Porto exportará grãos produzidos no Paraguai
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e a Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) vão trabalhar em parceria para trazer a carga de grãos do Paraguai para exportação nos portos paranaenses. Até o final de 2010, mais de 200 mil toneladas de soja, milho, trigo e farelos produzidos no país vizinho devem ser comercializadas via Paranaguá.
A produção de 10 cooperativas paraguaias, responsáveis por 60% da produção de soja do país, deve ser escoada até a cidade de Cascavel, onde a Codapar já constrói um porto seco. “Todo o produto será internalizado na estação aduaneira de Cascavel e de lá teremos o transbordo para caminhões maiores e para os vagões de trens que farão a logística até o terminal portuário de Paranaguá”, explica o diretor-presidente da Codapar, Jânio Dalla Costa.
Segundo o superintendente da Appa, Mario Lobo Filho, a parceria vai permitir a retomada de negócios importantes. “Vamos restabelecer Paranaguá como porto preferencial de movimentação dos grãos do Paraguai. Até então, o comércio internacional do país era realizado via Nova Palmeira, no Uruguai, ou via Rosário, na Argentina”, destacou.
A expectativa é que já no ano que vem os produtores paraguaios exportem cerca de 600 mil toneladas de grãos pelo terminal paranaense. O país tem produção anual de 8 milhões de toneladas de soja, milho e trigo. “A idéia é garantir que os pequenos e médios produtores do Paraguai possam escoar sua produção com vantagens tarifárias e logística, por isso devemos estabelecer parceria também com a Ferroeste”, adianta o diretor empresarial da autarquia, João Batista Lopes dos Santos.
A Tribuna
Custos logísticos representam até 16% do PIB brasileiro, diz ministro dos Portos
RIO - O ministro dos Portos, Pedro Brito, defendeu hoje uma drástica redução dos custos com logística no País como forma de aumentar o volume de investimentos nesta área e incrementar as atividades portuárias brasileiras. Atualmente, segundo ele, o País perde em torno de 15% a 16% de seu PIB com custos logísticos. "Os Estados Unidos que estão longe de ser um exemplo no setor de logística, como a Bélgica, Alemanha, ou mesmo os asiáticos, gastam em torno de 8%", comentou o ministro em palestra ao setor de navegação e portos na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Segundo Brito, se houvesse uma redução pela metade nestes custos, o Brasil poderia aumentar os investimentos em infraestrutura dos atuais 20% para 25% do PIB. Ele destacou que a China investe 40% do seu PIB em portos.
De acordo com o ministro, um estudo feito pelo Banco Mundial em 2007 apontava o Brasil em 61º lugar em funcionalidade portuária. Em 2009, o País saltou 20 posições, principalmente por conta da modernização dos terminais e do programa de dragagem que está em andamento e que deve receber investimentos de R$ 1,45 bilhão.
Mas o principal gargalo, disse ele, ainda é a demora na liberação de cargas. "Estamos integrando os seis agentes que são necessários para a liberação de uma carga para tentar reduzir este calcanhar de Aquiles", comentou, citando nominalmente a Anvisa, Ministério da Agricultura, Receita Federal, Polícia Federal, Marinha e demais autoridades portuárias.
"Estamos obtendo avanços importantíssimos, mas absolutamente insuficientes para os padrões que temos que ter no Brasil. Uma economia do tamanho da nossa não pode jamais ficar nesta posição, mesmo que fique à frente de Argentina e mesmo do México. Temos que continuar investindo e aumentar estes investimentos".
O ministro comentou que mesmo na eventual mudança de governo após as eleições os projetos não devem ser alterados. O desenvolvimento dos projetos de modernização e dragagem, segundo ele, estão bastante amarrados e não teriam como ser suspensos. "Pouca gente está percebendo que estes investimentos na dragagem dos portos já estão mudando de forma definitiva o comércio internacional do Brasil, porque estão exigindo mais investimentos em áreas de apoio, em ampliação dos rebocadores, etc", comentou.
Para ele, conforme este setor logístico avançar, será diretamente proporcional uma forte redução no custo dos fretes. "Vamos ampliar a capacidade de cargas dos portos brasileiros. Isso vai fazer a diferença e o custo de fretes será extremamente reduzido no Brasil", comentou.
Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário