LEGISLAÇÃO

terça-feira, 21 de setembro de 2010

COMÉRCIO EXTERIOR - 21/09/2010

Exportações em ritmo de recuperação
As exportações acumuladas nos primeiros sete meses deste ano no Paraná atingiram US$ 7,8 bilhões, volume 15,50% superior ao do mesmo período do ano passado. Já as importações nestes mesmos meses somaram US$ 7,1 bilhões, 48,66% acima a igual período de 2009. Os números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), levantados pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), mostram que o ritmo das exportações ainda sente os reflexos da crise econômica mundial. Por outro lado, as importações crescem a passos largos para atender a explosão de consumo no Brasil.

''A expansão do crédito, nunca vista antes no Brasil, foi superior à capacidade produtiva interna. Isto tem alterado as estruturas da importação, que vem assumindo função específica de bens de consumo. Importamos uma profusão de produtos, desde avião até alfinete'', contextualiza Maurílio Schmitt, coordenador do Departamento Econômico da Fiep. Ele destaca, porém, que a importação dos bens de capital também tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionada principalmente pelo dólar baixo.

Em relação à exportação, o ''complexo soja'' ocupa a primeira posição no valor exportado nos sete primeiros meses de 2010, com uma participação de 30,66%, mas queda de 2,80% em relação ao mesmo período do ano passado. Na sequência vem material de transporte, com 14,92% de participação e aumento de 53,93% na comparação com 2009; e carnes (participação de 13,76% e expansão de 15,80%).

Principais produtos
Segundo o estudo da Fiep, os quatro principais e tradicionais grupos de produtos exportados pelo Estado (soja, material de transporte, carnes e madeira) somam participação de 64% do total de exportações e todos demonstram ''tendência de início de recuperação''. O estudo aponta ainda que dois novos grupos vêm ganhando espaço: açúcares e preparações alimentícias, que juntos representam mais de 9% das exportações.

Conforme Maurílio Schmitt, causa preocupação o fato de o Paraná passar a ser principalmente exportador de matéria-prima: os produtos manufaturados que chegaram a representar 57,41% das exportações em 2006, atingiram 42,06% em 2009, perdendo a liderança para os produtos básicos, que saltaram de 29,30% em 2006 para 44,42% em 2009.

''Estamos gerando matérias-primas para serem utilizadas nos países de destino como fonte de geração de emprego e renda lá, quando isso poderia estar acontecendo com maior intensidade aqui'', pondera Schmitt. Para o Brasil passar a agregar valor a esses produtos no mercado interno, o coordenador da Fiep observa a necessidade de políticas públicas eficientes.

Fluxo de comércio
No fluxo de comércio (exportações mais importações), a China superou a Argentina como principal parceiro comercial do Paraná, com 17,37% de participação no total de negócios de janeiro a julho deste ano. A Argentina aparece na segunda posição (10,95% de participação), a Alemanha em terceiro lugar (com 7,44%), a Nigéria em quarto (com 5,88%), e os Estados Unidos em quinto (com 5,35%).

Já no ranking dos países dos quais o Paraná importa, a China ocupa o primeiro lugar, com aumento de 56,01% em relação os sete primeiros meses de 2009. Em segundo vem Nigéria, com crescimento de 34,13% pela importação de petróleo; em terceiro a Argentina, com expansão de 19,57%; em quarto a Alemanha (35,48%) e em quinto os Estados Unidos (46,50%).

Entre os principais grupos de produtos importados estão material de transporte, que representa 17,96% do total de importação; petróleo e derivados (16,37%), produtos químicos (16,02%), mecânica (14,27%) e materiais elétricos e eletrônicos (10,81%).
Folha de Londrina



Importar mais do que exportar é perigo econômico
O Brasil está importando muito mais do que exporta. E o pior dessa combinação fatal é que estamos enviando para o exterior commodities e trazendo produtos industrializados, com alto valor agregado.

Deveríamos equilibrar essa combinação, mas está ocorrendo uma volta ao passado, quando vendíamos café, minério de ferro e produtos agrícolas sem qualquer beneficiamento, recebendo pouco e pagando alto pela tecnologia dos Estados Unidos, da Europa e do Japão.

Dessa forma, não surpreende saber que pela primeira vez o número de empresas importadoras brasileiras será mais que o dobro do total de companhias exportadoras.
De janeiro a julho deste ano, ingressaram no comércio exterior 3.883 companhias especializadas em importação. O dado é da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Esse número é quase o equivalente ao total de novas importadoras registradas no ano de 2008, quando eram 4.214. Também é quatro vezes maior que o total de novas importadoras, 889, atingido entre janeiro e dezembro de 2009. No ano passado, o número de empresas importadoras caiu porque o consumo foi afetado pela crise.

Mercado interno aquecido e câmbio favorável às importações explicam o ritmo frenético de ingresso de novas importadoras no mercado, segundo o vice-presidente-executivo da AEB, José Augusto de Castro. Mesmo que técnicos do governo afirmem que esse é o resultado natural de processo de internacionalização da economia, é um problema que poderá nos custar caro logo adiante.

Além do câmbio favorável às compras externas por causa dos juros altos que atraem dólares e derrubam o real, outro fator explica o fenômeno, o fato de que muitas empresas, como supermercados, que importavam por meio de tradings, hoje compram no exterior por conta própria.

O número de importadoras neste ano será recorde, trazendo forte desequilíbrio da balança comercial e, ao final, das contas externas. O pico anterior foi atingido em 1997. Naquele ano, o dólar estava abaixo de R$ 1,00 e o consumo doméstico aquecido. O ano de 1997 terminou com 37.852 importadoras.

De janeiro a julho, o total de importadoras é 31.812. Como o Rio Grande do Sul é um estado exportador, o problema nos atinge em cheio. As eleições não permitem medidas fortes até outubro, mas tão logo o País saiba quem é o novo presidente a equipe econômica atual, em comum acordo com a futura, seja ela diferente ou a mesma, terá que tomar medidas para reequilibrar as importações com as exportações.

O câmbio é o principal fator, porém, é também consequência, uma vez que resulta da enxurrada de dólares que chegam ao País em busca tanto de investimentos diretos quanto em aplicações na bolsa e fundos.

Ora, quanto mais dólares tivermos de maneira um tanto quanto artificial – com os altos juros pagos – o real ficará sobrevalorizado, hoje em torno de 30%.

É imperioso um novo modelo para que em 2011 o Brasil não tenha um déficit nas contas externas ainda maior do que terá, inexoravelmente, em 2010. Cada vez mais se aplica a máxima de Delfim Netto, segundo a qual exportar é o que importa.

Mas vender mais e comprar ou gastar menos no estrangeiro é o ideal, pois hoje até a conta do turismo nos traz pesado déficit.
Jornal do Comércio - RS




Matéria-prima deve liderar exportações
O aumento dos preços das matérias-primas no mercado global, somado às dificuldades encontradas pelo setor industrial brasileiro, deve fazer com que a fatia dos produtos básicos nas exportações totais brasileiras supere, ao final do ano, a parcela dos manufaturados pela primeira vez desde 1978.

Essa "reprimarização" da balança comercial -conceito adotado pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) para explicar o peso cada vez maior das commodities nas exportações, em detrimento de produtos com maior valor tecnológico agregado- reproduz um movimento observado também em outros países latino-americanos.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, os produtos básicos, até agosto, responderam por 44,27% das vendas externas brasileiras (US$ 55,822 bilhões), cante 39,74% de manufaturados (US$ 50,108 bilhões). Em 1978, os básicos representaram 47,2% de todas exportações do país, e os manufaturados, 40,2%.

Minério de ferro
Nos primeiros oito meses deste ano, o minério de ferro representou 12,63% das exportações brasileiras, impulsionado pela valorização nos mercados internacionais.

Em seguida, no ranking dos mais exportados, vieram petróleo (7,92%) e soja (7,54%). O principal item manufaturado da lista, automóveis (2,22% do total), ocupava a nona posição na lista de exportações brasileiras.

Se considerado o total dos produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados), ainda há vantagem sobre os básicos.

"É uma situação que preocupa. O governo já mapeou o problema, mas não há medidas de curto prazo", afirma o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.

"É preciso pensar em uma reforma tributária, em maneiras de ampliar a competitividade da nossa indústria, na resolução de gargalos de logística. O fator da moeda forte também atrapalha."

Para a secretária-executiva da Cepal, Alícia Bárcena, um fator que ajuda a explicar essa "reprimarização" é a atuação mais forte da China no comércio mundial. "Os chineses são grandes compradores de matérias-primas, além de exportadores de manufaturas baratas."

"A competição com os produtos chineses prejudicou muitos países que exportavam manufaturas de menor valor tecnológico agregado, como o México, e favoreceu grandes exportadores de matérias-primas, como os brasileiros", completa Bárcena.

Segundo o vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, as exportações de manufaturados acabam sendo muito caras.

"Além do câmbio, há a forte carga tributária, que faz com que exportemos tributos indiretamente, além de taxa básica de juros alta e infraestrutura deficiente."

"Não é um problema aproveitar os recursos naturais nas exportações, mas não em detrimento dos manufaturados", afirma Bárcena. "É preciso adotar uma política de busca por inovação e avanços tecnológicos, além do fortalecimento das pequenas e médias empresas", receita.

E a dependência muito grande das commodities também cria instabilidade, já que a alta no preço dessas matérias-primas pode decorrer de especulação no mercado financeiro.
"O Brasil acaba dependente do bom humor do exterior", afirma Castro.
Folha de São Paulo



Brasil deve assinar em dezembro acordo com dez emergentes
O Brasil articula para assinar em dezembro com outros dez países emergentes um acordo comercial estabelecido em novas bases, pelo qual trocarão margem de preferência de 20% em boa parte das exportações entre eles, no que ficou conhecida como "Rodada Sul-Sul". A negociação está praticamente concluída e o governo brasileiro agora está convidando os outros participantes a assinar o acordo durante a cúpula do Mercosul, dias 16 e 17 de dezembro, em Foz do Iguaçu, num dos últimos atos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Participam o Mercosul como bloco - Brasil, Argentina Paraguai e Uruguai -, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Malásia, Egito, Marrocos e Cuba, bem menor do que a lista inicial de participantes. "Foi criado um novo paradigma para negociação entre os países em desenvolvimento", afirma o embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo. "Em vez da negociação interminável baseada em oferta e demanda, foi fixada uma margem de preferência, que beneficiará os participantes não importa se a tarifa sobe ou desce."

Se a tarifa de importação de um produto na Índia é de 10% para os Estados Unidos, ela cairá a 8% para o Brasil, dando vantagem para o produto brasileiro. O acordo cobre 70% do comércio, com setores sensíveis ficando fora da liberalização nos outros 30% de exceção pedida por vários países para participar do pacote.

Os parceiros excluíram da liberalização boa parte dos produtos agrícolas, o que não é surpresa e apenas confirma a dificuldade para esse tipo de acordo diante do temor com a competitividade brasileira no setor. Por sua vez, o Brasil não dará a margem de preferência sobretudo para têxteis, bens de capital, eletrônico e automóveis, que interessam mais aos indianos e coreanos, por exemplo.

"Esse é um acordo que vai criar oportunidades novas de negócios, mais do que abrir o comércio de produtos atuais entre os participantes", diz o diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, ministro Carlos Marcio Cozendey. "O Brasil tem uma vasta gama de produtos industrializados que podem ser atraentes para mercados que até agora importam principalmente produtos de base."

O Itamaraty calcula que o acordo beneficiará entre um terço e metade das exportações brasileiras para os países participantes, quase todos com bom potencial de crescimento. A negociação foi lançada em São Paulo em 2004, na conferência da Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), sob a cobertura do Sistema Geral de Preferências Comerciais (SGPC), que define negociações entre países em desenvolvimento.

No princípio, cerca de 40 países começaram a participar das discussões. No ano passado eram 21 e agora devem assinar 11, mas que basicamente são grandes, com exceção de Cuba. A China ficou fora desde o começo, temida pelos concorrentes.

O Mercosul inicialmente quis corte de tarifas de 40%, depois teve de reduzir a ambição para 30% e afinal teve de aceitar margem de preferência de 20% para poder manter outros países no acordo, como a própria Índia.

No ano passado, o ministro de Comércio do Irã chegou a participar do anúncio da conclusão da primeira parte do acordo, ao lado do ministro Celso Amorim, em Genebra. Mas só quer assiná-lo depois de ser aceito na OMC, onde já vai ter de pagar com liberalização de seu mercado. A Argélia, que também negocia sua entrada na OMC, tomou o mesmo rumo. O México e o Chile, com muitos acordos bilaterais de comércio e tarifas baixas, resolveram ficar fora.

A Unctad estima que, apesar do número reduzido de participantes, o impacto em termos de comércio adicional será maior do que a negociação na Rodada Doha. É que a margem de preferência é sobre a tarifa aplicada e não sobre a consolidada, como ocorre na OMC.

Técnicos da agência admitem que uma parte será desvio de comércio, ou seja, os participantes vão comprar mais entre eles, com tarifa menor, em vez de importar de outros países que ficarão fora do acordo.
Valor Econômico



Criação da Coordenação Geral de Defesa da Indústria - CGDI
Os processos de abertura comercial, verificados em praticamente todos os países, trazem como conseqüência natural o acirramento da concorrência internacional. De fato, antes sujeitas apenas à competição em nível interno, as empresas agora se vêem com mais freqüência obrigadas a enfrentar concorrentes estrangeiros, em um ambiente nem sempre marcado por práticas que observam a legislação vigente. Acrescente-se a isso o fato de que muitos governos reagem à abertura comercial impondo barreiras à entrada de produtos estrangeiros em seus territórios, malgrado os compromissos assumidos internacionalmente.

A situação da indústria brasileira, por conseguinte, não foge a esse cenário: por um lado, seus produtos sofrem, no mercado interno, a concorrência de produtos importados, a qual nem sempre ocorre de forma "leal" - citem-se as práticas envolvendo falsa declaração de origem, classificação incorreta de mercadoria, subfaturamento, dumping, triangulação, contrafação, entre outras. Por outro lado, no âmbito externo, seus produtos podem ser alvo de políticas comerciais restritivas (tais como barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, medidas de defesa comercial, etc.), o que dificulta o acesso ao mercado de outros países.

Tendo em vista essa realidade, foi criada em 2010 a Coordenação-Geral de Defesa da Indústria, Negociações e Normas (CGDI), vinculada ao Departamento de Defesa Comercial (DECOM), da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). A criação da CGDI é reflexo das ações de reestruturação organizacional da SECEX, para adequar as funções da Secretaria tanto às demandas do setor privado quanto aos interesses estratégicos, internos e externos, do governo brasileiro, buscando fortalecer a posição do Brasil no comércio internacional.

A missão da CGDI é tornar-se o órgão interlocutor e orientador da indústria nacional afetada por problemas decorrentes tanto da concorrência local com produtos importados quanto da imposição de barreiras, no exterior, a produtos brasileiros. Como orientadora, a CGDI cuida, especialmente, de esclarecer a indústria nacional sobre as bases legais do comércio internacional e sobre as alternativas à disposição dessa indústria para contornar os problemas descritos acima. A interlocução, por sua vez, está associada ao fato de haver diversos órgãos do Governo com competências específicas em matéria de comércio exterior. A CGDI, nesse aspecto, busca ser o órgão de intermediação, canalizando as demandas da indústria e procurando, junto a esses órgãos, encontrar alternativas para os problemas mencionados.
A "defesa da indústria" insere-se num contexto de respeito à Constituição Federal e aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. Nesse sentido, a ação da CGDI deve se pautar pela lógica decorrente da livre concorrência como princípio geral da atividade econômica (CF, art. 170, IV), assim como pelas normas contidas em tratados internacionais (seja no âmbito da OMC, do Mercosul ou de acordos bilaterais), que condicionam a política comercial brasileira relativamente às importações que possam afetar a indústria nacional. A CGDI, portanto, não objetiva ser um órgão "protecionista" no sentido negativo do termo; ao contrário, objetiva defender a indústria nacional contra práticas de comércio contrárias às normas internas e internacionais.

No exercício de suas funções, é imprescindível que a indústria nacional - aqui considerada as entidades de classe de âmbito nacional ou, na hipótese de inexistência de entidade de classe, a(s) empresa(s) que represente(m) parcela majoritária da produção brasileira do produto em questão - seja parceira efetiva, no sentido de proporcionar à CGDI os elementos para análise do problema levado até ela. Para tanto, a Coordenação criou o "Formulário para Defesa da Indústria Afetada por Importações", por meio do qual o setor interessado deverá preencher os dados ali solicitados, de forma a identificar os problemas enfrentados. Desta forma, a criação da CGDI tem sua relevância destacada pela necessidade tanto de orientar a indústria nacional a respeito dos mecanismos a sua disposição quanto de encaminhar demandas aos órgãos competentes e acompanhar seu andamento.
MDIC




Mercosul terá programa para adaptar produtos químicos a exigências da União Européia
A partir de iniciativa da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foi assinado, no dia 20 de agosto, o convênio de cooperação técnica entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o projeto de cooperação intitulado "Estratégia Regional para o Manejo e o Comércio de Produtos Químicos".

O projeto foi apresentado pela Secex no âmbito do programa do BID sobre Bens Públicos Regionais, em outubro de 2008, com o apoio dos Governos da Argentina, do Chile, do Paraguai e, recentemente, do Uruguai. Agora, por meio do convênio assinado, o BID repassa US$ 347 mil para a Apex-Brasil, que será a agência executora do projeto.

Os recursos serão utilizados para elaborar um modelo regional para implementação do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS). O objetivo do projeto é identificar necessidades de capacitação dos laboratórios públicos da região e, paralelamente, desenvolver ações conjuntas para cumprir as exigências da Nova Política Européia de Produtos Químicos, conhecida como REACH (da sigla em inglês para Registration, Evaluation and Authorization of Chemicals).

A primeira atividade do projeto será uma reunião de nivelamento de informações em Brasília. O enfoque será o intercâmbio de conhecimentos por meio de apresentações nacionais sobre os três elementos que compõe o projeto: GHS, REACH e laboratórios. A reunião irá contar com a participação de representantes dos governos e do setor privado de cada país, e poderá ainda contar com a participação de especialistas de outras regiões.

O comércio internacional de produtos químicos está cada vez mais controlado por regulamentações específicas. Nos últimos anos, legislações nacionais baseadas no GHS e no REACH estão sendo implementadas nos principais mercados mundiais e não apenas na União Européia.

Como exemplo, Estados Unidos e Canadá já colocaram em consulta pública regulamentações que exigem que a classificação e a rotulagem de substâncias químicas sejam feitas de acordo com critérios baseados no GHS. China e Japão analisam a possibilidade de agirem em conjunto para implementar o novo sistema naquela região. A União Européia irá exigir o GHS a partir de 1º de dezembro de 2010 para substâncias puras, sendo que para misturas, este prazo foi estendido para 2015.

Neste cenário, a implementação do GHS é fundamental para garantir a competitividade do setor químico brasileiro, que é o quinto maior do mundo, e do Mercosul, uma vez que os países que primeiro se adaptarem a estas exigências técnicas manterão suas exportações e, eventualmente, poderão ocupar o espaço daqueles que não as cumprirem.
MDIC



Superávit na terceira semana é de US$ 525 milhões
A balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 525 milhões, com média diária de US$ 105 milhões, nos cinco dias úteis da terceira semana de setembro de 2010 (13 a 19). A corrente de comércio (soma das exportações e importações) totalizou US$ 9,363 bilhões, com média diária de US$ 1,872 bilhão.

As exportações, no período, foram de US$ 4,944 bilhões, com média diária de US$ 988,8 milhões, superior 21,3% à média de US$ 814,9 milhões até a segunda semana do mês. Houve aumento das vendas das três categorias de produtos.

Nos semimanufaturados (45,8%), os produtos mais vendidos foram açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro/aço, ouro em forma semimanufaturada, ferro-ligas e alumínio em bruto. Entre os básicos (30,6%), os destaques ficaram com minério de ferro, soja em grão, farelo de soja, café em bruto e fumo em folhas. Nos manufaturados (4,9%), os principais produtos foram açúcar refinado, automóveis, autopeças, veículos automóveis e máquinas/aparelhos para terraplanagem.

As importações, na terceira semana de setembro, alcançaram US$ 4,419 bilhões, com média diária de US$ 883,8 milhões. Houve crescimento de 14,4% na comparação com a média até a segunda semana (US$ 772,4 milhões). Os maiores aumentos foram os gastos de equipamentos mecânicos, aparelhos eletroeletrônicos, veículos automóveis e partes, químicos orgânicos/inorgânicos e siderúrgicos.
Mês
No mês, as três semanas de setembro (12 dias úteis) tiveram exportações de US$ 10,648 bilhões (média diária de US$ 887,3 milhões). Na comparação pela média diária, o valor é 34,4% maior que o registrado em setembro de 2009 (média diária de US$ 660,1 milhões).

Os principais aumentos nas vendas de básicos (56,3%) foram para milho em grão, minério de ferro, petróleo, carne de frango, bovina e suína e café em grão. Nos semimanufaturados (44,5%), ouro em forma semimanufaturada, açúcar em bruto, óleo de soja em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro/aço e ferro-ligas tiveram destaque. Nos manufaturados (13,3%), os produtos mais vendidos foram suco de laranja não congelado, veículos de carga, açúcar refinado, automóveis de passageiros, autopeças, óxidos e hidróxidos de alumínio, óleos combustíveis e polímeros plásticos.

Na comparação com a média diária de agosto de 2010 (US$ 874,4 milhões), a alta nas exportações no acumulado mensal foi de 1,5%, com aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (15%), manufaturados (2,4%) e retração nos produtos básicos (-1,9%).

As importações, no acumulado mensal, foram de US$ 9,826 bilhões (média diária de US$ 818,8 milhões). Pela média diária, o número é novamente superior (37%) ao aferido em setembro de 2009 (média de US$ 597,8 milhões). Cresceram os gastos, com siderúrgicos (134%), cobre e suas obras (93,4%), borracha e obras (80,1%), equipamentos mecânicos (56,9%), combustíveis e lubrificantes (40,9%), farmacêuticos (35,9), veículos automóveis e partes (33,8%) e aparelhos eletroeletrônicos (32,3%).

Ainda pela média diária, os gastos, no acumulado do mês de setembro, também foram 7,3% maiores que os de agosto de 2010 (US$ 763,5 milhões). Cobre e suas obras (48,1%), adubos e fertilizantes (21,3%), combustíveis e lubrificantes (19,5%), instrumentos de ótica e precisão (15%), borracha e obras (8,7%) e siderúrgicos (8,0%) foram os produtos maior aumento nas compras.

A corrente de comércio do mês alcançou US$ 20,474 bilhões (média diária de US$ 1,706 bilhão) e o saldo comercial foi superavitário em US$ 822 milhões (média diária de US$ 68,5 milhões). Pelo resultado médio diário, o saldo da balança comercial cresceu 9,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado (US$ 62,3 milhões) e caiu 38,2% em relação a agosto deste ano (US$ 110,9 milhões).
Ano
No acumulado de janeiro a terceira semana de setembro deste ano (179 dias úteis), as vendas ao exterior somaram US$ 136,744 bilhões (média diária de US$ 763,9 milhões). Na comparação com a média diária do mesmo período de 2009 (US$ 596 milhões), as exportações cresceram 28,2%.

As importações, no acumulado do ano, foram de US$ 124,238 bilhões, com média diária de US$ 694,1 milhões. O valor é 45,4% acima da média registrada no mesmo período de 2009 (US$ 477,4 milhões).

O superávit da balança comercial no ano chegou a US$ 12,506 bilhões, com média diária de US$ 69,9 milhões. A média ficou 41,1% abaixo da registrada no mesmo período do ano passado (US$ 118,6 milhões).

A corrente de comércio acumulada no período foi de US$ 260,982 bilhões (média diária de US$ 1,458 bilhão). Por esse critério, o valor foi 35,8% maior que o registrado no mesmo período de 2009 (US$ 1,073 bilhão).
MDIC

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