimento de novos mercados da Chery, a maior fabricante independente de veículos da China.
Inscrições: (11) 3751-3430 (São Paulo) / 0800-177707 (demais localidades), por e-mail atendimento@internews.jor.br.

 

Comércio exterior precisa de Ministério
Comércio exterior precisa de Ministério. A participação brasileira no comércio mundial continua aquém de sua potencialidade. Ainda representamos apenas cerca de 1% na corrente de comércio das transações internacionais

Desde meados de 2000 vimos solicitando a criação do nosso Mincex – Ministério do Comércio Exterior. Ou quiçá, conforme o pedido de alguns colegas, um Ministério do Comércio Exterior e Logística. A sigla poderia ser Mincelog, embora isso se pareça mais com nome de medicamento. O que seria bom, quem sabe – um remédio para esses assuntos.
No início da década, acreditávamos que o atual MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – sofreria essa transformação. Em especial, porque a Camex tinha um excelente secretário-executivo para a posição. Entendíamos que o país caminhava, célere e inexoravelmente, para isso, que o status de ministério era apenas uma questão de tempo. O MDIC deixaria esta parte internacional, trabalhando em conjunto, claro, com o novo ministério.

Mas nos decepcionamos uma vez mais. E no início de 2003, sofremos nova decepção. Achamos que, de novo, o trem da história foi perdido. E, pior, em plena estação. Nomeamos para o ministério uma figura de peso do comércio exterior. De quebra, criamos uma montanha de novos ministérios. Mesmo assim, o comércio exterior e a logística continuaram no limbo, sempre como atividade marginal.

Voltamos ao assunto agora por várias razões. Uma é que vamos ter em breve um novo governo e, quem sabe, possamos influir na formação do próximo ministério. Também temos a atual situação do retrocesso no comércio exterior brasileiro, sobre o qual muita tinta, papel e tela têm sido gastos. Em 2009, voltamos a 1974. Retornamos à situação de exportadores de produtos primários, simples fornecedores de matéria-prima. Não bastasse isso, ainda vendemos minério de ferro aos chineses – e importamos trilhos deles, pagando várias vezes mais. Seria cômico, não fosse trágico, conforme o popular ditado.

Nossa participação no comércio mundial continua aquém das reais potencialidades do País. Continuamos, como sempre, representando cerca de 1% na corrente de comércio das transações internacionais – nossa exportação, com cerca de 1,2%. Lembramos que já tivemos dias mais gloriosos, com 2,37% na exportação, em 1950. Aqui também regredimos à metade. Ou seja, estamos em época de retrocesso. Também em relação ao nosso PIB – Produto Interno Bruto –, o comércio exterior representa menos de 20%.

O mundo transaciona cerca de 50% do PIB mundial.

Alguém poderia indagar o que representaria esse novo ministério e como ele poderia ajudar o País. Entendemos que ele pode centralizar todas as ações relativas ao comércio exterior, de modo a se ter uniformidade no trato da matéria. Acabar com a questão de cada personagem puxar a brasa para a sua sardinha – como se o comércio exterior fosse feito por partes e não como um todo, onde o que interessa é o país e o bem-estar da sua população.

Mas não pensemos que o assunto estará resolvido apenas criando-se um novo ministério. Obviamente não, e, na realidade, ai é que começa o grande trabalho. É preciso aglutinar todas as cabeças debaixo desse único chapéu. Traduzir o esforço burocrático empreendido e conseguido, em ações efetivas de exportação e importação.

É preciso que saiamos da humilhante posição de uma das piores relações mundiais de comércio exterior, conforme já citado. O Brasil precisa assumir, finalmente, um posicionamento coerente com seu tamanho, com suas potencialidades, com seus recursos naturais e com seu imenso território, o maior do planeta em termos agricultáveis.
Portanto, prezados "fazedores" do nosso comércio exterior, novo governante, empresários brasileiros – estes os verdadeiros artífices da produção, exportação e importação, e ninguém pode esquecer de que quem faz é a empresa, o empresário, e não o governo – vamos todos entrar em uma nova era. Vamos acompanhar em breve um novo governo e uma nova década que se inicia.

É mister a criação desse novo ministério. E a aglutinação dos mais de 300 órgãos, de acordo com estudos feitos e divulgados no início dessa década, envolvidos no comércio exterior. Que o nosso país comece a ter de fato uma política para a área. Que tenhamos uma lei única de comércio exterior, como muito se fala e nunca se faz.

Resumindo, precisamos ter, finalmente, os olhos voltados para esta importante área do desenvolvimento. É necessário criarmos uma cultura na área, e isso nós não temos. Tudo é feito de improviso, de modo não planejado. As coisas vão apenas acontecendo. Isso tem de mudar radicalmente. A criação de um plano de desenvolvimento dará as diretrizes necessárias para o futuro e a ações que tornem o país um player de peso nas relações e trocas internacionais.
Portos e Navios


China compra mais para baixar reservas
Objetivo é reduzir exposição ao dólar. País não diz de quem importará mais

A China delineou várias medidas para aumentar as importações. Embora as medidas também ajudem a equilibrar o comércio externo do país, elas têm como principal objetivo baixar as reservas internacionais chinesas, reduzindo a exposição do país ao combalido dólar.

Segundo maior importador do mundo depois dos Estados Unidos, a China vai afrouxar as regras relacionadas a importação, reduzir os custos e facilitar para companhias domésticas o financiamento para importação, entre outras medidas. As informações foram dadas por Chong Quan, vice-representante internacional para comércio da China, que responde ao Ministério do Comércio do país.

Os comentários foram feitos depois de o superávit chinês atingir, em julho, US$ 28,7 bilhões, acima dos US$ 20,02 bilhões de junho e o maior nível desde janeiro de 2009. O saldo foi alavancado pela forte desaceleração do crescimento das importações.

A nova postura de Pequim também vai agradar a alguns parceiros comerciais, que têm pressionado a China para valorizar sua moeda.

Os esforços da China para reduzir o superávit comercial também são vistos como indicador de quão efetivo o governo chinês tem sido em tornar a economia menos dependente da demanda externa e mais focada no consumo doméstico.

De acordo com Chong, as medidas para aumentar as importações ajudarão a China a reestruturar sua economia. E o governo vai incentivar as importações de países com os quais tem superávit.

Chong, no entanto, não citou qualquer país que poderia ser beneficiado. Entre janeiro e julho, o superávit da China com a União Européia somou US$ 75,58 bilhões. Com os EUA, atingiu US$ 96,45 bilhões, segundo o governo.

Ele pediu, porém, que outros países evitem o protecionismo: "Países deveriam se opor juntos ao protecionismo e abrir os mercados para cada um, de forma a impulsionar o desenvolvimento sustentável e estável do comércio mundial e acelerar a recuperação econômica global", afirmou.
Monitor Mercantil



Setor de máquinas pesadas atrai gigante chinesa ao País

SÃO PAULO – Desembarca no Brasil uma das maiores montadoras chinesas de máquinas pesadas, para concorrer com a Caterpillar, líder do mercado há quase 50 anos. O XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group), décimo maior fabricante mundial do setor, está construindo no País uma fábrica e dois centros de distribuição (CD) de peças que consumirão um investimento inicial de US$ 15 milhões, em conjunto com a parceira brasileira Êxito Import&Export. A ofensiva asiática faz parte de um plano de ganhar uma fatia de pelo menos 8,5% do mercado nacional, que produz anualmente cerca de 13 mil unidades.
Na semana passada, os diretores chineses do XCMG estiveram no Brasil e anunciaram a construção de uma montadora no complexo industrial portuário de Suape, no Estado de Pernambuco, e um centro de distribuição no Recife. O CD vai fornecer peças de reposição e de manutenção, e até o final do ano que vem um novo centro de distribuição deve ser instalado em São Paulo.

“A parceria com o XCMG tem mais de três anos, e agora vamos ampliar o acordo para aproveitar o excelente momento do Brasil em investimentos de infraestrutura”, avalia Rubens Azevedo, diretor de Comércio Exterior da Êxito. “O mercado para máquinas está superaquecido, não apenas por conta de eventos como as Olimpíadas, mas pelo próprio desenvolvimento do País”, completa Azevedo.

A empresa chinesa, que fatura globalmente US$ 10 bilhões e tem capital integralmente estatal, vendeu 200 máquinas no Brasil em 2009. No primeiro semestre deste ano, foram 350 máquinas. “Em 2011, numa análise nem otimista nem conservadora, serão vendidas 1,1 mil máquinas no País”, afirma Azevedo.
CKD
O modelo de fabricação na unidade de Suape será o CKD (do inglês complete knock-down), como é chamado o processo de montagem das máquinas a partir de kits pré-montados, importados do país de origem. O modelo de fabricação favorece as empresas que entram no País, uma vez que num primeiro momento reduz custos com desenvolvimento e adaptação das peças e com tecnologia. Mas o desenvolvimento posterior de tecnologias e peças a partir de materiais locais é visto pelo mercado como benéfico para a cadeia produtiva em geral. Segundo o XCMG, em até três anos as máquinas começarão a ser nacionalizadas.

“Já estão sendo costurados acordos para o terceiro ano de operações com o objetivo de ampliar o conteúdo nacional do produto”, revela Azevedo, que explica que o impedimento inicial é o ajuste dos produtos aos materiais e às tecnologias nacionais. A maior parte do investimento veio da brasileira Êxito. Entretanto, com plano de negócios traçado para os próximos dez anos, a empresa espera retorno do investimento em três a cinco anos.

O portfólio da empresa asiática para o mercado brasileiro tem tratores de terraplenagem, caminhões-guindaste, motoniveladoras e escavadeiras hidráulicas.

Os chineses do XCMG exportam em média 15% de sua produção, e o Brasil representa para eles um mercado de 2,5% dessas exportações. A partir do ano que vem, a meta é de que a participação do País, dentre os 12 mercados aos quais a empresa exporta, chegue a pelo menos 4%.

Os olhos dos chineses estão mesmo voltados para a alta demanda em infraestrutura no País. Prova disso é também o recente anúncio da fabricante Sany Heavy Industry, que está erguendo uma fábrica com investimento de US$ 200 milhões em São Paulo.

Mercado
Sem o entusiasmo asiático, o setor nacional de máquinas teme que o custo do dinheiro no País esteja estimulando importações em detrimento dos investimentos em insumos e produtos locais. “A nossa sensação é de que o setor de máquinas nunca esteve tão ameaçado”, afirma José Velloso, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

“Para a indústria, o dinheiro custa de 30% a 35%, e o câmbio está no mínimo 20% acima dos níveis reais”, explica Velloso. Segundo o executivo, uma máquina produzida no Brasil sai da fábrica com 40% de tributos.

Velloso explica que, diferentemente do discurso oficial, o Brasil está muito carente de infraestrutura, e os chineses estão muito motivados a pleitear este filão. “Estou falando com você e estou parado no trânsito da Marginal do Tietê [em São Paulo], sem perspectiva de andar”, comenta Velloso, ao telefone. Para ele, a política tributária e cambial do País prejudica as empresas que investem no setor há mais de 50 anos. “A Caterpillar, por exemplo, já chegou a exportar 80% de seu faturamento. Hoje as importações no setor estão crescendo exponencialmente”, afirma. O de máquinas rodoviárias, segundo Velloso, é o setor que mais cresce.
DCI


A festa da importação

O mercado brasileiro, fortalecido pela expansão do emprego e pelo aumento do salário real, oferece oportunidades para exportadores de todo o mundo. Neste ano o País importou, até a primeira semana de setembro, US$ 116,9 bilhões, 45,5% mais que no mesmo período de 2009. As exportações, US$ 128,7 bilhões, foram 27,9% maiores que as de um ano antes. Até agora, o dólar barato e as compras externas têm ajudado a conter a inflação, beneficiando as famílias e contribuindo para o aumento de seu bem-estar. Mas a tendência de aumento das importações pode tornar-se uma ameaça à produção nacional e à criação de empregos. Empresários têm pedido medidas protecionistas. Protecionismo, no entanto, não é uma solução, até porque, se adotado por muitos países, servirá somente para entravar o comércio.

A expansão do consumo e a valorização do real têm estimulado a abertura de empresas importadoras. Neste ano, até julho, foram criadas 3.883. Pouco falta para se atingir o número das companhias de importação criadas nos 12 meses de 2008, 4.214. O País tinha em julho 31.852 importadoras. Segundo o vice-presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, no fim do ano poderá haver 40 mil empresas dedicadas à importação. Pela primeira vez serão mais que o dobro das exportadoras, 19.200 neste momento.

O surto de compras externas ocorreu também em 2007 e na maior parte de 2008, durante a última fase de rápido crescimento econômico do Brasil. Durante cerca de um ano, até o começo da recessão, as importações aumentaram mais velozmente que as exportações. A tendência, interrompida durante a crise, ressurgiu quando a atividade voltou a crescer e a criação de empregos e a renda familiar se elevaram.

Ministros e outros funcionários do governo têm atribuído o crescimento das importações principalmente à expansão do investimento produtivo. Companhias empenhadas em ampliar a produção e ganhar eficiência têm aumentado a compra de máquinas e equipamentos estrangeiros. Mas essa explicação mostra apenas um dos aspectos do quadro. De janeiro a agosto as compras de bens de capital fabricados no exterior foram 79,7% maiores que as dos oito meses correspondentes de 2009. Mas as compras de bens de consumo duráveis, como automóveis e equipamentos domésticos, foram 77,2% superiores às de um ano antes. Os porcentuais de aumento foram muito parecidos, portanto. Além disso, as compras de bens de consumo não duráveis (44,6%) e de matérias-primas e bens intermediários (39,6%) também superaram as de janeiro a agosto de 2009. Boa parte desses insumos é destinada à produção de bens para o consumidor final.

Não há nada errado, em princípio, em comprar bens estrangeiros para consumir. Isso ocorre em todos os países com um grau razoável de abertura comercial. Mas há algo errado quando o poder de competição dos produtores de um país é minado por fatores estranhos à fábrica ou à propriedade rural. No Brasil há pelo menos dois desses fatores. Um deles é o câmbio, valorizado pelo ingresso de capitais destinados tanto à produção quanto à especulação. Juros altos são um dos fatores de atração – mas os juros são dependentes, em boa parte, de variáveis como o gasto público e o desequilíbrio das contas públicas. Outros elementos prejudiciais à competitividade são componentes de custos, como impostos, transportes, crédito de curto e de longo prazo, etc.

Protecionismo não resolve nenhum desses problemas estruturais. Pode tornar a vida mais confortável para os empresários, mas prejudica os consumidores sem fortalecer de fato a economia. Barreiras podem ter uma função positiva – e sempre por um prazo limitado – quando servem para neutralizar práticas desleais de concorrência ou para conter um aumento repentino e perigoso de importações. A longo prazo, no entanto, só a combinação de produtividade e qualidade pode garantir o sucesso comercial de um país e a contínua criação de empregos. O resto é engano – na maior parte dos casos, autoengano.
O Estado de São Paulo



CSN também planeja pedir ação contra importações

Depois da Usiminas, chegou a vez da Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) entrar com pedido de proteção contra a entrada desenfreada de aço importado no país. A companhia comandada por Benjamin Steinbruch prepara uma ação antiduping visando conter as importações de vários tipos de aços planos oriundas de vários países, principalmente da China e Rússia. Assim como fez a Usiminas para o produto chapa grossa, a CSN levará o pedido ao Departamento de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

Em agosto, diante da avalanche de produtos importados verificada até julho, as siderúrgicas locais iniciaram um movimento de reação para defender seus mercados. “Acendeu-se uma luz vermelha”, disse uma fonte que preferiu não se identificar. Em julho, o montante de produtos siderúrgicos (planos e longos) internado no país alcançou 532,8 mil toneladas, um recorde, conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr). Nos sete meses, totalizou totalizou 3,3 milhões de toneladas, 152,2% acima do mesmo período do ano passado.
Um das medidas imediatas das empresas – Usiminas, CSN e ArcelorMittal – foi reduzir os prêmios cobrados pelo aço vendido internamente, que estavam elevados no início do ano e ainda ficavam entre 10% e 15% até junho. Segundo apurou o Valor, alguns produtos passaram a ser comercializados em agosto com preços semelhantes aos oriundos do exterior. Os prêmios máximos cobrados já ficavam entre 8% e 10%.

A CSN tem focado 90% de suas vendas para o mercado interno, com material que vai de laminado a quente a aços galvanizados e galvalume (setor automotivo e construção) até pré-pintados (indústria de linha branca). O alvo da ação antidumping são esses três produtos de maior valor agregado. “Há empresas trazendo muito material de segunda linha a preços abaixo de custo de produção e ainda subsidiados”, afirmou a fonte.

A ação da Usiminas, que já tramita no Decom, do MDIC, atacou material chapa grossa – usado em fabricação de cascos de navios, gasodutos, máquinas e implementos agrícolas e em obras de infraestrutura – de sete países. Os países-alvo foram Rússia e Coreia do Sul, de onde se verificou a maior procedência de importados, além de Espanha, México, Taiwan, Romênia e Turquia.

Até junho, as importações de chapa grossa atingiram 220 mil toneladas, 34% a mais que o mesmo período de 2009. Isso representou mais da metade do total vendido pela empresa mineira no mercado interno 410 mil toneladas – no mesmo período. A Usiminas é a única fabricante desse produto no país, com linhas em Ipatinga (MG) e Cubatão (SP). (IR)
Valor Econômico

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