LEGISLAÇÃO

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

COMERCIO EXTERIOR

Preços das importações nos EUA sobem 0,6% em agosto
Os preços das importações subiram mais do que o esperado em agosto, na comparação com julho, em meio aos preços mais altos da energia e dos alimentos. O movimento pode ajudar a diminuir os receios de que a economia dos EUA possa cair em deflação.

Os preços dos bens importados pelos EUA cresceram 0,6% no mês passado, puxados pela alta nos combustíveis, informou o Departamento do Trabalho. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam um avanço mais modesto, de 0,3%. O aumento seguiu-se ao de 0,1% em julho, em dado revisado. Originalmente havia sido anunciada alta de 0,2% em julho.

Em comparação com agosto do ano passado, os preços das importações subiram 4,1%, o menor crescimento anual desde novembro de 2009.

A alta de agosto foi puxada por um aumento de 1,7% nos preços de importação de combustíveis, que, por sua vez, foi consequência do avanço de 2,1% nos preços do petróleo - o maior ganho desde abril -, que mais do que contrabalançou a queda de 3,5% nos preços do gás natural. Excluindo petróleo, os preços das importações subiram 0,2% em agosto ante julho.

Os preços de importação de alimentos aumentaram 2,2% em agosto ante julho, o maior crescimento em um mês desde março de 2008. Maiores preços de vegetais, carne e óleos contribuíram para a alta.

Os preços das importações do Canadá e do México subiram 0,7% em agosto, enquanto o índice de preços de importações da União Europeia aumentou 0,3%. Maiores preços do petróleo contribuíram para o avanço. Os preços das importações do Japão aumentaram 0,2% em agosto, enquanto o índice de preços de importações da China permaneceu inalterado.
Com relação às exportações dos EUA, os preços retomaram a tendência de alta em agosto, subindo 0,8% depois de cair nos dois meses anteriores. A alta de agosto foi o maior ganho mensal desde o de 1,1% registrado em abril. Os preços das exportações de bens agrícolas e suprimentos industriais contribuíram para o aumento.
Agência Estado



Importações brasileiras de máquinas e equipamentos batem recorde dos últimos 70 anos

Atingindo a cifra de US$ 2,3 bilhões em julho de 2010, as importações brasileiras de bens de capital mecânicos batem recorde histórico dos últimos 70 anos. Enquanto isso, o faturamento nominal da indústria de máquinas e equipamentos, que atingiu R$ 6,13 bilhões em julho de 2010, registrou queda de 1,6% em relação ao mês anterior, segundo estudo do Departamento de Economia e Estatística (DEEE) da ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Em relação ao mesmo mês do ano de 2009, houve crescimento de 19,3%.

No período de janeiro a julho de 2010, o faturamento total chegou a R$ 40,15 bilhões, valor 16,6% maior do que o acumulado no mesmo período de 2009 (que foi de R$ 34,42 bilhões). Segundo Luiz Aubert Neto, presidente da ABIMAQ, no entanto, os índices de 2009, por refletirem o período pós-crise, fornecem uma fraca base de comparação. Quando comparados com o melhor ano do setor na década, 2008, os índices permanecem mais baixos. O faturamento total acumulado no período de janeiro a julho de 2008 foi de R$ 43,12 bilhões.

Aubert reforça, mais uma vez, que o setor está conseguindo evitar prejuízos ainda maiores graças à atual política de financiamentos do BNDES. A participação do Finame no faturamento do setor aumentou de 15% para 52,2% desde o lançamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), programa de financiamento do BNDES com juros de 5,5% ao ano. "Se não fosse o PSI, o faturamento do setor seria bem menor. Esse percentual de participação do banco de fomento representa volume de vendas de aproximadamente R$ 17,8 bilhões nos primeiros seis meses de 2010, em comparação a um total de RS 18,5 bilhões registrados em todo o ano de 2009", afirma Aubert.
Para o presidente da associação, a participação do BNDES nos índices do setor de máquinas e equipamentos deve continuar aumentando até o final do ano, uma vez que o PSI foi prorrogado até 31 de dezembro.

Consumo aparente e capacidade instalada - O consumo aparente de máquinas e equipamentos, soma da produção e das importações menos as exportações, chegou a um total de R$ 54,62 billhões no período de janeiro a julho de 2010, obtendo uma elevação de 13,2% sobre o mesmo período de um ano atrás, que foi de R$ 48,25 bilhões.

Entre os meses de janeiro e julho de 2010, o setor utilizou 82,28% de sua capacidade instalada, o que representa aumento de 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Balança comercial - O déficit na balança comercial continua aumentando, tendo atingido, no período de janeiro a julho de 2010 a marca de US$ 8,07 bilhões. "Com isso, nossa aposta em relação a um déficit comercial superior a US$ 12 bilhões, até o fim do ano, permanece, caso não sejam tomadas as medidas necessárias para reverter às importações que ocorrem no país e ações que possam combater o "Custo Brasil" e aumentar a competitividade da indústria nacional", declara Aubert Neto.

No período de janeiro a julho de 2010, o setor exportou US$ 4,84 bilhões FOB e no mesmo período de 2009, US$ 4,39 bilhões FOB, atingindo uma variação de 10,3%. Deste volume, 16,3% foram exportados para os Estados Unidos, 11,36% para a Argentina, 6,31% para o México, 6,16% para os Países Baixos (Holanda), e 4,69% para o Chile.

As importações, por sua vez, atingiram US$ 12,91 bilhões FOB no período, contra US$ 10,77 bilhões FOB no mesmo período do ano passado, registrando aumento de 19,8%.
Portal Fator Brasil



Jornal questiona se China é parceira ou ‘saqueadora’ do Brasil
O jornal britânico The Guardian destaca em sua edição desta quinta-feira a construção de um enorme complexo portuário e industrial na costa do estado do Rio de Janeiro, apelidado de “Estrada para a China”, e questiona se o gigante asiático é um “parceiro” ou um “saqueador” do Brasil. “Milhares de toneladas de minério de ferro, grãos, soja e milhões de barris de petróleo devem passar pela ‘estrada’ a cada ano em seu caminho para o Oriente, onde eles irão aliviar a aparentemente insaciável sede da China por recursos naturais”, diz o Guardian.

Neocolonialismo
Na reportagem intitulada “Parceiro ou saqueador?”, o jornal afirma que investimentos como o Super Porto do Açu garantiriam o acesso a recursos naturais fundamentais do Brasil.

No texto, o complexo de mais de R$ 4 bilhões e com área equivalente a 12 mil campos de futebol é descrito como “uma nova fase nas relações entre Brasil e China” pelo secretário de desenvolvimento econômico do Rio, Júlio Bueno.

Mas o jornal diz também que a obra está gerando protestos dos que vêem a presença chinesa como neocolonialismo. O economista Delfim Netto é citado na reportagem, com uma declaração em que afirma que é um “erro grave” permitir que um país estrangeiro compre terras, minerais e recursos naturais do Brasil.

O empresário por trás do super porto, Eike Batista, rechaça as críticas ao crescente volume de investimentos chineses no país em entrevista ao jornal britânico.
“A associação entre Brasil e China é uma estrada de mão dupla”, disse Batista ao Guardian.

“Se você quer três toneladas de minério de ferro bruto, você produz uma tonelada de aço no Brasil.”

“Essa filosofia está ganhando reconhecimento e é ótima para ambos os lados”, defendeu o empresário, que é o homem mais rico do país.

Petrobras
O interesse chinês no Brasil também é assunto de uma reportagem do Financial Times nesta quinta-feira, que diz que investidores do país asiático estão analisando com interesse especial uma oferta de ações da Petrobras.

O FT fala dos “sólidos laços econômicos” estabelecidos entre os dois países nos últimos anos e destaca que a China considera o acesso a petróleo e gás uma questão de segurança nacional, já que o país é o segundo maior consumidor do mundo e produz menos da metade do que precisa.

Segundo o jornal, “as grandes empresas de petróleo chinesas estariam interessadas principalmente em investimentos não-operacionais em alguns dos campos de pré-sal brasileiros, o que poderia ajudá-las a ganhar experiência de operação em situações tecnicamente complexas”.
BBC Brasil



Novo sistema deve estimular exportação de serviços

Monitoramento eletrônico da corrente de comércio permitirá identificar o que se negocia mais e apontar novas políticas
Danilo Fariello, iG Brasília

O governo federal já tem pronto um modelo para monitorar a exportação de serviços, que respondem por 14,7% do total das exportações brasileiras. Segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), os serviços de modo geral têm ganhado cada vez mais espaço na balança comercial brasileira, principalmente na exportação. Entre os destaques está a atuação das construtoras nacionais, que têm tocado grandes obras na África e na América.

O novo sistema de monitoramento, chamado de Siscoserv, funcionará à semelhança do Siscomex, o programa que integra toda a negociação de bens do Brasil com o exterior. O problema detectado pelo governo com o sistema atual, que motivou o Siscoserv, é que ele não identifica exatamente quais são os serviços importados e exportados.

A exportação de serviços de turismo será uma das atividades monitoradas pelo novo sistema

Segundo o secretário nacional de Comércio e Serviços do MDIC, Edson Lupatini Junior, com o acompanhamento preciso de quais serão os serviços envolvidos no comércio exterior, será mais fácil detectar onde seriam mais eficazes e necessárias políticas públicas, como linhas específicas de crédito e desonerações. O Siscoserv também municiará de informações a Receita Federal, que trabalha com o MDIC na criação do sistema.

A corrente de comércio de serviços sofreu menos com a crise mundial do que o comércio de bens. Segundo dados do Banco Central, as exportações de serviços em 2009 caíram apenas 8,8%, para US$ 26,3 bilhões, enquanto que a exportações de bens caíram mais, 22,7%, para US$ 153 bilhões. No caso das importações, os serviços permaneceram praticamente estáveis, enquanto que os produtos despencaram 26,3%.
Entre os principais serviços que entrarão nessa conta estão, os empresariais, como consultorias, turismo, transportes, serviços governamentais, seguros, comunicações, royalties e licenças, softwares, aluguel de equipamentos e engenharia e construção.

O secretário explica que o Siscoserv agregará também a exportação e importação de bens intangíveis, como marcas, patentes ou royalties. “Serão mil códigos diferentes, de forma a tornar mais claro qual o serviço que envolve dois países.” Esses códigos foram definidos após três meses de consulta pública. Os códigos fazem parte da Nomenclatura Brasileira de Serviços (NBS), que foi definida recentemente.

Ineditismo mundial
Essa especificidade do sistema brasileiro em identificar os serviços negociados é inédita no mundo. Se a experiência nacional der certo, outros países também tenderiam a acompanhar a iniciativa criada aqui, conforme expectativa da Secretaria Nacional de Comércio e Serviços.

Segundo Lupatini, com a nova identificação dos serviços, será possível apontar com mais precisão também a contabilização de serviços que já são exportados, mas hoje são enquadrados como bens, por falta de melhor definição. Atualmente, por exemplo, uma grande produtora de soluções tecnológicas tem seus produtos enquadrados como bens de informática na balança comercial, mas ela deixou de produzir computadores há anos.

Apenas por essa revisão, já seria nítido um crescimento da parcela de serviços na corrente de comércio brasileira, provavelmente elevando a fatia de 14,7% das exportações e de 25,7% do total de importações em 2009, segundo o Banco Central.

A implantação do Siscoserv está apenas à espera da publicação de uma Medida Provisória, cuja minuta já foi enviada do MDIC à Casa Civil. O sistema eletrônico já está totalmente pronto, tendo sido testado pelo iG.
IG

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