Quarta semana de julho registra superávit de US$ 148 milhões
Nos cinco dias úteis da quarta semana de julho de 2010 (19 a 25), a balança comercial brasileira teve saldo positivo de US$ 148 milhões, com média diária de US$ 29,6 milhões. A corrente de comércio (soma das exportações e importações) foi de US$ 7,852 bilhões, com média diária de US$ 1,570 bilhão.
As exportações registraram US$ 4 bilhões no período, com média diária de US$ 800 milhões. As importações, na quarta semana de julho, foram de US$ 3,852 bilhões, com média diária de US$ 770,4 milhões.
Mês
No acumulado das quatro semanas de julho (17 dias úteis), as exportações foram de US$ 13,879 bilhões (média diária de US$ 816,4 milhões). Na comparação pela média diária, o valor é 32,8% maior que o registrado em julho de 2009 (média diária de US$ 614,9 milhões). Na comparação com a média diária de junho de 2010 (US$ 814 milhões), o aumento nas exportações foi de 0,3%
As importações, no acumulado mensal, foram de US$ 12,394 bilhões (média diária de US$ 729,1 milhões). Pela média diária, o número é superior (49,3%) ao aferido em julho de 2009 (média de US$ 488,3 milhões). Ainda pela média diária, as compras brasileiras foram 3,3% maiores que as de junho de 2010 (US$ 705,6 milhões).
A corrente de comércio do mês alcançou US$ 26,273 bilhões (média diária de US$ 1,545 bilhão) e o saldo comercial foi superavitário em US$ 1,485 bilhão (média diária de US$ 87,4 milhões).
Pelo resultado médio diário, o saldo da balança comercial caiu 19,4% na comparação com o mês passado (US$ 108,4 milhões) e diminuiu 31% em relação a julho de 2009 (US$ 126,6 milhões).
Ano
O superávit da balança comercial no ano chegou a US$ 9,364 bilhões, com média diária de US$ 66,9 milhões. Por esse critério, o número ficou 44% abaixo da média registrada no mesmo período do ano passado (US$ 119,4 milhões).
A corrente de comércio até a quarta semana de julho foi de US$ 196,768 bilhões (média diária de US$ 1,405 bilhão). Pela média, o número é 34,6% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 1,044 bilhão).
No acumulado de janeiro a quarta semana de julho deste ano (140 dias úteis), as vendas ao exterior somaram US$ 103,066 bilhões (média diária de US$ 736,2 milhões). Na comparação com a média diária do mesmo período de 2009 (US$ 581,9 milhões), as exportações cresceram 26,5%.
As importações, no acumulado do ano, foram de US$ 93,702 bilhões, com média diária de US$ 669,3 milhões. O valor é 44,7% acima da média registrada no mesmo período de 2009 (US$ 462,5 milhões).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Alterações econômicas na China impactam todo o planeta
China gasta mais de 2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento e América Latina, apenas 0,6%. Para autor, a cooperação com o país deveria abranger laboratórios e P&D
Há uma década, qualquer evento econômico na longínqua China era irrelevante para a América Latina, uma região então voltada para a América do Norte e Europa. A década de 2000 trouxe mudanças fundamentais quanto a isso: qualquer alteração econômica na China agora tem impacto sísmico em todos os cantos do planeta. Dessa forma, a recente reavaliação do yuan virá acompanhada de valorização cambial, em particular, nos países com mais trocas comerciais com o gigante asiático. A China, acima de tudo, é hoje em dia peça central para explicar as dinâmicas econômicas latinoamericanas.
Os vínculos comerciais entre ambos não deixam de crescer, impulsionados em parte pela forte demanda do país asiático por matérias-primas. As exportações peruanas para a China dobraram em apenas cinco anos, enquanto as brasileiras, chilenas, colombianas, equatorianas e venezuelanas triplicaram. Como consequência dessa ascensão, a China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil e Chile, à frente dos Estados Unidos. Em breve, o mesmo ocorrerá no Peru, país com o qual a China acaba de assinar acordo de livre comércio, em vigor desde 1º de março de 2000. O caso do Chile é emblemático: em 2009, as exportações à China (23,1% do total) superaram as vendas a toda a União Europeia (22,1%) e aos EUA (11,3%). Entre 2000 e 2007, logo antes da crise mundial, as exportações da região para a China cresceram 370%, em comparação ao aumento de 60% do total exportado. Em 2009, o comércio entre China e América Latina superou os US$ 150 bilhões. A China transformou-se em uma das principais locomotivas de crescimento da região. Parte da capacidade de resistência à crise em 2008 e 2009, assim como a velocidade de recuperação do crescimento em 2010, agora encontram explicação na (não tão) longínqua Ásia.
As exportações à China, embora representem 11,5% do total mundial (excluindo o México, onde 80% das exportações continuam vinculadas aos EUA), possuem um impacto indireto ainda maior. De maneira geral, as exportações latinoamericanas continuam fortemente concentradas em matérias-primas (47,8% em 2009). A China possui, portanto, um impacto comercial direto importante, mas também um indireto, por meio dos preços das matérias-primas, principais fontes de exportação da região.
Para países como a Venezuela (cujas exportações de matérias-primas superam 99% do total) ou Equador (81% do total), assim como para o Peru (78%) e Chile (75%), a influência da demanda chinesa sobre esses mercados é crucial atualmente. Em 2009, 36% da demanda mundial por cobre, 35% por alumínio e 55% por minério de ferro tinham origem na China. Com os produtos agrícolas a situação se repete: até 49% da demanda mundial por carne suína provém do país asiático. A China, também sob esse ponto de vista, é uma das regiões do mundo com mais complementaridades comerciais com a América Latina (com exceção do México que concorre pesadamente, especialmente nos EUA, com os produtos industrializados chineses).
Em termos de investimentos diretos, a China ainda não é dominante na região. É de se prever, contudo, que a combinação da crise na Europa com a necessidade de aumentar a segurança do abastecimento energético e agrícola do país e o imperativo de diversificar sua posição como investidora (no fim de 2009, seus investimentos externos diretos somavam US$ 230 bilhões, enquanto as reservas internacionais estavam em US$ 2,5 trilhões) incentive investimentos chineses em outros mercados emergentes, América Latina incluída.
Dentro das operações mais recentes, destacam-se, por exemplo, os acordos com a brasileira Petrobras (US$ 10 bilhões), a empresa petrolífera argentina Bridas (US$ 3,1 bilhões, por participação de 50%), a compra do campo petrolífero brasileiro Peregrino (comprado da norueguesa Statoil por US$ 3 bilhões pela Sinochem) e a mina de cobre Toromocho (US$ 2,2 bilhões investidos pela Chinalco).
Os investimentos chineses no continente, no entanto, não se limitam a matérias-primas. No Peru, um consórcio chinês investe mais de US$ 2 bilhões para ampliar a capacidade do porto de Tacna e outros US$ 8 bilhões para conectá-lo por estradas e ferrovias com áreas de mineração na Bolívia. Também estamos presenciando um aumento no interesse de fundos soberanos da China. Por enquanto (até o fim de 2009), as participações do CIC em ações na bolsa brasileira representavam apenas 4% do total do fundo chinês no exterior (o CIC, por exemplo, é um importante investidor na mineradora Vale), mas também neste ponto é possível esperar uma maior atuação.
Também presenciamos uma forte elevação nas linhas de crédito bilaterais da China para países da região, em particular, para a Argentina, Brasil, Venezuela e, em menor medida, Equador, somando mais de US$ 50 bilhões nos últimos três anos. Esses volumes comparam-se, por exemplo, com os US$ 11 bilhões que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) libera a cada ano para o continente.
Venezuela e China possuem atualmente vínculos muito fortes, motivados por questões tanto econômicas como políticas. Os intercâmbios comerciais superaram os US$ 8 bilhões em 2009. Existem, no total, 313 acordos comerciais e mecanismos de investimento entre as duas economias. O mais importante é o Fundo Pesado Bilateral, de US$ 6 bilhões. Entre os projetos desenvolvidos em conjunto estão os vinculados ao petróleo. Também existem, entretanto, projetos em setores tecnológicos, como o de instalação de fábricas de telefones celulares na Venezuela.
Os chineses gastam mais de 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, patenteando mais de 100 mil licenças por ano (75% das quais são chinesas e as outras, de multinacionais instaladas no país). Na América Latina, por sua vez, os gastos em pesquisa e desenvolvimento chegam a apenas 0,6% do PIB, com o registro de 35 mil patentes em toda a região (quase 90% delas de multinacionais estrangeiras). A cooperação com a China também poderia abranger, portanto, laboratórios e pesquisa e desenvolvimento.
Javier Santiso é professor de Economia da ESADE Business School.
Valor Econômico
Exportação muito além do açúcar
Com muito trabalho e um toque de ousadia, produtores pernambucanos estão vencendo barreiras e negociando no exterior
Sim, o açúcar ainda é, de longe, o principal produto de exportação pernambucano. Em sua forma refinada ou bruta, respondeu por aproximadamente 50% das nossas vendas ao exterior no primeiro semestre de 2010. Mas, aos poucos, as empresas locais que produzem outros tipos de mercadorias já começam a vencer as barreiras para negociar lá fora. Ao lado dos resultados financeiros, essa ousadia já está ajudando a diversificar nossa pauta de exportações e aumentar o dinamismo da economia local.
Tanto que, segundo as estatísticas do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a proporção de produtos industrializados em nossa carteira de exportação, entre manufaturados e semimanufaturados, vem crescendo nos últimos cinco anos, pelo menos em valores, diante dos considerados básicos. Em 2005, foi de US$ 606 milhões, 77% do total. De janeiro a junho de 2010, já compôs US$ 468 milhões, e representa 90% do volume completo.
No último Encontro de Comércio Exterior(Encomex) promovido no Centro de Convenções, em Olinda, o Mdic anunciou a meta de aumentar em 10%, ainda em 2010, a base de pequenas e médias empresas que exportam no Brasil. Para isso, o governo lançou programas como o Primeira Exportação, que trabalha diretamente com as indústrias no sentido de transferir conhecimento sobre como se inserir no comércio exterior.
Mas a transformação vem começando já pela própria ousadia e iniciativa das empresas. A Pro Delphus, de Olinda, é um exemplo. A empresa conta com uma linha de produtos já, por si, bastante única: simuladores de tecido humano, para serem utilizados em treinamento de procedimentos cirúrgicos. O material é fabricado com base em um composto sintético desenvolvido pelo fundador da companhia, o médico Marcos Lyra.
O negócio, que começou dez anos atrás, hoje se apoia basicamente nas exportações, segundo seu diretor Jair Lyra. A marca está presente em 33 países e cerca de 80% de sua produção é mandado para o exterior, principalmente Alemanha, Estados Unidos,Austrália e Japão. "Nos últimos cinco anos, a empresa cresceu cerca de 10 vezes. O fato de sermos a única empresa a fabricar simuladores desse tipo foi muito importante para esse crescimento", disse Jair Lyra.
Há ainda um longo caminho a ser percorrido pela economia do estado, claro. Basta notar que os bens de consumo duráveis são menos de 0,5% do total de exportações do estado, enquanto os bens de consumo não-duráveis (alimentos, bebidas) chegam a 35%. Na média nacional, essa proporção é diferente: 15% para os não-duráveis e 3% para os duráveis.
Para a fábrica de calçados infantis Xick Baby, de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, o mercado externo foi sendo conquistado aos poucos. "Começamos a exportar há quatro anos, quando uma brasileira que morava em Nova Jérsei, nos Estados Unidos, nos procurou. Depois, outras pessoas levaram nossos produtos para a Suíça, Austrália, Angola. Exportamos em torno de 6% de nossa produção, mas estamos negociando com representantes em outros países para ampliar isso", explicouseu diretor Paulo Moraes.
A marca tem dez anos no mercado e já chega, segundo Moraes, a todas as capitais brasileiras, sendo vendida em grandes redes de lojas do segmento, com uma produção mensal de aproximadamente oito mil pares. Para Moraes, a exportação é importante para cobrir as sazonalidades do mercado interno. "Existe uma baixa entre meados de maio e início de junho, e outra de novembro para dezembro. Exportar pode representar um meio de tornar a fábrica operante os 12 meses", explicou Moraes.
Diário de Pernambuco/Tarcísio Ferraz
Brasil abre investigação sobre dumping dos EUA e Argentina
O governo brasileiro iniciou investigação de suposto dumping (venda por preço inferior ao do mercado) feito pelos Estados Unidos e Argentina sobre as exportações de disocianato de tolueno, substância usada na fabricação de espuma de colchão.
A empresa Dow Brasil, única fabricante da substância no país, protocolou o pedido de abertura de investigação. A empresa afirma sentir danos à indústria doméstica por causa dos preços inferiores aos de mercado praticados pelos dois países.
A Secretaria de Comércio Exterior irá levar em conta o período de outubro de 2004 a setembro de 2009 para analisar as provas dos danos causados pela prática de dumping.
Em fevereiro, foi o governo argentino que determinou a abertura de investigação por possível dumping feito pelo Brasil na exportação de fios de polipropileno, usados na fabricação de lonas e colchões.
Folha de S. Paulo
Exportadores deixam mais dólares no exterior, aponta BC
Um dos motivos para o fluxo cambial negativo é o fato de os exportadores estarem deixando maior volume de dólares no exterior. Foi o que indicou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Dados do BC apontam que em julho até o dia 22, o fluxo cambial nas instituições financeiras era negativo em US$ 2,930 bilhões.
Destacando que os números não são totalmente "puros" por dificuldades de apuração, Lopes aponta que subiu para US$ 17,056 bilhões no acumulado de janeiro a junho, ante US$ 13,175 bilhões em período igual de 2009, os investimentos brasileiros no exterior de curto prazo, que o BC classifica com "outros".
Embora contenha operações como pagamentos antecipados de exportação, a maior parcela dessa rubrica abriga receitas de exportadores que não foram internalizadas. Desde 2008, eles podem deixar até 100% do apurado em exportações, no exterior.
Valor Online
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